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Para o vice na chapa de Marina Silva (PSB), Beto Albuquerque, Marina ficará no PSB pelos quatro anos de mandato, caso seja eleita em outubro, mas ressalva que essa não foi uma exigência da sua legenda. "Acho que Marina fica como presidente no PSB, ajuda seu partido (Rede Sustentabilidade) a ser organizado, a ser fundado, mas acho que ficará no PSB, embora isso não seja uma obrigação", afirmou ao participar da série 'Entrevistas Estadão'.

Beto ponderou que, até pelo compromisso já assumido de Marina em não concorrer à reeleição, esse será o desfecho mais provável caso ela chegue ao Palácio do Planalto. "Mas se ela tomar decisão contrária, será uma posição absolutamente leal conosco", ressaltou o vice, que disse também considerar "legítimo" o esforço para criação da Rede.

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Questionado se o PSB poderia lançar um candidato para suceder Marina, em 2018, Beto disse que seria uma discussão precipitada e afirmou que esse não será o foco do governo de Marina e seu, caso sejam eleitos. "Nosso governo não vai pensar em 2018", afirmou.

Papel na vice

Beto disse que, se chegar à vice-Presidência, não será um mero substituto de Marina em situação de viagem, mas não pretende intervir exageradamente ou se focar mais especificamente na área de transportes, por ter experiência com o setor. Disse que pretende ajudar na implementação de metas e medição de resultados nas diversas áreas do governo, assumindo os compromissos que eram de Eduardo Campos. "Quero estar nessa retaguarda", afirmou.

Beto lembrou também que essa parceria entre presidente e vice já era algo colocado quando a chapa era composta por Campos e Marina.

Aliados do candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, estão se aproximando da campanha de Marina Silva (PSB) para declarar apoio à ex-senadora já no primeiro turno. Apesar da consolidação de Aécio no terceiro lugar das pesquisas de intenção de voto, o que o tiraria do segundo turno, Marina pediu para que os auxiliares dela mais próximos não façam, por enquanto, nenhum movimento em direção aos tucanos.

Segundo apoiadores da presidenciável, prefeitos e deputados tucanos procuraram integrantes da campanha nos últimos dias para manifestar simpatia pela candidata. Ontem, o presidente estadual do PSDB no Ceará, Tomás Figueiredo Filho, declarou apoio à Marina. "Temos muitos pontos políticos em comum", alegou Figueiredo.

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A cúpula tucana vem tentando mostrar otimismo e publicamente o discurso é de que Aécio pode chegar ao segundo turno. Nos bastidores, os tucanos não escondem o desânimo em virtude da dificuldade do candidato crescer na reta final do primeiro turno. "Ninguém acredita mais no Aécio, né?", ironizou um pessebista. Os tucanos consideram a aliança com Marina a mais provável, uma vez que o próprio eleitor do PSDB poderia migrar o voto para a ex-senadora num eventual segundo turno contra a petista Dilma Rousseff.

Marina chamou os aliados na semana passada para dizer que seria "desrespeitoso" qualquer tentativa de "cooptação" dos tucanos num momento em que Aécio ainda tenta se viabilizar. "Não dá para ter uma conversa ainda, seria desrespeitoso com o Aécio. Não temos orientação para conversar com ninguém", comentou Walter Feldman, coordenador adjunto da campanha.

O presidente estadual do PSDB no Ceará, também candidato a deputado estadual, Tomás Figueiredo Filho, e o presidente estadual do PR, o ex-governador do Ceará, Lúcio Alcântara, declararam apoio à presidenciável Marina Silva (PSB).

No Estado, o PR está coligado ao PMDB e ao PSDB, que têm o senador Eunício Oliveira e Tasso Jereissati como candidatos a governador e ao Senado, respectivamente. "Temos muitos pontos políticos em comum", alegou Figueiredo Filho. Sua decisão foi tomada por "solidariedade" à candidata do PSB a partir de um conflito ocorrido no último dia 13 em Sobral (CE), onde a ex-ministra do Meio Ambiente teria sido impedida de caminhar pelas ruas para evitar conflitos com a oposição local. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O coordenador geral da campanha de Marina Silva (PSB), Walter Feldman, disse nesta segunda-feira que a candidata vai superar a campanha de mentiras e ataques feita pelos adversários. "Vamos superar essa dose excessiva de ataques, que, espero, se torne veneno contra eles", afirmou em discurso na Câmara Americana de Comércio (Amcham), reafirmando o mote adotado pela campanha de ter "esperança" para vencer o pleito de forma limpa. Feldman afirmou que Marina vai avançar ao segundo turno em condições de chegar à Presidência da República.

O coordenador também defendeu a figura de Neca Setúbal, que o acompanha no evento e que atua na coordenação de programa da campanha. Neca tem sido alvo de críticas do PT, classificada como "banqueira" que apoia Marina. "A Neca é filha de um extraordinário homem público", disse Feldman, referindo-se a Olavo Setúbal, que dirigiu o banco Itaú e foi prefeito da capital paulista. Feldman disse ainda que Neca tem trabalho reconhecido nas áreas social e educacional e que os adversários têm consciência disso. Feldman repetiu que "mentiras têm pernas curtas" e que, graças à democracia, a verdade vai se sobrepor à campanha de difamação. "A verdade será resgatada, principalmente na consciência popular", afirmou.

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O coordenador disse que o programa de governo da equipe de Marina está alinhado com as demandas do setor privado, colocadas pela Amcham, entre elas ganho de produtividade, simplificação tributária, recuperação da política fiscal segundo parâmetros ortodoxos, com referência no tripé macroeconômico. Feldman afirmou, contudo, que essas metas só são possíveis a partir de uma nova forma de se fazer política, no que ele chamou de "democracia 2.0". "Nada disso é possível se não encontrarmos o caminho da boa política", disse Feldman ao defender um modelo de participação "transparente e universal".

Mensagem semelhante foi colocada pelo coordenador de programa, Maurício Rands, que discursou na sequência. "Vamos ter sim governabilidade, mas não queremos reproduzir a governabilidade praticada pelas duas forças políticas que governaram o Brasil nas últimas décadas", disse Rands, que afirmou ter faltado a coesão de um programa para dar base às alianças do atual governo. Segundo ele, o País hoje está maduro para um novo modelo, com maior eficiência para a política. Rands disse não ver mais sentido no modelo atual, que "empodera" cúpulas partidárias.

Na sua fala, Feldman também falou sobre gestão ambiental, que é um tema que preocupa o empresariado com relação à candidatura de Marina Silva. Segundo ele, Marina, quando ministra do Meio Ambiente, mostrou que é factível ter uma gestão ambiental com competência. "É possível o Brasil ser paradigma nesse aspecto para o mundo", disse Feldman.

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, endureceu neste sábado (13) o discurso contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e acusou a petista de tentar "destruí-la" politicamente. "Por favor presidente, venha para o debate, apresente seu programa, mas não queira, a primeira mulher presidente da República, destruir uma outra mulher que também tem o direito de participar da democracia", disse ela, durante comício em Campina Grande, interior da Paraíba.

Na última semana, as duas candidatas trocaram farpas pela imprensa. Com a subida nas pesquisas, o PT tem colocado em prática a estratégia de desconstruir a imagem Marina. A candidata do PSB, por sua vez, tem reagido e chamado os ataques de "boatos e mentiras".

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Recentemente, até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi ministra do Meio Ambiente, fez críticas indiretas a ela. Neste sábado, Marina disse que o seu problema não era com Lula, mas com Dilma e com parte do PT.

"Quem foi para o programa eleitoral caluniar, tentar fazer uma desconstrução da minha história e da minha biografia, foi a candidata do presidente Lula", afirmou.

'Mensalete'

Como tem feito nos últimos dias, Marina pediu para que a militância saísse em sua defesa. A candidata disse que tem gente sendo contratada para espalhar mentiras sobre ela na internet e criou um novo termo, fazendo referência ao escândalo do mensalão. "Tem muita gente sendo paga para me desqualificar nas redes sociais. É uma espécie de 'mensalete'", afirmou.

Quando o esquema de compra de votos no Congresso em troca de apoio político foi revelado, em 2005, Marina ainda era filiada ao PT e fazia parte do ministério do governo Lula. Ela só deixou o partido quatro anos depois, para concorrer pela primeira vez à Presidência pelo PV.

Marina também aproveitou o palanque no Estado nordestino para reafirmar que, se eleita, não vai acabar com os programas sociais do governo, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.

Neste sábado, Marina fez duras críticas ao antigo partido sem se importar com o fato de o PT ser aliado do PSB na Paraíba. Até o governador do Estado e candidato à reeleição, Ricardo Coutinho (PSB), adotou o discurso. Ele disse que nunca imaginou que o PT pudesse reeditar o "discurso do medo" que tanto foi usado contra Lula quando candidato.

Um grupo LGBT hostilizou a candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, no início do seu discurso em comício no centro de Fortaleza (CE). Com bandeiras do movimento e cartazes dizendo "Abra sua mente, gay também é gente", o grupo vaiou a candidata. Ainda durante o discurso de Marina, houve um princípio de tumulto entre os militantes do PSB que estavam na praça e o grupo LGBT.

Ao perceber as vaias, Marina disse que convivia com a diversidade e que só na ditadura as pessoas são impedidas de se manifestar. Ela destacou que seu programa de governo preservava mais as bandeiras do movimento do que as propostas defendidas por sua adversária, a presidente Dilma Rousseff (PT). A presidenciável conseguiu contornar a situação, lembrando que seus parentes são do Ceará e que, por essa razão, se sentia em casa. "Na casa da gente, a gente recebe bem, com respeito e educação", rebateu.

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No discurso, de aproximadamente 20 minutos, Marina se emocionou ao lembrar das dificuldades que sua família viveu no seringal Bagaço, no interior do Acre. Ela mencionou um episódio em que seus pais deixaram de comer para alimentar os filhos. "Quem viveu essa experiência jamais acabará com o Bolsa Família", declarou.

Marina voltou a dizer que é vítima de calúnias, mentiras e difamações de seus adversários e comparou as injustiças que, segundo ela, vem vivendo a situações semelhantes vividas por Gandhi e Nelson Mandela. "Prefiro sofrer uma injustiça do que praticar uma injustiça", afirmou.

Ela também lembrou a sucessão presidencial de 1989, quando Fernando Collor de Mello venceu Luiz Inácio Lula da Silva com base em mentiras, segundo a candidata. "As mentiras contra a Lula não são maiores do que o Lula", disse. Em seu discurso, Marina comparou ainda a situação atual enfrentada por ela na campanha a do batalhão de Golias contra David.

Autonomia do BC

O vice da chapa do PSB, Beto Albuquerque, disse em seu discurso que, num eventual governo de Marina Silva, haverá investimentos para conclusão da Transnordestina e da transposição do São Francisco. Ele também voltou a defender a autonomia do Banco Central e disse que é preciso dizer não ao governo do "descontroles".

"Nunca na história do Brasil os banqueiros ganharam tanto quanto nos governos Lula e Dilma", afirmou o vice de Marina. Albuquerque rebateu as críticas de que Marina vem sendo sustentada por banqueiros. "Aliança com os banqueiros eles (Lula e Dilma) já fizeram", provocou.

A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva (PSB), usou a internet e o horário eleitoral na TV ontem para se defender dos ataques que vêm sofrendo dos adversários, principalmente da presidente Dilma Rousseff (PT). Na internet, a campanha criou um canal batizado de "Boatos X Verdade". Entre os nove temas selecionados estão as duas polêmicas mais recentes, que afirmam que, num eventual governo de Marina, a exploração do pré-sal seria relegada a um segundo plano e insinuam que a proposta dela de independência do Banco Central iria impedir os avanços sociais.

As duas acusações partiram da campanha de Dilma. Esta semana, o PT começou a veicular na televisão comerciais sobre esses assuntos. Na avaliação do comando da campanha petista, a repercussão do material tem sido positiva e a estratégia de desconstruir a imagem e o discurso da candidata do PSB deve ser mantida. A sessão criada dentro do site oficial de Marina rebate essas e outras acusações e convoca os internautas a ajudar a campanha reproduzindo uma frase dita pela candidata: "Eu quero uma doação: contra a mentira e a agressão, dedique uma hora, meia hora, 20 minutos nas redes sociais para combater as calúnias".

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Além do site, Marina também explorou esses assuntos no horário eleitoral de ontem. Na TV, ela explicou o que é a autonomia do Banco Central e prometeu usar os recursos da exploração do pré-sal para investir em saúde e educação. "A autonomia do Banco Central será para nomear técnicos competentes que irão trabalhar sem a interferência de políticos preocupados com a próxima eleição", afirmou a candidata. A campanha do PSB simulou um "povo fala" para rebater as críticas em relação à política de exploração de combustíveis fósseis. "Os recursos do pré-sal são para saúde de educação. Não vamos permitir o desvio para a corrupção", reiterou Marina.

O canal virtual registra ainda que, se eleita, Marina não vai acabar com programas do governo federal como o Bolsa Família e o Minha Casa e Minha Vida. Também afirma que, apesar de ser evangélica, a candidata não costuma misturar política e religião, e que defende o Estado laico.

A polêmica das alterações feitas no programa de governo logo após o lançamento também são registradas. "A mudança no programa se deu por um erro processual", diz o site. O material produzido afirma ainda que Marina considera homofobia um crime, apesar de esse ter sido um dos trechos retirados do documento. Por fim, diz que Marina vai governar com o "povo brasileiro" e não com o Banco Itaú, já que uma das coordenadoras do programa de governo, Neca Setubal, pertence à família que é proprietária da instituição. (Colaboraram Flavia Guerra, Elizabeth Lopes e Ana Fernandes) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diante do auditório lotado do Clube de Engenharia, no Rio, a candidata à Presidência Marina Silva (PSB) afirmou que "os mesmos preconceitos e mentiras" que eram usados contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de 1989 são agora dirigidos a ela.

"Naqueles seringais, eu colocava a camiseta do Lula e ia combater cada preconceito que era lançado contra ele, (diziam) que não tinha experiência administrativa, (chamavam de) analfabeto, tudo o que é defeito. Eu nunca imaginei que eles iriam usar os mesmos preconceitos e as mesmas mentiras. Nem criativos são", disse em meio a aplausos.

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A candidata afirmou ainda que "aqueles que estão usando a mentira como o Collor usou contra Lula comigo me chamaram de Collor. O Collor é aliado deles, como o (José) Sarney e Renan (Calheiros)", afirmou. Marina encerrou o discurso dizendo que não quer a derrota da Dilma ou do Aécio: "Eu só quero a vitória do Brasil."

A presidente Dilma Rousseff rebateu há pouco as declarações da ex-ministra Marina Silva (PSB) e disse que sua principal adversária atua como "vítima" durante o debate político. Em sabatina do jornal O Globo nesta quinta-feira (11), Marina atacou o PT e disse que não consegue "acreditar num partido que coloca por 12 anos um diretor para assaltar os cofres da Petrobras", numa referência às denúncias de irregularidades contra a estatal.

"Eu repudio com muita indignação essa declaração da candidata Marina", contra-atacou Dilma, em coletiva de imprensa convocada na tarde de hoje no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência em Brasília. "Eu considero que ela (Marina) tem de parar de usar as suas conveniências pessoais para fazer declaração".

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Candidata à reeleição, a presidente destacou que Marina ficou por 27 anos no PT e deve todos os seus mandatos eletivos à legenda. "Dos 12 anos aos quais ela (Marina) se refere, oito ela esteve no governo ou na bancada (do PT) do Senado Federal", emendou a presidente. A petista disse ainda que a história e a militância do PT foram "fundamentais" para que Marina chegasse a sua posição atual e que a fala da candidata do PSB na sabatina de hoje "mostra uma posição extremamente leviana e inconsequente".

Confronto

Questionada sobre o esforço de desconstrução da candidatura de Marina empreendido pelo PT, Dilma Rousseff afirmou que as posições de sua adversária estão em seu programa de governo e são conhecidas. "A candidata Marina quer falar o que pensa e não quer escutar os que os outros pensam", disparou Dilma. A presidente voltou a dizer que "mudar de posição de cinco em cinco minutos não é sério", outra linha de ataque da campanha do PT contra a ex-ministra.

Dilma alfinetou novamente Marina e afirmou que ainda não a viu "negar que é contra a política de conteúdo local". Para a presidente, essa política é uma grande vitória e garante a geração de empregos dentro do País. A petista sugeriu ainda que Marina mudou de ideia sobre o pré-sal e concluiu: "Espero que a Marina não mude agora sua posição sobre a independência do Banco Central".

Dentro da estratégia de dizer que é "vítima" de ataques dos adversários, a campanha de Marina Silva (PSB) publicou no seu site oficial uma série de posts chamada "Boatos x Verdades". A página traz uma série de quadros com os chamados boatos e as respectivas respostas de Marina. Os boatos são colocados em letra miúda e em tom neutro, de cinza, seguidos, em baixo, da versão da candidata em letras grandes e coloridas.

Os quadros podem ser compartilhados nas redes sociais e o site, por meio de uma frase de Marina, pede que internautas doem tempo para dividir as informações com amigos nas redes: "Quero uma doação: contra a mentira e a agressão, dedique uma hora, meia hora, 20 minutos nas redes sociais para combater as calúnias".

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São ao todo nove quadros elaborados, falando que Marina manterá o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família; que a candidata não mistura religião e política; defendendo a proposta de independência do Banco Central; dizendo que a candidata é transparente com seus rendimentos oriundos de palestras; que Marina não pretende reduzir a exploração do pré-sal; que as mudanças do programa de governo se deveram a "erro processual"; que ela considera homofobia crime e que governará com o "povo brasileiro" não com o banco Itaú.

O quadro sobre independência do BC, por exemplo, diz: "O boato: 'A independência do Banco Central vai impedir avanços sociais. A verdade: um Banco Central independente significa que nenhum partido ou grupos de interesse usará a instituição para se beneficiar". Naquele sobre Bolsa Família, outro tema que vem gerando polêmica no debate eleitoral, está escrito: "O boato: 'Marina vai acabar com o Bolsa Família. A verdade: o governo de Marina ampliará o número de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família, uma conquista da sociedade brasileira".

Outro tema de destaque é o pré-sal, que a campanha de Dilma acusa que terá menos investimento em eventual governo de Marina. Com impacto sobre seu eleitorado, Marina inclusive está em agenda hoje no Rio de Janeiro em ato para reforçar a mensagem de que não é contra a exploração do pré-sal e dizer que não pretende alterar o sistema de partilha de royalties do petróleo. Nesse tema, o quadro elaborado pela campanha da pessebista diz: "O boato: 'Marina vai reduzir a importância e desperdiçar o pré-sal'. A verdade: Marina não reduzirá os investimentos para a exploração do pré-sal".

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, realizou uma retificação da declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral e acrescentou R$ 45 mil em seu patrimônio. A retificação foi registrada pelo TSE nesta quarta-feira. Agora, a declaração de bens da candidata soma R$ 181.019,32. Anteriormente, o total chegava a R$ 135 mil. Na retificação no patrimônio declarado, Marina acrescentou o saldo em conta poupança do banco HSBC de R$ 15.616,94 e saldo em aplicação de renda fixa também no banco HSBC no valor de R$ 30.000.

A retificação foi entregue ao TSE às 19h24 de 4 de setembro, mesmo dia em que o PT informou que daria entrada em um pedido na Procuradoria-Geral Eleitoral para que fossem investigados os ganhos de Marina com palestras remuneradas. Marina disse ter recebido R$ 1,6 milhão com palestras por meio da empresa M.O.M. Da S. De Lima nos últimos dois anos. No registro de candidatura, contudo, a empresa aparece com valor de R$ 5 mil. O PT pedia que fosse investigada a possibilidade de caixa dois eleitoral.

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Na época, a Coligação Unidos pelo Brasil repudiou em nota "as mentiras e ilações maliciosas" sobre o patrimônio de Marina e informou que a empresa teve R$ 1,6 milhão de renda bruta pela atividade, sem descontar as despesas e pagamento de impostos. Ainda de acordo com a nota, na época o valor líquido foi utilizado para a sobrevivência da candidata e manutenção da família.

Além dos dados incluídos na retificação e do capital da empresa, a declaração de patrimônio de Marina ao TSE inclui uma casa em Rio Branco, no Acre, no valor de R$ 60 mil, seis lotes em Rio Branco, no valor de R$ 42,4 mil, e saldo em conta corrente do Banco do Brasil no valor de R$ 27,9 mil.

A candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, rebateu nesta quarta-feira as insinuações da presidente Dilma Rousseff de que o País não precisaria de um Banco Central independente. "A autonomia do Banco Central sempre foi consenso, desde que veio o Plano Real. Eu não vi nenhum partido dizendo que é contra a autonomia do Banco Central", afirmou, após visitar um centro de atendimento a vítimas de violência doméstica na zona leste de São Paulo.

Marina lembrou que o ex-presidente Lula manteve os instrumentos macroeconômicos do governo do PSDB. "O presidente Lula até fez uma carta aos brasileiros dizendo que se comprometia em manter os instrumentos de política macroeconômica do governo Fernando Henrique. Tudo isso foi negligenciado pelo governo Dilma, a autonomia do Banco Central foi corroída na prática."

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A candidata do PSB repetiu as críticas à condução da economia da presidente, com alta inflação e alto patamar de juros, e citou também a crise na indústria brasileira, com perda de empregos. Questionada sobre a alteração de viés da classificação de risco do Brasil pela agência Moody's, de estável para negativa, indicando risco de o País perder o grau de investimento, Marina disse não ver como um excesso de rigidez da agência americana. "O Brasil precisa fazer seu dever de casa", disse ao repetir a promessa de resgatar o tripé macroeconômico, com responsabilidade fiscal, metas de inflação e autonomia do BC. Segundo a candidata, essas medidas ajudarão o país a recuperar credibilidade para atrair investimentos e voltar a crescer, com geração de emprego e distribuição de renda.

A campanha de Dilma tem sugerido na propaganda de TV que as propostas econômicas de Marina poderiam oferecer riscos aos ganhos sociais recentes da população. "As mentiras estão sendo ditas para criar uma cortina de fumaça por quem não quer assumir os erros que cometeu", disse Marina. A candidata relacionou ainda o tema da falta de autonomia do BC aos supostos desmandos e casos de corrupção na Petrobras. "O Banco Central autônomo é fundamental para evitar que se aconteça o que acontece hoje com a Petrobras, que perdeu metade do valor de mercado e está quatro vezes mais endividada."

Diferentemente da pesquisa anterior, as candidatas Marina Silva (PSB) e  Dilma Rousseff (PT) subiram na intenção espontânea de voto, segundo a 121ª Pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta terça-feira (9). Dilma passou de 26,4% para 30,9% e Marina pulou de 18,6% para 25,8%. O candidato Aécio Neves (PSDB) caiu mais uma vez e foi de 11,3% para 10,1%.

A situação se repete na intenção estimulada de voto. Dilma, que antes tinha 34,2% das intenções, obtém 38,1% das respostas dos entrevistados. De 28,2%, Marina vai para 33,5%. E Aécio continua caindo. De 16%, ele chega a 14,7%. Numa simulação de segundo turno entre Dilma e Marina, a candidata do PSB leva vantagem: Marina fica com 45,5% dos votos, e Dilma, com 42,7%. Noutro cenário, Dilma vence Aécio. Ela com 47,5%, ele com 33,7%. Em uma terceira possibilidade, Marina (52,2%) também ganha de Aécio (26,7%).

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Apesar disso, a pesquisa revela que a maior parte dos entrevistados acredita que Dilma será a vencedora do pleito no próximo mês: 49% acreditam que ela ganhará as eleições. Em segundo lugar, está Marina (34,9%), e, em terceiro, Aécio (6,2%). Na mesma linha, Dilma lidera o limite de voto: 22,8% dos entrevistados disseram que ela é a única em que votaria. Marina tem 18,5% dessas intenções, e Aécio, 6,3%.

Em relação ao candidato em que o entrevistado poderia votar, o maior número fica com Marina Silva: 46,5%. Nessa categoria, Aécio tem 41,8%, e Dilma, 33,5%. Além disso, a popularidade de Dilma cresceu. Segundo a pesquisa, a avaliação de governo era positiva para 33,1% no fim do mês passado. Hoje o indicador é de 37,5%.  O percentual dos que consideraram seu governo ótimo variou de 6,8% para 7,7%. A performance considerada boa passou de 26,3% para 29,8%, e a regular de 37,4% para 39%. 

A avaliação negativa, por sua vez, caiu e passou de 28,8% para 23%. A atuação considerada ruim passou de 11,8% para 10,8%, e a péssima, de 17% para 12,2%. Em relação ao desempenho pessoal, Dilma sobe mais uma vez: de 47,4%, ela foi para 52,4% de aprovação. Já a quantidade dos que desaprovam passou de 47,4% para 42,9%.

Interesse do eleitorado

Sobre o grau de interesse na eleição para presidente da República deste ano, o quadro se mantém estável em comparação com o último levantamento. De 20,7% em agosto, o percentual dos entrevistados que responderam ter muito interesse no pleito é de 20%. O número dos que têm interesse médio passou de 28,5% para 30,3%. Já os que têm pouco interesse variou de 28,9% para 28,8%. A quantidade de entrevistados que não possuem qualquer interesse passou de 21,6% para 20,8%.

Forma de governo

Há poucas mudanças em relação à preferência na forma de atuar do próximo presidente no Brasil: de 5,6% na pesquisa anterior, agora são 8,3% que responderam que se deveria manter totalmente a forma atual. Já os que disseram que a maioria das ações deveria ser mantida passou de 23,5% para 24,6%; os entrevistados que desejam que a maioria das ações seja alterada mudou de 34,7% para 37,7% e os que querem que se mude totalmente a forma atual de governar passou de 35,2% para 28,4%. 

Pesquisa

Registrada no TSE sob o número BR - 00574/2014, a 121ª Pesquisa CNT/MDA entrevistou 2.002 pessoas em 137 municípios de 25 unidades federativas das cinco regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

Da Agência CNT

A candidata do PSB à presidência da República, Marina Silva, evitou culpar diretamente a presidente Dilma Rousseff, sua adversária na corrida eleitoral, pelo suposto esquema de propina em obras da Petrobras, denunciado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.

"A presidente tem responsabilidade política. Eu não seria leviana em dizer que ela tem responsabilidade direta. Eu prefiro que as investigações aconteçam primeiro", afirmou nesta segunda-feira, 8, após visitar uma creche pública em São Paulo.

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No domingo, 7, o tucano Aécio Neves disse que seria "impossível" a petista não saber do caso denunciado por Costa.

"Eu não vou querer ganhar a eleição a qualquer custo, a qualquer preço. Eu quero que todos esses casos, seja o mensalão da época do Lula, seja o mensalão do PSDB em Minas Gerais, seja esse caso lamentável da Petrobras, sejam investigados e os culpados, punidos", afirmou.

A candidata disse confiar no trabalho da Polícia Federal e esperar que as investigações sejam feitas com rigor, "doa a quem doer". O nome do ex-governador de Pernambuco e companheiro de chapa de Marina, Eduardo Campos, morto no mês passado em um acidente aéreo, também foi citado por Costa.

"Não queremos nenhum um tipo de conivência por conveniência política. Nosso compromisso é com a verdade. Quem é culpado será punido, quem é inocente, será inocentado. Afinal de contas, quem manteve toda essa quadrilha que está acabando com a Petrobras é o atual governo que, conivente, deixou que todo esse desmande acontecesse numa das empresas mais importantes do nosso País."

Marina afirmou também que, se eleita, fará indicações técnicas para ocupar cargos na Petrobras e nas demais estatais. "Em nosso governo haveremos de fazer indicações técnicas, por comitês de buscas, para que a Petrobras não seja entregue à sanha dos políticos e dos partidos que querem um pedaço do Estado para chamar de seu."

Evangélica, a candidata terminou a entrevista coletiva citando um salmo bíblico: "Conheceis a verdade, e ela nos libertará".

Em seu programa eleitoral na televisão, neste sábado (6), o candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) voltou a focar sua atenção em Marina Silva (PSB), que assumiu a segunda posição nas pesquisas de intenção de voto. No discurso, que tomou 75% do tempo do programa, Aécio voltou a dizer que a "candidatura oficial, do PT", fracassou. E que há duas candidaturas no "campo oposicionista".

O tucano descreveu a sua como a candidatura "construída a partir de debates intensos Brasil afora, que foram muito além do nosso partido, das nossas alianças políticas e chegaram à sociedade brasileira", em um projeto coerente e baseado na competência.

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Sobre a candidatura de Marina, Aécio voltou a afirmar que respeita a candidata, mas que é preciso compreender "qual Marina está disputando estas eleições". Ele lembrou que Marina votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e não pediu para sair do governo Lula após o escândalo do mensalão. "Hoje, ao ler o programa de governo de Marina Silva eu vejo inúmeras contradições com tudo aquilo que ela defendia no passado. Vejo a Marina quase como se fosse uma metamorfose ambulante, trocando de posições ao sabor das circunstâncias", afirmou Aécio no programa, reiterando as críticas que fez à candidata durante a semana.

A coligação Muda Brasil também voltou a exibir artistas como Wanessa e Zezé di Camargo, Renato Teixeira, Beto Guedes, Chitãozinho e Xororó e Christian, além da Velha Guarda da Mangueira, cantando o jingle da campanha.

O vídeo terminou com uma chamada para o próximo programa, que abordará o tema segurança. Segundo a apresentadora, Aécio é a favor da redução da maioridade penal, enquanto suas principais adversárias, Dilma e Marina, são contra a proposta.

A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) voltou a criticar sua adversária Marina Silva (PSB) neste sábado (6). "Se tem uma coisa que nós não somos, nós não somos vira-casaca", disse sem citar nominalmente Marina.

Dilma criticou o episódio em que Marina recuou e alterou o seu programa de governo para a população LGBT após supostamente ter sido pressionada por membros da igreja evangélica. "Você não pode mudar de posição todos os dias, se te pressionar, pode pressionar, e você não pode mudar de posição", disse. "Não é possível defender uma coisa de manhã e mudar à tarde só porque te pressionaram."

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Dilma disse ainda que, quando alguém tem uma convicção e acredita em algo, é preciso ter força para lutar e manter sua posição. "Se tem alguém que é pressionado neste País é o presidente ou a presidenta da República", afirmou.

A presidente voltou a criticar o programa de governo apresentado por Marina. "Tem algumas propostas que são muito ruins", disse. "Uma delas é falar que o petróleo do pré-sal não tem importância."

Segundo a presidente, o petróleo "é uma riqueza mais importante que o ouro". Ela também afirmou que nenhum país vive sem a commodity e que o mundo faz até guerra por conta do petróleo.

Dilma voltou a dizer que a candidatura da oposição quer acabar com o bancos públicos e que isso pode comprometer o programa Minha Casa, Minha Vida.

Reforma política

Dilma voltou a defender um plebiscito para a reforma política. "Eu só acredito em reforma política com a participação popular, com a força da presença do povo dizendo qual é a reforma política que nós vamos adotar", disse, em evento com mulheres na capital paulista.

Depois do evento, Dilma saiu da sede do sindicato dos bancários e fez uma rápida fala para a população que estava do lado de fora. Ela pediu votos para continuar "as transformações no País".

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permitiu que, por enquanto, a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, apareça nos programas de rádio e de TV de aliados que disputam governos estaduais e cadeiras no Senado. A Corte negou dois pedidos de liminar apresentados pela campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. A coligação queria suspender a veiculação das propagandas em que as candidatas do PSB ao governo da Bahia, a senadora Lídice da Mata, e do PSB ao Senado pelo Rio Grande do Norte, a ex-governadora Wilma Faria, defendem a eleição de Marina.

As decisões são provisórias e o mérito dos processos ainda será julgado pelo TSE. Por isso, até a palavra final da Corte, Marina está liberada para usar o tempo de TV e de rádio das aliadas. O aparecimento de Marina nas propagandas estaduais tem ampliado a exposição da presidenciável do PSB. A coligação de Dilma havia desencadeado uma ofensiva no TSE para barrar o aparecimento da adversária, com o argumento de que ela invadiu irregularmente os programas aliados.

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Favorita de acordo com as pesquisas de intenção de voto na corrida ao Palácio do Planalto, a candidata do PSB conta com apenas dois minutos e três segundos na propaganda no rádio e na TV no primeiro turno. Dilma, por sua vez, tem a seu dispor 11 minutos e 24 segundos - quase seis vezes mais que Marina. Num eventual segundo turno entre as duas, o tempo é igual, 15 minutos para cada uma.

Ao negar a liminar, o ministro Herman Benjamin, relator do processo que envolveu Lídice da Mata, afirmou que a Lei das Eleições não veda a "invasão" de candidatos a presidente em espaços de propaganda reservados a candidatos a governos estaduais e ao Senado. "(A lei) protege apenas a ocupação pelos majoritários dos espaços destinados aos proporcionais e vice-versa", disse o ministro, referindo-se à proibição de candidatos a presidente, governos estaduais e ao Senado, por exemplo, não poderem aparecer em programas de quem concorre à Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas estaduais. "Nessa perspectiva, até mesmo por questão de segurança jurídica, não vislumbro, ao menos em juízo de cognição sumária próprio dessa fase processual, a plausibilidade do direito invocado", afirmou Benjamin, em decisão divulgada na quinta-feira, no final da tarde.

Na decisão do processo que envolve Wilma Faria, o ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto seguiu a mesma linha do colega do TSE. Ele mencionou o fato de que, em 2009, houve uma mudança na lei que fez o tribunal liberar esse tipo de invasão nas eleições que ocorreram um ano depois. "Na ocasião prevaleceu o entendimento de que o legislador optou pela vedação de interferência somente entre eleição majoritária e proporcional, ou seja, não considerou a hipótese de invasão de candidatura majoritária em espaço de outra candidatura majoritária", afirmou o magistrado, em decisão divulgada na quinta-feira (4), às 23h20.

A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) disse nesta sexta-feira que está sendo perseguida pelo PT e pelo PSDB por causa do seu crescimento nas pesquisas de intenção de voto. Em entrevista à CBN, Marina disse que seus adversários vivem "situação de quase desespero" e que a atitude da campanha da presidente Dilma Rousseff, de abrir investigação sobre a renda que obteve com palestras nos últimos anos, é uma tentativa de criar "factoides". "É um factoide criado pela campanha da presidente Dilma", afirmou Marina.

"Sempre foi uma demanda espontânea, nunca tive tabela (de preços) para as minhas palestras", disse a candidata ao alegar que já fez palestras por R$ 1 mil. Segundo Marina, depois de ter deixado o cargo de ministra do Meio Ambiente no governo Lula, ela passou a trabalhar com o que sabe, que é a "defesa do desenvolvimento sustentável".

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"Está acontecendo uma atitude lamentável, uma verdadeira perseguição. Estão vasculhando a minha vida em todos os lugares", disse a candidata, que defendeu seu direito a ter uma atividade profissional. A candidata disse que eventuais diferenças de valores se devem ao registro de receita bruta e líquida que ela obteve com os eventos e que não é correta a afirmação de que sua atividade como palestrante tenha sido usada indevidamente em relação à campanha presidencial.

Marina também lamentou a crítica do candidato tucano Aécio Neves, de que ela muda de opinião ao sabor do momento. Citou o exemplo da temática de soja transgênica, que tem sido colocada por adversários. Segundo a candidata, ela sempre defendeu um modelo de coexistência entre o plantio da soja transgênica e da soja convencional. "Lamentavelmente, (no passado, quando ministra) eu não tinha tanta audiência como tenho agora." A candidata do PSB repetiu que defende o debate, não o embate, e que respeita seus adversários, apesar das acusações colocadas por eles. "Aécio e Dilma fazem uma frente contra mim", afirmou. Mas disse que os brasileiros são inteligentes e sabem interpretar os discursos colocados.

Licenças

A presidenciável também defendeu sua gestão à frente do ministério do Meio Ambiente e disse que não pode ser responsabilizada por obras que estão atrasadas atualmente. Ela afirmou que, quando deixou o Ministério, em 2008, deixou apenas oito licenças de grandes obras de hidrelétricas pendentes, sendo que quando assumiu o ministério eram 40 que precisavam de licenciamento ambiental. "Saímos de 150 licenças na época do (ex-presidente) Fernando Henrique para mais de 200 licenças por ano", afirmou. "Como que uma pessoa sem partido, sem mandato, que vive do seu trabalho, pode ser responsabilizada por tudo que não está sendo feito?", questionou.

Sobre energia hidrelétrica, Marina disse ser favorável à exploração de diferentes modalidades, de acordo com a potencialidade de cada bacia hidrográfica - desde o modelo convencional de grandes reservatórios, ao modelo de fio d'água e de PCH (Pequena Central Hidrelétrica). Segundo a candidata, hoje a gestão desses modelos não é feita adequadamente. "Há falta de visão estratégica. Quando não tem chuva, o que não é culpa de ninguém, a gente fica na dependência das térmicas", disse ao lembrar também que parte da energia eólica gerada no País não está sendo aproveitada por falta de linhões para levar a energia dos ventos ao sistema.

O esforço que a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, vem fazendo para se aproximar dos ruralistas acaba de bater num obstáculo difícil. Trata-se da promessa de rever os indicadores de produtividade agrícola, para facilitar os processos de desapropriação de terras a serem destinadas para a reforma agrária. Desde a divulgação do programa da ex-ministra, há uma semana, a promessa de mudança, contida na página 58, tem despertado reações negativas em setores do agronegócio. Do lado da candidata, responsáveis pelo programa afirmam que ela se limitou a dizer o que determina a legislação do País.

"Essa questão causou espanto em todos que estudaram o programa, porque é ultrapassada", disse ao Estado o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, Luiz Carlos Correa Carvalho. "De maneira geral, as propostas dela para o agronegócio são de boa qualidade, mas isso é um contrassenso. Alguma pressão surgiu, mas estamos debatendo com os responsáveis pelo programa. Parece a história do bode que colocam na sala, para retirar em seguida, quando a situação fica insuportável."

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Para o professor Roberto Rodrigues, que foi ministro da Agricultura no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e hoje coordena o Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, a ex-ministra do Meio Ambiente ressuscitou uma questão enterrada há quase dez anos. "O próprio Lula, ao chegar ao governo com essa bandeira de seu partido, o PT, viu que não tinha o menor sentido", lembrou. "Ele viu que o produtor rural, quando fica com a produtividade abaixo da média, quebra. É o mercado que desapropria. Não precisa de um índice especial." O presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, tem opinião semelhante. "Não existe nenhum outro setor da economia no qual você questiona a propriedade baseando-se em índices de produtividade", afirmou. "Isso gera insegurança jurídica, que estamos combatendo há muito tempo e que a ex-senadora havia incorporado ao seu discurso."

Debate

O índice de produtividade, lembrou o ex-ministro Rodrigues, foi criado durante o regime militar, quando a agricultura brasileira era, de fato, pouco produtiva. "Fazia parte de uma estratégia para estimular a ocupação do território nacional com a agricultura", disse.

A questão foi incorporada à Constituição de 1988, que determina a desapropriação de terras improdutivas. A verificação é feita por meio de um índice que deve ser revisto periodicamente. Mas isso não tem acontecido: os números em vigor não são alterados desde 1974. Segundo o biólogo João Paulo Capobianco, da assessoria de campanha de Marina, o programa limitou-se a respeitar a lei. "Existe uma determinação explícita de revisão periódica dos índices, o que não é feito há décadas. Nesse período a agricultura teve ganhos expressivos de produtividade, em torno de 200%", observou. "É muito importante estimular o produtor a continuar melhorando a produtividade. Sabemos que existe muita dúvida em torno da forma como esse índice deve ser elaborado, mas nós estamos dispostos a uma discussão aberta e racional com o setor."

Logo após ser eleita, em 2010, a presidente Dilma Rousseff também prometeu uma reavaliação da forma como é definido o índice de produtividade e chegou a pedir a assessoria da Embrapa. Assim como Lula, porém, que a antecedeu no governo, ela acabou deixando o assunto de lado em todo o seu governo. Capobianco deixou claro em suas declarações que a preocupação de Marina não é apenas desapropriar áreas para a reforma agrária. A revisão do índice de produtividade está encaixada numa das questões centrais de seu programa, que é elevar a produção agrícola do País reduzindo o uso de recursos naturais e sem ampliar a área plantada. "Não queremos uma agricultura ou pecuária extensiva, com baixa produtividade."

Do lado dos agricultores, Rodrigues observa que não existe um prazo determinado para a mudança dos índices, embora seja recomendada a revisão periódica. O maior receio dos produtores é a instabilidade jurídica em relação à propriedade, segundo Riedel. "Não dá para entender por que motivo ela aparece com essa discussão atrasada e extemporânea." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A revista britânica The Economist traz editorial com tom crítico à candidatura de Marina Silva à Presidência da República. No texto, a publicação defende que Marina tem de "fazer mais para provar que merece" o Palácio do Planalto. A Economist diz que "há pouca substância e muita conversa sonhadora sobre a 'nova política'" no discurso da ex-ministra.

Após a subida das intenções de voto da candidata do PSB, a The Economist dá amplo espaço à Marina Silva na edição impressa que chega às bancas neste fim de semana. Além de uma reportagem sobre o avanço da ex-ministra, a revista publica editorial em que critica a falta de substância do discurso da candidata que atualmente é a principal concorrente de Dilma Rousseff. "Marina Silva ainda tem de dizer mais sobre como exatamente uma pessoa relativamente estranha (outsider, em inglês) iria governar o Brasil. No momento, há muito pouca substância e muita conversa sonhadora sobre 'nova política'", diz o editorial. "No final, os eleitores do Brasil têm de fazer uma escolha entre ficar entre a Rousseff sem brilho, o Aécio amigável aos negócios ou apostar na emocionante, mas obscura Marina Silva", diz o editorial.

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Para a Economist, Marina precisa superar "duas preocupações". "A primeira é a reputação de intransigência que tornaria difícil administrar o Brasil, onde o multipartidarismo é a norma", diz o texto, ao lembrar que a candidata deixou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva por oposição em relação a algumas políticas ambientais. "Sua fé pentecostal faz com que ela não seja liberal em algumas áreas", completa o texto, ao citar a questão dos direitos civis dos homossexuais.

A outra preocupação da Economist é a experiência. "Dilma Rousseff já é presidente e Aécio Neves governou bem o Estado de Minas Gerais durante anos. Há pontos de interrogação sobre o fracasso de Marina Silva em registrar seu próprio partido político a tempo da campanha presidencial", cita o editorial. "Ela sabe pouco sobre economia." A revista reconhece, porém, que a experiência tem benefícios questionáveis. "Dilma era considerada uma gestora competente antes de assumir o cargo, mas sua interferência ajudou empurrar o Brasil para a recessão", diz o editorial. "Marina tem um mês para preencher essas lacunas."

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