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O Movimento Passe Livre (MPL) faz nesta quinta-feira, 9, o segundo protesto do ano contra o aumento da tarifa do transporte público de São Paulo. Manifestantes se concentraram no fim desta tarde na Praça da Sé, no Centro da capital, de onde partiram em passeata por ruas da região em direção à estação República do Metrô. Dezenas de policiais militares acompanham o ato. Na terça, o protesto terminou em confusão.

Desde 1º de janeiro a tarifa de ônibus e do Metrô em São Paulo subiu de R$ 4,30 para R$ 4,40, alta que é alvo de críticas por parte do movimento. Além do valor, eles protestam por uma melhoria na qualidade do serviço e contra uma suposta diminuição na rede de ônibus em circulação na capital. "Eles dizem que (o aumento da tarifa) foi abaixo da inflação, mas se os aumentos seguissem sempre a inflação, hoje a tarifa teria que ser reduzida, não subir ainda mais", aponta comunicado do grupo que integra a convocação para o ato.

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Na terça, a manifestação partiu da Prefeitura até a Avenida Paulista e foi cercada por policiais militares. No fim do ato, integrantes do protesto e black blocs tentaram invadir a estação Trianon-Masp, mas agentes bloquearam as catracas. Após serem alvos de pedaços de pau e tinta, os policiais usaram escudos e spray de pimenta para dispersar a multidão. Vinte e nove pessoas foram detidas e encaminhadas à delegacia, onde assinaram um termo circunstanciado por dano, desacato e lesão corporal. Com eles, a polícia encontrou dez coquetéis molotov.

A integrante do MPL Gabriela Dantas disse nesta quinta que as prisões realizadas pela PM foram ilegais e demonstram o caráter truculento de atuação da corporação. "Hoje, eles atuam com o mesmo aparato para criar um clima de terror e afastar pessoas da participação do protesto", reclamou. A PM não informou o efetivo presente nesta quinta, mas os agentes formam colunas que envelopam o movimento.

Nesta semana, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Estado já se pronunciou, reforçando a posição de que a alta está abaixo da inflação anual. A Prefeitura também se manifestou no início da semana, dizendo que a frota de 14 mil ônibus já teve renovação em 34% dos veículos desde o início de 2017. "Vale ressaltar que cerca de 3,6 mil destes novos veículos foram entregues nos últimos dois anos, durante a gestão Bruno Covas", acrescentou.

Dois fotógrafos foram detidos ontem (17) durante protestos do Movimento Passe Livre (MPL) contra reajustes de tarifa na zona oeste de São Paulo. Durante o ato, manifestantes bloquearam a rua Colômbia ateando fogo em uma barreira de pneus. Os fotógrafos André Lucas, do coletivo Choc Documental, e Gustavo Ferreira de Oliveira, que estavam fazendo a cobertura da manifestação, foram levados para o 15° Distrito Policial. O local dos protestos foi escolhido por estar nas proximidades da casa do prefeito João Dória.

O MPL contesta a decisão da ministra Laurita Vaz, ministra do Supremo Tribunal de Justiça, de revogar a decisão do juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, do Tribunal de Justiça de São Paulo, que impedia o aumento do valor cobrado pela integração entre os ônibus intermunicipais e trens ou metrô. O valor foi reajustado de R$ 5,92 para R$ 6,80 e, na opinião do juiz paulista, pune os moradores das áreas mais distantes da região metropolitana.

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Na tarde de ontem, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) oficializou a contestação do aumento da tarifa enviando um documento às secretarias de Mobilidade e Transportes e de Transportes Metropolitanos. De acordo com o pesquisador de mobilidade do Idec, Rafael Calábria, a medida atinge principalmente os moradores da zona leste de São Paulo, que são responsáveis por 49% das integrações. 

Após mais de um mês longe das ruas de São Paulo, o Movimento Passe Livre (MPL) fez nesta quinta-feira, 25, um ato contra as tarifas de transporte público que envolveu shows e debates. O local marcado para receber o evento foi o Teatro Municipal, na região central.

"O Festival Pula Catraca é o encerramento de um dia de discussões sobre a tarifa do transporte que a gente teve hoje, o grande dia da mobilização, em várias regiões da cidade", afirmou Letícia Cardoso, de 20 anos, militante do MPL. Segundo ela, o grupo não tem um protesto como os de janeiro marcado. "A gente não tem nada programado, mas isso não significa que a gente vai sair das ruas. Nós vamos continuar com as discussões e fazendo inúmeras atividades", disse Letícia.

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Artistas como MC Brankim e Issa Paz começaram a se apresentar a partir das 19h. Um grupo de cerca de 200 pessoas acompanhava o ato.

"Também sou pai de família e minha mulher pega transporte público. Às vezes tem que escolher entre o dinheiro da passagem e o arroz e o ovo", disse MC Brankim antes de iniciar sua apresentação. Ele é criador de um dos hinos dos protestos do MPL, que foi cantado por quem acompanhava o show: "eu tô boladão, não vou deixar o Geraldo aumentar a tarifa não; não vou deixar o Haddad aumentar o meu busão".

A polícia acompanhava o movimento de longe. O clima era tranquilo até as 20 horas.

O Movimento Passe Livre (MPL) desistiu da estratégia de promover ao menos dois atos por semana, como vinha fazendo desde o início do ano, e marcou a próxima "grande mobilização" apenas para daqui a um mês. No 7.º ato contra o aumento da tarifa de transporte público em São Paulo, que ocorreu nessa quinta-feira (28) os militantes disseram que pretendem fechar ruas e pular catracas até o próximo protesto, em 25 de fevereiro. No dia 9 de janeiro, a tarifa de ônibus, trens e metrô subiu de R$ 3,50 para R$ 3,80.

Durante o ato de ontem, a Polícia Militar prendeu um manifestante. De acordo com a corporação, o jovem, que não teve o nome divulgado, foi apontado como autor de cenas de depredação no ato do dia 8, como a quebra de vidraças de um ônibus e de um carro da São Paulo Transporte (SPTrans). No fim da passeata, houve bate-boca quando seguranças fecharam a Estação Anhangabaú do Metrô, e um funcionário da empresa ficou ferido após levar uma pedrada de um manifestante.

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O 7.º ato do MPL era uma aula pública sobre a gratuidade da passagem na frente da Prefeitura, no Viaduto do Chá, centro da capital paulista. O grupo havia convidado para a reunião o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB), mas nenhum dos dois compareceu.

O governo do Estado afirmou, em nota, ter tentado o diálogo com o movimento por duas vezes, nos dias 13 e 14, "a fim de garantir a livre manifestação do coletivo e o direito de locomoção" dos paulistanos. "Todos os convites foram recusados", informou. A Prefeitura não se manifestou até as 23h30 de ontem.

A concentração começou às 17 horas no Largo do Paiçandu e, por volta das 18h30, o ato seguiu até a Prefeitura. Mascarados fizeram a linha de frente da manifestação. Segundo o tenente-coronel Márcio Streifinger, comandante da operação, a PM já estava preparada para o trajeto. "Sabíamos que o caminho era curto e já tínhamos algo planejado", disse.

O comandante da operação não fez estimativa de público, mas afirmou que o protesto de ontem tinha menos gente do que o ato anterior, na terça-feira, no qual a Secretaria da Segurança Pública estimou 250 pessoas. A adesão foi caindo ao longo dos atos - no primeiro, em 8 de janeiro, a PM havia estimado em 3 mil a quantidade de manifestantes.

Às 19 horas, o protesto chegou à sede do Executivo municipal. Em uma das paredes, black blocs picharam "R$ 3,80 não".

Imposto progressivo

Um dos idealizadores do passe livre e ex-secretário de Transporte na gestão Luiza Erundina, Lúcio Gregori assumiu o microfone e defendeu a cobrança de imposto progressivo. "Para ter gratuidade é preciso ter recursos. No Brasil, os ricos pagam poucos impostos", disse.

Por volta das 20h20, o MPL queimou duas maquetes de catracas, encerrando o ato. Carol Oliveira, porta-voz do movimento, disse que o "MPL não vai sair das ruas" até o dia 25. Ela criticou a postura da PM, que "represou" as manifestações, deixando a população entrar nos atos "a conta-gotas". "É natural que os governantes se sintam ameaçados quando a população vai para as ruas. Em 2013 teve efeito e eles agora vão reprimir", afirmou Carol.

No momento da dispersão do ato, a Estação Anhangabaú fechou as portas e houve bate-boca entre seguranças do local e manifestantes que não conseguiram entrar. Usuários que voltavam do trabalho e pretendiam usar o metrô começaram a xingar os manifestantes.

Aposentada por invalidez, Monica Cunha, de 54 anos, havia passado o dia inteiro fazendo hemodiálise em Santo Amaro, na zona sul, e aguardava do lado de fora da estação a liberação do portão. "Já passei por muita coisa nessa vida. Deixei de comer para pagar minha faculdade de Direito e agora, com fome depois de quatro horas de sessão de hemodiálise, tenho que aguentar isso."

O auxiliar de telemarketing Franklin Cassio Martins, de 19 anos, também reprovou a atitude dos manifestantes. "Tem uma senhora ali que acabou de fazer hemodiálise. É sacanagem. Eu também não tenho dinheiro para pagar a passagem, acho justo protestar na rua, mas não desse jeito."

Um grupo que estava junto com os manifestantes tentou forçar a abertura dos portões no momento em que os seguranças da companhia controlavam a entrada dos passageiros. Houve nova confusão e os guardas voltaram a trancar as entradas. Um funcionário do Metrô ficou ferido na cabeça após levar uma pedrada. A situação de abre e fecha se estendeu por cerca de uma hora e meia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar de mais uma vez haver impasse sobre a definição do trajeto, o Movimento Passe Livre (MPL) realizou nesta terça-feira, 26, em São Paulo o 6.º ato contra o aumento da tarifa de ônibus, trens e metrô. O protesto se dispersou por volta das 20h30, sem o registro de nenhum incidente. Para poder deixar a Estação da Luz, onde foi realizada a concentração às 17 horas, os manifestantes decidiram seguir parte do percurso definido pela Polícia Militar e terminaram o ato na Câmara Municipal.

A passeata desta terça contra o aumento da passagem de R$ 3,50 para R$ 3,80 teve baixa adesão na avaliação de integrantes do MPL e também da PM. Segundo o tenente-coronel Henrique Motta, um dos comandantes da operação, o ato foi um dos menores desde o dia 8, "com bem menos do que mil pessoas". A tarifa foi reajustada no dia 9.

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O MPL não divulgou números e culpou a polícia pelo fracasso. "Essa baixa adesão é resultado da estratégia policial de jogar bombas e reprimir as manifestações. As pessoas ficam com medo e não vão para a rua", disse Fred Luca, militante do Passe Livre. "Vamos fazer uma reunião na quinta-feira e, depois, vamos fazer uma reavaliação. O MPL luta pela tarifa zero, barrar o aumento é uma das ações. A luta continua, mesmo se sairmos das ruas", afirmou Luca.

Mais uma vez, o trajeto foi definido na concentração, apesar dos pedidos de divulgação antecipada feitos pelo governo estadual. Por volta das 17h30, a Tropa de Choque bloqueou a saída do Parque da Luz para a Avenida Tiradentes e revistou mochila de manifestantes.

Após acordo entre a PM e o MPL, a manifestação saiu por volta das 19 horas. Os manifestantes seguiram pela Rua Mauá e pelas Avenidas Cásper Líbero, Ipiranga e São Luís, e finalizaram a passeata na Câmara. A caminhada foi pacífica, mas uma fileira com cerca de 40 mascarados foi à frente. A PM escoltou os manifestantes durante todo o trajeto.

Inicialmente, o MPL informou que não aceitaria o trajeto da polícia, que propusera terminar a passeata na Assembleia Legislativa. "A PM não sugere, exige o trajeto que vamos seguir e isso é inconstitucional", afirmou Monique Felix, porta-voz do MPL. O tenente-coronel Francisco Camgerana, porém, aprovou a proposta. "Vamos fazer porque faz parte do trajeto proposto pela Secretaria da Segurança Pública."

Trajeto

Ao longo do trajeto, o ato prejudicou trabalhadores. A diarista Elenice Jesus dos Santos, de 61 anos, ficou sem pegar o ônibus na Avenida Ipiranga, de onde iria para o Jardim Ângela, zona sul. "Eu faço faxina cobrando R$ 100 por dia e não é toda patroa que paga a passagem. Tem dias que pego ônibus e metrô e me custa mais de R$ 10. Para quem ganha o que eu ganho, aumentar o preço é um prejuízo", disse.

O comerciante Anderson de Moraes dos Santos, de 43 anos, reprovou o ato na rua. "Atrapalha a vida de todo mundo e não consigo entender se eles protestam contra a tarifa ou contra polícia. A conta de luz também está alta e não vejo ninguém reivindicar nada", afirmou.

Ao chegar na Câmara, o grupo fez um jogral. "Na quinta-feira, a população convoca o prefeito (Fernando Haddad) e o governador (Geraldo Alckmin) a explicar o aumento, sem bomba. Amanhã vai ser maior", disse o jogral, antes da dispersão na Câmara.

As Estações Anhangabaú e República foram fechadas, mas logo reabertas. O ato de quinta será a partir de 17 horas no Largo do Paiçandu.

O Movimento Passe Livre (MPL) protocolou na segunda-feira (25) um pedido de reunião aberta com o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governo Geraldo Alckmin (PSDB) para discutir a revogação do aumento da passagem do transporte público. A intenção do grupo é fazer um protesto na próxima quinta-feira, 28, que partirá do Largo do Paiçandu, na região central, até a Prefeitura, onde a discussão poderia ocorrer em local aberto. Prefeito e governador ainda não se manifestaram sobre a reunião.

O convite foi divulgado no mesmo dia em que será realizado o sexto grande ato contra o aumento da tarifa de R$ 3,50 para R$ 3,80 na capital, que partirá da Estação da Luz.

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Mais uma vez o MPL decidiu não divulgar o trajeto da passeata, mesmo depois de a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) ter cobrado qual seria o caminho percorrido. O entendimento do movimento é que permitir o controle da SSP sobre os rumos da manifestação seria um "retrocesso" à Constituição brasileira.

Os manifestantes consideram ainda que a discussão sobre divulgar ou não o trajeto é uma forma de "desviar o foco" do tema principal, o valor da passagem.

"A gente considera que é um retrocesso deixar a polícia e a Secretaria de Segurança Pública determinarem qual é o trajeto da manifestação. E é um retrocesso não só para a gente, como movimento, mas para todos os outros que se coloquem na cidade", disse a militante do MPL Luísa Cytrynowicz, de 20 anos. "Eles estão tentando desviar o foco da discussão, que é a revogação imediata dos 30 centavos."

"A gente não consegue entender o que precisa ser regulamentado, já está regulamentado. A gente nem discute isso, a manifestação é um direito", defendeu Rafael Siqueira, de 40 anos, também militante do MPL.

Violência

O movimento negou ter jogado uma garrafa em Haddad na segunda-feira, 25, depois da missa de aniversário da cidade, na região central. "Em nenhum momento ninguém do Passe Livre tentou agredir o Haddad ou o Alckmin", disse Siqueira.

O entendimento do MPL é que o ato do movimento ensejou outras pessoas a se revoltar contra o prefeito. Eles voltaram a afirmar que a violência nas manifestações tem partido da polícia. "A ideia dos atos é ter começo, meio e fim. É nítido que a violência parte da polícia", afirmou Letícia Cardoso, de 20 anos, também porta-voz do MPL.

A investigação aberta para apurar a relação entre o Movimento Passe Livre (MPL) e manifestantes adeptos das chamadas "táticas black bloc" em atos dos anos de 2013 e 2014 foi concluída sem indiciar ninguém, segundo informou reportagem do jornal Folha de S.Paulo. O indiciamento é a prerrogativa policial para apontar indícios de culpa e pedir a responsabilização de suspeitos.

Uma força-tarefa do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) colheu cerca de 300 depoimentos, de acordo com o jornal, e intimou ativistas. Em uma manifestação contra a Copa do Mundo, policiais prenderam dois manifestantes por, supostamente, carregarem um explosivo caseiro. O líquido apreendido ficou aberto, teria evaporado e a perícia foi inconclusiva.

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O secretário da Segurança, Alexandre de Moraes, já anunciou que outras investigações estão em andamento sobre o mesmo assunto, mas para suspeitos de depredações nos atos neste ano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito Fernando Haddad (PT) foi cercado e hostilizado por cerca de 15 integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) na manhã desta segunda-feira (25), após missa em homenagem ao aniversário da cidade, na Catedral da Sé, em São Paulo. Haddad foi atingido por uma garrafa vazia e houve empurra-empurra e confusão. A reportagem não viu quem lançou a garrafa plástica.

Assim que Haddad saiu da catedral, a manifestante Andreza Delgado, do MPL, colou um adesivo no carro do prefeito, com os dizeres "R$ 3,80 não pago". O grupo se posicionou em frente ao veículo, tentando impedir a saída. A Polícia Militar chegou e começou a retirar os manifestantes. "Hoje é dia de festa, não para falar sobre isso", disse o prefeito ao MPL.

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O prefeito entrou no veículo oficial e saiu. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), o secretário municipal da Educação, Gabriel Chalita, e o futuro secretário estadual da Educação, José Renato Nalini, estavam no local e não pararam para falar com a imprensa.

Os manifestantes bloquearam durante 20 minutos a Praça João Mendes. Veículos que estavam parados saíram em marcha ré.

O quinto ato do Movimento Passe Livre (MPL) contra a tarifa de ônibus e trens a R$ 3,80 teve na quinta-feira (21) a menor adesão, conforme a Polícia Militar, e terminou em confronto na Praça da República, no centro. A exemplo do segundo ato, no dia 12, houve tumulto após a passeata ameaçar seguir por um trajeto não permitido pela PM. O Choque reagiu com bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha e ao menos nove pessoas ficaram feridas. Até a meia-noite, não havia balanço de detidos - o MPL falava em nove. Houve ainda registro de vidros quebrados, em um banco e em um prédio.

Segundo a PM, 400 pessoas se concentraram às 17 horas no Terminal Parque Dom Pedro II - em comparação, o primeiro ato, no dia 8, atraiu 3 mil pessoas. A negociação sobre o trajeto se iniciou entre o tenente-coronel Henrique Motta, comandante de operação, e integrantes do MPL às 18 horas e se estendeu por duas horas, sem consenso. O movimento queria ir para a Assembleia Legislativa, mas a Secretaria da Segurança Pública informou que o trajeto não poderia ser seguido porque já havia outro protesto no caminho, e determinava que a manifestação terminasse na Praça da República.

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Pela primeira vez neste ano, não havia mascarados na linha de frente - eles seguiram espalhados no meio do grupo. O ato teve início normal e seguiu pacífico até chegar à Praça da República, onde a PM montou um bloqueio. Os manifestantes, porém, queriam continuar caminhando pelo trajeto que haviam inicialmente previsto, rumo à Assembleia Legislativa. Às 21h30, com as mão levantadas, os ativistas contaram até três, deram um passo e a PM reagiu com as bombas. Houve correria. Os manifestantes fugiram para a única saída possível, no sentido do Largo do Arouche, e o Choque foi atrás. Mascarados jogaram garrafas contra PMs.

Gabriel Morais, de 17 anos, estava junto à banda do MPL quando uma bomba explodiu. "Ela estourou no meio da fanfarra e todo mundo se machucou", disse o jovem, ferido na perna. O fotógrafo da Folha de S. Paulo Avener Prado foi atingido por uma bala de borracha na coxa. Já o jornalista Juliano Vieira, da TV Drone, foi atingido por uma bomba na perna esquerda. "Está ardendo muito", reclamou. Outro rapaz teve ferimentos no rosto e ficou desacordado. O Corpo de Bombeiros fez os primeiros socorros.

Uma militante do MPL acusou a PM de começar o confronto e disse que a polícia não pode determinar o caminho que eles vão seguir. "Isso não existe. E o ato não iria parar na Praça da República. Agora, vamos avaliar se vamos ou não divulgar o trajeto na semana que vem", disse. Não há data para o próximo ato. Até a meia-noite, também não havia informação de PMs feridos.

Ônibus

Inicialmente, o protesto causou mais transtornos aos passageiros de ônibus - "vítimas" do aumento para R$ 3,80, segundo o MPL. Às 16h30, a Prefeitura já havia fechado o terminal de ônibus, causando transtorno aos usuários. O local tem linhas que ligam o centro à zona leste. Funcionários orientavam passageiros a pegar coletivos do lado de fora do terminal, o maior entre os 27 da capital.

O operador de máquina Oswaldo Silva Santos, de 52 anos, pegaria um ônibus para Guaianases, na zona leste, quando foi informado do ato. "A manifestação é certa, não tem o que discutir. Mas atrapalha muito a vida de quem mora longe. Queria ver mais protestos na periferia. Tudo está caro, principalmente a conta de luz", disse.

A vendedora Cátia Reginalda Costa, de 42 anos, que mora na Barra Funda, teve de voltar a pé para casa. "Acho que o Movimento Passe Livre faz isso para agradar eles próprios. Para mim, é só política", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após quatro manifestações que tiveram desfechos diferentes, o Movimento Passe Livre (MPL) realiza nesta quinta-feira (21) o quinto ato contra o reajuste das tarifas de ônibus, trem e metrô de R$ 3,50 para R$ 3,80. Os ativistas defendem a estatização do transporte público, o imposto progressivo sobre fortunas para custear a mobilidade urbana e a revogação dos novos preços. A concentração será às 17 horas, no Terminal Parque Dom Pedro, região central da capital.

No último ato, em 18 de janeiro, a passeata teve dois destinos diferentes para o grupo que se concentrou no cruzamento das Avenidas Brigadeiro Faria Lima e Rebouças: uma parte foi à sede da Prefeitura, no centro, e outra, ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, no Morumbi, zona sul. O MPL divulgou os trajetos com algumas horas de antecedência.

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O protesto recebeu o apoio de estudantes que ocuparam, no fim do ano passado, escolas estaduais contra o plano de reorganização da rede. O clima entre os estudantes era diferente da tensão entre os black blocs, que, novamente, formaram a linha de frente das passeatas. No fim da manifestação, no centro, uma agência bancária foi depredada e lixo foi queimado em um princípio de tumulto.

O prédio da Prefeitura de São Paulo, na região central da capital, e o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, na zona sul, foram os pontos escolhidos para a manifestação contra o aumento da passagem que será realizada nesta terça-feira (19) pelo Movimento Passe Livre (MPL).

A concentração será às 17h no cruzamento das Avenidas Brigadeiro Faria Lima e Rebouças, na zona oeste, e se dividirá em dois atos, conforme divulgação feita pelo movimento nas redes sociais.

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"Um ato seguirá até a Prefeitura, para deixar claro para Haddad que não adianta se esconder atrás de dados técnicos fajutos: cidade democrática é a cidade onde todos podem circular e ter direito à ela, e isso só é possível com transporte público de verdade! O outro ato seguirá até o Palácio do Governo, para Alckmin entender que não adianta colocar um contingente policial cada vez maior e mais caro, seu projeto de transporte privatizado que só explora a população não vai passar", informou em nota o MPL.

"Vamos dizer para os dois que não aceitamos mais este aumento. Se estavam juntos para aumentar a tarifa, exigimos que juntos revoguem o aumento."

No trajeto que vai para o centro da cidade, a meta é sair da Avenida Rebouças, passar pelas Avenidas Paulista e 9 de Julho, seguir para o Viaduto Dr. Eusébio Stevaux, passar pelas Ruas Riachuelo e Dr. Falcão Filho para, por fim, chegar à Prefeitura.

Já o grupo que vai para o Palácio dos Bandeirantes, terá como ponto de partida a Avenida Faria Lima. Depois, os manifestantes devem acessar a Avenida Cidade Jardim, passar pela Ponte Cidade Jardim, e seguir pela Avenida dos Tajurás, Rua Engenheiro Oscar Americano e Avenida Morumbi para fechar o ato no palácio.

Ainda na nota divulgada em redes sociais, o MPL informou que os atos não serão encerrados antes de chegar a seus destinos finais. "Não aceitaremos intimidações e não sairemos das ruas até que o transporte seja de fato público", diz o texto.

Após três manifestações que tiveram desfechos diferentes, o Movimento Passe Livre (MPL) realiza nesta terça-feira (19) o quarto ato contra o reajuste das tarifas de ônibus, trem e metrô de R$ 3,50 para R$ 3,80. Os ativistas defendem a estatização do transporte público, o imposto progressivo sobre fortunas para custear a mobilidade urbana e a revogação dos novos preços. A concentração será às 17h, no cruzamento das Avenidas Rebouças e Brigadeiro Faria Lima, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.

Protestos anteriores:

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1º ato

Em 8 de janeiro, o grupo se reuniu no Teatro Municipal, na região central, e caminhou em direção ao Corredor Norte-Sul. Uma linha de frente formada por mascarados black blocs abriu caminho aos manifestantes. A PM estimou que 3 mil pessoas participaram. Ao passar o Vale do Anhangabaú, os ativistas tomaram a pista sentido zona norte do viário. O protesto seguia pacífico até que os black blocs pularam para o outro lado da avenida, bloqueando o tráfego de veículos.

A chamada "Tropa do Braço", que acompanhava de perto o ato, reagiu. A PM atirou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, enquanto os mascarados respondiam com pedras, garrafas e bombas caseiras. O ato terminou com três policiais feridos, 17 manifestantes detidos, além de ônibus da Prefeitura e carros da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) depredados.

No dia, a PM disse ter prendido um jovem que supostamente portava um explosivo caseiro. No entanto, imagens divulgadas em redes sociais fizeram com que a Justiça mandasse soltar o manifestante, já que o vídeo mostrava policiais tirando a bomba que estava na calçada e colocando na bolsa dele.

Um PM do serviço reservado da corporação chegou a ser linchado por manifestantes. Um dos agressores era filho de um policial. Como o fato também foi gravado e divulgado nas redes sociais, o próprio pai entregou o filho à polícia.

 

2º ato

A manifestação de 12 de janeiro começou na Praça do Ciclista, no encontro da Rua da Consolação com a Avenida Paulista, na região central. O dia foi marcado pelo impasse entre manifestantes e Polícia Militar. O MPL queria descer a Avenida Rebouças para chegar ao Largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste. A PM proibiu o trajeto, cercou a concentração do ato e exigiu que os manifestantes seguissem o caminho preparado pela corporação, que ia da Rua da Consolação até a Praça da República.

O Passe Livre resolveu manter o trajeto. Enquanto o membro do MPL Mateus Preiss informava o comandante da operação, a PM começou a atirar bombas. Em seis minutos de repressão policial, pelo menos 40 artefatos do Choque explodiram entre os manifestantes que estavam sem rota de fuga. Levantamento do Estado apontou que a PM atirou uma bomba a cada sete segundos.

Pequenos grupos de manifestantes se distribuíram por bairros do centro de São Paulo. Pela primeira vez, a região nobre de Higienópolis conviveu com bombas da PM e sacos de lixo queimados por mascarados. O ato terminou com 24 pessoas feridas, oito detidas e nenhum policial machucado.

Durante a noite, o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, elogiou a ação da PM e disse que era a corporação quem iria determinar os caminhos que os manifestantes deveriam seguir, criticando a falta de aviso prévio dos trajetos de interesse do MPL. Enquanto isso, o Passe Livre marcava um ato para a próxima semana.

Preparação

No dia seguinte ao segundo protesto, entidades de Direitos Humanos criticaram a postura da PM. Segundo elas, a polícia impediu o ato de começar. A Secretaria Estadual de Segurança Pública e o Ministério Público Estadual convidaram os integrantes do MPL para comparecer a reuniões. Os ativistas recusaram os convites, criticaram a postura da PM e disseram que os diálogos com o poder público deveriam ser feitos com as pastas de Transportes das gestões Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB).

 

3º ato

O Passe Livre marcou atos em lugares diferentes em 14 de janeiro: um no Largo da Batata e outro no Teatro Municipal. Após o segundo protesto não ter começado sob a alegação do poder público de que o MPL não informou o trajeto, os ativistas divulgaram os itinerários com algumas horas de antecedência. A PM aprovou e acompanhou. As marchas foram pacíficas em sua maior parte.

Após o tradicional jogral do MPL, manifestantes invadiram as Estações Consolação e Butantã do Metrô. Na primeira, houve depredação e confronto. Na segunda, a ViaQuatro, responsável pela Linha 4-Amarela, liberou as catracas para um grupo de manifestantes que ficou sentado dentro da estação.

A quatro horas do 3º ato do Movimento Passe Livre (MPL) em São Paulo contra o aumento da tarifa, militantes do grupo publicaram nas redes sociais um manual com sete passos para travar as vias da cidade. Os travamentos, segundo o manual, são bloqueios com 50 pessoas em partes diferentes da cidade para "provocar efeitos tão interessantes quanto os de um ato com mil". O Passe Livre estimula que grupos se reúnam nos seus bairros e perto de casa.

A estratégia do MPL é que os travamentos ocorram simultaneamente aos dois atos que vão ocorrer nesta quinta-feira, às 17 horas, no Teatro Municipal e Largo da Batata. "Para aumentar as chances de vitória contra o aumento chegou a hora de começar a travar terminais de ônibus, grandes avenidas e ruas no entorno dos atos para garantir que a cidade pare até que a tarifa baixe".

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O reajuste da tarifa, de R$ 3,50 para R$ 3,80, foi anunciado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e passou a valer no último sábado, 9. Na manhã desta quinta-feira, 14, o MPL não compareceu a uma reunião convocada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo para tentar mediar os conflitos ocorridos nos dois primeiros atos entre manifestantes e Polícia Militar.

O Manual orienta que o travamento pode ser feito em sete passos. Primeiro, o MPL pede que chamem amigos, grupos políticos e pessoas da manifestação para organizar. "Troque contato e whatsapp para facilitar a comunicação e o reagrupamento."

O segundo passo é pensar, em grupo, lugares estratégicos para travar "durante, depois e em outros dias além do ato". "Se durante a manifestação não conseguir realizar isso, faça ao final dela e se espalhe pela cidade. Se der certo, mesmo que o protesto seja reprimido, garantiremos que o ato continue em outros cantos da cidade, dando muito mais força pra luta."

Em terceiro lugar, diz o Manual, os grupos devem organizar ações pela manhã e dialogar com a população para aderir ao travamento. "Não podemos fazer essa ação isolada. Temos que convencer os trabalhadores", pede o MPL.

O quarto passo é fotografar, filmar e divulgar a ação. O quinto é colocado em prática pela primeira vez nesta quinta-feira, quando ocorre um pré-ato na Praça da Sé, organizado por um grupo de coletivos, duas horas antes do ato do MPL: "Em dia de ato, marque uma concentração antes do protesto em local diferente, ao reunir seu grupo, vá em marcha travando as ruas até o local do grande ato. Dessa maneira, o ato já começa antes e com mais força."

Nos dois últimos passos, o Passe Livre pede que os manifestantes incentivem outras pessoas a fazerem o mesmo e diz: "R$ 3,80 nem tenta."

Para o estudante de arquitetura Gustavo Camargos, de 19 anos, o protesto contra o aumento da tarifa do transporte público começou na Avenida Paulista, no centro, e terminou em uma sala de cirurgia. Atingido por estilhaços de bomba de efeito moral lançada pela Polícia Militar, o jovem sofreu fratura exposta no polegar direito, quebrou ossos da mão e rompeu um tendão.

Por causa dos ferimentos, a mãe dele, a advogada Ana Amélia Camargos, afirma que vai processar o Estado e pedir indenização.

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Ana Amélia diz que o filho participava pacificamente do ato organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL). "De repente, começou um corre-corre: a polícia o acuou e começou a jogar bomba. Ele sentiu a explosão e ficou com o ouvido zumbindo. Ao olhar para mão, percebeu que estava ferido", conta a advogada.

Um pano foi usado para imobilizar o dedo fraturado, mas Camargos não conseguia sair para pedir ajuda por causa da fumaça de gás lacrimogêneo que o cercava.

O estudante recebeu ajuda de um homem e foi abrigado em uma galeria. Com a situação mais calma, conseguiu ligar para a mãe. Ana Amélia o levou para o Hospital Albert Einstein, na zona sul, onde passou pelo primeiro de uma série de procedimentos cirúrgicos para reconstituição do dedo fraturado. "A preocupação maior era limpar o local e evitar infecções, mas ele vai passar por outras cirurgias", conta.

"Estou consultando colegas de outras áreas para fazer um manifesto de repúdio à violência da polícia contra os jovens. Também vamos processar o Estado e pedir indenização.", diz a advogada. "O ato é legítimo e os manifestantes não estavam fazendo nada demais. Nem a desculpa de black bloc a polícia tem dessa vez."

Camargos já havia participado de manifestações anteriores, mas, se depender da mãe, ele não deve voltar tão cedo às ruas para protestar. "Ele tem visão social, mas considerando essa polícia absurda e troglodita, vou ficar extremamente preocupada", afirma.

O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, afirmou nesta quarta-feira, 13, que foi necessário fazer a "dispersão" porque os manifestantes se recusaram a seguir o trajeto proposto pela PM sem ter combinado previamente por que caminho seguiriam.

"Em vez de quererem se manifestar, eles preferiram tentar romper o bloqueio e ir para a Avenida Rebouças, que não estava preparada para manifestações."

Moraes também classificou como "absolutamente necessário" o aparato policial empregado no protesto, que, além de armas não letais como bombas de gás e de efeito moral, contou com blindados para conter tumultos e até a presença da Rondas Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota), a tropa da PM preparada para ocorrências mais perigosas e com o maior índice de letalidade da corporação.

Feridos

De acordo com informações do MPL, 24 foi o total de feridos durante o ato na Avenida Paulista. Outras 13 pessoas foram detidas e 11 delas liberadas após se apresentarem na delegacia, segundo a SSP.

Um menor foi encaminhado para uma unidade da Fundação Casa e um homem permaneceu detido. Os dois são acusados de portar explosivos.

Cerca de 40 manifestantes protestaram na zona oeste da capital, nesta quarta-feira, 13, contra o aumento da tarifa em ônibus, metrô e trens de São Paulo. O grupo chegou a bloquear vias da região, e o protesto durou cerca de uma hora e 20 minutos.

Por volta das 6h55, manifestantes interditaram a Avenida Vital Brasil, próximo à Estação Butantã, da Linha 4-Amarela, mas, ao contrário de outros atos, o grupo não chegou a fechar o metrô nem o terminal de ônibus. A via foi completamente ocupada no sentido centro, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

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Depois, os ativistas saíram em passeata, atravessaram a Ponte Eusébio Matoso e foram em direção à Avenida Brigadeiro Faria Lima. Às 7h30, havia lentidão no Corredor Rebouças/Eusébio Matoso, desde a Avenida Professor Francisco Morato, no cruzamento com a Avenida Lineu de Paula Machado.

Dez minutos depois, o grupo bloqueava três faixas da Avenida Brigadeiro Faria Lima, no sentido Pinheiros, entre as Ruas Diogo Moreira e dos Pinheiros. O protesto acabou no cruzamento com a Rua Teodoro Sampaio, por volta das 8h15.

De acordo com a Polícia Militar, o ato foi pacífico e nenhuma ocorrência foi registrada. A ViaQuatro, concessionária responsável por operar a Estação Butantã, afirma que o ato não impactou no funcionamento da Linha 4-Amarela. A São Paulo Transporte (SPTrans) também diz que o ato não provocou transtornos no terminal de ônibus.

Fechamentos

Desde a sexta-feira, 8, quatro terminais de ônibus foram temporariamente fechados por manifestantes contrários ao aumento da passagem de R$ 3,50 para R$ 3,80. Foram eles o Terminal Bandeira, no centro, Santo Amaro, na zona sul, Lapa e Pinheiros, na zona oeste. Todos os atos foram pacíficos.

O reajuste na tarifa foi anunciado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e passou a valer no último sábado, 9.

Confronto

A segunda grande manifestação do Movimento Passe Livre (MPL)contra o aumento da tarifa neste ano teve novamente confusão. Após impasse sobre a definição do trajeto, a Polícia Militar usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo contra os manifestantes, na noite desta terça-feira, 12, na Avenida Paulista, região central de São Paulo, antes mesmo de a passeata começar.

Houve pânico, tumulto e correria por ruas de Higienópolis e Bela Vista. Ao menos 24 pessoas ficaram feridas e oito foram detidas. A PM mudou a estratégia de ação no protesto - na sexta-feira, manifestantes mascarados depredaram o centro e espancaram um agente à paisana, conforme revelou o Estado.

Após impasse sobre a definição do trajeto do segundo ato contra o aumento da tarifa de ônibus, trens e metrô, a Polícia Militar usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo contra os manifestantes, nessa terça (12) na Avenida Paulista, região central de São Paulo, antes mesmo de a passeata começar. Houve pânico, tumulto e correria por ruas de Higienópolis e Bela Vista. Ao menos 24 pessoas ficaram feridas e 8 foram detidas. A passagem foi reajustada de R$ 3,50 para R$ 3,80 no sábado.

A PM mudou a estratégia de ação no protesto - na sexta, manifestantes mascarados depredaram o centro e espancaram um agente à paisana, conforme revelou o jornal O Estado de S.Paulo. Desta vez, policiais de Rota, Rocam e Choque cercaram a área e controlaram a entrada de manifestantes na concentração, a partir das 17 horas. Suspeitos foram presos com correntes, tesoura, soco inglês e artefatos explosivos.

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O Movimento Passe Livre (MPL) pretendia seguir pela Avenida Rebouças até o Largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste. A PM exigia que a passeata percorresse a Rua da Consolação até a Praça da República, no centro, porque o trajeto não havia sido previamente informado. Em manifestações anteriores, o MPL já não avisara a polícia sobre o percurso a ser seguido. "O caminho para o Largo da Batata passa por vias importantes da cidade. Independentemente disso, quem define o rumo da manifestação é quem se manifesta, e não a Polícia Militar", alegou Erica de Oliveira, porta-voz do MPL.

Uma negociação entre o comandante da operação, coronel André Luiz Oliveira, e o militante do MPL Mateus Preis acabou frustrada. A confusão começou às 19h20, quando um grupo se posicionou à frente do Choque e a PM lançou bombas. A jornalista Fernanda Azevedo, repórter da TV Gazeta, foi atingida por estilhaços de uma bomba na perna e teve ferimentos leves. Um manifestante foi ferido no olho e levado para o Hospital das Clínicas.

No corre-corre, manifestantes ficaram encurralados e buscaram abrigo em marquises e prédios, como o Instituto Cervantes. "Foi um absurdo a PM jogar bombas assim. Ninguém tinha quebrado nada", disse o estudante Fernando Minoro, de 19 anos. A Estação Paulista da Linha 4-Amarela foi fechada. Comerciantes também baixaram as portas. Os manifestantes se dispersaram pelas Ruas Bela Cintra, Haddock Lobo e Antônio Carlos. Um ônibus foi pichado na Rua Augusta.

O estudante de arquitetura Gustavo Camargos, de 19 anos, teve uma fratura exposta, quebrou alguns ossos e rompeu um tendão da mão direita. Ele alegou ter sido atingido por um estilhaço de bomba e passava ontem por cirurgia. Segundo o Grupo de Apoio ao Protesto Popular, que desde 2013 atua em manifestações, 14 dos 24 feridos tiveram lesões graves.

O coronel José Vicente, ex-secretário nacional de Segurança, classificou como "correta" a postura da PM. "Se não há comunicado prévio, a polícia tem o direito de estabelecer regras a respeito da ocupação de vias públicas e definir o trajeto menos traumatizante para a cidade, porque isso interfere no direito de ir e vir de outros."

Dispersão

Parte do grupo seguiu para a Bela Vista na direção da 9 de Julho, enquanto a maior parte se juntou na Rua da Consolação e partiu para dentro de Higienópolis. Houve novos confrontos na Rua Sergipe. A PM usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.

"Quando chegamos (a Higienópolis), tinha um grupo da PM à frente e outro atrás. Começaram a jogar bombas juntos, os dois lados, não tivemos para onde correr. Aí os PMs pararam de jogar e mandaram todo mundo sentar no chão", contou Anneli Nobre, de 23 anos, funcionária de uma ONG. "Teve gente que tentou resistir. Aí, os policiais ficaram muito nervosos e mandaram calar a boca", disse o estudante Daniel Montesanti, de 19 anos.

Os moradores e trabalhadores de Higienópolis foram surpreendidos com a confusão no bairro. Conforme o grupo avançou, estabelecimentos comerciais foram fechados. No momento das bombas, uma babá tentou entrar em um prédio da Rua Itacolomi. "Pelo amor de Deus, moço", gritou. O porteiro, assustado, não liberou a entrada. "Eu só estava passando. Não tenho nada a ver com isso." Ela contou que trabalha na mesma rua e ia caminhar até Santa Cecília, porque estava vendo o tumulto na Paulista. Em seguida, não conseguiu mais falar por causa do gás.

Os grupos foram dispersados pelo bairro. Por volta das 21 horas, as equipes do Choque começaram a embarcar em ônibus para a desmobilização da operação. Pouco depois, no entanto, manifestantes se reagruparam na Rua Xavier de Toledo, na região central, na frente do Teatro Municipal, onde houve uso de bombas de gás. Um grupo prometeu fazer "catracaço" na frente da Estação Anhangabaú do Metrô e a PM usou bombas. Dois adolescentes foram detidos e a estação fechou por cinco minutos.

Os manifestantes que seguiram para a Bela Vista foram para a Avenida Brigadeiro Luís Antonio, onde não houve confronto com a PM. Mas na esquina com a Rua Rui Barbosa foi estendida uma faixa bloqueando o trânsito por 15 minutos. A dispersão total só ocorreu às 22h30. O próximo ato foi marcado para esta quinta, 14, 17h, com concentrações no Largo da Batata e no Teatro Municipal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Movimento Passe Livre (MPL) faz um ato na noite desta quinta-feira (29) no centro de São Paulo, para reivindicar tarifa zero no transporte público de São Paulo. Três manifestantes foram detidos pela Polícia Militar por porte de "artefatos perigosos".

Às 18h40, antes mesmo de começar a passeata, policiais cercaram, abordaram, revistaram e anotaram o nome de 17 jovens na Rua Barão de Itapetininga, nas proximidades do Teatro Municipal. Dois deles foram detidos e levados de viatura para o 78° DP (Jardins). Segundo a PM, eles portavam "um martelo, uma mixa e uma garrafa simulando coquetel Molotov".

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O clima ficou tenso e manifestantes começaram a gritar contra a polícia, mas não houve tumulto. Às 19 horas, cerca de 200 pessoas saíram do Teatro Municipal, dando início ao ato. O objetivo era percorrer ruas do centro. Policiais da Força Tática acompanhavam o grupo. Pelas 19h15, mais uma pessoa foi detido por portar um soco inglês, informou a PM.

O movimento chegou na frente da sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, às 19h50. Ali, colocaram fogo em quatro catracas, como fazem tradicionalmente antes de encerrar seus atos.

De acordo com o MPL, a manifestação faz referência ao Dia Nacional de Luta pelo Passe Livre, em 26 de outubro - data da aprovação da tarifa zero para estudantes em Florianópolis, em 2004.

"O MPL defende um transporte cuja prioridade não seja o lucro dos empresários, mas as necessidades, segurança e conforto dos usuários. Um transporte realmente público, que não tenha tarifa e, por isso, não exclua ninguém", afirma o movimento em sua página no Facebook.

Cerca de 100 pessoas participam do bloco Pula Catraca, do Movimento Passe Livre, no início da noite desta quarta-feira (18). O objetivo do ato é aproveitar a festa de carnaval para fazer um protesto divertido contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, que passou de R$ 3 para R$ 3,50 este ano.

Os manifestantes saíram às 19h30 da Praça da Sé e ocuparam duas faixas da Rua Anita Garibaldi em direção à Rangel Pestana. Eles pretendem passar pelo terminal Dom Pedro encerrar, subir a General Câmara, passar pela Boa Vista e Líbero Badaró até chegar na frente da Prefeitura. A polícia acompanha o protesto e foi avisada do trajeto.

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O movimento adaptou marchinhas de carnaval famosas, como Jardineira: "Ô passageiro por que estas tão triste? / Mas o que foi que te aconteceu? / foi a passagem que subiu de preço / foi pra 3 e meio / a gente se f.", diz a versão, disponível no Facebook do MPL para download.

Os integrantes também pediram que as pessoas levassem instrumentos ou latas para ajudar na cantoria contra a tarifa. "Quantos bailes e blocos poderiam ter sido frequentados se a tarifa não fosse R$ 3,50? Carnaval é tempo de festa, mas também é tempo de luta", afirma o MPL ao convocar para o bloco. "Desde o começo do século o samba é instrumento de luta e resistência, assim como o carnaval é palco de alegria mas também de luta pela cidade. Vamos pular carnaval com a mesma força e alegria que pulamos as catracas que impedem nosso acesso a cidade".

O protesto organizado pelo Movimento Passe Livre nesta quinta-feira na capital paulista incluiu a casa do prefeito, Fernando Haddad (PT), em seu percurso. Os manifestantes chegaram a se sentar na rua do prefeito e a cantar ditos como "Dança Haddad, dança até o chão, aqui é o povo unido contra o aumento do busão."

O MPL queria entregar o troféu "catraca dourado" ao prefeito, uma ironia sobre a qualidade dos serviços prestados pelas empresas de transporte. "Ele foi muito deselegante de não descer para receber o prêmio", disse Mayara Viviam, do MPL. O prédio de Haddad foi cercado por policiais militares, mas não houve confrontos.

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Segundo o MPL, a escolha da casa de Haddad como um "alvo" da passeata, que partiu da Avenida Paulista, é uma tentativa de manter a atual onda de protestos focada na reivindicação de tarifa zero para o transporte público. O grupo vem sofrendo pressão de movimentos que o apoiam, como o Território Livre e o Juntos, para falar também da falta de água.

O tiro de bala de borracha que atingiu o jornalista do Estado Fernando Otto ontem (27), no protesto contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, reacendeu a discussão sobre o uso do artefato como medida de dispersão pela Polícia Militar. Imagens da TV Estadão mostram o policial atirando na direção do jornalista.

Em nota, a Polícia Militar afirma que as imagens "já estão sendo utilizadas em procedimento interno, para identificar o policial envolvido e apurar a sua conduta". Preliminarmente, a polícia admitiu que a conduta foi errônea. "Em uma análise preliminar, não parece haver justificativa para o disparo efetuado, estando o autor sujeito a sanções nas esferas penal, militar e administrativa."

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Fernando Otto cobria o protesto do Movimento Passe Livre (MPL), que ocorreu de forma pacífica no Largo da Batata, com marcha até a Marginal do Pinheiros. Mas no fim, houve um tumulto dentro da Estação Faria Lima, da Linha 4- Amarela, após a tentativa de um "catraçaço" - passar sem pagar. Uma pedra foi lançada contra funcionários do metrô.

A polícia revidou e atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Na saída da Estação Faria Lima, o jornalista foi atingido na perna, enquanto gravava a ação de black blocs que depredavam vidros. A bala atingiu o celular que estava no bolso, que ficou totalmente destruído. Nas imagens é possível ver que o policial atirando na direção de Otto.

Na semana passada, outro repórter do Estado, Edgar Maciel, também foi alvo de uma bala de borracha. Maciel cobria a passeata pelo centro da capital, quando houve confusão no Largo do Paiçandu. O repórter foi atingido na perna esquerda e levou três pontos. No dia 9, na primeira manifestação organizada pelo MPL, o fotógrafo José Francisco Diorio foi ferido no olho por uma pedra e teve um aprofundamento da região ocular.

Em outubro de 2014, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo conseguiu uma liminar na Justiça que proibia o uso da bala de borracha como instrumento de dispersão. Na decisão, a Justiça também tornava obrigatória a identificação dos policiais durante os atos. Um mês depois, após a Secretaria de Segurança Pública recorrer da decisão, a Justiça suspendeu a liminar. O coordenador do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública, Rafael Lessa, disse que já entrou na Justiça com um pedido de revisão da decisão. "Estamos observando dispersões arbitrárias e desnecessárias das manifestações", afirmou. "A bala de borracha é uma arma de fogo e deve ser usada apenas contra alguém que ameaça a vida de um terceiro e não como uma verdadeira roleta-russa", completou.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou nesta quarta-feira nota repudiando a ação da Polícia Militar nos últimos protestos em São Paulo. "Para evitar que 2015 também seja marcado pela violência contra comunicadores, é necessário responsabilizar os autores de abusos e investir em capacitação das tropas", disse a direção da entidade em nota. "É dever da Polícia Militar proteger os cidadãos e defender o livre exercício da atividade jornalística."

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