Uma pesquisa feita pela plataforma MaisMei traçou os perfis de Microempreendedores Individuais (MEI) no Brasil e revelou um recorte sobre a escolaridade dos profissionais. Os dados mostram que apenas 35% dos MEIs tiveram acesso à graduação de nível superior. Ao todo, 6.018 pessoas participaram do questionário.
A maioria dos entrevistados (45%) cursaram o ensino médio, completo ou incompleto e, os outros 20% não passaram do ensino fundamental.
##RECOMENDA##Ainda no estudo, os participantes foram perguntados qual área do conhecimento gostaria de desenvolver para auxiliar a gestão de seu negócio. As principais respostas foram “Gestão Financeira” (29%), “Marketing” (18%) e, sem especificar o ramo de estudo, “Curso Técnico” (15%).
A líder de contabilidade da plataforma, Kályta Caetano, acredita que o ensino profissionalizante de nível técnico é o mais procurado pelos microempreendedores individuais: “os cursos técnicos têm um peso importante. Não apenas considerando aqueles que responderam de forma genérica (15%), mas levando em conta que as áreas de Gestão Financeira e Marketing também possuem uma grande oferta de cursos técnicos.”
Assim como Caetano, Francisco Borges, mestre em Políticas Públicas do Ensino e consultor da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), afirma que os cursos técnicos são interesses de grande parte da população brasileira, especialmente entre jovens, mas falta saber qual setor é de interesse do público.
“Existem mais de 19 milhões de vagas de cursos de graduação técnica presenciais e mais de 13 milhões de vagas para cursos EaD. Ou seja, não se trata de um problema de quantidade de vagas e sim para quais setores elas são ofertadas. Às vezes, as políticas educacionais priorizam cursos descolados da realidade do mercado”, diz.
Francisco Borges defende, ainda, que é preciso ter uma formação atualizada para garantir o desenvolvimento da empresa para evitar problemas com má gestão de recursos ou perda de oportunidades.
“Isso porque a profissionalização técnica se tornou um diferencial até mesmo em setores que, historicamente, não exigiam formação, caso dos pequenos comerciantes. Hoje, prestadores de serviços estão mais por dentro da necessidade de aprimorar sua capacidade de gestão”, reforça o consultor.