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O relatório Situação Mundial da Infância 2023: Para cada Criança, Vacinação, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado oficialmente nesta quinta-feira (20), recomenda ações ao governo federal para que o Brasil possa retomar as coberturas vacinais e ampliar a confiança dos brasileiros nos imunizantes. 

O documento foi divulgado em Brasília, em evento na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). O relatório mostra, na parte sobre o Brasil, que cerca de 1,6 milhão de crianças não receberam nenhuma dose da vacina DTP, que previne contra difteria, tétano e coqueluche, entre 2019 e 2021. Para mudar esse panorama, o representante do Unicef no Brasil, Youssouf Abdel-Jelil, Brasil, enumerou quatro recomendações: 

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Realização de busca ativa de crianças não vacinadas ou com o esquema vacinal em atraso;  Fortalecimento do SUS, com investimento e valorização os profissionais de saúde, em sua maioria mulheres;  Priorização do financiamento de serviços de imunização e atenção primária à saúde que tenham foco na infância;   Ampliação das campanhas de comunicação voltadas às famílias com crianças. O representante do Unicef alertou que o relatório mostra que diminuiu a percepção sobre a importância das vacinas, no Brasil. Antes da pandemia, 99,1% dos brasileiros confiavam nas vacinas infantis e, no período pós-covid-19, o índice caiu para 88,8%.  Para Youssouf Abdel-Jelil, contudo, é possível alterar esse quadro. “A população brasileira é uma das que mais confiam nas vacinas, mas essa confiança caiu na pandemia e precisa ser retomada”. 

Ele ainda lembrou a história do Brasil, em décadas anteriores. “O país sempre foi um exemplo no Programa Nacional de Imunização, o PNI, e tem um dos maiores sistema de saúde do mundo, o Sistema Único de Saúde, o SUS, que precisa ser valorizado e fortalecido”, defendeu. 

Ações do governo brasileiro

Presente ao encontro, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou que a nova gestão da pasta está coordenando o Movimento Nacional pela Vacinação para aumentar a cobertura vacinal, em conjunto com estados e municípios. “Faremos visitas a alguns municípios e estamos trabalhando para fortalecer a busca ativa, orientando os municípios para que, através das equipes [de Saúde da Família], agentes comunitários de saúde e agentes de vigilância possam fazer essa busca ativa e ver onde estão as crianças não vacinadas.”

Sobre a baixa no reconhecimento da importância das vacinas e da ciência pelos brasileiros, Nísia defende a reversão deste quadro. “A memória do impacto do sarampo e da pólio parece ter sido perdida. Como Akira Homma [cientista brasileiro] sempre fala ‘Somos vítimas do nosso sucesso’, mas não podemos nos contentar com esse diagnóstico. Temos à frente elementos, como a busca ativa dessas crianças e outras estratégias que deverão ser utilizadas.” 

A ministra frisou que campanhas de mobilização já estão sendo feitas para esclarecer a população. “Neste momento, estamos com foco na vacina contra a influenza, a partir da regularização que tivemos que fazer dos estoques das vacinas contra a pólio, sarampo e outras vacinas usadas na infância, estamos preparando essas ações de campanha, já a partir de maio.” 

Zé Gotinha e Mônica

Os personagens brasileiros Zé Gotinha, criado paras campanhas de vacinação infantil, e Mônica, dos quadrinhos de Mauricio de Sousa, nomeada embaixadora do Unicef no Brasil, desde 2007, estiveram presentes na divulgação do relatório, pela manhã.

Dentro da ampliação das campanhas de comunicação voltadas às famílias com crianças, o representante do Unicef Youssouf Abdel-Jelil relembrou a força do Zé Gotinha. “Já me contaram que todos os brasileiros lembram das campanhas com o Zé Gotinha, anos atrás. E sei que ele está de volta ao trabalho, no Brasil. Junto com a ministra Nísia.” 

Nas Américas

No campo internacional, o Brasil adere à Semana da Vacinação das Américas, que será realizada de 24 a 30 de abril. “Queremos trocar experiências e ter voz firme e constante para que esse quadro seja revertido”, planejou a ministra Nísia.

Em sua fala no evento, a representante da Opas no Brasil, Socorro Gross, apontou desafios para aumentar as coberturas vacinais na região. E comemorou a adesão do ministério brasileiro à Semana da Vacinação das Américas, antes da celebração oficial pelos demais países.

“Estamos juntos para acompanhar toda a equipe nos estados e nos 5.570 municípios. Juntos nesta caminhada, que é longa, mas é para oferecer saúde para todos e todas, neste ano da recuperação”, destacou.

O brasileiro Jarbas Barbosa tomou posse nesta terça-feira (31) como diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), com o objetivo de ajudar os países a "superar as desigualdades", "recuperar-se da pandemia" e "alcançar a atenção universal".

Esse escritório para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS), símbolo da luta regional contra a covid-19, enfrenta "um panorama epidemiológico complexo" devido à persistência das doenças transmissíveis, ao risco de surtos e epidemias e aos efeitos das mudanças climáticas, detalhou o novo diretor em seu discurso de posse. Também enfrenta "desigualdades significativas entre e dentro dos países", que exigem "sistemas de saúde fortes e resilientes", acrescentou na sede da Opas, em Washington.

Barbosa se propõe a converter a organização em líder regional e prometeu desempenhar sua função sem se deixar influenciar por nenhum governo ou autoridade de fora da Opas ou da OMS.

O brasileiro, que conhece bem a organização, da qual era vice-diretor, contou com o apoio do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro para a sua candidatura. Sua eleição, em setembro passado, parece agradar também a Luiz Inácio Lula da Silva, que elogiou seu compromisso com a ciência em palavras lidas pela ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Em 120 anos de existência, esta é a segunda vez que a Opas estará sob o comando de um brasileiro, a partir de amanhã, quando Barbosa irá substituir Carissa F. Etienne, da Dominica. "É um momento único para a região", afirmou Nísia, que defendeu um desenvolvimento sanitário sustentável e equitativo e a autonomia mediante "o fortalecimento da produção local".

Barbosa concorda com a importância de "expandir o desenvolvimento e a produção de medicamentos, vacinas e produtos médicos" na América Latina e no Caribe, fortalecer a detecção e resposta às emergências de saúde pública e reforçar a coordenação regional.

- Os relegados -

Acima de tudo, deve-se identificar os grupos "que estão ficando para trás e as barreiras de acesso" ao atendimento de saúde, insistiu Barbosa. Entre os rebaixados, ele citou povos originários, afrodescendentes, famílias pobres que vivem nas periferias das grandes cidades e em zonas rurais, mulheres e pessoas LGBTQ+, que "precisam de sistemas de saúde que os vejam e escutem".

Melhorar o sistema também passa, segundo Barbosa, por "ampliar o uso da teleconsulta e telemedicina".

Na América Latina e no Caribe, sobram desafios, entre os quais o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citou, em mensagem em vídeo, as doenças não transmissíveis, a saúde mental, o envelhecimento da população e o impacto das mudanças climáticas.

Os países das Américas "depositaram confiança em você e por um bom motivo", disse o chefe da OMS, que elogiou a carreira de Barbosa na saúde pública do Brasil, onde ele trabalhou no Ministério da Saúde e presidiu a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os Estados membros da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) elegeram nesta quarta-feira, 28, o brasileiro Jarbas Barbosa Da Silva Jr. como novo diretor. Em comunicado, a entidade informou que assumirá o cargo no dia 1º de fevereiro do ano que vem para um mandato de 2023 a 2028.

Ele sucederá Carissa F. Etienne.

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"Eu estou muito orgulhoso. Para qualquer especialista em saúde pública desta região, assumir o cargo de diretor de uma organização que tem 120 anos e que é tão respeitada pelos países é uma grande honra", disse Jarbas Barbosa da Silva na sua conta no Twitter.

O brasileiro Jarbas Barbosa da Silva Jr. foi eleito nesta quarta-feira (28) diretor da Organização Pan-americana da Saúde (Opas) para um mandato de cinco anos, durante a 30ª Conferência Sanitária Pan-americana, celebrada em Washington, D.C., e transmitida ao vivo.

Este escritório regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS) é encarregada de promover políticas de saúde para a região e ganhou relevância no combate à pandemia da covid-19.

Médico sanitarista e epidemiologista, Barbosa da Silva Jr. conhece bem a organização, da qual é vice-diretor e na qual ocupou outros cargos no passado.

Especialista em saúde pública, também trabalhou no Ministério da Saúde brasileiro como diretor do Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI), e foi diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Por 21 votos a 16, Barbosa da Silva foi eleito na quarta rodada de uma votação secreta frente ao panamenho Camilo Alleyne, depois que nenhum dos dois obteve a maioria de 20 votos necessários na terceira votação.

Nas duas primeiras rodadas foram eliminados os outros três candidatos: a haitiana Florence Duperval Guillaume, a mexicana Nadine Flora Gasman Zylbermann e o uruguaio Daniel Salinas. Inicialmente, também estava na disputa o colombiano Fernando Ruiz Gómez, mas o governo do presidente Gustavo Petro retirou-lhe o apoio.

Barbosa assumirá o cargo em 1º de fevereiro de 2023, substituindo Carissa F. Etienne, da Dominica, que deixará o posto após dois mandatos, marcados, nos últimos anos, pelo enfrentamento da pandemia da covid-19.

"Não é fácil seguir a liderança da doutora Etienne, mas estou, sim, convencido de que, com o mesmo compromisso que nós temos de fortalecer a qualidade de vida e a saúde, poderemos trabalhar de forma conjunta", afirmou Barbosa Jr., após sua eleição.

"Muito orgulhoso e contente", ele se comprometeu a dar continuidade aos valores que forjaram a organização, como "a solidariedade", e a conseguir que todos os países trabalhem de forma "coordenada para que se possa melhorar a qualidade de vida e a saúde na região".

Com mais de 177 milhões de casos e 2,8 milhões de mortos, as Américas estiveram, em alguns momentos, no epicentro da pandemia. Segundo o relatório apresentado na 30ª Conferência Sanitária Pan-americana da Opas, a crise de saúde global causada pelo coronavírus levou a uma queda de 2,9 anos na expectativa de vida desde 2019.

A organização, que completa 120 anos em 2022, tem 35 países-membros, que se estendem do Ártico à Terra do Fogo, e três Estados participantes: França, Holanda e Reino Unido.

Foi fundada em 1902 como Escritório Sanitário Internacional para fazer frente à propagação de doenças infecciosas em uma época de rápida expansão do transporte marítimo.

Em 1923, passou a se chamar Escritório Sanitário Pan-americano e, posteriormente, em 1958, Organização Pan-Americana da Saúde.

A Opas é tanto o escritório regional para as Américas da OMS quanto o organismo especializado em saúde do Sistema Interamericano.

A população das Américas perdeu 2,9 anos de expectativa de vida desde 2019, devido ao impacto da covid-19 - informa o relatório "Saúde nas Américas" divulgado nesta terça-feira (27) pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Com mais de 177 milhões de casos e 2,8 milhões de mortes, a América foi, em diferentes momentos, epicentro da pandemia de coronavírus, lembra o documento apresentado na 30ª Conferência Sanitária Pan-Americana da OPAS.

“A pandemia afetou direta e indiretamente a saúde da população e ameaçou o avanço contra várias doenças”, afirmou o diretor do Departamento de Evidência e Inteligência para Ação em Saúde da OPAS, Sebastián García Saiso.

A expectativa de vida na América Latina e no Caribe caiu 2,9 anos, de 75,1 anos em 2019, para 72,2, em 2021, destaca a publicação, que se baseia em estimativas do documento "Perspectivas da População Mundial 2022", da ONU.

Também houve queda na expectativa de vida na América do Norte, onde se observa uma redução de 1,8 ano.

“A queda na expectativa de vida pode ser revertida, à medida que os países avançarem com a vacinação contra a covid-19, fortalecerem seus serviços de saúde para oferecer atenção a todos e reduzirem as desigualdades”, disse García Saiso.

Segundo o relatório, a região concentrou 37% de todos os casos de covid-19, e 45% das mortes no mundo todo.

Embora a América do Norte tenha registrado 55% dos casos na região, 62% dos óbitos foram na América Latina e no Caribe.

A pandemia também interrompeu os cuidados de saúde e afetou muitos dos profissionais do setor. Até o final de 2021, 93% dos países relataram interrupções na prestação de serviços essenciais de saúde.

Além disso, até novembro de 2021, 41 países e territórios da região registraram quase 2,4 milhões de casos entre profissionais de saúde e 13.081 mortes.

A região das Américas se tornou o epicentro do surto de varíola dos macacos, com o maior número de casos no mundo, alertou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nessa quarta-feira (7).

Até 6 de setembro, mais de 30 mil casos da doença foram relatados nas Américas, especialmente nos Estados Unidos, Brasil, Peru e Canadá, informou a diretora da Opas, Carissa Etienne, em uma coletiva de imprensa virtual.

A maioria deles são de homens que fazem sexo com homens, mas também há registros de pelo menos 145 casos em mulheres e 54 entre menores de 18 anos, especificou.

Até agora, foram notificadas quatro mortes relacionadas à varíola dos macacos, no Brasil, Cuba e Equador.

Como as vacinas contra essa varíola são limitadas, a Opas recomenda que seja dada prioridade aos grupos de alto risco e à comunicação, evitando o estigma e a discriminação da comunidade LGBTQ+.

"O estigma não tem cabimento na saúde pública" e impede que pessoas em risco sejam testadas quando apresentam sintomas, disse Etienne. "Se não formos proativos em superar essas barreiras, a varíola dos macacos se espalhará silenciosamente", alertou.

A Opas fez um acordo com o laboratório Bavarian Nordic para fornecer 100 mil doses dessas vacinas aos países da América Latina e do Caribe por meio do fundo rotativo, que começará a distribuí-las em setembro aos 12 que já solicitaram.

Mas Etienne insistiu que as vacinas "só complementam" outras medidas como vigilância, testes e o rastreamento de contatos e, embora possam ser administradas preventivamente, por exemplo, a profissionais de saúde, a vacinação em massa não é recomendada.

Vírus como o da varíola dos macacos, que são compostos por material genético de DNA, apresentam "um processo de evolução e acúmulo de mutações" normalmente mais lentos que o da Covid-19, mas em alguns países já se observa uma "microevolução" que pode gerar sublinhagens, explicou Jairo Andrés Méndez Rico, assessor para doenças virais emergentes da Opas.

Ainda assim, "até o momento nenhuma mudança foi associada a uma maior capacidade de transmissão", especificou na coletiva.

Nessas circunstâncias e em uma região onde muitos países dependem do turismo, Ciro Ugarte, diretor de emergências sanitárias da Opas, aconselhou dar prioridade à informação para que turistas e nacionais que retornam saibam aonde ir em caso de sintomas. "Não deve haver nenhuma restrição às viagens", reiterou.

Além da varíola dos macacos, a Opas continua preocupada com a Covid-19.

Os casos, hospitalizações e mortes por covid diminuíram nos Estados Unidos, embora 4.954 mortes tenham sido registradas na semana passada, segundo a agência.

Em comparação com outras doenças, a Covid-19 “segue sendo uma ameaça relevante” porque o vírus continua a circular e podem surgir novas variantes.

É por isso que a organização pede aos países que alcancem cidadãos que não receberam nenhuma dose da vacina.

Dez países e territórios da região "ainda não vacinaram totalmente 40% de suas populações", disse Etienne, enfatizando que os não vacinados "serão os mais afetados quando a próxima onda de casos chegar".

O consumo de tabaco caiu de 28% em 2000 para 16,3% em 2020 nas Américas, e 96% da população está protegida por pelo menos uma medida de luta antitabaco. Contudo, os cigarros eletrônicos são uma ameaça, afirma a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Segundo o relatório sobre o Controle do Tabaco para a Região das Américas 2022 da Opas, apresentado nesta segunda-feira (15) no Brasil, o consumo de tabaco caiu para 16,3% em 20 anos e espera-se que seja de 14,9% para 2025, com o qual a região cumpriria a meta de reduzi-lo em 30%, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), até essa data.

O Chile é o país onde os adultos consomem mais tabaco (29,2%), seguido de Argentina, Estados Unidos, Uruguai e Cuba. O Panamá, por sua vez, é o que menos consome (5,0%).

Em termos gerais, a proporção é de 21,3% de homens e 11,3% de mulheres, "o que reafirma a necessidade de que, nas Américas, se fortaleça o aspecto de gênero" nas estratégias de controle, deduz o relatório.

Entre os jovens, Dominica registra o percentual de consumo mais alto, seguido de Argentina, México, Haiti e Guatemala. Os adolescentes de Canadá, Estados Unidos e Brasil são os que menos fumam.

Vinte e seis dos 35 países da região aplicam ao máximo pelo menos uma das seis medidas de controle de tabaco recomendadas pela OMS desde 2008.

Isso significa que 900 milhões de pessoas, ou seja, "96% da população da região, estão protegidos contra os danos do tabaco", 50% mais do que em 2007, segundo a Opas.

"O tabaco causa quase um milhão de mortes anuais na região e é o único produto de consumo legal que mata até metade dos que o consomem", afirma Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas, citado em nota.

"Diante desta enorme ameaça, a resposta deve ser igualmente agressiva", acrescentou.

No entanto, os progressos não têm sido homogêneos e, segundo a Opas, "nove países ainda não adotaram nenhuma medida", entre os quais se destacam Cuba, Nicarágua, República Dominicana e Haiti.

Segundo o relatório, em 2021, 24 países da região aplicavam medidas para proteger com a exposição passiva à fumaça de tabaco, 22 destacavam de forma importante os perigos do tabaco nos maços de cigarros, dez dispunham de sistemas de vigilância com dados recentes, seis proporcionavam ajuda integral para deixar de fumar e nove proibiam totalmente a publicidade da substância.

No entanto, apenas três - Argentina, Brasil e Chile - aplicam impostos indiretos sobre o tabaco que representam 75% ou mais de seu preço de venda.

A América do Sul se converteu na primeira sub-região sem fumaça de tabaco nas Américas, ou seja, onde está proibido fumar em locais fechados, públicos e de trabalho, e nos transportes públicos.

O consumo de tabaco é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas, diabetes e câncer. "Todas as formas de tabaco são prejudiciais e não existe um nível seguro de exposição", alerta a Opas.

O relatório adverte que os novos produtos, como os cigarros eletrônicos, "estão cada vez mais disponíveis e acessíveis, o que supõe uma ameaça para o controle do tabaco". Além disso, "a indústria do tabaco utiliza afirmações enganosas para ganhar consumidores e novos mercados", acrescenta o texto.

A Opas recomenda aos governos que intervenham para "evitar que os não fumantes comecem a consumir esses produtos, impedir que o consumo de tabaco volte a ser normalizado na sociedade e proteger as gerações futuras".

A nível mundial, o tabaco causa mais de oito milhões de mortes por ano, das quais por volta de 1,2 milhão de não fumantes, mas que estiveram expostos à fumaça do tabaco.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que o Brasil receberá, por intermédio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), o primeiro lote de vacinas contra a "monkeypox", chamada no país de "varíola dos macacos". A informação já havia sido antecipada pelo chefe da pasta federal, que informou, no último mês, a possível chegada de 50 mil antivirais no mês de setembro. A nova declaração foi feita nesta segunda-feira (1º), mas não há informações sobre o lote chegar antes do previsto.

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O antiviral a ser recebido é o tecovirimat. De acordo com a comunidade internacional, a solução é promissora em reduzir a duração dos sintomas e o tempo em que o vírus fica ativo em um paciente com varíola, diminuindo, assim, o perigo de novas infecções. 

Segundo a última atualização do Ministério da Saúde, até o momento, o Brasil registra 1.369 casos confirmados de varíola dos macacos no país. O estado com mais casos é São Paulo, que tem 1.031 confirmações.  

No último dia 23 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a varíola dos macacos como emergência de saúde pública de interesse internacional. 

A monkeypox é causada por um poxvírus do subgrupo orthopoxvírus, assim como ocorre por outras doenças como a cowpox e a varíola humana, erradicada em 1980 com o auxílio da vacinação. O quadro endêmico no continente africano se deve a duas cepas distintas. 

 

Os casos de sífilis e sífilis congênita, uma infecção sexualmente transmissível que pode ser transmitida de mãe para filho com possíveis efeitos devastadores, aumentaram nas Américas, alertou nesta terça-feira (5) a Organização Pan-americana da Saúde (Opas).

Calcula-se que 4,6 milhões de pessoas tenham sífilis na região, segundo a revisão epidemiológica lançada em junho pela Opas.

Em 2020, os países das Américas reportaram 29.147 casos de sífilis congênita e cifras preliminares de 2021 registram mais de 30.000 casos desta infecção transmitida de mãe para filho.

"O número de pessoas afetadas continua sendo inaceitavelmente alto para uma doença que não devia mais existir", afirmou Marcos Espinal, vice-diretor interino da Opas, citado em um comunicado, insistindo em que existe tratamento e que seu custo é acessível.

A sífilis pode causar problemas neurológicos, cardiovasculares e dermatológicos nos adultos e ser transmitida na gravidez, "algo que pode provocar aborto espontâneo, morte fetal ou pouco depois do nascimento, prematuridade ou deficiências graves nos recém-nascidos", adverte a Opas.

Em 2016, a Assembleia Mundial da Saúde fixou a meta de reduzir os novos casos de sífilis em 90% entre 2018 e 2030, e os novos caso de sífilis congênita a menos de 50 por 100.000 crianças nascidas vivas.

Atualmente, a incidência de sífilis congênita na região é de 200 por 100.000, ou seja, muito superior a este objetivo.

"Devemos testar todas as mulheres na primeira consulta pré-natal, antes da 20ª semana e no terceiro trimestre da gravidez, e tratar de forma imediata com penicilina as positivas, assim como seus bebês, para evitar a transmissão", recomenda Rodolfo Gómez Ponce de León, assessor regional em saúde sexual e reprodutiva da Opas, citado no mesmo comunicado.

"Para evitar a reinfecção, também é necessário tratar os companheiros das gestantes", acrescentou.

A Revisão Epidemiológica sobre Sífilis da Opas mostra que na América Latina em 2020 só foram oferecidos testes de detecção da doença a apenas 59% das grávidas.

A doação de sangue na América Latina e no Caribe caiu 20% no primeiro ano da pandemia de Covid-19, informou nesta terça-feira a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Na América Latina e no Caribe, 8,2 milhões de unidades de sangue foram coletadas em 2020, beneficiando mais de 1 milhão de pessoas que precisavam de transfusão, destacou a Opas, segundo a qual isso representa 20% a menos do que em 2017, segundo os dados mais recentes comunicados pelos países.

Em muitas nações, a demanda de sangue supera a oferta, de modo que, para evitar escassez, a Opas recomenda que 100% das doações de sangue e componentes sanguíneos sejam provenientes de doadores voluntários e regulares, o que evitaria ter que recorrer a parentes ou amigos dos pacientes.

"A necessidade de sangue é universal, mas o acesso ao mesmo, não", observou o vice-diretor interino da Opas, Marcos Espinal, durante sua participação virtual no ato mundial realizado no México, país anfitrião das celebrações pelo Dia Mundial do Doador de Sangue.

A região está longe de atingir esses 100%. Em 2020, 48% do sangue coletado foi de doadores voluntários, 2% a mais do que em 2017. Em 10 países, mais de 80% do sangue foi de doadores altruístas regulares, mas, em outros nove, não se chegou a 10%, segundo a organização.

A Opas é tanto o escritório regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto o órgão especializado em saúde do Sistema Interamericano.

Brasil, Panamá, México, Colômbia, Uruguai e Haiti apresentaram candidatos a dirigir a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) durante os próximos cinco anos, anunciou nesta quinta-feira (2) a entidade que atua como escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas.

O nome proposto pelo Brasil é o pernambucano Jarbas Barbosa da Silva Jr., doutor em saúde pública pela Universidade de Campinas (Unicamp) e atual diretor-assistente da organização. Antes de assumir o cargo na Opas, o médico sanitarista foi diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Brasil entre 2015 e 2018.

Os outros candidatos são o panamenho Camilo Alleyne, a haitiana Florence Duperval Guillaume, a mexicana Nadine Flora Gasman Zylbermann, o colombiano Fernando Ruiz Gómez e o uruguaio Daniel Salinas, informou o comitê executivo da Opas em comunicado.

A eleição do próximo diretor será realizada por votação secreta durante a 30ª Conferência Sanitária Pan-Americana, que acontece entre os dias 26 e 30 de setembro.

O candidato que receber a maioria dos votos dos Estados-membros será nomeado para um mandato de cinco anos, e poderá ser reeleito uma vez.

O vencedor assumirá o cargo em 1º de fevereiro de 2023 e substituirá Carissa F. Etienne, de Dominica, que completará dois mandatos, cujos últimos anos foram marcados pela luta contra a pandemia de covid-19.

A Opas completa este ano 120 anos de trabalho na promoção da saúde em toda a região.

A organização foi fundada em 1902 como Repartição Sanitária Internacional para fazer frente à propagação de doenças infecciosas em uma época de rápida expansão do transporte marítimo.

Em 1923, passou a se chamar Repartição Sanitária Pan-Americana, e posteriormente Organização Pan-Americana da Saúde, em 1958. A Opas funciona tanto como escritório regional para as Américas da OMS como a organização especializada em saúde do Sistema Interamericano.

Os casos de Covid-19 estão em alta nas Américas, onde as infecções cresceram 27,2% na semana passada, impulsionados pelos casos nos Estados Unidos, alertou nesta quarta-feira (18) a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

Dos 918 mil casos novos registrados na região na semana finalizada em 14 de maio, mais de 605 mil correspondem aos Estados Unidos. Segundo a Opas, os contágios subiram na América do Norte nas últimas sete semanas.

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As quatro sub-regiões do continente informaram esta semana aumentos de infecções, com a maior alta na América Central (+80%).

Na América do Sul, o Brasil notificou mais de 120 mil casos novos (+9%), enquanto a Argentina teve quase 34 mil (+92%). Venezuela, Paraguai e Brasil indicaram também um aumento de mortes.

No Caribe, onde os casos de covid-19 subiram nas últimas cinco semanas consecutivas, o crescimento das infecções foi de 9,3% e o de mortes, de 49%.

A Opas também ressaltou que as hospitalizações por covid-19 cresceram em 18 países americanos, e as admissões em unidades de terapia intensiva aumentaram em 13 países e territórios da região.

“É hora de fazer um balanço desses números e agir. A covid-19 está novamente em alta nas Américas”, declarou a diretora da Opas, Carissa Etienne, durante uma coletiva de imprensa virtual.

“A verdade é que este vírus não vai desaparecer tão cedo”, acrescentou.

Etienne lembrou que muitos países abandonaram a exigência do uso de máscaras e do distanciamento físico em lugares públicos, mas muitas pessoas seguem em risco de desenvolver formas graves da covid-19 e morrer.

Segundo números da Opas, só 14 dos 51 países e territórios das Américas conseguiram cumprir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de vacinar 70% de sua população.

“O aumento de casos deveria servir como um alerta”, disse Etienne.

“Os governos devem continuar monitorando de perto as tendências da covid-19, adaptar seus guias para proteger os mais vulneráveis e estar sempre prontos para ampliar as medidas sociais cada vez que houver um aumento nos casos ou mortes”, observou.

A Diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne informou, nesta quarta-feira, que 1,5 milhão de casos de coronavírus foram confirmados nas Américas na última semana, o que representa uma queda de 32% na comparação com a semana anterior.

Em coletiva de imprensa, Etienne também revelou que o número de mortes caiu 10% no período, a 24.650. "A situação da covid-19 ainda é fluida", explicou, acrescentando que alguns países tiveram aumento nos registros.

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Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a região das Américas registrou uma melhora no quadro de infecções e óbitos por covid-19 na última semana. De acordo com a diretora-geral da entidade, Carissa Etienne, os casos reduziram 28% em relação aos sete dias anteriores, a 2,2 milhões, e as mortes tiveram sua primeira semana de queda, a 29 mil, após seis semanas seguidas de alta por conta do surto da variante Ômicron. 

A diretora ainda ressaltou que houve queda de um terço dos casos na América do Norte, apesar do aumento acentuado de 70% das infecções no México. Os Estados Unidos, por sua vez, tiveram redução nos óbitos mas os números seguem próximos dos maiores já registrados pelo país.

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Entre as regiões mais vulneráveis, Etienne destacou o Caribe, que ainda mantém uma cobertura vacinal baixa. Segundo ela, dos 13 países americanos que ainda não atingiram a meta mínima da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 40% de cobertura vacinal completa, 10 estão no Caribe. O Haiti, por exemplo, vacinou completamente apenas 1% da população local, disse.

O gerente de incidentes para Covid-19 da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Sylvain Aldighieri, reforçou nesta quarta-feira que não é possível antecipar quão graves serão eventuais novas cepas do coronavírus. "O surgimento de novas variantes de preocupação tem sido a razão de novas pandemias", disse, em coletiva à imprensa. "É uma incerteza com a qual temos que lidar."

Aldighieri também pontuou que a cepa Delta do vírus foi predominante até o último dezembro.

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Agora, porém, a Ômicron está se tornando predominante em todas as sub-regiões da América, com casos relatados oficialmente em 48 países da região.

Diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne afirmou nesta quarta-feira que, na última semana, as Américas tiveram mais de 8 milhões de novos casos da covid-19. "Este é o número mais alto de casos semanais desde o início da pandemia e ele é 32% superior ao da semana anterior", disse, durante entrevista coletiva virtual da entidade.

Carissa Etienne também destacou o aumento das mortes na região, com 18 mil delas na semana mais recente, uma alta de 37% ante a semana anterior.

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No Brasil, houve 477 mil novos casos de infecções pelo vírus na semana, um avanço de 193% ante a semana anterior, segundo a Opas.

Já os EUA possuem o número mais elevado de novos casos da doença na América do Norte, porém com queda de quase 1 milhão ante a semana anterior. Na região como um todo, os caso ocorrem "de forma mais ativa e disseminada do que nunca", alertou a autoridade.

Segundo Carissa, a variante Ômicron se tornou a predominante do vírus nas Américas. Ela ainda ressaltou que a maioria das hospitalizações por covid-19 é de não vacinados, incluindo as crianças.

Em sua fala inicial, Carissa Etienne ressaltou o caso das crianças, cobrando que o ensino volte a ser presencial, ao lembrar que essa modalidade é mais eficaz e tem outras vantagens importantes, como garantir alimentação adequada no período escolar para os mais pobres.

A Opas ressaltou que essa reabertura das escolas deve ser feita da maneira mais segura possível, por exemplo com o uso de máscaras.

Carissa Etienne ainda mencionou o fato de que, na pandemia, muitos países enfrentam uma piora em suas taxas de imunização para outras doenças, com milhões de crianças com vacinas atrasadas. O Brasil foi citado nesse caso, por estar enfrentado um surto de sarampo, segundo ela.

Nesta quarta-feira (15), o Governo de Pernambuco lançou um programa de prevenção e tratamento do câncer do colo do útero, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). 

Segundo dados obtidos pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), em 2022 são esperados 730 novos casos da doença em Pernambuco. Em razão disso, no próximo ano serão feitos rastreamentos e o acompanhamento de 80 mil mulheres moradoras do Recife e de oito cidades da Mata Sul.

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O investimento na iniciativa é da ordem de R$ 6 milhões. 

O Governador Paulo Câmara (PSB) afirmou que o programa irá auxiliar na melhoria da saúde pública de Pernambuco.

"Nós compramos a nossa rede, compramos equipamentos, temos uma consultoria técnica junto com a OPAS, qualificamos as nossas equipes e agora temos condições de ir a campo junto com os municípios para fazer todo um diagnóstico, os exames, e encontrar as mulheres que precisam da prevenção”, destacou Câmara.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) afirmou que, após os primeiros resultados do rastreamento no próximo ano, vai expandir o programa para todas as regiões do Estado.

O aperfeiçoamento da linha de cuidado passa pelo rastreio e detecção da lesão no colo do útero até a assistência na atenção especializada para o tratamento dessa ferida pré-cancerígena, que pode se transformar num tumor grave.

A SES salienta que o programa também prevê chegar ao patamar preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para 2030, de 90% das adolescentes pernambucanas vacinadas contra a doença (HPV), 70% de mulheres rastreadas – na faixa etária de 35 a 45 anos – e, para completar, 90% das mulheres tratadas. 

A pandemia da covid-19 nas Américas foi "sem dúvida pior" em 2021, quando a região registrou três vezes mais infecções e mortes do que no ano anterior, disse a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta quarta-feira (15).

A diretora da organização, Carissa Etienne, disse em uma coletiva de imprensa que o segundo ano da pandemia marcou e desafiou o continente americano.

"Quando comparamos 2020 com 2021, este ano foi sem dúvida pior", disse. "Vimos o triplo do número de infecções por covid e mortes neste segundo ano de pandemia do que em 2020."

“Os hospitais estavam operando no limite, medicamentos e suprimentos vitais estavam em falta e nossos sistemas de saúde foram colocados à prova como nunca antes”, acrescentou.

O primeiro caso de covid-19 nas Américas foi identificado em 21 de janeiro de 2020, nos Estados Unidos. Desde então, mais de 98 milhões de pessoas na região sofreram da doença e mais de 2,3 milhões morreram, segundo dados oficiais compilados pela Opas.

O continente americano foi especialmente atingido pelo novo coronavírus, concentrando mais de um terço de todas as infecções e uma em cada quatro mortes por covid-19 relatadas em todo o mundo.

Etienne disse que na semana passada, as Américas relataram mais de 926.000 novas infecções, um aumento de 18,4% nos casos em relação às semanas anteriores.

O ressurgimento de casos foi registrado em particular nos Estados Unidos e Canadá, bem como no Panamá, onde houve um aumento "constante" das infecções no último mês. Equador, Paraguai, Uruguai e Trinidade e Tobago também tiveram uma nova alta.

Os casos de covid aumentaram 23% na última semana no continente americano, a maioria em Estados Unidos e Canadá, mas também foram registrados fortes picos em Bolívia, Equador e Paraguai, alertou nesta quarta-feira (24) a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

"Essas tendencias são reveladoras", disse em uma coletiva de imprensa a diretora da Opas, Carissa Etienne, ao advertir que o aumento recorde de novas infecções na Europa pode ser replicado nas Américas nas próximas semanas.

A América do Norte registra a maior parte desses novos contágios. Na última semana, as infecções duplicaram e triplicaram nos territórios canadenses de Yukon e Noroeste.

Na América do Sul, quase todos os países - exceto Brasil, Suriname e Venezuela - notificaram maior incidência de covid. Os saltos mais pronunciados foram registrados no Equador e no Paraguai, com um crescimento de 400% no departamento boliviano de Santa Cruz, que a Opas atribuiu às greves e protestos recentes.

Na Colômbia, Bogotá e Medellín reportaram um aumento de casos e hospitalizações, especialmente entre os mais jovens, enquanto Chile e Argentina também registraram crescimento no número de novos casos, segundo a Opas.

Apesar de as novas infecções terem caído 37% na América Central, houve aumento em alguns lugares do Caribe, como Barbados, Ilhas Cayman e República Dominicana, enquanto Trinidad e Tobago registrou as taxas de covid mais altas de sua história, com ao menos cinco hospitais atingindo 80% de sua capacidade.

"Apesar de os casos de covid terem diminuído significativamente nos últimos meses, a transmissão da doença continua ativa em nossa região, por isso que, todas as vezes que baixamos a guarda, o vírus ganha impulso", afirmou Etienne, apontando para o risco que representam as festas de fim de ano e o período de férias de verão no hemisfério sul.

Nesse contexto, a dirigente da Opas destacou a situação na Europa, onde focos de baixa vacinação anticovid e o relaxamento das medidas de prevenção provocaram um aumento significativo das infecções.

"Ao longo desta pandemia, a Europa tem sido uma janela do futuro para as Américas. Já vimos mais de uma vez como a dinâmica da infecção na Europa se reflete aqui algumas semanas depois", disse.

"O futuro se abre diante de nós e deve servir de alerta para a nossa região, porque somos ainda mais vulneráveis", enfatizou.

A Opas destacou que, na América Latina e no Caribe, 51% da população já foi completamente imunizada contra a covid, mas ainda há 19 países da região que não atingiram a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de vacinar 40% da população até o fim deste ano.

E, ainda assim, em muitas áreas foram suspensas ou flexibilizadas as medidas para evitar contágios, como o uso de máscaras e o distanciamento social, especialmente em lugares fechados.

"Esta é uma combinação preocupante", afirmou Etienne.

Diretor-assistente da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa foi questionado durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (13) sobre os reforços em vacinas contra a Covid-19. Segundo ele, a posição da entidade foi adotada a partir do recomendado pelo Grupo Assessor Estratégico de Especialistas em Imunização (Sage, na sigla em inglês), que auxilia a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Barbosa disse, a partir de recomendação do Sage, que uma dose de reforço deve ser aplicada a pessoas imunossuprimidas, "moderadas ou graves". Além disso, citou que no caso das vacinas das chinesas Sinovac e Sinopharm, pesquisas apontaram que a eficácia entre as populações mais idosas é menor do que entre os mais jovens, por isso também nesse casos é recomendada a dose de reforço para os mais velhos. A Sinovac é a fabricante da Coronavac, uma das vacinas usadas no Brasil.

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Barbosa disse que, preferencialmente, o reforço deve ser do mesmo fabricante. Caso esta não esteja disponível, porém, é possível usar uma vacina de outro produtor, com pesquisas apontando que não há problema quanto a isso, comentou.

Em outro momento da coletiva, a diretora da Opas, Carissa Etienne, lembrou que o primeiro pico da Covid-19 no Brasil "infelizmente, foi muito extenso", atingindo não apenas grandes cidades, mas também áreas mais remotas. Ela recordou também que, na segunda onda da doença, com a presença da variante gama, os serviços de saúde ficaram ainda mais pressionados. A diretora da Opas, porém, também citou aspectos positivos do quadro no País, como campanhas de vacinação nos fins de semana e a presença de "campeões de vacinas" para incentivar toda a população alvo a se imunizar.

A Opas também pediu, durante a coletiva, que ocorra um esforço para garantir que 40% das populações de todos os países da região sejam vacinadas até o fim deste ano. Etienne disse que a entidade registra um aumento de casos entre pessoas mais jovens, atribuído segundo ela em parte ao fato de que esse grupo adota menos medidas de proteção, mas também pois em vários países eles não foram vacinados, ou têm menos acesso aos imunizantes por ora.

Já o gerente de Incidentes da Opas, Sylvain Aldhigieri, mencionou em outro momento que as festas de fim de ano "são mais propícias" à disseminação da covid-19, ao ser questionado sobre o eventual risco de um aumento nos casos da doença no fim do ano no México. Em resposta a outra questão, Jarbas Barbosa disse que "é difícil" fazer uma previsão sobre a pandemia nas Américas em 2022. Em sua avaliação do quadro, ele notou que apenas nove países da região conseguiram vacinar mais de 50% de suas populações contra o vírus, enfatizando a necessidade de melhorar a cobertura pela região.

Etienne ainda citou alguns cenários possíveis da Opas para a pandemia, a depender dos avanços na imunização. Em um deles, com alta cobertura vacinal, mas sem medidas de proteção, os países continuariam expostos a surtos de casos da doença, advertiu. Ela afirmou que a covid-19 pode se tornar uma doença endêmica, o que segundo a autoridade é mais um motivo para se reforçar a distribuição de vacinas entre os países das Américas.

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