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O juiz Frederico Botelho de Barros Viana, da 10ª Vara Federal de Brasília, absolveu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro Gilberto Carvalho e mais quatro pessoas por suposta corrupção para aprovação da MP 471 que prorrogou os incentivos fiscais de montadoras instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O magistrado considerou que a acusação apresentada no âmbito da Operação Zelotes não demonstrou 'de maneira convincente' a forma pela qual o petista teria participado no 'contexto supostamente criminoso' - fato exposto inclusive pelo Ministério Público Federal em suas alegações finais.

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"Muito embora existam elementos que demonstrem a atuação por parte da empresa de Maro Marcondes - Marcondes e Mautoni - no que se refere à prorrogação de benefícios fiscais às empresas CAOA e MMC, não há evidências apropriadas e nem sequer minimamente aptas a demonstrar a existência de ajuste ilícito entre os réus para fins de repasse de valores em favor de Luiz Inácio Lula da Silva ou de Gilberto Carvalho. É segura, portanto, a conclusão de que que a acusação carece de elementos, ainda que indiciários, que possam fundamentar, além de qualquer dúvida razoável, eventual juízo condenatório em desfavor dos réus", ponderou o juiz em decisão proferida na manhã desta segunda, 21.

Na denúncia em questão, aceita pela Justiça em setembro de 2017, o Ministério Público Federal narrava que a empresa Marcondes e Mautoni Empreendimentos representava os interesses da CAOA (Hyundai) e da MMC Automotores (Mitsubishi do Brasil) e teria ofertado R$6 milhões a Lula e Carvalho.

Além de Lula e Carvalho, foram absolvidos os lobistas Mauro Marcondes e Alexandre Paes dos Santos, o APS, , o ex-conselheiro do Carf José Ricardo da Silva e os executivo Paulo Arantes Ferraz. Carlos Alberto de Oliveira Andrade, outro executivo alvo da denúncia do MPF, já havia sido excluído da ação, em razão de a Justiça ter determinado o trancamento do processo contra ele.

Ao proferir a sentença absolutória, o juiz Frederico Botelho de Barros Viana destacou parecer do Ministério Público que, em alegações finais, se manifestou pela aplicação da cláusula in 'dubio pro reo' em favor dos acusados, pela insuficiência de provas para a condenação.

"Em suas alegações finais, o MPF traz suas conclusões de maneira escorreita. A partir dos elementos probatórios que sustentaram a denúncia e que, em tese, evidenciariam a existência da prática dos delitos de corrupção ativa e passiva pelos réus, o próprio parquet chegou à conclusão final de que muito embora houvesse robustos indícios de favorecimento privado, inexistiam evidências mínimas quanto às circunstâncias em que o suposto repasse dos R$ 6 milhões ao réu Luiz Inácio Lula da Silva ou a Gilberto Carvalho teria ocorrido", registrou o magistrado na decisão.

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS DE GILBERTO CARVALHO

"A decisão chancela o que a defesa sempre sustentou: não existiu qualquer ato ilícito na conduta de Gilberto carvalho, que sempre agiu na mais estrita legalidade e na proteção do interesse público".

Pierpaolo Cruz Bottini, Leandro Racca e Stephanie Guimarães

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou na noite de segunda-feira, 3, à Justiça Federal de Brasília, um pedido de suspeição de dois procuradores que atuam no caso dos caças suecos - no qual o petista foi denunciado em 2016, no âmbito da Operação Zelotes, pelos supostos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A peça de 46 páginas enviada ao juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, tem como base os diálogos apreendidos na Operação Spoofing, que investigou o hackeamento de celulares de autoridades, entre elas o ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

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Após decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, a defesa de Lula teve acesso às mensagens e passou a apresentar uma série de relatórios à corte máxima, um deles focando em diálogos relacionados à denúncia dos caças suecos. A validade jurídica do material é contestada pelos procuradores da Lava Jato.

No pedido de suspeição, os advogados de Lula alegam que os procuradores Frederico de Carvalho Paiva e Herbert Reis Mesquita "atuaram com a Lava Jato para criar acusações". Além disso, alegam que os procuradores "articularam" com a força-tarefa em Curitiba um depoimento do ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda/Governo Lula e Casa Civil/Governo Dilma) "com o objetivo de tentar dar sustentação a acusações construídas".

Além de Lula, a acusação atinge o filho do petista Luís Cláudio e o casal de lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni. A Procuradoria atribui ao grupo suposto envolvimento em "negociações irregulares que levaram à compra de 36 caças do modelo Gripen pelo governo brasileiro e à prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627", durante o governo Dilma Rousseff.

À Justiça Federal de Brasília, a defesa do petista de Lula que a denúncia contra Lula foi "idealizada" pela força-tarefa da Lava Jato dentro de um "plano que buscava liquidar" o petista. Os advogados sustentam que "para fabricar a acusação (dos caças suecos), os procuradores de Curitiba recorreram à atuação ilegal da Receita Federal e até mesmo a articulações com autoridades norte-americanas".

Além disso, o pedido de suspeição sustenta que os dois procuradores acionados teriam participado de um grupo no Telegram denominado "Chat Caças Zelotes - LJ" com integrantes da força-tarefa em Curitiba e "decidiram levar adiante os atos de persecução, com o protocolo da peça - após revisão dos procuradores da Lava Jato". O documento também alega que após o encerramento da instrução do processo, os procuradores "decidiram recorrer uma vez mais à Lava Jato de Curitiba para viabilizar o depoimento de Palocci".

O principal pedido feito pela defesa é o de reconhecimento da suspeição dos procuradores, com a consequente suspensão do tramite da ação penal contra Lula. Uma eventual decisão em tal sentido poderia implicar ainda na anulação da denúncia e de todos os atos processuais no processo.

Procuradas pela reportagem, as Procuradorias da República no Distrito Federal e no Paraná afirmaram que não vão se manifestar sobre o assunto.

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) absolveu, por unanimidade, o lobista Mauro Marcondes, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em ação penal no âmbito da Operação Zelotes sobre suposto esquema de compra de medidas provisórias nos governos petistas. A corte ainda condenou os réus por advocacia administrativa, mas reconheceu a prescrição do crime. Marcondes havia sido condenado a 11 anos e 8 meses.

Também foram absolvidos o lobista Alexandre Paes dos Santos, o advogado José Ricardo da Silva, o lobista Francisco Mirto, os ex-representantes da montadora MMC (Mitsubishi) Paulo Arantes Ferraz e Robert de Macedo Rittcher, o ex-diretor de comunicação do Senado Fernando Mesquita e o advogado Eduardo Valadão.

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A decisão reverte sentença condenatória do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília. O magistrado considerou haver provas suficientes de que o grupo formou um "consórcio" que praticava tráfico de influência e pagava propina a servidores públicos para viabilizar a edição, pelo governo, e a aprovação, pelo Congresso, de MPs que prorrogaram incentivos fiscais a indústrias automotivas instaladas no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste.

Os "serviços" teriam sido contratados pela MMC Automotores (fabricante Mitsubishi) e pela Caoa (que monta veículos Hyundai), ao custo de R$ 32 milhões.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protagonizou um embate, nessa quarta-feira (19), com um dos procuradores que atuam na Operação Zelotes. Exaltado, Lula apontou o dedo ao procurador e em alto tom de voz disse que desafia o Ministério Público a provar que ele havia recebido propina de empresários e que tinha "origem" humilde.

O procurador da República Igor Miranda interrompeu o ex-presidente para dizer que não era autor intelectual da denúncia, mas que tinha obrigação de questioná-lo sobre os crimes de que é acusado.

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"Eu estou cansado de tanta mentira contra mim, de tanta leviandade, de tantas insinuações. Eu tenho desafiado nesses últimos cinco anos, eu duvido que tenha um juiz, um procurador, um delegado, um deputado, um empresário que diga o seguinte: 'eu vi um empresário dar 5 centavos ao Lula'. Eu tenho desafiado vocês do Ministério Público. Apresente uma prova pelo amor de Deus. Parem de insinuar coisas a meu respeito. Possivelmente muita gente que trata com leviandade muita atuação como presidente da República talvez agisse com leviandade se estivesse no meu lugar", declarou Lula, em tom ríspido. "Eu sou de uma terra onde a gente nasce pobre, mas aprende a ter caráter e dignidade. Eu não abro mão disso."

Imediatamente o procurador rebateu: "para deixar claro, presidente, não sou autor intelectual dessa denúncia. Como o senhor percebe, eu sou negro, cresci numa periferia, até nesse sentido é um prazer conhecê-lo, mas é meu dever institucional buscar a verdade".

Lula respondeu ficar "orgulhoso" de ver um negro no Ministério Público e disse que tinha esperança de ver mais. "Somos poucos", afirmou o procurador.

Lula disse que merecia "desculpas" por parte do MPF e da Polícia Federal e lançou novamente desconfianças sobre procuradores da República. O ex-presidente foi condenado e preso na Operação Lava Jato por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro - ele foi solto em 2019 por ordem do Supremo Tribunal Federal até que os últimos recursos de defesa se esgotem.

"Estou dizendo em alto e bom som 24 horas por dia: Eu desafio a instituição Ministério Público a provar algum deslize na minha vida. A gente não pode falar o mesmo de alguns procuradores", provocou o petista.

O depoimento de Lula ocorreu como réu na ação penal da Operação Zelotes sobre a Medida Provisória 471 de 2009, que deu incentivos fiscais ao setor automobilístico e levou à instalação de fábricas de automóveis em Pernambuco, na Bahia e em Goiás. O processo foi separado para tratar apenas de atos ocorridos dentro do Poder Executivo, relacionados à elaboração da norma.

O ex-presidente é acusado de ter cometido corrupção ao solicitar ou assentar promessa de valores ao PT por parte de representantes de montadora. Lula disse que a denúncia é uma das "grandes mentiras" contadas pelo Ministério Público Federal. "Se alguém levou dinheiro foi o povo de Pernambuco, de Goiás, da Bahia e do Nordeste", disse Lula.

A audiência foi marcada por uma série de questionamentos de advogados de defesa dos réus à atuação do procurador. Lula chegou a dizer que "não havia nada pior do que uma pergunta mal feita".

O procurador Igor Miranda e o juiz Vallisney Oliveira, titular da 10ª Vara Federal, tentavam extrair do ex-presidente informações sobre o processo de elaboração da MP e cotejar o depoimento de Lula com o do ex-ministro e ex-chefe de gabinete Gilberto Carvalho, também réu na ação. Carvalho era o responsável por intermediar contatos com lobistas e representantes do setor automobilístico, como Mauro Marcondes, outro dos réus, conhecido de Lula desde os tempos de sindicalista no ABC paulista. Ele negou ter atendido pedidos de Marcondes.

Lula disse ter feito uma série de reuniões com personalidades do setor, mas que discutia os termos da MP apenas com os ministros das áreas envolvidas. Ele negou ter recebido Marcondes a sós no Palácio do Planalto para discutir o conteúdo da MP 471, apesar de ressalvar que não tem a memória de todos os fatos aos 74 anos de idade. "Eu nunca recebi o Mauro Marcondes sozinho enquanto presidente da República para discutir a MP 471", afirmou Lula.

Ao fim, o ex-presidente fez uma espécie de mea-culpa ao juiz e ao procurador. "Não pense que eu fiquei nervoso não, fico admirado de ver um negro no Ministério Público. E quero ver muitos", afirmou antes de deixar pelos fundos a sede da Justiça Federal. "Parece que estou nervoso, mas não sou nervoso não, sou muito calmo e respeito a Justiça."

O juiz federal Ricardo Leite, da 10.ª Vara Federal Criminal de Brasília, remarcou para 19 de fevereiro interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Zelotes.

A defesa de Lula pediu o adiamento para que ele possa visitar o papa Francisco no Vaticano, entre os dias 12 e 15. "O adiamento do interrogatório não tumultuará o andamento do feito", afirmou o juiz na decisão. 

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou ao juiz federal Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Criminal Federal de Brasília, que vai ao Vaticano ter uma audiência do Papa Francisco, no dia 13 de fevereiro. A viagem deverá se estender entre os dias 12 e 15. Para tanto, pede ao magistrado que suspenda interrogatório na Operação Zelotes, que está agendado para dia 11.

"Conforme se procedeu durante todo o tramitar do feito, o peticionário declara que não deixará de comparecer a nenhum ato judicial para o qual sua presença seja obrigatória", argumentam os advogados do ex-presidente.

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Nesta ação penal, o petista responde pelo crime de corrupção passiva por, supostamente, ter participado da "venda" da Medida Provisória (MP) 471, de 2009, que prorrogou os incentivos fiscais para montadoras instalavas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O caso foi revelado pelo Estado em 2015 e investigado na Operação Zelotes.

No sábado, 1, o presidente da Argentina, Alberto Fernandéz, disse à Rádio France Internacional que o papa Francisco terá "todo o prazer" de receber Lula. Fernandéz esteve com o também argentino Francisco na véspera, sexta-feira, 31.

"O Lula me pediu para ver o Papa. E eu pedi se ele podia receber o Lula. E ele me disse que 'claro' e que (o Lula) lhe escrevesse porque ele, com todo prazer, o receberá", disse Fernandéz à rádio francesa.

Segundo a emissora, o assunto surgiu quando o presidente e o papa falavam sobre "lawfare" o termo jurídico que significa uso das leis para perseguição política ou comercial que, segundo a defesa, é usado pela Lava Jato contra o ex-presidente.

É a segunda vez que Fernandéz faz intermedeia um encontro entre emissários de Lula e Francisco. A primeira vez foi em agosto de 2018, quatro meses depois da prisão do petista, quando o argentino ainda não era nem sequer candidato à presidência e tentou marcar um encontro do papa com o ex-chanceler Celso Amorim com o objetivo de dar visibilidade internacional à situação de Lula.

Naquela ocasião, o papa enviou ao ex-presidente um bilhete escrito na capa de um livro no qual abençoava o petista. Em maio deste ano, Francisco mandou uma carta a Lula pedindo que ele não desanimasse. "O bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a Salvação vencerá a condenação", disse o pontífice.

O ex-presidente planeja, ainda, uma segunda viagem, para a França, para receber o título de cidadão parisiense, outorgado pela Prefeitura da capital francesa.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, indicou nesta terça-feira, 23, um novo procurador para atuar na Operação Zelotes, que investiga esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), tribunal que julga recursos de multas aplicadas pela Receita. A decisão ocorre um dia após o jornal O Estado de S. Paulo revelar que procuradores a acusaram de desmontar a força-tarefa que atua na investigação e foi tomada sem consulta ao coordenador da investigação, o que é incomum.

O escolhido por Raquel é o procurador da República do Município de Angra dos Reis Igor Miranda da Silva. No dia 1.º de julho, Miranda acompanhou o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, em uma audiência com o ministro da Justiça, Sérgio Moro. Apesar disso, o nome dele não consta da agenda do ministro, apenas o do senador.

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Quem teve acesso ao teor da conversa no gabinete de Moro afirmou que os dois apresentaram um pedido em comum: o fortalecimento da Polícia Federal em Angra. O encontro com o ministro ocorreu quando o procurador já era o responsável pelo inquérito civil que apura a anulação da multa ambiental de R$ 10 mil aplicada pelo Ibama a Bolsonaro por pesca em unidade de conservação em 2012, quando o presidente era deputado.

Questionado sobre a audiência com Moro e Flávio Bolsonaro, Miranda disse que o encontro "tratou de aumento de efetivo policial na região (de Angra dos Reis)". Flávio, segundo ele, participou da reunião "como representante do Estado do Rio". "Não sou amigo do atual ministro da Justiça e do senador mencionados", afirmou Miranda.

A indicação do novo procurador foi mal recebida por ala de procuradores do Ministério Público do Distrito Federal, que a classificou como "absurda".

A expectativa entre procuradores era de que Raquel prorrogasse a permanência do procurador Alexandre Ismail na operação. Por determinação dela, ele foi transferido para Roraima, sua unidade de atuação após trabalhar um ano na Zelotes. Raquel alega que atendeu a um pedido da Procuradoria da República de Roraima.

Conforme o jornal mostrou nesta terça, dos quatro procuradores que atuavam na Zelotes apenas Frederico Paiva permaneceu. Ele recebeu autorização para continuar a trabalhar no caso mesmo morando nos Estados Unidos, onde faz mestrado. É a primeira vez que isso ocorre. O trabalho remoto o impede de participar de audiências. Paiva disse a interlocutores que, apesar das dificuldades em acumular as duas tarefas, não pretende deixar as investigações por ser o coordenador do caso.

Paiva também tem se mostrado preocupado com o desmonte da força-tarefa diante da complexidade da operação e defendido a permanência de Ismail no caso. Procurado na terça-feira, ele não ligou de volta. A Zelotes já resultou em 20 denúncias e 113 réus e apurou prejuízo de R$ 50 bilhões em impostos não recolhidos por empresas acusadas de pagar propina para anular débitos na Receita.

Entre os réus está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é acusado de tráfico de influência e lavagem de dinheiro nas negociações que levaram à compra de 36 caças Gripen pelo governo brasileiro. A defesa do petista nega envolvimento dele no esquema. Filho mais novo de Lula, Luís Cláudio Lula da Silva também foi denunciado na Zelotes acusado de participar de esquema de venda de medida provisória em troca de patrocínio para um torneio de futebol americano. Os casos foram revelados pelo Estado.

O ministro do Tribunal de Contas da União Augusto Nardes também é investigado na Zelotes. Ele é suspeito de receber propina para beneficiar empresa com dívida no Carf. O ministro sempre negou a acusação.

Greenfield

A Zelotes não é o único gargalo da Procuradoria-Geral da República. Raquel ainda não atendeu a pedido da força-tarefa da Operação Greenfield, que apura crimes envolvendo fundos de pensão, de prorrogar a permanência do procurador Frederico Siqueira nas investigações. Ele é o principal condutor da investigação intitulada Circus Maximus, um dos braços da Greenfield que foca em suposto esquema de corrupção no Banco de Brasília.

A crise na Procuradoria ocorre no momento em que Raquel tenta ser reconduzida ao cargo. O presidente Jair Bolsonaro disse que vai anunciar sua decisão em agosto. O nome da procuradora-geral não consta da lista tríplice da categoria, que tem sido respeitada pelos presidentes da República desde 2002 para a indicação do nome. As forças-tarefa da Zelotes, Lava Jato e Greenfield publicaram nota defendendo a escolha do sucessor de Raquel dentro da lista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Deflagrada em 2015 para investigar esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), a Operação Zelotes enfrenta um desmonte que "pode prejudicar gravemente todo o trabalho", destaca o jornal O Estado de S. Paulo. O alerta é do chefe em exercício da Procuradoria da República do Distrito Federal, Cláudio Drewes, que viu em poucos dias a força-tarefa que atua no caso se dissolver. A opinião dele é compartilhada por outro colega que acaba de ser retirado da operação. "Temo muito sobre o que vai acontecer", disse o procurador Alexandre Ismail.

A operação chegou a ter quatro procuradores. Hoje, conta apenas com um, que está nos Estados Unidos, onde faz um mestrado. O trabalho remoto impede Frederico Paiva de participar de audiências. O último a sair foi Ismail, que acaba de ser transferido para Roraima, seu Estado de origem. E contra sua vontade.

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Como resultado, nas duas últimas semanas ao menos seis audiências - como interrogatório de réus e de testemunhas - foram feitas por procuradores que não estão familiarizados com a operação. Isso em um momento em que mais de 20 processos considerados complexos estão sob instrução e ainda há investigações em andamento.

Em quatro anos de investigação, a Operação Zelotes já apresentou 20 denúncias criminais contra 113 réus, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista foi acusado de tráfico de influência e lavagem de dinheiro nas negociações que levaram à compra de 36 caças do modelo Gripen pelo governo brasileiro - caso revelado pelo Estado em 2015. O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes é um dos investigados. Ele teria recebido propina para beneficiar uma empresa. O que nega.

Saída

A decisão de devolver o procurador Alexandre Ismail para Roraima, onde está lotado, é da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Ele atuava na operação há um ano. Seu pedido para permanecer no caso foi negado no último dia 11 e, até agora, um substituto não foi designado.

Procurada, a assessoria de Dodge nega o esvaziamento da operação e justifica que a saída se deu a pedido da Procuradoria da República de Roraima, onde Ismail é lotado. Afirmou, ainda, que um novo nome pode ser indicado para compor a equipe.

A força-tarefa diz que tenta, há um mês, uma audiência com Dodge, mas sem sucesso. "Eu sinceramente ainda estou tentando entender. Passamos mais de um mês buscando marcar reunião com ela. Até agora, estamos tentando digerir", disse Ismail.

"Pareceu irônico quando a gente viu na terça-feira (dia 16) que ela (Raquel Dodge) se reuniu com a Lava Jato e manifestou que estava os apoiando", complementou o procurador. Ele faz coro com o chefe da Procuradoria no DF sobre o futuro da operação: "A Zelotes é uma operação que já estava atuando sem estrutura necessária e agora vai ter ainda mais dificuldade para andar. Isso em um momento em que era necessário dar um gás para finalizar procedimentos. Obviamente se perde o fio da meada", disse.

Crítica

A nota do procurador Claudio Drewes com crítica nominal a Dodge causou desconforto na Procuradoria-Geral da República e, nesta segunda-feira, 22, acabou removida do site da Procuradoria da República do Distrito Federal. No texto, Drewes alerta para o "encerramento da força-tarefa", para a perda de "memória do conjunto investigado e a integridade na linha investigativa" e para o "dano ao trabalho ora desenvolvido e ao que está por desenvolver".

A ordem para retirar a crítica da página teria partido da procuradora-chefe titular, Ana Carolina Alves Araújo Roman. O jornal tentou contato com ela, mas foi informado que está de férias. Drewes considerou que a medida "passou por cima de sua decisão e feriu a sua independência funcional".

Interlocutores de Raquel, por sua vez, afirmam que a nota tinha natureza política e que o retorno de Ismail a Roraima se deve ao fato de a unidade em que está lotado não ter dado a anuência necessária para a continuidade dele em Brasília.

A Procuradoria da República em Roraima justificou que a medida foi necessária devido ao crescimento na demanda diante da migração de venezuelanos.

Apesar de a posição da unidade original do procurador ter sido respeitada, há precedentes em que isso não ocorreu. A própria Dodge não teria ouvido a posição da Procuradoria da República de Guarulhos ao convocar uma procuradora para trabalhar em Brasília em abril. A unidade foi contra e acionou o Conselho Nacional do Ministério Público para ter a servidora de volta. A PGR não comenta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No depoimento à Justiça em que reafirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negociou com um lobista pagamentos a seu filho caçula, Luís Cláudio Lula da Silva, para a aprovação de uma Medida Provisória (MP), o ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda/Casa Civil/Governos Lula e Dilma) citou ter presenciado pedidos de Lula a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em favor de empresas.

De acordo com Palocci, por "diversas vezes" Lula fez "inúmeros pedidos" à Dilma em relação a interesses de empresas e de parceiros dele (Lula). Na versão dada pelo ex-ministro, Dilma "nem sempre" tinha conhecimento de que os pedidos de Lula envolviam o pagamento de propina.

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Por meio de sua assessoria de imprensa, a petista afirmou que Palocci, que assinou um acordo de colaboração com a Polícia Federal, continua a mentir.

O ex-ministro prestou depoimento na manhã desta segunda-feira, 18, via teleconferência da Justiça Federal em São Paulo. A oitiva se deu no âmbito da ação penal da operação Zelotes em que o ex-presidente Lula é réu por suposto tráfico de influência na compra dos caças suecos da marca Grippen e na edição da MP 627.

No depoimento, conduzido pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, Palocci disse desconhecer qualquer irregularidade envolvendo Lula no caso dos caças Grippen, mas reafirmou seu conhecimento sobre os repasses do lobista Mauro Marcondes ao filho do ex-presidente, Luís Cláudio Lula da Silva.

"Que tenho mais referência foi uma reunião ocorrida em maio de 2014. Luís Cláudio me procurou na minha consultoria e disse que naquele ano de 2014 ele já estava com o projeto do futebol americano fechado e que faltava cerca de R$ 2,5 milhões. E me perguntou se eu poderia ajudar", disse Palocci.

Após esse encontro, disse o ex-ministro, ele se reuniu com Lula para perguntar se deveria atuar em favor de Luís Cláudio. "(Lula) Me contou que não precisava mais, porque através da MP 627 ele havia negociado os recursos suficientes que o Luís Cláudio precisava", afirmou Palocci.

Questionado pelo advogado Cristiano Zanin, defensor de Lula, Palocci afirmou que as conversas com Lula e Luís Cláudio não tiveram a participação ou foram testemunhadas por outras pessoas.

O ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda/Casa Civil/Governos Lula e Dilma) reafirmou em depoimento à Justiça Federal, nesta segunda-feira (18), que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negociou com o lobista Mauro Marcondes Machado, do setor automobilístico, pagamentos a seu filho caçula, Luís Cláudio Lula da Silva, para a aprovação de uma Medida Provisória.

A negociação, disse Palocci, envolveu a atuação de Lula junto ao governo federal para evitar que a presidente Dilma Rousseff vetasse a emenda da MP 627 que previa a manutenção de benefícios para montadoras das regiões norte, Nordeste e centro-oeste. Segundo Palocci, a MP 627 foi a "campeã das propinas na história do Brasil" uma vez que teve em seu texto "vários contrabandos enxertados".

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Ainda segundo Palocci, o próprio Lula lhe informou que sua atuação resultaria no repasse de valores por parte de uma empresa de Mauro Marcondes para seu filho Luís Cláudio.

O ex-ministro prestou depoimento na manhã desta segunda-feira via teleconferência da Justiça Federal em São Paulo. A oitiva se deu no âmbito da ação penal da operação Zelotes em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu por suposto tráfico de influência na compra dos caças suecos da marca Grippen e na edição da MP 627.

No depoimento, conduzido pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, Palocci disse desconhecer qualquer irregularidade envolvendo Lula no caso dos caças Grippen, mas reafirmou seu conhecimento sobre os repasses do lobista Mauro Marcondes ao filho do ex-presidente, Luis Cláudio Lula da Silva.

"Que tenho mais referência foi uma reunião ocorrida em maio de 2014. Luís Cláudio me procurou na minha consultoria e disse que naquele ano de 2014 ele já estava com o projeto do futebol americano fechado e que faltava cerca de R$ 2,5 milhões. E me perguntou se eu poderia ajudar", disse Palocci.

Após esse encontro, disse o ex-ministro, ele se reuniu com Lula para perguntar se deveria atuar em favor de Luís Cláudio. "(Lula) Me contou que não precisava mais, porque através da MP 627 ele havia negociado os recursos suficientes que o Luís Cláudio precisava", afirmou Palocci.

Questionado pelo advogado Cristiano Zanin, defensor de Lula, Palocci afirmou que as conversas com Lula e Luís Cláudio não tiveram a participação ou foram testemunhadas por outras pessoas.

Histórico

Na ação penal em que Palocci prestou depoimento, a Procuradoria da República afirma que os crimes teriam sido praticados entre 2013 e 2015 quando Lula, já na condição de ex-presidente, "integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo para beneficiar as empresas MMC, grupo Caoa e SAAB, clientes da empresa Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia LTDA (M&M)".

Em troca, afirma a denúncia, Mauro e Cristina, donos da M&M, repassaram a Luis Cláudio pouco mais de R$ 2,5 milhões. Ao longo de 154 páginas, os procuradores da República Hebert Mesquita, Frederico Paiva e Anselmo Lopes descrevem a atuação dos investigados em dois fatos a partir da existência do que chamaram de "uma relação triangular".

Na denúncia, a Procuradoria também sustenta que a promessa de interferência no governo por parte do ex-presidente Lula (venda de fumaça) rendeu ao seu filho, Luis Cláudio, o recebimento de vantagens indevidas e que o valor repassado só não foi maior por causa da deflagração da Zelotes, em março de 2015. Segundo a ação, a expectativa era de um recebimento total de R$ 4,3 milhões, sendo R$4 milhões da M&M e o restante da montadora Caoa. Entre os meses de junho de 2014 e março de 2015, a M&M fez nove pagamentos à LFT que somados chegaram a exatos R$ 2.552.400,00.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) prestou depoimento na Justiça Federal de São Paulo na tarde desta quinta-feira, 6, no processo em que o seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é acusado de corrupção por, segundo o Ministério Público Federal, ter recebido propina para a editar a Medida Provisória 471. A MP, investigada na Operação Zelotes, foi aprovada em 2009 e tinha como finalidade prorrogar incentivos fiscais de montadoras instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Fernando Henrique Cardoso foi arrolado como testemunha pela defesa do lobista do setor automobilístico Mauro Marcondes Machado, réu no processo, porque a MP editada em 2009, no governo Lula, alterou duas leis de 1997 que estabeleciam incentivos fiscais para o desenvolvimento regional quando o tucano ocupava a presidência. Nos 20 minutos em que falou por videoconferência ao juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, o tucano afirmou que, quando se é presidente, há muita pressão de regiões, parlamentares e setores da sociedade para que medidas provisórias sejam aprovadas, mas que cabe ao chefe do Executivo decidir o que é melhor para o País e para o interesse nacional.

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"O governo tem que ter capacidade em saber se é ou não do interesse do País, normalmente é assim. Há demanda do próprio Congresso e de regiões também. Demandar é fácil, todo mundo pede. O problema é conceder ou não conceder. O presidente para poder assinar é muito formalizado, passa pela AGU, tem que falar com ministro da área. Eventualmente o presidente ouve alguma demanda. Função do presidente é separar o que é bom do que é ruim para o País, o que é interesse nacional e o que não é", disse.

Questionado, o ex-presidente explicou o rito da aprovação de uma medida provisória. Segundo ele, a matéria era discutida pelos ministérios relacionados ao tema e depois passava pelo crivo da Casa Civil. "O presidente não tem tempo para olhar tudo. Gerente dos ministérios é a Casa Civil. Ela é um filtro de outras discussões. Depois, passa pelo advogado-geral da União. O presidente não assina nada que não tenha o ok da Casa Civil e do advogado-geral da União, que é peça-chave para ver se está ou não conforme a realidade. Nunca vi medida provisória de iniciativa minha ou de outra pessoa que não tenha passado por esse caminho, que é o normal. O presidente não funciona sem duas muletas: Casa Civil e AGU."

FHC informou ainda que quando era presidente foi pressionado por regiões, em especial a Nordeste, a respeito da necessidade de que houvesse apoio para a dispersão da produção de automóveis, que era concentrada em São Paulo. Segundo o tucano, houve uma forte pressão da Bahia e resistência de outros Estados, mas não da região Centro-Oeste. "Houve um primeiro movimento, que foi um investimento grande no Rio Grande do Sul. Chegou a Ford e depois a Chevrolet. Fizeram um investimento grande. Achei, pessoalmente, interessante por causa do Mercosul. Sempre achei que para consolidar uma integração regional era necessário que a produção fosse feita na área. Que eu me recorde, a principal voz era do Nordeste."

Propina por aprovação

Antes de FHC prestar depoimento, o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci disse, em depoimento à Justiça Federal do Distrito Federal, que o ex-presidente Lula negociou com o lobista Mauro Marcondes Machado pagamentos a Luís Cláudio Lula da Silva, seu filho caçula, para a aprovação da medida provisória que tinha como finalidade prorrogar incentivos fiscais de montadoras instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Ao juiz Ricardo Augusto Soares Leite, Palocci afirmou que, entre o final de 2013 e o início de 2014, o filho caçula do ex-presidente Lula o procurou na sede de sua consultoria, em São Paulo, para pedir contribuições para o seu projeto de esportes.

"Ele disse que precisava para o evento 'Touchdown', que ele lidera, para fechar entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões e que eu ajudasse com recursos via empresas conhecidas, porque eu conhecia muitas. Não pude fazer nada e fui falar com Lula para saber se ele me autorizava a fazer isso. Sempre que alguém me pedia em nome do ex-presidente eu o consultava", contou.

"Aí, ele (Lula) me disse que não precisaria atender ao pedido de seu filho porque ele disse que tinha resolvido o problema com o Mauro Marcondes. Ele me falou que empresas iriam pagar Mauro Marcondes, porque ele já prestava serviços a elas, e prestou nesta ocasião também, porque iam pagar quantia entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões, e que o Mauro ia repassar recursos ao Luís Cláudio."

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci disse, nesta quinta-feira (6), em depoimento à Justiça Federal do Distrito Federal, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negociou com o lobista Mauro Marcondes Machado, do setor automobilístico, pagamentos a Luís Cláudio Lula da Silva, seu filho caçula, para a aprovação de uma medida provisória que tinha como finalidade prorrogar incentivos fiscais de montadoras instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Ao juiz Ricardo Augusto Soares Leite, Palocci afirmou que entre o final de 2013 e o início de 2014 o filho caçula do ex-presidente Lula o procurou na sede de sua consultoria, em São Paulo, para pedir contribuições para o seu projeto de esportes.

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"Ele disse que precisava para o evento 'Touchdown', que ele lidera, entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões e que eu ajudasse com recursos via empresas conhecidas, porque eu conhecia muitas. Não pude fazer nada e fui falar com Lula para saber se ele me autorizava a fazer isso. Sempre que alguém me pedia em nome do ex-presidente eu o consultava", contou.

"Aí, ele (Lula) me disse que não precisaria atender ao pedido de seu filho porque ele disse que tinha resolvido o problema com o Mauro Marcondes. Ele me falou que empresas iriam pagar Mauro Marcondes, porque ele já prestava serviços a elas, e prestou nesta ocasião também, porque iam pagar quantia entre R$ 2 e R$ 3 milhões, e que o Mauro ia repassar recursos ao Luís Cláudio."

De acordo com o ex-ministro, o lobista demonstrou ter acesso "irrestrito" a Lula. "O ex-presidente me disse que tinha confiança no Mauro Marcondes e que o conhecia desde que era sindicalista no ABC e ele era atuante na área empresarial. Tinha razoável confiança nele. Me disse isso porque fiquei espantado com a forma como o ex-presidente teria interferido na MP de forma tão explícita. Mas ele me disse que ele era de confiança dele e que não haveria problema."

Palocci foi ouvido no processo em que o ex-presidente Lula é acusado de corrupção por, segundo o Ministério Público Federal, ter recebido propina para a editar a Medida Provisória 471. A MP, investigada na Operação Zelotes, foi aprovada em 2009 e tinha como finalidade prorrogar incentivos fiscais de montadoras instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Palocci prestou depoimento na condição de testemunha de acusação no processo em que Lula, o ex-ministro Gilberto Carvalho e mais cinco são réus. Segundo o MPF, a empresa Marcondes e Mautoni Empreendimentos, do lobista Mauro Marcondes Machado, representava os interesses da CAOA (Hyundai) e da MMC Automotores (Mitsubishi do Brasil) e teria ofertado R$ 6 milhões a Lula e Carvalho.

O dinheiro seria para financiar campanhas do PT. Como prova dos repasses indevidos, o MPF apresentou uma série de troca de mensagens e anotações apreendidas com os alvos da Zelotes. Todos negam as acusações do MPF.

O depoimento de Palocci é o primeiro concedido após sua passagem para a prisão semiaberta domiciliar, na última quinta-feira, dia 29. Por conta disso, ele foi feito por meio de videoconferência em São Paulo. O ex-ministro foi arrolado como testemunha da acusação e da defesa do lobista Mauro Marcondes Machado, réu na Zelotes.

Delator na Lava Jato, Palocci obteve o benefício após a 8ª Turma Penal do Tribunal Regional Federal da 4ª Região entender que, devido à sua colaboração premiada, o ex-ministro poderia cumprir metade de sua sentença em regime diferenciado.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski decidiu hoje (14) arquivar inquérito aberto na Corte em 2016 para investigar os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Romero Jucá (MDB-RR) no âmbito da Operação Zelotes, da Polícia Federal.

Lewandowski atendeu ao pedido de arquivamento feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. De acordo com a PGR, “não há mínimos elementos probatórios para justificar a deflagração de ação penal contra os parlamentes”.

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O inquérito apurava o suposto recebimento de vantagens indevidas pelos parlamentares em troca de apoio a uma medida provisória que favorecia o setor automobilístico.

A Operação Zelotes investiga desvios no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão que é vinculado ao Ministério da Fazenda e última instância administrativa de recursos referentes a impostos e multas de contribuintes.

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (26) a 10ª fase da Operação Zelotes, que investiga desvios no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda que julga recursos contra a cobrança de impostos.

Nesta fase, são investigadas nove pessoas e duas empresas, entre as quais a consultoria Kaduna, do economista Roberto Gianetti da Fonseca, ligado ao PSDB e secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior no governo de Fernando Henrique Cardoso. Daniel Godinho, ex-secretário-executivo de Comércio Exterior no governo Dilma Rousseff, também é alvo dos procuradores. 

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Segundo informações do Ministério Público Federal (MPF), Gianetti teria recebido pagamentos de até R$ 8 milhões para beneficiar a siderúrgica Paranapanema em um processo de cobrança fiscal ocorrido em 2014.

“Nenhum serviço efetivo foi identificado, não há nenhum relatório, nenhuma reunião feita oficial, nada de concreto que tenha sido feito pela consultoria”, disse o procurador da República Frederico Paiva, à frente das investigações.

Parte da quantia teria sido repassada a advogados que, por sua vez, teriam feito pagamentos a dois conselheiros do Carf para que votassem a favor da empresa. Os prejuízos aos cofres públicos seriam de R$ 650 milhões em créditos tributários não pagos, em valores atualizados.

“As articulações, revestidas de inúmeras ilegalidades, obtiveram êxito e isenção da dívida foi total”, disse o MPF em comunicado à imprensa. “Tudo leva a acreditar que esse julgamento foi manipulado”, acrescentou Paiva.

Nesta quinta-feira (26), foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 11 endereços em cinco estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Pernambuco –, com o objetivo de colher mais provas relacionadas aos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

As medidas foram autorizadas pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF, responsável pela Zelotes. O magistrado considerou que a autorização "se faz indispensável para o sucesso das investigações". Segundo o MPF, esta deve ser a última fase da operação, que até o momento resultou em 18 denúncias contra 107 pessoas.

Em nota conjunta, a Kaduna Consultoria e o economista Roberto Gianetti da Fonseca disseram que “estão abertos a prestar qualquer informação e a colaborar integralmente com a justiça federal para elucidação de qualquer fato relacionado a investigação Zelotes.”

O economista afirmou “que aqueles que o conhecem sabem que ele sempre se pautou pelos princípios éticos e legais no relacionamento com seus clientes e com as autoridades públicas, sendo totalmente infundadas as suspeitas levantadas contra si e sua empresa”.

A Paranapanema disse que "a companhia, tampouco seus administradores ou gestores atuais, foram alvo ou notificados oficialmente". No comunicado, a empresa diz que "repudia quaisquer atos de ilegalidade e conta com rigorosas políticas de controle e conformidade, que têm sido permanentemente aprimoradas".

Até a publicação da reportagem, a Agência Brasil não conseguiu contato com Daniel Godinho. 

 

Matéria republicada para inclusão de informações da Paranapanema.

O desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), sediado em Brasília, suspendeu o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, previsto para amanhã (20), na ação penal sobre a Operação Zelotes. É a segunda vez que o interrogatório é desmarcado por determinação do magistrado.

A decisão foi motivada por um pedido feito pela defesa de Lula. Em fevereiro, Néviton Guedes suspendeu o depoimento também por entender que Lula só pode ser ouvido após a oitiva de testemunhas que foram arroladas pela defesa e estão morando fora do país.

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Zelotes

O interrogatório deveria ocorrer na ação penal na qual o ex-presidente e seu filho são acusados dos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa, sob a acusação de integrarem um esquema que vendia a promessa de interferências no governo federal para beneficiar empresas.

De acordo com a denúncia, Lula, seu filho, e os consultores Mauro Marcondes e Cristina Mautoni participaram de negociações irregulares no contrato de compra dos caças suecos Gripen e na prorrogação de incentivos fiscais em uma medida provisória para montadoras de veículos. Segundo o MPF, Luís Cláudio recebeu R$ 2,5 milhões da empresa dos consultores.

A defesa do ex-presidente sustenta que Lula e seu filho não participaram ou tiveram conhecimento dos atos de compra dos caças suecos.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou, por unanimidade, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Romero Jucá (MDB-RR) e o empresário Jorge Gerdau no âmbito da Operação Zelotes.

Participaram da sessão desta terça-feira, 27, os ministros Dias Toffoli, Celso de Mello e Edson Fachin, relator do inquérito que investiga Jucá e Gerdau. Gilmar Mendes, que está em Portugal, e Ricardo Lewandowski não compareceram à sessão.

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Jucá é acusado de, nos anos de 2010 e 2014, ter recebido vantagem indevida de R$ 1,333 milhão paga mediante diversas doações oficiais feitas por Gerdau. O empresário, por sua vez, teria feito o pagamento por meio de doações oficiais aos diretórios do MDB Nacional e do Estado de Roraima com o objetivo de obter favorecimentos à sua empresa.

O senador do MDB foi denunciado em agosto de 2017 pela PGR pelos crimes de corrupção passiva e o empresário Jorge Gerdau, por corrupção ativa - ambos foram denunciados também por lavagem de dinheiro.

No dia 13 deste mês, a Primeira Turma do STF aceitou por unanimidade uma outra denúncia apresentada pela PGR contra o senador, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O parlamentar é acusado de receber R$ 150 mil em troca da aprovação de medidas provisórias que beneficiariam a empreiteira Odebrecht.

Primeiro a votar, o ministro Edson Fachin afirmou que a "proposta acusatória sucumbe diante da fragilidade de elementos apresentados para lhe dar suporte". De acordo com o relator, não se faz possível, diante da denúncia apresentada pelo Ministério Público, a "conversão de inquérito em ação penal pelo delito de lavagem de dinheiro".

Em breve voto, o ministro Dias Toffoli acompanhou Fachin e afirmou que a denúncia da PGR foi uma tentativa de "criminalizar a política".

Último a votar, o decano da Corte, ministro Celso de Mello, afirmou que os autos "não revelam existência de dados mínimos de convicção que poderia sugerir uma possível ocorrência dos fatos narrados". "A ausência e insuficiência de elementos probatórios mínimos devem conduzir à rejeição da denúncia por falta de justa causa."

Em sua arguição, o subprocurador-geral da República, Edson Oliveira de Almeida, representante do MPF na sessão afirmou que o órgão não busca a condenação dos acusados, mas "o esclarecimento dos fatos". "A Primeira Turma recebeu denúncia relativa a operação semelhante", disse.

Para o advogado Nilo Batista, defensor de Gerdau, o Ministério Público "está inteiramente fora da realidade" e apresentou uma denúncia que é uma "coletânea de inverdades deslavadas". "A vida de Gerdau não merecia enfrentar uma acusação leviana e irresponsável. O que tem a ver (as doações de) Gerdau com as movimentações feitas pelo MDB?", questionou o advogado.

O ex-ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff Guido Mantega e outras 12 pessoas foram colocados no banco dos réus por suposto favorecimento do Grupo Cimento Penha em julgamento no Carf, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, conhecido como "Tribunal da Receita".

O ex-chefe da pasta é acusado por quatro crimes contra a ordem tributária. Mantega responderá por suposto patrocínio patrocinar, "direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público", segundo a legislação. Ele é acusado de interceder no Carf em benefício do Grupo Cimentos Penha, do empresário Victor Sandri, também réu por crimes contra a ordem tributária e corrupção ativa.

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Segundo a Procuradoria, a Receita havia autuado a empresa Cimentos Penha, do empresário Victor Sandri, por remeter US$ 46,5 milhões a instituições financeiras sediadas nos paraísos fiscais das Bahamas e do Uruguai, por meio da utilização de contas bancárias vinculadas a brasileiros que nunca residiram nesses países, chamadas de contas CC5.

Por não conseguir comprovar a origem dos valores, o Fisco constituiu crédito tributário no valor de R$ 57,7 milhões.

Mesmo assim, a empresa recorreu ao CARF em 2007. Na primeira instância, conhecida como Câmara Baixa, foi negado provimento ao recurso em 2008. Houve entendimento de cinco conselheiros de que havia legalidade na autuação fiscal.

Após a decisão, segundo a denúncia houve uma articulação para assegurar êxito da empresa Cimento Penha nas instâncias superiores, comandada pelo conselheiro José Ricardo da Silva.

De acordo com o Ministério Público Federal, o recurso apresentado à Câmara Superior, em 2010, já com escritório de advocacia representante dos interesses do grupo criminoso, foi utilizado como justificativa um acórdão que tratava de circunstância diversa.

A Procuradoria dá conta de que o recurso era manifestamente inepto, mas foi admitido pelo então presidente da 1ª Câmara da 1ª Seção do CARF, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz.

Os procuradores afirmam que o êxito da organização criminosa dependia da indicação de nomes para posições estratégicas no CARF.

Segundo a denúncia, o então presidente do CARF, Otacílio Cartaxo, e Guido Mantega patrocinaram direta e indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, ao respaldarem os nomes indicados pela organização criminosa.

Com a palavra, Guido Mantega

A reportagem entrou em contato com a defesa mas ainda não obteve resposta.

A Polícia Federal devolveu nesta terça-feira, 6, o passaporte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apreendido por decisão da 10ª Vara Federal de Brasília, no âmbito da Operação Zelotes. A restituição do documento se dá em cumprimento de decisão do juiz federal Bruno Apolinário, convocado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região para julgar recurso da defesa. O diretor-geral da PF, Fernando Segovia, também foi intimado a retirar o petista do sistema de procurados e impedidos.

Ao confiscar o passaporte do ex-presidente Lula, o juiz federal da 10ª Vara de Brasília, Ricardo Soares Leite, afirmou ver "real e iminente probabilidade" da prisão do petista. O magistrado acatou pedido da Procuradoria da República no Distrito Federal que justificava a medida por ver "possível fuga do País do ex-presidente, notadamente para países sem acordo de extradição com o Brasil".

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A decisão de apreender o passaporte de Lula foi tomada no âmbito da Operação Zelotes, que apura tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa na compra dos caças suecos Gripen e na prorrogação de uma medida provisória.

De acordo com o juiz Bruno Apolinário, relator convocado no caso, não era competência da 10° Vara do DF decretar qualquer medida cautelar restritiva em relação a Lula, tomando como fundamento a eficácia das decisões da 13ª Vara da Seção Judiciária do Paraná e do TRF-4. "Qualquer providência de natureza preventiva destinada a garantir a efetividade de condenações criminais oriundas daqueles órgãos jurisdicionais deve ser por eles decretada, não cabendo a nenhum outro juízo federal singular ou Tribunal Regional Federal a competência para esse fim", afirma.

A decisão do dia 25 de janeiro impediu a ida do petista para a Etiópia. O Instituto Lula anunciou o cancelamento da viagem a seis horas do embarque para o país africano. A decisão havia sido informada ao Sistema de Procurados e Impedidos da Polícia Federal e o ex-presidente estava proibido de deixar o Brasil.

O Tribunal Regional Federal da 1.ª Região determinou nesta sexta-feira, 2, a devolução do passaporte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento foi entregue à Polícia Federal pela defesa do petista em 26 de janeiro.

A Corte considerou que a medida que confiscou documento não tem base de sustentação.

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A ordem para apreensão do passaporte havia sido dada pelo juiz substituto da 10.ª Vara do Distrito Federal, Ricardo Leite, no âmbito da Operação Zelotes. O ex-presidente estava proibido de deixar o Brasil.

A decisão do magistrado impediu uma viagem do petista para a Etiópia. Lula embarcaria às 2h30 de sexta-feira, 26, para Adis Abeba, capital etíope, com a volta programada para o dia 29. Ele participaria de um encontro da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), a convite da União Africana, que reúne 54 países.

O pedido de recolhimento do passaporte havia sido feito pelos procuradores Anselmo Lopes e Hebert Mesquita. Na solicitação, os procuradores afirmaram que a execução provisória da pena do petista no caso do triplex "pode ocorrer em questão de semanas". Segundo eles, era "possível afirmar que passou a existir risco concreto" e citaram uma "possível fuga do País".

No dia 24 de janeiro o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, confirmou a condenação imposta a Lula pelo juiz Sérgio Moro, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá (SP), no âmbito da Operação Lava Jato. A pena foi elevada de 9 anos e 6 meses para 12 anos e 1 mês de prisão e será cumprida após a análise dos embargos de declaração, único recurso cabível, mas que não altera a decisão.

O juiz federal da 10ª Vara Vallisney de Oliveira marcou para dia 20 de fevereiro de 2018 o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito de investigações na Operação Zelotes.

Na denúncia os procuradores da Zelotes sustentam que o ex-presidente praticou tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A Luís Claudio Lula da Silva, filho de Lula, são atribuídos somente estes dois últimos crimes.

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Os dois são acusados de negociar e receber R$ 2,5 milhões do casal de lobistas Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautoni, também denunciados, a pretexto de influenciar a prorrogação, pelo governo, de incentivos fiscais a montadoras de veículos e a compra dos caças Gripen, da sueca Saab, por US$ 5,4 bilhões. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo em série de reportagens publicada em 2015.

"Designo o dia 20.02.2018 (terça-feira) para o interrogatório de Luiz Inácio Lula da Silva (às 10 horas), de Mauro Marcondes Machado e Cristina Marcondes Mautoni Machado (às 14 horas) e de Luís Claudio Lula da Silva (16:30 horas), data que configura prazo superior ao fixado para o cumprimento das cartas rogatórias remetidas a outros países", determinou Vallisney.

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