Tópicos | Observatório do Mercado de Trabalho (OMT-PE)

Em 2017, a economia brasileira sofreu com a crise que ainda persiste. Em dados totais, por exemplo, 14.208.298 de trabalhadores foram demitidos no ano passado, de acordo com informações do Ministério do Trabalho. E Pernambuco também sente os impactos da retração econômica. Levando em consideração os dados do quarto trimestre de 2016 ao terceiro trimestre de 2017, o Estado apresenta um crescimento de 15,6% para 17,9% no número de desempregados.

Em comparação a outros Estados, Pernambuco fica com terceiro pior saldo entre o número de admissões e demissões no país no último ano, ficando atrás apenas de Rio de Janeiro e São Paulo. De acordo com levantamento do Observatório do Mercado de Trabalho (OMT-PE) de Pernambuco, com um total de 371.604 contratações e 384.671 desligamentos em 2017, o Estado não totaliza um salto positivo, algo que acontece desde 2013.

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“É uma característica estrutural do mercado brasileiro a rotatividade altamente elevada. Explicando assim esses altos índices de desligamentos sendo equiparados aos de contratação. A facilidade de demitir, mesmo com as taxas, provoca uma renovação de quadro com menores salários aos recém-contratados”, explica o coordenador do Observatório do Mercado de Trabalho (OMT-PE) de Pernambuco e doutor em sociologia do trabalho, Sidartha Soria. Assim como aconteceu em outros estados brasileiros, Pernambuco também sofreu com a perda de postos de trabalhos formais. “A situação se dá não apenas ao ainda baixo crescimento econômico, como também ao fato de que grande parte das vagas criadas pertenceu ao setor informal [não presente nos dados]”, ressalta  Soria.

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Saldos positivos e negativos em Pernambuco

Entre as ocupações com melhores saldos positivos, as áreas industrial e da automação se destacam com as funções de alimentador de linha de produção e montador de veículos. As ocupações variadas dos setores de serviços, comércio, agricultura e saúde também aparecem com um bom desempenho. Já entre as de pior saldo, a função de operador de telemarketing ativo e receptivo fecha com o maior destaque negativo. Os saldos representam a subitração de contratações em relação as de demissões de um cargo. Confira as cinco profissões com os maiores saldos negativos e positivos em 2017:

Levando em consideração os dados gerais, as ocupações com números equivalentes de contratações e demissões em Pernambuco estão presentes nas áreas de serviços, comércio e agropecuária. De acordo com os dados do Ministério do Trabalho, compilados pelo OMT-PE, entre os destaques estão as ocupações a seguir, caracterizadas de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupação:

Trabalhadores da cana-de-açúcar: 25.370 admissões e 25.607 demissões 

Vendedor de comércio varejista: 24.648 admissões e 25.141 demissões

Gerente de obras: 16.681 admissões e 17.748 demissões

Auxiliar de escritório em geral: 13.712 admissões e 13.780 demissões

Faxineiro: 11.756 admissões e 10.702 demissões 

Ao que pode ser observado, os números elevados de contratação e desligamentos estão concentrados na mesma ocupação, recolocando em discussão a questão da rotatividade e contratações sazonais no mercado de trabalho brasileiro. “Esses setores são muito dinâmicos, representando uma série de fatores que podem contribuir para o nível equivalente nos dados. Questões como períodos de colheita, por exemplo, demandam mais empregados, mas poucos deles devem continuar para o plantio. Então, há a rotatividade”, destaca Écio Costa, professor de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e consultor de empresas.

No ano passado, os setores de serviços, comércio e indústria da transformação lideraram entre os maiores empregadores no Estado, mas, por outro lado, também houve índices altos de desligamentos. O crescimento nas áreas dependerá de fatores econômicos e de investimento. “Esperando uma recuperação nacional e estadual, os setores de serviços abrangendo o comércio ainda se destacarão em 2018 como altas contratações”, prevê Écio Costa. Segundo o economista, o setor ainda é responsável por grande parte do PIB em Pernambuco. E a indústria da cana-de-açúcar, em quinto lugar na classificação dos setores, dependerá de fatores climáticos para bom desempenho.

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