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Na hora de escolher uma carreira a seguir, estudantes enfrentam diversos dilemas, entre eles a pressão familiar, vocação e opinião de amigos. O curso de graduação é o primeiro passo de uma jornada de conhecimento. De acordo com uma pesquisa, os fatores decisivos nessa escolha têm assumido novas variáveis. Cerca de 32% dos universitários escolheram o curso baseados nas tendências do mercado de trabalho. 

Os números mostram um perfil de jovem que "está, de certa forma, mais preocupado com a remuneração e as chances de crescimento oferecidas pelas profissões, mostrando maior inclinação para aquelas que estão em alta", conclui pesquisa. 

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Ainda de acordo com os dados, os jovens colocaram em segundo plano a vocação para determinada área como base para escolha da graduação. O levantamento, realizado pela Companhia de Estágios – consultoria e assessoria especializada em programas de estágio e trainee-, ouviu mais 5.600 jovens em todas as regiões do país.

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Insegurança, medo, dificuldade em enxergar e aceitar as conquistas e pressão para ser bem-sucedido são sintomas da 'Síndrome do Impostor'. Identificada em 1978 pelas psicólogas norte-americanas Pauline Clance e Suzanne Imes, a condição reflete tanto no âmbito profissional quanto no afetivo.

Essa insegurança, atrelada à ansiedade, fez Almeida*, de 33 anos, evitar a participação em algumas seleções de empregos. "Muitas vezes, isso me faz duvidar do meu valor, o que me leva a duvidar de todo mundo ao meu redor. Quando alguém me elogia, eu não acredito", relata. Ele explica que tenta afastar esse sentimento e enxergar as qualidades, mas só reconhece as falhas.

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"Se alguém chega e me diz que passei em alguma seleção, me pergunto logo: mas eu só fiz aquilo, não foi nada demais! Porque eu sei que poderia ter feito muito mais e sei quem faz e fez muito mais que eu", explica.

Alerta aos sintomas

A 'Síndrome do Impostor' não se manifesta da mesma forma para todos, existem sinais ou sintomas que podem ajudar a identificar o problema. Para a psicóloga Nathália Moura, ter dificuldade em reconhecer o próprio esforço diante das conquista é uma alerta para os profissionais. "O mercado de trabalho, muitas vezes, apresenta-se hostil e as pessoas tendem a se sentirem pressionadas a dar o seu melhor. Por mais que elas possuam um bom currículo e sejam qualificadas, algo os leva a crer que são uma farsa e gera uma autossabotagem", salienta.

A especialista ainda aponta que ansiedade, procrastinação, que é o adiamento da execução de tarefas, e perfeccionismo em excesso são outros indicativos. "Pessoas com esta condição temem o fracasso e acham que sempre têm que mostrar o seu melhor, porque se sentem ameaçadas por acharem que o colega é mais inteligente ou capaz. Mesmo diante de uma afirmativa ou elogio, elas não conseguem aceitar e se exigem cada vez mais”.

Nathália salienta que muitas pessoas não se identificam como alguém com 'Síndrome do Impostor' e, por isso, convivem com certos medos e acabam naturalizando a sua condição. "O termo síndrome afasta um pouco as pessoas, porque parece algo pejorativo e incomum", diz. 

A consultora em Gestão de Recursos Humanos e Liderança, Carolina Holanda, explica que todo sujeito vive em conflito entre o que "quer fazer" e o "que pode fazer". Dessa forma, a insegurança pode aparecer em certos momentos. “O profissional deve refletir sobre suas experiências, sem cobrança, e ser transparente, ou seja, não criar personagens ou situações as quais nunca vivenciou”, explica.

Ela observa que ações simples podem amenizar a tensão. “Em situações, como uma seleção de emprego, o candidato deve treinar em casa. Não é um jogo de adivinhação, mas estar preparado para isso é necessário. Escreva o que gostaria de falar e relembre as suas experiências”.

Para Moura, o primeiro passo para trabalhar e afastar a síndrome é reconhecer e aceitar os defeitos, falhas e respeitar o limite. "A aceitação é a principal premissa para as pessoas nesta condição. Não apenas reconhecer o lado negativo, mas ressaltar as boas características. Além disso, é importante, caso seja do desejo da pessoa, procurar um psicólogo para juntos traçarem o melhor tratamento, através de terapia, e expor as dificuldades", pontua. 

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No Brasil, apenas 10% dos jovens entre 15 e 17 anos recebem educação técnico-profissional. No Japão, são 70%, o mesmo índice da Finlândia. Na Áustria, são 76%. "É preciso mudar a matriz, ver a educação como fator principal da competitividade", disse o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rafael Lucchesi.

A preparação dos trabalhadores para atuar em um modo de produção diferente do atual é o principal obstáculo para o Brasil embarcar na onda da indústria 4.0. Enquanto algumas profissões devem ser extintas, outras vão exigir um tipo diferente de formação e de treinamento, sem necessariamente a obrigatoriedade de uma faculdade.

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Dados do Ministério do Trabalho mostram que o profissional de nível técnico pode alcançar uma remuneração até maior do que a de determinadas áreas que exigem formação superior, como jornalismo e economia. Profissionais técnicos de áreas como eletromecânica, química e energia com um ano de casa ganham na faixa de R$ 7,2 mil, segundo o Relatório Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho, base de 2016. Trabalhadores com dez anos de experiência atingem salários de R$ 10 mil.

A edição deste ano da Olimpíada do Conhecimento, que ocorrerá na capital federal entre 5 e 8 de julho, vai tentar chamar a atenção dos pré-candidatos à presidência da República para essa realidade. A exposição terá um espaço chamado "Escola do Futuro", espaço para debater a indústria 4.0 e as tendências do mundo do trabalho.

Durante a Olimpíada, serão realizadas seletivas para o WorldSkills, competição mundial de competências técnicas. A etapa mundial será realizada em Kazan, na Rússia, em 2019. O objetivo da delegação brasileira é repetir o feito de 2015, quando ficou em 1º lugar geral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O nível de ocupação do mercado de trabalho no Brasil encerrou o período de março a maio em 53,6%, um recuo de 0,3 ponto percentual frente ao trimestre anterior, quando o índice foi de 53,9%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número de pessoas ocupadas e desocupadas foi estimado em 104,1 milhões. Essa população permaneceu estável quando comparada com o trimestre de dezembro de 2017 a fevereiro de 2018. Frente ao mesmo período do ano anterior houve expansão de 0,6%, com a inclusão de 663 mil pessoas.

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Já o número de brasileiros fora da força de trabalho foi estimado em 65,4 milhões, um aumento de 475 mil pessoas, o que corresponde a 0,7% comparado com o trimestre de dezembro de 2017 a fevereiro de 2018. Em relação ao mesmo período do ano anterior houve crescimento de 1,6%, o que representa mais 1 milhão de pessoas.

De acordo com a pesquisa, o número de empregados com carteira de trabalho assinada fechou o período de março a maio em 32,8 milhões, uma queda de 1,1% em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o trabalho formal voltou a cair e encerrou o último trimestre em menos de 1,5%, o que corresponde a 483 mil pessoas a menos.

Os trabalhadores domésticos tiveram queda de 2,5% na quantidade de postos de trabalho. Enquanto o serviço público teve aumento de 2,6%, ou seja, 290 mil postos de trabalho a mais. O estudo aponta que somente a administração pública teve um crescimento de 2,7%. Os setores de comércio fecharam maio em menos 1,5%, informação e comunicação em menos 2,1% e serviços domésticos menos 3%.

Quanto ao número de empregados sem carteira de trabalho assinada, entre março e maio, foi estimado em 11,1 milhões de pessoas, um aumento de 2,9% comparado ao trimestre anterior.  Em relação ao mesmo período do ano passado, o crescimento de postos informais de trabalho foi de 5,7%, ou seja, 597 mil pessoas a mais.

O índice de trabalhadores autônomos ficou em 22,9 milhões de pessoas, o que indica uma estabilidade em relação com o trimestre de dezembro de 2017 a fevereiro de 2018. Na comparação com o mesmo período do ano anterior houve alta de 2,5%, mais de 568 mil pessoas trabalhando por conta própria.

 

O Atlas Temático da Migração Refugiada em São Paulo aponta que 55% das mulheres refugiadas não têm ocupação no mercado de trabalho ou estão em empregos precários. Considerando homens e mulheres, o percentual é 38%. Os dados fazem parte da publicação da Universidade de Campinas (Unicamp) lançada hoje (19) em homenagem ao Dia Mundial do Refugiado, 20 de junho.

De acordo com Rosana Baeninger, cientista social da Unicamp e uma das autoras do atlas, muitos dos refugiados não terminaram os estudos e faltam empregos para alocar essa população. “Como já tem uma desigualdade de gênero na questão das mulheres, vai sobrepondo particularidades da migração refugiada na migração de mulheres”.

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Lara Elizabete Batista Cerqueira Lopes, 34 anos, refugiada de Moçambique, não encontrou uma colocação na sua área de formação, administração de sistemas. Ela conta que não conseguiu validar o seu diploma para o currículo brasileiro. No Brasil desde 2013, ela deixou seu país por ser homossexual. Aqui, ela precisou trabalhar como camareira.

“Estou fazendo outra faculdade no Brasil, de Gestão de Recursos Humanos. Agora, faço estágio. Eu não penso em voltar para Moçambique, penso em ter filhos aqui, é o meu sonho. Poder viver tranquila, sem medo, sem preconceito. Agora, quero formar uma família”, disse.

Segundo o Atlas, o estado de São Paulo teve, entre 2016 a 2018, 176 casos de pedidos de revalidação de diplomas do ensino superior, sendo que 51 ainda estão em andamento, 20 foram deferidos e 10 indeferidos.

Números

No estado de São Paulo, existem 2,5 mil novos refugiados reconhecidos, segundo informações do atlas que foram colhidas na base do Registro Nacional de Estrangeiros, nos postos de controle da Polícia Federal, entre 2000 e 2015, além registros de entidades parceiras. São grupos de 71 nacionalidades diferentes, que acabaram escolhendo 86 municípios paulistas.

A maioria das origens são asiáticos, especialmente sírios, e africanos. Rosana esclarece que os refugiados buscam o interior do estado por causa das oportunidades de emprego no agronegócio e na indústria. “Ter a documentação [de refugiado] também ajuda a ir para o interior, assim como as redes sociais, redes de solidariedade”.

No Brasil, são 5.352 refugiados novos entre 2000 e 2016. Os principais países de origem são Síria, com 2,9 mil pessoas, Colômbia, 1,2 mil, Angola que teve 1,6 refugiados e Congo, com 1,3 pessoas. A partir de 2013, houve aumento expressivo de sírios.

Mobilidade interna

O levantamento aponta que São Paulo e Rio de Janeiro são as unidades da federação que mais recepcionam os refugiados, mas, posteriormente, eles se espalham pelo país. Essa constatação deve ser levada em conta pelos governos, na opinião da estudiosa. “As políticas sociais têm que chegar em municipalidades que não necessariamente tem histórico de recebimento”, avalia.

Outra conclusão do estudo é que o Brasil vem se tornando um país de trânsito migratório, ou seja, os refugiados fogem para cá, mas acabam se deslocando posteriormente para outra nação. Em 2017, foram 800 entradas nessas condições e 1,5 mil saídas, sendo 60% delas pelo aeroporto de Guarulhos. Com a crise no Haiti, o número de solicitantes de refúgio foi expressivo no ano passado, 49 mil entradas (sendo 83% de haitianos) e 6,5 mil saídas.

Exemplo do Canadá

O Canadá, país considerado líder global no reassentamento de refugiados, recebeu mais de 40 mil sírios desde 2015. No país, os refugiados recebem de um a dois anos de apoio financeiro, plano de saúde, treinamento de idiomas e assistência com oportunidades de empregos. O país investe mais de 1 bilhão de dólares ao ano para ajuda com refugiados.

Jammes Mc Namee, cônsul do setor de vistos e imigração do Canadá, lembra que é fundamental o apoio da população. Segundo ele, os filhos dos refugiados recebidos atingem índice de formação educativa mais alta que os canadenses nativos. “Essa é a formula que queremos exportar, a segunda geração sempre vai para frente, tem muito sucesso. O Canadá se sente muito feliz desse sucesso tão grande”, disse.

Márcio Fernandes Elias Rosa, secretário estadual de Justiça e Defesa da Cidadania, disse que o governo estadual cumpre o compromisso com a definição de políticas públicas para pessoas em situação de refúgio, que constará de um plano estadual em decreto que será publicado em breve. “São Paulo se caracteriza pela boa convivência, acolhimento e desejo sincero de recebimento daqueles que passam a viver aqui”.

- PARA NATHAN LIBERAR - Profissional, esposa, dona de casa e mãe são alguns dos papéis sociais que a mulher moderna precisa desempenhar em sua rotina. Mas, conciliar o trabalho com a maternidade ainda é um tabu e desafio, visto por muitos como duas tarefas incompatíveis. Preconceito, falta de flexibilidade nos ambientes corporativos e o desrespeito à legislação brasileira são barreira que cada vez mais afastam as mães do mercado de trabalho. Um levantamento realizado pela Catho, um dos principais sites de empregos do país, o número de mães que deixam o mercado de trabalho é quatro vezes maior que o de pais. Um outra pesquisa do site Trocando Fraldas revelou que três em cada sete mulheres sentem medo de engravidar e serem demitidas.

Equilibrar a vida pessoal com vida profissional é uma tarefa que exige sacrifícios de qualquer um, mas quando se trata de mulheres que se tornaram mães, o esforço é ainda maior. De acordo com a pesquisa feita pela Catho 30% das mães já abriram mão do emprego após a chegada dos filhos, enquanto entre os pais o número é de apenas 7%.  A pesquisa da Catho foi realizada em janeiro de 2018. Ao total foram 5.120 respondentes de todo o Brasil. Sendo 54,6% homens e 45,4% mulheres.

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Apesar das mulheres já terem conquistado mais espaço no mercado de trabalho e o debate de gênero ter aumentado em várias esferas sociais, os números negativos ainda são alarmantes. Em muitas ocasiões, colegas de trabalho e até patrões duvidam da capacidade profissional das mulheres a partir do momento em que elas se tornarem mães. Ainda segundo o estudo, apenas 8% das mães entrevistadas conseguiram voltar a trabalhar em menos de seis meses e 31% levaram mais de três anos ou não retornaram.

Os dados mostram que, uma vez que se tornam mães, as dificuldades das mulheres no desenvolvimento de suas carreiras aumentam. "Isso demonstra ainda uma percepção cultural de que as mulheres se envolvem mais na criação dos filhos do que os homens, por isso as limitações para elas seriam maiores. Uma maneira de equilibrar essa balança é que os homens também comecem a dividir de uma maneira mais igualitária as tarefas familiares", diz Simone Damazio, Gerente de Gente e Gestão da Catho.

Leila e seus dois filhos. Foto: Reprodução/Instagram

A administradora Leila Leal, de 24 anos, percebe desde que engravidou do primeiro filho as portas fechadas no mercado de trabalho. Graduada em ‘administração de empresas’, Leila engravidou aos 17 anos do seu primeiro filho e conseguiu concluir a faculdade aos 22 anos, quando o segundo bebê já estava com dois meses. O marido trabalhava e ela se dividia entre o estudo, as crianças e a casa. Atuar como profissional em ambientes corporativos não era um sonho que ela considerava distante, mas ao longo dos anos, tornou-se utópico.

“Lembro que cheguei a pegar oito ônibus por dia para deixar meu filho mais velho no colégio integral depois ir para um estágio, faculdade e voltar para pegar ele, fora toda a responsabilidade dentro de casa. Eu não conseguia ver as aulas de futebol e judô, e isso me deixava triste porque eu queria estar presente e dar o apoio que ele merecia, ele ficava sempre doente, e então percebi que não valia a pena, sem contar o dinheiro, eu recebia “X” e o valor “X” era exatamente o que eu pagava na escola integral, então praticamente não tinha remuneração, já que era tudo direto para escola. Preferi ficar cuidando dele porque para os empresários é muito difícil incentivar as mães, isso requer tempo e flexibilidade e se torna um problema com o tempo”, contou.

Ela conta que não desistiu fácil e chegou a participar de algumas seleções de emprego, apesar da rotina nada fácil voltada para as crianças. “Eu fiz algumas entrevistas e pediam para que eu apresentasse um pouco da minha vida pessoal, e logo no começo eu já falava que tinha 17 anos, casada, mãe de um filho, não precisava nem continuar, todas as pessoas olhavam com cara de reprovação”. Para ela, algumas empresas têm muita dificuldade em contratar mulheres que sejam mães porque é uma responsabilidade maior. “Já que na visão deles os filhos podem acabar atrapalhando a vida profissional”, complementou.

Quando somadas, as mulheres que demoraram mais de três anos para se recolocar e as que ainda não conseguiram retornar, o número chega a 31%. Entre os homens o índice é de 19%. As mães também são mais pessimistas quanto ao crescimento na carreira. Quando questionadas, 60% delas avaliam suas perspectivas como ruins ou péssimas, contra 47% dos homens que têm filhos.

De acordo Renata Berenguer, advogada especialista em Direito Trabalhista, as empresas estão pouco preparadas para entender a necessidade e a importância da mulher no mercado de trabalho. “A discriminação contra as grávidas em todos os momentos contratuais é duramente combatida no Judiciário trabalhista brasileiro e perguntas do tipo “se a mulher pretende engravidar”, inclusive realizadas no momento da entrevista, soam como discriminatórias no entendimento majoritário dos juristas brasileiros. Questionamentos deste tipo denotam intenção de discriminação, e discriminar é diferenciar sem razoabilidade”, detalhou a advogada.

Na Consolidação das Leis do Trabalho, popularmente chamada de CLT, é vedado qualquer tipo de publicação de anúncio de emprego no qual haja referência ao sexo, à idade, à cor ou situação familiar, salvo quando a natureza da atividade a ser exercida, pública e notoriamente, assim o exigir considerar o sexo, a idade, a cor ou situação familiar como variável determinante para fins de remuneração, formação profissional e oportunidades de ascensão profissional.  

Caso a mulher se sinta constrangida na entrevista de emprego por alguma pergunta de cunho preconceituoso e se houver provas, é possível judicialmente entrar com um pedido por dano moral. “Infelizmente ainda é comum se deparar com esse tipo de situação, mas provar esse tipo de ilegalidade não é simples. Todavia, é possível e lícito a empregada que está sendo entrevistada gravar em áudio ou em vídeo, mesmo sem o recrutador saber, uma declaração de que a empresa não aceita grávidas ou mulheres que possam engravidar. Caso isso aconteça, a mulher deve procurar a A Superintendência Regional do Trabalho (SRTE) e um advogado especialista na área para propositura de uma reclamação trabalhista”.

As empresas também podem contribuir para melhorar esse quadro. "Uma estratégia que pode beneficiar as mulheres e os empregadores, por exemplo, é apoiar a paternidade ativa, com ações como licença estendida, abono para participação em reuniões escolares e afins. Permitir que o trabalho possa ser feito de casa, por home office, com horários mais flexíveis, especialmente nos primeiros anos de vida da criança, também ajuda. Com isso as mães conseguirão ser mais eficientes na gestão do seu tempo, além de contribuir para diminuir o número de mulheres que deixam o mercado após o nascimento dos filhos, tendo mais oportunidades em suas carreiras ", finaliza Simone.

Cerca de 30% das mães já deixaram o mercado de trabalho para cuidar dos filhos. O número é quatro vezes maior que o de pais, que representa %7. Os dados são de uma pesquisa divulgada, na última quarta-feira (9), pela empresa Cacho.

A pesquisa também aponta a dificuldade do retorno ao mercado. O índice é de 8% para mães que conseguem retornar em menos de 6 meses, contra 33% para os pais.

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Em relação ao crescimento na carreira após o nascimento dos filhos, as mães se consideram pessimistas.  Quando questionadas, 60% delas avaliam suas perspectivas como ruins ou péssimas, contra 47% dos homens que têm filhos.

O LeiaJá preparou um gráfico que detalha os dados da pesquisa.

Os jovens são preferência na contratação da maioria das empresas nos Brasil. É o que aponta a pesquisa do Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas, da Escola de Administração Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP) e Aging Free Fair, divulgada, nesta terça-feira (10).

O objetivo era responder a três pontos, sendo eles: identificar as percepções dos gestores com relação aos profissionais com 50 anos ou mais de idade; analisar como estão se posicionando estrategicamente em relação ao envelhecimento da força de trabalho no país; e analisar a evolução, entre as organizações, da visão e práticas de gestão em relação ao estudo anterior, feito em 2013, com o mesmo público-alvo. A pesquisa ouviu 140 empresas entre fevereiro e março deste ano pela PwC, com apoio da Brasilprev e da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).

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De acordo com a publicação, 75% das empresas, na hora da contratação, mesmo quando há equivalência nas condições técnicas, preferem jovens à profissionais com 50 anos ou mais. A explicação seria as percepções desenvolvidas pelos ouvidos na pesquisa, elas são: mais velhos são pouco criativos (31%); têm baixa adaptabilidade às novas tecnologias (31%); e onerosos nos cursos da assistência médica e odontológica (30%). Já os jovens, são: comprometidos na realização do trabalho (89%); fidelidade à empresa (95%); e maior equilíbrio emocional para enfrentar essas situações em comparação aos mais velhos (88%). 

A pesquisa ainda aponta que, em relação aos dados de 2013, 88% das corporações não contam com campanhas específicas para a inserção de profissionais mais velhos em seus quadros. Outro dado também demonstra a relação aos respondentes, 62,86%, sendo eles com 46 anos ou mais de idade, e a maioria ocupam cargos de gestão, entre gerentes (39,29%), diretores (25,71%), sócios (12,14%) e vice-presidentes (3,57%).

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Uma análise divulgada pela Secretaria de Trabalho de Guarulhos mostrou que a participação feminina no mercado formal de trabalho, no período de dezembro de 2002 a janeiro de 2018, cresceu 55,2% no município. O balanço tem base em dados do Censo Demográfico do IBGE e da Pesquisa Emprego e Desemprego da Fundação Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados.

Além disso, a pesquisa mostra que as mulheres guarulhenses são mais escolarizadas do que os homens e a maioria possui contratos com jornada de 40h semanais, o que, segundo o levantamento, possibilita que elas assumam cargos de liderança.

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O documento faz parte do Observatório do Mercado de Trabalho de Guarulhos (OMT-GRU), que está lançando boletins mensais com diferentes enfoques. A publicação pode ser acessada no portal da Prefeitura de Guarulhos, na área da Secretaria do Trabalho.

Um espaço para mulheres trocarem ideias e fazerem negócios. É assim que começa a descrição do grupo Networking das Minas (PE), uma comunidade online apenas para mulheres que buscam ou oferecem serviços e oportunidades de emprego. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somando afazeres domésticos, trabalhos remunerados e cuidado de pessoas, as brasileiras ainda trabalham, pelo menos, três horas a mais do que os homens inseridos no mesmo mercado. Elas estão lá, com melhores formações acadêmicas, em maior número, lutando para diminuir as estatísticas de desocupação, mas mesmo assim escondidas em um mercado que prefere empregar e pagar mais por pessoas do sexo masculino.

Foi buscando saber onde encontrar esse nicho, a fim de criar uma rede feminina, que a jornalista Bruna Monteiro resolveu criar o grupo, que hoje conta com quase seis mil mulheres participantes. “Morei em São Paulo durante um ano e lá tive contato com um mundo de economia colaborativa, empreendedorismo social e feminino. Porém, quando voltei a morar em Recife, eu não encontrei nada parecido com esse espaço, aqui. Ficava tentando me conectar com mulheres para produzir projetos, fazer parcerias, mas não sabia onde elas estavam. Buscando esse encontro, eu criei o grupo", explica a empreendedora, que se baseou em uma comunidade nacional e ficou surpresa ao perceber que essa também era a demanda de outras mulheres pernambucanas. “Nos dois primeiros dias tiveram mais de 600 mulheres pedindo para entrar. Isso só mostra como realmente havia pessoas querendo encontrar essa proposta”, afirma.

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Em maio de 2017, mais de 51% dos desempregados era do sexo feminino, segundo o IBGE. No início deste ano, foram apresentados dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-Contínua) com informações de queda no percentual de desocupação, mas que não reflete o número de contratações via CLT e, sim, o aumento de negócios informais. Em um ano surgiram cerca de 986 mil trabalhadores por conta própria e quase 600 mil postos de trabalho informal.

Faça você mesma

É o oferecimento desses serviços, feitos pela própria candidata, que mais ajuda as mulheres na rede. Artesanato, serviços de estética, costura, gerenciamento de mídias sociais, diárias de limpeza, entre outras atividades que não precisam de uma assinatura na carteira de trabalho, são as mais buscadas e as mais oferecidas na comunidade online.

"Sou proprietária da marca Pililica Artes, e duas semanas antes do Carnaval fiz uma publicação de doleiras impermeáveis aqui no grupo. Minha intenção era vender umas dez, mas para minha surpresa, só para duas clientes vendi 14”, conta a artesã Ursula Albuquerque, que também recebe elogios das clientes. “No meu post poucas pessoas comentaram, mas muitas me chamaram no particular, com a consciência de ajudar as ‘minas’ e ‘manas’. Sem contar com o respeito que temos umas com as outras aqui, sem dúvida o melhor grupo", afirma.

Outra mulher que também encontrou apoio na comunidade foi a tatuadora Lua Barral. Ela se tornou mãe recentemente e estava encontrando dificuldades para alternar a jornada de cuidar do bebê e pagar as contas, realidade que aflige milhares de mulheres, todos os dias. “Postei que tinha acabado de ter neném, que estava tatuando em casa e com um precinho bacana. Tinha feito um desabafo em outro grupo feminista e algumas manas também tinham visto. Recebi um apoio imenso tanto aqui quanto lá, não só mensagens como uma enxurrada de curtidas nos meus perfis profissionais nas redes. Tive o grande prazer de tatuar mulheres incríveis e fazer boas amizades. Passando por um puerpério pesado e sozinha, fez uma diferença notável no meu astral, sem falar do apoio financeiro, as doações e carinho para mim e meu bebê, conta.

Apenas mulheres

Para manter a ideia de uma rede exclusivamente de mulheres o grupo permanece fechado, com o ingresso passível de moderação. “O grupo é secreto justamente para guardar o conteúdo deles para as mulheres. Às vezes aparecem vagas e outras pessoas divulgam para homens, o que não é o nosso objetivo. Não é que a gente não queira que os homens não arranjem empregos, mas estatisticamente os trabalhos aparecem mais facilmente para eles, então, porque não tentar divulgar para nossas 'manas' primeiro? Tentamos, com o grupo, buscar essa equiparidade, essa diversidade ", esclarece Bruna.

Ela também ressalta que mulheres trans são bem-vindas ao espaço virtual “Mulheres trans são mulheres e o que o nosso objetivo é que todas se conectem e fortalecer a rede, criando espaços para as mulheres se empoderarem através de negócios, empregos e tudo mais que faça diferença na vida delas”, finaliza.

A história por trás do 8 de março

Apesar da data ser considerada uma celebração ao feminino, o dia 8 de março é o resultado de uma diversas lutas e reivindicações das mulheres, principalmente por melhores condições de trabalho e direitos sociais e políticos. No ano de 1857, trabalhadoras de uma indústria têxtil de Nova Iorque entraram em greve por melhores condições e igualdade de direitos trabalhistas. O movimento violentamente reprimido. No dia 25 de março de 1911, cerca de 145 trabalhadores, sendo sua maioria do sexo feminino, morreram queimados num incêndio numa fábrica de tecidos nos Estados Unidos, por conta de condições de segurança precárias, no local. A tragédia foi o estopim para várias mudanças nas leis trabalhistas e de segurança na cidade americana. 

Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, decidiu-se que o 8 de março passaria a ser o Dia Internacional da Mulher, em homenagem aos vários movimentos que estavam acontecendo, como forma de obter apoio internacional para luta. Porém, apenas em 1975, durante o Ano Internacional da Mulher, que a Organização das Nações Unidas (ONU) passou a celebrar a data em 8 de março.

Outras redes de trabalho

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https://www.fb.com/groups/feministrampos /

 

Mulheres do audiovisual Brasil:

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Mulheres Desenvolvedoras Brasil:

https://www.facebook.com/groups/mulheresdesenvolvedorasbrasil

 

Freela das minas: ilustração e texto:

https://www.facebook.com/groups/817447148334848/

 

Serviços das minas de sampa:

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Compro de quem faz das minas:

SP: https://www.facebook.com/groups/1639635926254232/

ABC: https://www.facebook.com/groups/193312681027528/

BH: https://www.facebook.com/groups/853236081398565/

POA: https://www.facebook.com/groups/940396186016632/

PE: https://www.facebook.com/groups/1161971187164775

CE: https://www.facebook.com/groups/1682676088673542/

 

Por Katarina Bandeira

Publicado em: www.uninassau.edu.br/noticias/mulheres-boas-no-que-fazem

As mulheres gastam 73% a mais de tempo com afazeres domésticos do que os homens. O dado é de uma pesquisa divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo revelou que a jornada dupla - conciliar o trabalho remunerado com as atividades domésticas - é uma realidade que afeta muito mais a mulheres do que os homens. Essa realidade leva muitas delas a ter empregos em tempo parcial. Em 2016, segundo a pesquisa, 28,2% das mulheres trabalhavam até 30 horas semanais, contra apenas 14,1% dos homens. No recorte por etnia, a diferença entre mulheres brancas e mulheres negras aponta outro tipo de desigualdade: 31,33% das negras trabalhavam em empregos de tempo parcial, enquanto o percentual de brancas na mesma situação foi de 25%.

Com relação à remuneração, mulheres continuam recebendo menos que os homens para desempenhar a mesma função: em média, elas recebem 25% menos que eles.

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Um dado positivo revelado pelo estudo é que o nível de escolaridade entre as mulheres cresceu nos últimos 30 anos. A frequência escolar ficou num patamar parecido para ambos (87,1% para mulheres e 87,4% para homens), mas na faixa etária entre 18 e 24 anos a frequência feminina supera a masculina (34,1% contra 31,6% deles). Segundo o IBGE, essa diferença está ligada à entrada precoce dos homens no mercado de trabalho. 

 

Depois de três anos de queda, a geração de empregos formais deve voltar a ser positiva no País em 2018. Esse crescimento, no entanto, ainda se dará por meio de vagas que exigem uma qualificação mais baixa - mas que, em geral, são ocupadas por candidatos com nível de escolaridade maior. As empresas estão em busca de profissionais 'bons e baratos'.

É o que mostra um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), feito a pedido do Estadão/Broadcast. O levantamento traça um perfil das vagas geradas no ano passado. As profissões que mais absorveram empregados em 2017 estavam na atividade industrial e nos serviços. E, em geral, foram funções que exigiam pouca qualificação, como alimentador de linha de produção, faxineiro, atendente de lojas e mercados, embalador a mão, auxiliar de escritório e repositor de mercadorias.

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Os candidatos selecionados para essas vagas tinham um perfil bem específico: homens jovens, com até 24 anos de idade, e nível de escolaridade mais elevado, com pelo menos o ensino médio completo.

"As empresas estão com um poder de barganha enorme para escolher o bom e barato. O bom é o qualificado, e o barato é o jovem", explicou Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC, responsável pelo levantamento.

Carteira assinada

Quem conseguiu se reposicionar, no entanto, não vê motivos para reclamação. O técnico em mecatrônica Rherison Walter Brandão da Silva, de 29 anos, por exemplo, aproveitou a recuperação da indústria automobilística para retornar ao setor no ano passado. Foi contratado como operador de logística na fábrica da Nissan, em Resende, no lado fluminense do Vale do Paraíba, onde está o polo automotivo do Estado do Rio.

Silva já havia trabalhado, por dois anos, em outra fábrica da região - onde há plantas da PSA Peugeot Citroën e da MAN Latin America. Em 2012, foi demitido, quando a unidade em que trabalhava encerrou o terceiro turno. Desempregado, foi obrigado a trancar a faculdade de administração, na Universidade Estácio de Sá, e procurar trabalho em outra área.

Agora, Silva está otimista na retomada da carreira na indústria. Com o novo emprego, o técnico, que vinha ganhando a vida instalando câmeras de segurança e portões eletrônicos, destrancou a faculdade e vai se formar no fim deste semestre. O salário na Nissan pesou menos do que a perspectiva de crescer na empresa. "Eu ganhava mais, porém, com os benefícios que tenho aqui, acaba que fica a mesma coisa. A questão do futuro influenciou muito", disse Silva, que também já está fazendo curso de inglês.

Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é natural que trabalhadores que foram demitidos durante a crise retornem ao mercado em funções menos qualificadas ou com salários mais baixos. "É preciso esperar até que a conjuntura econômica esteja mais favorável para conseguir se recolocar da forma que você deseja", afirmou Azeredo.

Projeções

Nos últimos três anos, a destruição de empregos com carteira assinada no País foi enorme: 1,5 milhão de vagas a menos em 2015, 1,3 milhão em 2016 e 20 mil no ano passado. Para este ano, a CNC estima que o mercado de trabalho formal registre um saldo positivo de cerca de 600 mil vagas. Mas, segundo Bentes, o padrão de 2017, com foco na baixa qualificação, ainda deverá se manter.

O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) também tem perspectivas positivas para o ano: estima que sejam criadas aproximadamente 500 mil vagas com carteira. "Será um ano de recuperação do emprego formal, mas, possivelmente, o aumento será ainda maior nas ocupações informais", disse Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Ibre/FGV.

No ano passado, de acordo com dados do IBGE, a maior parte das vagas de emprego criadas no Brasil foram no mercado informal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em 2017, a economia brasileira sofreu com a crise que ainda persiste. Em dados totais, por exemplo, 14.208.298 de trabalhadores foram demitidos no ano passado, de acordo com informações do Ministério do Trabalho. E Pernambuco também sente os impactos da retração econômica. Levando em consideração os dados do quarto trimestre de 2016 ao terceiro trimestre de 2017, o Estado apresenta um crescimento de 15,6% para 17,9% no número de desempregados.

Em comparação a outros Estados, Pernambuco fica com terceiro pior saldo entre o número de admissões e demissões no país no último ano, ficando atrás apenas de Rio de Janeiro e São Paulo. De acordo com levantamento do Observatório do Mercado de Trabalho (OMT-PE) de Pernambuco, com um total de 371.604 contratações e 384.671 desligamentos em 2017, o Estado não totaliza um salto positivo, algo que acontece desde 2013.

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“É uma característica estrutural do mercado brasileiro a rotatividade altamente elevada. Explicando assim esses altos índices de desligamentos sendo equiparados aos de contratação. A facilidade de demitir, mesmo com as taxas, provoca uma renovação de quadro com menores salários aos recém-contratados”, explica o coordenador do Observatório do Mercado de Trabalho (OMT-PE) de Pernambuco e doutor em sociologia do trabalho, Sidartha Soria. Assim como aconteceu em outros estados brasileiros, Pernambuco também sofreu com a perda de postos de trabalhos formais. “A situação se dá não apenas ao ainda baixo crescimento econômico, como também ao fato de que grande parte das vagas criadas pertenceu ao setor informal [não presente nos dados]”, ressalta  Soria.

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Saldos positivos e negativos em Pernambuco

Entre as ocupações com melhores saldos positivos, as áreas industrial e da automação se destacam com as funções de alimentador de linha de produção e montador de veículos. As ocupações variadas dos setores de serviços, comércio, agricultura e saúde também aparecem com um bom desempenho. Já entre as de pior saldo, a função de operador de telemarketing ativo e receptivo fecha com o maior destaque negativo. Os saldos representam a subitração de contratações em relação as de demissões de um cargo. Confira as cinco profissões com os maiores saldos negativos e positivos em 2017:

Levando em consideração os dados gerais, as ocupações com números equivalentes de contratações e demissões em Pernambuco estão presentes nas áreas de serviços, comércio e agropecuária. De acordo com os dados do Ministério do Trabalho, compilados pelo OMT-PE, entre os destaques estão as ocupações a seguir, caracterizadas de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupação:

Trabalhadores da cana-de-açúcar: 25.370 admissões e 25.607 demissões 

Vendedor de comércio varejista: 24.648 admissões e 25.141 demissões

Gerente de obras: 16.681 admissões e 17.748 demissões

Auxiliar de escritório em geral: 13.712 admissões e 13.780 demissões

Faxineiro: 11.756 admissões e 10.702 demissões 

Ao que pode ser observado, os números elevados de contratação e desligamentos estão concentrados na mesma ocupação, recolocando em discussão a questão da rotatividade e contratações sazonais no mercado de trabalho brasileiro. “Esses setores são muito dinâmicos, representando uma série de fatores que podem contribuir para o nível equivalente nos dados. Questões como períodos de colheita, por exemplo, demandam mais empregados, mas poucos deles devem continuar para o plantio. Então, há a rotatividade”, destaca Écio Costa, professor de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e consultor de empresas.

No ano passado, os setores de serviços, comércio e indústria da transformação lideraram entre os maiores empregadores no Estado, mas, por outro lado, também houve índices altos de desligamentos. O crescimento nas áreas dependerá de fatores econômicos e de investimento. “Esperando uma recuperação nacional e estadual, os setores de serviços abrangendo o comércio ainda se destacarão em 2018 como altas contratações”, prevê Écio Costa. Segundo o economista, o setor ainda é responsável por grande parte do PIB em Pernambuco. E a indústria da cana-de-açúcar, em quinto lugar na classificação dos setores, dependerá de fatores climáticos para bom desempenho.

Para garantir a competitividade no mercado de trabalho, nem sempre o diploma é suficiente. Por essa razão, muitos costumam buscar algo mais durante e após a graduação, como uma pós, um mestrado ou cursos de extensão. Além dessas opções, os congressos se apresentam como uma boa alternativa para profissionais e estudantes que procuram outros meios para se manter atualizados e também para fazer um bom networking.

“O que acontece no mercado é que os profissionais acabam ficando obsoletos. Porém, se você vê pessoas com idéias novas, mostrando trabalhos que criaram, escreveram, publicaram e colocaram em prática, você pode aprender mais sobre como essas pessoas conquistaram um espaço diferenciado no mercado, e, a partir disso, traçar o seu caminho. É justamente isso que um congresso oferece”, comenta João Janguiê, diretor do grupo Ser Educacional, que costuma oferecer eventos do tipo em diversas áreas do conhecimento.

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Além disso, ele ressalta que para os estudantes há a vantagem das horas complementares oferecidas em congressos, assim como a oportunidade de ter contato com profissionais que ocupam posições de destaque em suas respectivas áreas. Em eventos como este, as palestras, seminários, grupos de discussão e outras atividades oferecem uma oportunidade de troca de informações com quem entende bem do mercado e de inovação.

O LeiaJá separou alguns congressos que serão realizados em 2018. Até o momento, estão sendo programados 19 eventos em noves cidades de norte a sul do país. Destes, seis já estão com inscrições abertas, abrangendo as áreas de saúde, direito e administração. Os valores variam de R$ 200 (estudante) a R$ 400 (profissional). Em todos os casos, as credenciais serão entregues a partir das 15h (quinze horas) do primeiro dia do evento, na secretaria do Congresso, mediante apresentação do comprovante de pagamento e documento oficial com foto.

O certificado de participação poderá ser retirado em até 60 dias da data do evento, sem ônus para o congressista. Após essa data, será cobrada uma taxa administrativa de R$27,50. Para adquiri-lo, será necessário cumprir 60% da carga horária do evento – aferido por leitura ótica do código de barra na credencial (crachá).

Confira a lista:

--> XII Congresso Brasileiro de Administração

Trabalhabilidade: Novas Tendências e Impactos na Gestão Empresarial e na Vida das Pessoas

Dias 31 de maio, 1 e 2 de junho

Inscrições até o dia 30 de maio (R$ 200 para estudantes, R$ 400 para profissionais)

Carga horária de 30h

Centro de Convenções de Pernambuco (Av. Prof. Andrade Bezerra, s/n - Salgadinho, Olinda – PE)

Para conferir a programação, submeter trabalhos e ver mais informações acesse a página do congresso no site do Ser Educacional 

--> III Congresso Brasileiro de Processo Civil e Constitucional

Dias 10, 11 e 12 de maio

Inscrições até o dia 9 de maio (R$ 200 para estudantes, R$ 400 para profissionais)

Carga horária de 30h

Centro de Convenções de Pernambuco (Av. Prof. Andrade Bezerra, s/n - Salgadinho, Olinda – PE)

Para conferir a programação, submeter trabalhos e ver mais informações acesse a página do congresso no site do Ser Educacional

--> I Congresso Multiprofissional de Saúde do Agreste

Desafios da saúde brasileira sob o olhar da equipe multiprofissional

Dias 5 e 6 de abril

Inscrições até 4 de abril (R$ 200 para estudantes e R$ 400 para profissionais)

Carga horária de 20h

SENAC Caruaru (Avenida Maria José Lyra, 140 - Indianópolis, Caruaru – PE)

Serão contempladas as áreas de Educação Física, Odontologia, Enfermagem, Biomedicina, Fisioterapia, Nutrição e Farmácia

Para conferir a programação, submeter trabalhos e ver mais informações acesse a página do congresso no site do Ser Educacional

-->I Congresso Nacional de Direito Processual Civil e Empresarial

Saindo da crise: as contribuições do direito material processual e civil

Dias 19, 20 e 21 de abril

Inscrições até 18 de abril (R$ 200 para estudantes e R$ 400 para profissionais)

Carga horária de 30h

Hotel Praia Centro – Fábrica de Negócios (Av. Monsenhor Tabosa, 740, Fortaleza – CE)

Serão contempladas as áreas de Direito Empresarial, Direito Civil e Processo Civil

Para conferir a programação, submeter trabalhos e ver mais informações acesse a página do congresso no site do Ser Educacional

--> III Congresso Multidisciplinar de Saúde

Humanização em saúde: desafios e os novos cenários

Dias 26, 27 e 28 de abril

Inscrições até 25 de abril (R$ 200 para estudantes e R$ 400 para profissionais)

Carga horária de 30h

Hangar Centro de Convenções da Amazônia (Avenida Júlio César, s/n, Belém – PA)

Serão contempladas as áreas de Farmácia, Nutrição, Psicologia, Medicina Veterinária, Fonoaudiologia, Ciências biológicas, Educação Física, Odontologia, Enfermagem, Fisioterapia, Biomedicina e Terapia Ocupacional

Para conferir a programação, submeter trabalhos e ver mais informações acesse a página do congresso no site do Ser Educacional

--> IV Congresso Brasileiro de Processo Constitucional

Constituição e Direitos Humanos

Dias 20, 21 e 22 de setembro

Inscrições até o dia 19 de fevereiro (valor promocional de R$ para estudantes até o dia 15, e desse dia em diante R$ 200. Valor de R$ 400 para profissionais em qualquer data)

Carga horária de 30h

Hangar Centro de Convenções da Amazônia (Avenida Júlio César, s/n, Belém – PA)

Para conferir a programação, submeter trabalhos e ver mais informações acesse a página do congresso no site do Ser Educacional

Você já se sentiu desmotivado no ambiente de trabalho? Um chefe rígido, um colega de trabalho incoveniente ou uma situação de conflito podem contribuir para uma baixa autoestima. E como reflexo, o desempenho nas atividades pode sofrer alterações. Casos como esses são frequentes. A falta de motivação e cobranças influenciam negativamente na postura do empregado.

Os elogios sempre estimulam, é o que acredita Karla Cabral, mestre em psicologia. “Um bom líder deve impulsionar o funcionário, reconhecendo o trabalho exercido, o potencial, reconhecendo os erros e acertos de cada um”, pontua. Ainda segundo a psicóloga, a pressão desmotiva e as metas dificilmente serão alcançadas.

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Colegas de trabalho também contribuem para o desinteresse. Maria*, de 42 anos, auxiliar de transporte escolar, diz qu a postura do motorista incomoda o seu dia a dia. “Nunca pensei que poderia me sentir sem ânimo, faltando a compreensão na divisão de tarefas. O mesmo se sente autoritário assumindo postura de chefe, quando é empregado”, desabafa. Não estabelecer uma boa convivência com os co-workes pode ser um dos motivos para a queda da autoestima.

Para contornar a situação, a coach de carreiras, Rebeka Jordão, defende a conversa como um mediador de conflitos. “Não temos controle sobre as situações, mas a forma como reagimos a ela pode fazer diferença. Sentar e estabelecer o diálogo para questionar os pontos nos quais há problemas. Um diálogo aberto, mediador e sensato. O empregado deve ir com humildade”, pontua.

Ao se conhecer, o profissional pode assumir uma figura mais flexível. E com o autoconhecimento é possível elevar o astral e ganhar segurança. Rebeka ainda destaca como é o processo de empoderamento pessoal. “Quando você se conhece e sabe onde melhorar, isso traz segurança. Focando naquilo que eu sou bom a minha autoestima se eleva, mesmo quando o chefe faz um comentário que não seja legal o meu pensamento é que eu sou bom em determinadas situações, mas naquelas que não sou eu posso desenvolver”, orienta.

Há um ano, Antonia*, supervisora em serviços de telemarketing, mesmo assumindo uma posição em controle de uma equipe, presenciou situações em que a coordenação da empresa cobrava por resultados com frequência. “Não entender a limitação do outro provoca momentos em que o subordinado se sente sem saída. Eles sempre impõem os afazeres da maneira deles, sem se importar com a realidade do próximo. Não aceitavam a minha maneira, isso me deixava muito mal”, desabafa. A supervisora pediu demissão, por pressão, e hoje aos 25 anos assumiu um novo cargo em outra empresa.

Qualificação

Em um país com mais de 13 milhões de desempregados, de acordo com números do IBGE/2017, se assegurar no mercado de trabalho é um desafio. A concorrência para se manter nele também. Com a desvalorização, os empregados se encontram em uma situação em que as sua postura na empresa é questionada. A medida para evitar essa condição é a busca por uma qualificação profissional, como defende a mestre em psicologia, Karla Cabral. "Investimento para alcançar a competitividade, investir na qualificação profissional. Nesse caso, ele se torna uma figura competitiva e, como consequência, a sua permanência no emprego pode ser garantida. O profissional que se sente, em primeiro lugar, valorizado não tende a apresentar um quadro de desmotivação", avalia.

Para contornar a situação, especialistas orientam que os colaboradores devem reconhecer que estamos sempre em desenvolvimento e que o processo de construção está no dia a dia. “As críticas elas acabam se trasnformam em aprimoramento das experiências profissionais.”, conclui a coach. Identificar o profissional que passa por situações parecidas e oferecer ajuda é a função da equipe de recursos humanos da instituição, devendo planejar ações para contornar a situação, buscando uma ajuda psicológica e abertura de rodas de diálogos estimulando o desenvolvimento o potencial do empregado, como defende Karla.

Assédio moral

Constantes humilhações, gritos e constrangimento. Como identificar se já virou assédio moral? De acordo com a cartilha realizada pela Secretária de Articulação e Social do Estado de Pernambuco, o assédio se configura nas situações sistemáticas e prolongadas de humilhação e perseguição a que são submetidos os trabalhadores no exercício de suas funções, durante a jornada de trabalho. Ainda de acordo com a cartilha, pode ser praticado por supervisores e colegas de trabalho.

Entre os pontos que se caracterizam assédio estão: ridicularizar em frente aos demais colegas, ignorar a presença do trabalhador, dificultar a realização de tarefas, boicotar informações, exigir o cumprimento de atividades sem assegurar tempo mínimo para sua execução, realizar críticas provocando sofrimento psicológico, fazer boatos sobre o trabalhador, entre outros.

Dados do Ministério Público do trabalho, revelam que em 2017 o órgão recebeu 380 de denúncias, sendo 109 investigadas pelo MPT. Para denunciar casos, a vítima deve procurar o sindicato da categoria, registrar ocorrência na delegacia e ir à Superintendências Regionais do Trabalho de sua cidade.

Na manhã desta terça-feira (9), a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação do Governo de Pernambuco (Semptq) apresentou um balanço da sua atuação no ano de 2017, expondo, entre outras informações, dados relativos ao mercado de trabalho, qualificação e empreendedorismo no Estado.

Geração de Empregos

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De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Pernambuco gerou, de junho a novembro de 2017, cerca de 30.695 postos de trabalho, apresentando um semestre contínuo de crescimento. Essa geração de postos de trabalho fez com que o Estado ficasse em segundo lugar no ranking de abertura de postos de trabalho no país, perdendo apenas para São Paulo e sendo seguido por Santa Catarina, em terceiro lugar. 

Porte das Empresas

Dentro desse crescimento, segundo revela a Semptq, a maior parte, cerca de 6712 postos de trabalho, foi criada em micro e pequenas empresas, enquanto as médias e grandes tiveram uma desaceleração, fechando cerca de 11.416 postos de trabalho formal de janeiro a novembro. No mesmo período, a administração pública apresentou um crescimento com saldo negativo de 49 vagas.

A nível nacional, o mercado teve um comportamento semelhante, apresentando 386.654 empregos em empresas de pequeno porte e uma redução de 195.224 nas médias e grandes. A diferença está no setor da administração pública, que teve um crescimento de 13.680 vagas entre janeiro e novembro de 2017.

Áreas de maior crescimento

No panorama do crescimento do emprego e da abertura de novos negócios no Estado, de acordo com o secretário da Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação de Pernambuco, Alexandre Valença, os empreendimentos que mais vêm atraindo pessoas dispostas a abrir empresas se concentram nas áreas de beleza e estética, alimentação e serviços como o reparo de motocicletas. 

No que diz respeito à geração de empregos formais em empresas já estabelecidas, o setor da indústria de transformação foi o de maior destaque, com um crescimento de 18.486 vagas em 2017, seguido pela agropecuária com 7.979 empregos. Em terceiro lugar, o setor comercial cresceu em apenas 4.616 postos de trabalho, muito abaixo do que de costume, explica o secretário. 

Qualificação e Empreendedorismo 

Durante o ano de 2017, as agências do trabalho de Pernambuco realizaram 361.437 atendimentos e ofereceram 761.437 vagas em cursos de qualificação profissional. As oportunidades são voltadas tanto para auxiliar a entrada, o retorno ou a recolocação de profissionais no mercado de trabalho, quanto para manter profissionais nos seus empregos através da qualificação para o uso de novas tecnologias no trabalho ou incentivar o empreendedorismo regularizado.

Para esse objetivo, a Semptq conta com alguns programas de oferta de cursos de qualificação para profissionais, como o Projeto de Incentivo ao Desenvolvimento do Empreendedor Individual (Ideia), que oferece cursos gratuitos em 16 municípios no Estado, ou o Novos Talentos, que oferta cursos gratuitos em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Segundo o secretário Alexandre Valença, o programa Ideia é um dos mais procurados. 

Há também o programa Fortalece Talentos, através do qual empresas que estejam precisando atualizar as qualificações de sua mão de obra para usar novas ferramentas de tecnologia, visando a manutenção de empregos e o combate ao 'retrabalho', que é a necessidade de refazer um determinado serviço que apresentou uma qualidade abaixo do que seria necessário. No ano de 2017 cerca de 1341 pessoas foram beneficiadas pelo programa.

Na mesma linha, o programa 'Pernambuco Doce: resgatando tradições' fortalece empresas pernambucanas que fabricam doces e seus derivados artesanalmente, através da regularização dos empreendedores e da qualificação da mão de obra envolvida na produção nas cidades de Pesqueira, Arcoverde e Petrolina, oferecendo cursos como por exemplo 'boas práticas de manipulação de alimentos' em parceria com instituições como o Sebrae, Senai, a Agência de Fomento do Estado de Pernambuco (Agepe) e o Instituto Federal de Pernambuco - Campus Petrolina.   

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--> Desemprego: volta ao mercado é difícil, mas há solução

Trabalho de conclusão (o famoso TCC) aprovado, festa de formatura, colação de grau e diploma na mão, logo vem uma alegria pelo objetivo alcançado e um alívio por ter finalizado a graduação, uma fase importante, intensa e por vezes cansativa de quem pretende começar sua carreira através de um curso superior. No entanto, muitas vezes o alívio de soltar o grito de “me formei” logo é acompanhado de incertezas.

A procura pela inserção no mercado de trabalho pode gerar medo, nervosismo e ansiedade, desmotivando o jovem profissional que pode se sentir frustrado caso a vaga desejada demore a chegar. O LeiaJá buscou histórias de jovens profissionais recém-formados, além de especialistas em psicologia e gestão de carreiras para entender como se dá esse momento de transição e como os recém-formados podem manter a calma para planejar e organizar sua busca por emprego.

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“Sensação constante de que eu vou ficar desempregada”

Giovana Domingos se formou em Educação Física este ano, por uma instituição de ensino privada em Campinas, interior do Estado de São Paulo. Ela pegou o diploma recentemente e está à procura de emprego desde então, mas conta que já estava preocupada com o momento da formatura e se preparando para ele há um ano, se antecipando, por exemplo, ao tempo de espera para convocação em concursos.

“Eu comecei a fazer concurso público um ano antes, já fiz vários em várias cidades da região mas é demorado, chamam devagar ou demoram a iniciar as convocações”, afirma. Apesar de saber que conseguiu boas colocações em alguns certames e já ter participado de seleções para dar aulas em escolas particulares, ela relata muito medo e uma sensação constante de que não conseguirá atingir seus objetivos, ficando desempregada.

Entre as razões para seu medo, ela aponta um preconceito das escolas em relação à universidade pela qual se formou e também dificuldades financeiras que prejudicam o padrão de vida. “Minha mãe decidiu assumir dois empregos pra me ajudar no segundo ano da graduação, no primeiro ano eu passei fome e não tinha dinheiro para nada pois área da licenciatura não tem estágio remunerado”, conta Giovana.

Ela também relatou problemas com ansiedade, mas também explica que o fato de ter se formado lhe deu mais segurança para que no futuro ela tenha melhores condições de vida ao atingir seus objetivos profissionais, que é dar aulas em universidades. Pouco antes da publicação desta reportagem, Giovana recebeu a notícia de que foi aprovada em segundo lugar em um concurso público que prestou na área de Educação Física, na qual é formada, como era seu desejo.

“Medo e insegurança não agregam nada”

Daniel Marques de Souza se formou em Engenharia Civil neste mês de dezembro em uma universidade de São Paulo. Buscando seu primeiro trabalho fixo, ele se diz preocupado com o mercado de trabalho retraído em função da crise econômica, aumentando a concorrência e deixando os engenheiros menos experientes em desvantagem diante de profissionais que já têm carreiras mais longas e uma rede de contatos que lhes permitem ter mais indicações. 

Para superar essa dificuldade, Daniel explica que pretende apostar em mais qualificação, especialização e estudo de idiomas para tentar se destacar. Apesar de acreditar que novos desafios são sempre interessantes, o jovem engenheiro afirma que em certos momentos o desânimo se sobressai. 

“Por um momento você se sente mal por estudar 5 longos anos e não ter um emprego, mas ao mesmo tempo isso te motiva para buscar novas especializações”, conta Daniel, que também explica que busca tentar se manter tranquilo e o mais otimista possível pois para ele “o medo e a insegurança não agregam em nada, então busco analisar a situação atual do Brasil, em meio a tantos escândalos na área das construtoras e ver que existem milhões de pessoas na mesma situação, sendo grande parte, pessoas formadas”. 

“É importante confiar no que foi construído”

A psicóloga Danielle Cavalcanti explica que quando o estudante vivencia a transição da vida acadêmica para o mercado de trabalho ele se vê diante de novos desafios, de uma realidade distinta, e é natural que nesse contexto sinta ansiedade e apareçam expectativas diante de um novo momento. “Muitas frustrações acontecem por pressa de alcançar um sucesso profissional imediato ou corresponder às expectativas da contemporaneidade em relação ao desenvolvimento de uma boa carreira”, lembra ela.

No entanto, Danielle explica que mesmo sendo comum se perguntar, por exemplo, se a preparação para o mercado foi suficiente ou se será possível conseguir reconhecimento com o seu trabalho, é preciso observar se a frequência e intensidade desses questionamentos geram pensamentos negativos recorrentes ou sensações desconfortáveis. Segundo ela, essa ansiedade se torna preocupante quando essas sensações se potencializam de forma que a pessoa sofra. Nesse ponto, ela aconselha que o jovem busque ajuda através de terapia.

Danielle também  destaca que ser profissional é um dos muitos papeis que nós desempenhamos na vida e que “é importante ir cuidando dessa construção da identidade, pois trata-se de um processo individual” no qual não se deve fazer comparações com outras pessoas. Em lugar disso, a psicóloga orienta o jovem profissional a “buscar se conhecer e lapidar suas potencialidades para que possam lhe favorecer no percurso profissional”.

Como gerir o início da carreira?

A psicóloga Edla Lobo, que é sócia da empresa IdentificaRH, diz que o momento da transição da vida de estudante para a de profissional envolve, naturalmente, um nervosismo que já é esperado pelos empregadoreso. Assim, ela destaca que é importante que esse profissional recém-formado não se preocupe demasiadamente pois os empregadores estão acostumados com essa situação. 

Outro ponto importante que Edla destaca é manter o foco no objetivo que o jovem deseja alcançar para não parecer perdido ou indeciso, passando segurança para os recrutadores nas entrevistas. Segundo ela, “o candidato que está certo do que quer leva vantagem porque faz um currículo melhor e tem uma entrevista bem direcionada, mas infelizmente isso é pouco trabalhado na universidade”.

Cuidar bem da própria imagem profissional, se inscrever no maior número possível de plataformas on-line de emprego (como por exemplo o LinkedIn, InformeVagasPE e Sine), ir a várias seleções e aumentar a rede de contatos profissionais também são fatores de grande importância apontados pela psicóloga. De acordo com ela “cuidados com a imagem pessoal e com a linguagem são imprescindíveis pois ainda hoje a redação é o que mais elimina jovens de processos seletivos e a maneira como você se apresenta será seu cartão de visitas para o recrutador”.

Edla também lembra que mesmo que esse início de vida profissional seja também uma fase de aprendizado em que o candidato às vagas de emprego não deve ser muito exigente pensando apenas em conseguir, logo na primeira tentativa o emprego dos sonhos, sendo mais importante priorizar o ingresso no mercado. Para ela, o profissional sem experiências deve buscar a oportunidade que vier dentro do que é razoável, aceitável, sem exploração, porém sem se preocupar demais com a remuneração no primeiro emprego pois “nenhuma empresa vai querer perder um profissional com um bom potencial, é um investimento da empresa dar oportunidade e de o jovem mostrar serviço e depois colher os louros disso”, conta Edla. 

Edla lembra que profissionais que ficam muito tempo sem trabalhar ou estudar podem ser mal vistos por recrutadores, sendo importante não ficar parado, buscando trabalhar mesmo que informalmente, de forma voluntária ou fazer pós-graduações que estejam bem conectadas ao objetivo do jovem profissional também são atitudes recomendadas pela psicóloga.

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--> O que fazer para ter um emprego ao se formar

O desemprego aumentou mais entre a população negra em 2016, segundo levantamento feito pela Fundação Seade. O estudo coloca como fatores que contribuíram para o índice negativo a crise econômica dos últimos anos somados ao desequilíbrio provocado pela alta da inflação. A diferença de ocupação do mercado de trabalho entre negros e não negros (grupo composto por brancos e amarelos) chegou a ser de 1,9 pontos percentuais no início da crise em 2014 e passou para 4,2 pontos percentuais em 2016.

Segundo a Seade, os negros são 39,5% da população economicamente ativa da Região Metropolitana de São Paulo. A taxa de desemprego entre essa população aumentou de 14,9% para 19,4%, enquanto a dos não negros foi de 12% para 15,2%. Entre as mulheres negras, o desemprego aumentou de 16,3% para 20,9% no mesmo período e continua sendo maior do que entre os homens negros cuja diferença cresceu de 13,7% para 18%.

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Em relação à renda, os salários dos negros são equivalentes a 67,8% dos não negros. O ganho por hora da população negra que possui ocupação caiu de R$ 9,59 em 2015 para R$ 9,10 em 2016, o que representa um encolhimento de 5,1%. Em relação aos cargos ocupados, a pesquisa mostra que os negros com formação superior são preteridos em cargos de chefia: 37,3% ocupam cargos de gerência ou diretoria contra 50,9% desses postos ocupados por não negros. Nas tarefas de execução, os negros com formação superior ocupam 34,9% dos cargos e os não negros 29,3%.

O Brasil ainda vai levar pelo menos dois anos para voltar a ter uma taxa de desemprego de um dígito, segundo estimam economistas. No trimestre encerrado em outubro, a desocupação no País ficou em 12,2%, pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada ontem. O resultado é melhor que o do mês anterior, mas ainda está distante do patamar anterior à crise.

O índice de desocupação, medido pela Pnad Contínua, está em dois dígitos desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2016, quanto atingiu 10,2%. Em janeiro, a taxa era de 9,5%. Um estudo feito pela consultoria Schwartsman e Associados mostra que, para cada crescimento de um ponto porcentual acima do PIB potencial (o quanto o País pode crescer com as condições já existentes na economia), o desemprego medido pela Pnad Contínua responde caindo 0,5 ponto. O PIB potencial do País é estimado pela consultoria em 2% por ano.

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O estudo aponta que seria preciso o País crescer 7% no ano que vem para que a taxa de desocupação ficasse abaixo de 10% já em 2018. A previsão mais otimista, porém, é ele crescer 3,5%. "A sensação térmica da economia é medida pelo emprego. O País voltou a crescer, mas isso não significa que esteja tudo bem", diz o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central. "O impacto dos últimos anos é catastrófico. Ainda não temos certeza de quanto o País vai crescer daqui para frente, mas o desemprego só deve ficar abaixo de 10% se a evolução do PIB for parruda. Se o Brasil crescer só razoavelmente, na casa dos 3%, o desemprego só voltará a um dígito em 2020", diz.

Luiz Castelli, da consultoria GO Associados, concorda que, apesar da evolução mais favorável do mercado de trabalho e das perspectivas positivas para a economia brasileira, a taxa de desemprego pode descer a um dígito somente em dois ou três anos. Segundo ele, o movimento de geração de vagas é consistente com a recuperação gradual da economia, mas ainda há riscos de que a retomada seja prejudicada por incertezas políticas no ano que vem.

"O último trimestre do ano que vem será mais difícil de prever, pois teremos os efeitos da eleição. Não sabemos se haverá algum estresse. Ou seja, as dúvidas no campo político podem limitar o número de novas contratações", alertou Castelli. O economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados, diz que a resistência do desemprego em um patamar elevado deve interferir nos discursos eleitorais. "Por mais que a inflação esteja controlada e que o País tenha saído da recessão, esses conceitos são difusos para a população. As discussões de política econômica de 2018 devem ter a geração de emprego como mensagem subliminar." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Ramo antes dominado pelo público masculino, agora mulheres têm assumido posições de destaque nos estúdios de tatuagem no Recife. Com responsabilidade e talento nos traços, elas mostram que há oportunidade para todos os gêneros e estilos nos locais de trabalho. Os desenhos passam pelas mais diversas estéticas e agradam os desejos de quem procura uma mulher tatuadora.  

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"Eu sempre achei que o cenário era muito pequeno e precário, e foi por essa razão que comecei. Como eu já me tatuava há muito tempo, percebi que faltavam mulheres no mercado trabalhando com isso e foi daí que resolvi desenhar também", conta Fernanda Souza, 27, tatuadora há mais de três anos. Ela começou a trabalhar em Caruaru. 

Fernanda relata que sempre há um pouco de discriminação por parte dos clientes. "Muitas vezes, chegam pessoas no estúdio e acabam duvidando do seu trabalho. Eu já pegue algumas pessoas que me discriminaram por eu ser mulher, achando que a gente faz menos por isso. Mas aí, no final da tatuagem, chega e diz 'desculpa aí, mas eu duvidei de você e seu trabalho é realmente muito bom'. Acontece muito", relembra. 

A tatuadora acredita que o número de mulheres no rado está crescendo e não só aqui no Recife. "É muito mais fácil se tatuar com mulher. Tanto é que eu percebi também que muita gente passou a ter menos vergonha comigo e perdeu o medo por causa da dor. Precisamos de mais mulheres trabalhando com isso, e é claro que elas se unam também", reforça a tatuadora. 

Hoje, 90% do público que vai ao estúdio onde Fernanda tatua, no bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife, são mulheres. A profissional analisa como positiva essa participação e acredita no sucesso da profissão para o público feminino. "É sempre bom saber que mais e mais mulheres estão querendo seguir essa carreira. Acho importante demais isso, inclusive para a sociedade". 

Um pouco mais nova na área, outro exemplo de mulher tatuadora é Hannah Albuquerque. A jovem de 21 anos começou a trabalhar com os desenhos há um ano e três meses. Seu primeiro contato com a tatuagem foi aos 18 anos, quando fez o primeiro desenho em seu corpo.  

Antes de se tornar tatuadora, ela revela que foi fotógrafa, fez curso de artes visuais e começou a trabalhar com ilustração. O gosto pelos desenhos foi tanto que só fez aumentar a paixão pela profissão de tatuadora. Atualmente, Hannah é a única mulher no estúdio onde atende a clientela, no bairro do Espinheiro, na Zona Norte da capital pernambucana.  

"Eu nunca pensei em ser tatuadora. Eu queria ser fotógrafa, trabalhar com desenhos. Mas há algum tempo me apeguei à tatuagem e agora não me vejo fazendo outra coisa", descreve a tatuadora que usa a técnica do pontilhismo e trabalha com o estilo do Blackwork.  

Também recente na profissão, Luana Rabelo divide um estúdio com um amigo de longa data que também é tatuador. Estudante de designer gráfico, a jovem de 22 anos decidiu largar o curso para se dedicar totalmente a profissão de tatuadora. Seu primeiro cliente foi o amigo que serviu de cobaia para o início de tudo.

Segundo ela, foi bem mais fácil entrar na área tendo suporte de amigos. "Como eu já comecei com estúdio pronto, só precisei mesmo comprar os materiais. Aqui eu atendo bastante mulheres, mas homens também. Eu gosto do que faço e acho que cada vez mais esse espaço do mercado de trabalho tem sido ocupado por mulheres. Espero que isso só aumente e que a gente consiga quebrar com esse preconceito, não só sobre a tatuagem, mas sobre as outras áreas profissionais também", defende Luana.  

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Segundo as meninas, os preços das tatuagens sempre variam e dependem muito do tamanho, técnica, tempo e criação. Os agendamentos devem ser feitos com antecedência, sempre pelo telefone ou presencialmente nos estúdios. Confira os endereços dos locais onde as meninas atendem: 

Hannah Albuquerque - Cripta Studio 

Rua Leste, 75 – Espinheiro 

Segunda à sábado, das 10h às 16h 

(81) 99739.3955 ou saiba mais pelo instagram @hannahstormx

Fernanda Souza - Espaço Combogó 

R. Afonso Batista, 245 – Espinheiro 

Segunda à sexta, das 10 às 20h 

(81) 99660.6944 ou saiba mais pelo instagram @fsouzatatto

Luana Rabelo - Estúdio Cuatro 

Rua Conselheiro Portela, 417 - Espinheiro 

Segunda à sábado, das 10h às 16h 

(81) 99997.3016 ou  saiba mais pelo instagram @luamrol

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