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Os dois sócios do Grupo Santos, os irmãos Fernando João Pereira dos Santos e José Bernardino Pereira dos Santos, e outras 24 pessoas se tornaram réus na Justiça Federal por lavagem de dinheiro e organização criminosa. O esquema investigado na Operação Background envolve dívidas e sonegação que acumulam cifras bilionárias.

Essa é a primeira denúncia recebida pela Justiça Federal das cinco apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) como resultado da operação deflagrada em 2021. O inquérito apurou que os irmãos eram os articulavam quantias oriundas de sonegação fiscal e trabalhista entre empresas paralelas e do próprio conglomerado econômico, que atua nas áreas de produção de cimento, celulose, agronegócio, comunicação e logística.

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De acordo com o MPF, o esquema também contava com familiares e funcionários de confiança das empresas. Na maior parte das vezes, eles cediam as contas bancárias para servir de laranjas. Foram abertas centenas de contas bancárias em vários bancos e com diferentes titulares para dar uma aparência de legalidade às transações e dificultar o rastreamento. Os crimes teriam ocorrido entre 2014 e 2019 para tentar dissimular a origem ilícita das transferências sem lastro negocial. Porém, há indícios da prática criminosa desde 2009.

“Por meio de uma ciranda financeira, ocorria a transferência de patrimônio para empresas que possuíam um menor passivo tributário e/ou trabalhista”, resumiu a procuradora da República Silvia Regina Lopes.

As principais empresas do Grupo João Santos deixavam de recolher impostos e pagar verbas trabalhistas, destacou o MPF. Para escapar das cobranças e evitar que as contas fossem bloqueadas, o patrimônio era transferido para filiais de fachada, criadas com os mesmos endereços e sócios "laranja". As empresas falsas acumularam um aumento vultuoso de patrimônio. Algumas delas passou a movimentar 320 vezes mais que o ano anterior.

LeiaJá também: Trabalhadores protestam contra o Grupo João Santos

A investigação constatou que o grupo acumulou cerca de R$ 60,5 milhões em dívidas trabalhistas, além de bilhões em débitos tributários. Em 2023, o Grupo João Santos chegou a firmar acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para regularizar aproximadamente R$ 11 bilhões em dívidas. Desse total, R$ 270 milhões seriam referentes a créditos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que vinham sendo cobrados judicialmente há mais de 10 anos.

O MPF apresentou outras quatro denúncias à Justiça Federal. As investigações envolveram ações de busca e apreensão em endereços das empresas e de seus sócios em São Paulo, Pernambuco, Distrito Federal, Amazonas e Pará, além da quebra de sigilo fiscal e bancário dos envolvidos.

O escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) localizada na cidade de Miami, nos Estados Unidos, e liderada por Mauro Lourena Cid, teve um aumento de 137% nas movimentações financeiras em 2022, em relação ao ano anterior. As informações foram publicadas na reportagem de Lúcio de Castro, da Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo. 

Segundo a matéria, em 2021 o escritório recebeu U$ 2.172.460,00, equivalente a cerca de R$ 10.862.300,00. Já em 2022, o valor total de recebimento foi de U$ 4.822.521,00, aproximadamente R$ 25.822.521, 00. Vale ressaltar que o período foi marcado pelo ano eleitoral, além de ter sido o último ano do mandato do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Criada em 2003 e vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a Apex tem o objetivo de ajudar empresas brasileiras a realizar comércio com outros países. 

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As investigações da Polícia Federal (PF) apontam que Mauro Lourena Cid, juntamente com seu filho, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, lideraram um esquema de desvio e lavagem de dinheiro que passava pelo escritório da Apex, que facilitava a diluição das origens financeiras, e sem arcar com o ônus da tributação. O general chegou a ser apontado pela PF, de acordo com a reportagem, de que “há fortes indícios de que Mauro Cesar Lourena Cid praticou atos de lavagem de capitais, se unindo, em unidade de desígnios, com os demais investigados, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos recursos financeiros decorrentes da alienação dos bens desviados do acervo público brasileiro”. 

Transação financeira com dinheiro em espécie 

Outro trecho da investigação da PF, segundou levantou a reportagem, relata acerca de mensagens de Mauro Cid falando sobre uma movimentação de um dinheiro de Jair Bolsonaro. “O conteúdo do áudio revelou, inicialmente, que o General Mauro Lourena Cid estaria com 25 mil dólares, possivelmente pertencentes a Jair Bolsonaro. Na mensagem, Mauro Cid deixa evidenciado o receio de utilizar o sistema bancário formal para repassar o dinheiro ao ex-Presidente e então sugere entregar os recursos em espécie, por meio de seu pai, diz: ‘Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em ‘cash’ aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (…) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (…). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor, né? (…)’”, diz os autos. 

Foi identificado ainda que “os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem localização e propriedade dos valores”. 

Mauro Cid teve a prisão preventiva decretada desde o dia 3 de maio pelo envolvimento na falsificação de certificado de vacinas. Os inquéritos abertos posteriormente apontam, no entanto, que seu nome estaria envolvido nesse e em outros crimes. 

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A Polícia Federal (PF) prendeu o chefe de uma organização criminosa acusada de tráfico de drogas e homicídios em Juazeiro, no interior da Bahia. O criminoso comandava o grupo de um imóvel de luxo em Aracaju, onde foi achada uma chupeta de ouro com suas iniciais. 

A Operação Astrea foi deflagrada na manhã dessa terça-feira (20), com o cumprimento de nove mandados de prisão temporária e 12 de busca e apreensão, além do sequestro de bens e bloqueio de valores de oito investigados na Bahia, em Pernambuco e em Sergipe. 

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A investigação identificou que a facção juazeirense "Honda" recebia armas e drogas escondidas em eletrodomésticos. O líder-fundador comandava a quadrilha em uma casa de alto padrão em Aracaju, avaliada em R$ 2 milhões, onde foram apreendidos dois carros de luxo, mas o que chamou atenção foi uma chupeta banhada a ouro com as letras ML, que seriam de Manoel Luiz dos Santos Neto. 

O preso de 26 anos é filho do vereador Amadeus (PP) e ex-chefe da facção Bonde do Maluco (BDM). Ele se afastou do antigo grupo de Salvador e fundou sua própria organização no interior. 

Em Pernambuco, a PF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária em Petrolina, no Sertão do estado. Foram apreendidos drogas, armas, munições, celulares, R$ 9 mil e veículos. 

Os investigados vão responder pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem chegar a 33 anos de reclusão e a sentença ainda pode ser aumentada caso seja confirmada a autoria de homicídios. Os presos foram autuados e recolhidos ao sistema prisional de Juazeiro, onde estão à disposição da Justiça da Bahia. 

A operação contou com apoio das polícias militares da Bahia e de Pernambuco e do Ministério Público baiano. Mais de 70 agentes federais foram designados para o cumprimento das ordens judiciais. 

A Câmara dos Vereadores de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, foi alvo de uma operação da Polícia Civil nesta terça-feira (20). Um inquérito foi instaurado em junho deste ano para apurar um suposto esquema de rachadinha.

A investigação visa identificar a atuação e os integrantes de um organização criminosa voltada à prática de peculato e lavagem de dinheiro dentro da Câmara. A Justiça determinou o afastamento de sete servidores, sequestro de bens e bloqueio de dinheiro. Também foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão na casa dos suspeitos.

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A operação contou com 60 policiais. As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (DINTEL), pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro –(LAB/PCPE) e contaram com o apoio do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE).

O vereador de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, identificado como Gaturiano Cigano (União Brasil), foi preso na última segunda-feira (5), durante a Operação Romani, da Polícia Civil, desencadeada na cidade sertaneja.

Além do parlamentar, outras quatro pessoas também foram detidas. Duas armas de fogo calibre 38 foram apreendidas durante a busca e apreensão da polícia. O grupo é acusado de homicídio qualificado tentado, dano qualificado, receptação dolosa e crimes previstos no estatuto do desarmamento. 

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Segundo o delegado Leonardo Monteiro, os alvos são investigados pelas participações em uma tripla tentativa de homicídio que aconteceu na cidade de Mirandiba, em fevereiro deste ano. A autoridade aponta que homens fortemente armados invadiram o município no intuito de matar um desafeto, que não teve a identidade revelada, causando a tripla tentativa de homicídio.

Uma das vítimas foi um polícial civil que estava desempenhando a sua função em uma delegacia local. "As investigações irão continuar, tendo em vista que os mandados de prisão tem prazo de 30 dias e, ao final desse prazo, as autoridades policiais irão determinar qual o melhor caminho a ser tomado", detalha o delegado.

Por meio de nota, a Câmara de Vereadores de Petrolina informou que tomou conhecimento da operação através da imprensa e que não foi notificada oficialmente sobre os fatos e os nomes. 

Veja nota na íntegra:

Vimos através da presente informar que a Câmara Municipal de Petrolina tomou conhecimento na manhã desta segunda-feira (05), através da imprensa, por Nota Emitida pela Polícia Civil do Estado de Pernambuco, sobre a operação ROMANI que cumpriu mandados de prisão na cidade de Petrolina-PE, e que entre eles estariam um Vereador e dois Assessores desta Câmara.

Cumpre ressaltar que não fomos notificados oficialmente sobre os fatos e nomes, sendo que, através do noticiado de forma preliminar, não há assessores parlamentares vinculados ao nosso quadro de servidores associados a essa prisão.

Diante disso, esta Câmara Municipal reafirma que seguirá os ditames da Lei Orgânica e do Regimento Interno.

A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), desencadeou, na manhã desta sexta-feira (10), a “Operação Literatus” que visa apurar suspeitas de crimes contra a administração pública relacionados a contratos de aquisição de livros e kits escolares por órgãos municipais e estaduais em Pernambuco.

Os alvos da ação são empresários e empresas, que não tiveram os nomes divulgados, as secretarias de Educação do Governo do Estado e das prefeituras do Recife, de Jaboatão dos Guararapes, de Paulista e de São Lourenço, além do DETRAN-PE e Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER-PE).

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A investigação teve início após a instauração de inquérito policial, há cerca de um ano e meio, quando a PF tomou conhecimento de irregularidades no processo administrativo. No caso, constatou-se a contratação direta indevida de empresas pernambucanas pelos órgãos públicos e indicativos de desvios dos recursos empregados nessas aquisições.

Segundo comunicado da PF, auditorias preliminares apontaram evidências de fraude em documentação constante nesses processos que foram utilizadas para demonstrar uma suposta vantagem na contração direta das empresas envolvidas. Os empresários utilizaram de uma permissão legal excepcional, a adesão a atas de registro de preço efetuadas por autarquias federais de outros estados, para conseguirem ser fornecedoras desses órgãos pernambucanos. A operação também apura suspeitas de pagamento de vantagens a servidores vinculados aos órgãos dos quais as empresas eram fornecedoras.

Des o início da manhã desta sexta-feira, 19 mandados de busca e apreensão estão sendo realizados nas cidades de Recife (15), Paulista (1), Jaboatão dos Guararapes (1), São Lourenço da Mata (1) e um em Gramado, no estado do Rio Grande do Sul. As empresas envolvidas foram proibidas de firmar novos contratos com a Administração Pública pelo prazo inicial de 120 dias. Segundo a PF, foram apreendidos aproximadamente R$ 100 mil durante a operação.

A investigação apura delitos de contratação direita indevida, desvio de recursos públicos, corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas desses crimes podem chegar a 47 anos de prisão.

 

Três integrantes de uma facção criminosa com atuação na Bahia foram presos em uma casa de veraneio na cidade de Tamandaré, Litoral Sul de Pernambuco, na manhã desta quarta-feira (13). A operação compartilhada entre as Polícias Federal-PE e Militar-BA cumpriram mandados de prisão já expedidos contra um casal e um terceiro integrante, capturado com 517g de cocaína.

No momento da abordagem, outras 11 pessoas estavam na casa que servia de esconderijo para os foragidos. Apesar de indícios de participação de grupos criminosos, todos foram ouvidos e liberados, mas serão investigados para verificar a atuação na Organização Criminosa. Caso confirmada, todos poderão receber penas que variam de três a oito anos de reclusão.

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Os alvos principais da operação foram presos preventivamente. Os dois homens seguiram para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu Lima, na Região Metropolitana do Recife, e a mulher foi encaminhada ao Presídio Feminino do Recife, no bairro do Engenheiro do Meio, Zona Oeste da capital. Dois veículos usados para a logística dos crimes também foram apreendidos.

Tortura contra PM

A Polícia Federal explica que um dos presos é fundador da facção baiana que atuava no tráfico de drogas, de armas, homicídios e roubos à instituições financeiras e carros-fortes.

Em março de 2020, o grupo chegou a emboscar o delegado titular da 28ª Delegacia da Bahia, que foi acionado para apurar uma denúncia de que havia um corpo na Rua São Geraldo. Quando chegou ao local, ele foi surpreendido pelos criminosos armados.

A organização também é acusada de associar 50 criminosos, alguns com fuzis, para invadir a mesma delegacia e atacar um posto da Polícia Militar. O grupo ainda é apontado por assassinar o policial militar Gustavo Gonzaga da Silva, no dia 8 de junho de 2018.

Após cumprir expediente, a vítima voltava para casa quando foi abordada por três integrantes. O militar foi rendido, torturado e teve o corpo mutilado antes de ser morto com tiros na cabeça.

Nessa terça-feira (17), a Polícia Federal (PF) prendeu sete suspeitos de participar de uma organização criminosa acusada de tráfico de drogas e roubo em Pernambuco, Paraíba e Goiás. Ao todo, 34 mandados foram expedidos. A investigação aponta que o líder do grupo estava preso desde junho no Presídio Federal em Catanduvas, no Paraná.

Para a segunda fase da Operação Menoridade foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, três de prisão preventiva e 12 de prisão temporária nas cidades de Campina Grande e São Bento, na Paraíba, em Goiânia, no estado de Goiás, e nos municípios pernambucanos de Canhotinho, Caruaru e Jaboatão dos Guararapes.

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Campina Grande era o principal posto no Nordeste

A PF informa que as prisões estão relacionadas à captura de um dos líderes da organização no último dia 27 de junho, em São Paulo. Acusado de roubo a carro forte e tráfico de drogas, ele cumpre pena no Presídio Federal de Catanduvas.

No decorrer das investigações, as autoridades identificaram que a organização possuía ramificações no Nordeste e o principal ponto da região era em Campina Grande.

Autuações em Pernambuco

Em Pernambuco, 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas duas cidades do Agreste. Enquanto sete mandados, entre prisão preventiva e temporária, foram cumpridos em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife.

Os suspeitos foram autuados por roubo e tráfico de drogas, e devem ser encaminhados ao sistema prisional de Campina Grande, onde ficam à disposição da Vara de Entorpecentes do município.

Na madrugada dessa terça-feira (3), um policial militar reagiu a um assalto em um ônibus que seguia no bairro Riacho do Navio, em Escada, Mata Sul de Pernambuco. Ele atirou contra os suspeitos, que ficaram feridos e chegaram a fugir, mas foram capturados em seguida.

Conforme a Polícia Militar (PM), duas mulheres pediram parada ao condutor do coletivo, quando três homens subiram armados e anunciaram o assalto. Todos são apontados como integrantes de uma quadrilha conhecida por praticar esse tipo de crime na área.

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O policial voltava para casa na linha não informada e disparou contra os suspeitos, que conseguiram fugir. Em seguida, pediu reforço à corporação, que recebeu informações sobre um indivíduo baleado que havia dado entrada no Hospital Regional há pouco tempo. Os agentes foram à unidade de saúde, confirmaram a participação e custodiaram o suspeito.

Com novas informações sobre a fuga de outros dois integrantes em um transporte alternativo, o veículo foi interceptado com um homem e uma mulher. Ambos confessaram o envolvimento com a organização criminosa, conforme a PM. Ele estava ferido e foi socorrido para o mesmo hospital. Já a suspeita seguiu direto para a delegacia do município, onde ficou à disposição da Justiça.

Outra equipe descobriu que os dois envolvidos que restavam se esconderam em um imóvel no bairro da Vila Operária. O efetivo foi ao local e encontrou uma menor infratora, que confessou a participação na investida ao ônibus e relatou que o outro integrante fugiu, sem mais detalhes. Ela também foi encaminhada à Delegacia de Escada.

Investigação da Polícia Civil de Goiás aponta a existência de uma organização criminosa por trás dos crimes praticados por Lázaro Barbosa, de 32 anos, o 'serial killer' do Distrito Federal, morto pela polícia no dia 28 de junho. Suspeito da morte de sete pessoas, quatro delas da mesma família, Lázaro pode ter agido a mando de fazendeiros, empresários e políticos da região de Cocalzinho de Goiás, segundo a polícia. A caçada ao criminoso mobilizou 270 policiais.

Um dos indícios de que Lázaro fizesse parte dessa organização seria o suporte financeiro dado a ele. Quando o criminoso foi morto, os policiais encontraram

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R$ 4,4 mil entre seus pertences. "O volume de dinheiro apreendido que estava em poder do foragido, bem como a forma com que estava acondicionado, são indícios de que tivesse acontecido um aporte financeiro recente para sua fuga", informou, em nota, a Secretaria da Segurança Pública de Goiás (SSP-GO).

Até a tarde desta segunda-feira, 5, apenas uma pessoa tinha sido presa, acusada de ter ajudado o criminoso a fugir: o fazendeiro Elmi Evangelista Caetano, de 73 anos.

Conforme a investigação, além de ter dado abrigo e fornecido refeições para o fugitivo, o fazendeiro teria atrapalhado o trabalho da polícia, fornecendo informações falsas sobre o paradeiro de Lázaro. Enquanto outros proprietários da região abriram as propriedades para as buscas policiais, Caetano teria mantido os portões de acesso fechados com cadeado. Em seu celular, a polícia encontrou uma mensagem de voz indicando que o criminoso usava a fazenda como esconderijo. "Ele está dormindo lá naquele barraco onde a mãe dele morava", disse Elmi.

O caseiro Alain Reis de Santana, de 35 anos, chegou a ver o fugitivo na propriedade e falou sobre isso com o patrão, que teria desconversado. O caseiro chegou a ser preso com Elmi, mas foi solto após colaborar com a polícia.

Ele disse que não denunciou a presença de Lázaro na fazenda porque foi ameaçado por ele e temia pela sua vida. Segundo Santana, o criminoso permaneceu na fazenda por pelo menos cinco dias e, durante esse período, teve livre acesso às dependências da casa.

Ainda segundo a SSP-GO, há outros elementos indicando que Lázaro não agia sozinho, como o fato dele ter conseguido acesso à internet, no período em que estava cometendo crimes na zona rural de Cocalzinho de Goiás.

A pasta divulgou uma carta encontrada no bolso do foragido, em que ele "presta contas" de um provável assassinato. "Eu fui numa fita que deu o mó (maior) peteco como ce mesmo deve tá sabendo. O cara estava armado e antes de eu consegui enquadrar a vítima ainda conseguiu avisar uma pessoa que quando eu vi já foi só os tiros."

Em outro trecho, Lázaro conta que estava sem munição e se dispunha a pagar para obter um novo suprimento. "Já tive 2 confrontos com eles e to zerado de munição. Cara, por favor, arruma o tanto de munição de 38 e de 380 para mim. Eu tenho 35 munição de 380 lá naquele barraco que eu tava com a... pra pegar pra mim. Eu vou te adiantar 500 reais por esse corre, por favor, mano, não me deixa na mão... Se eu não arrumar comprado, eu vou ter que ir atrás e pode morrer mais gente".

Para a polícia, a citação da "fita" que deu errado pode se referir à chacina de Ceilândia, que deu origem à caçada ao criminoso. O fazendeiro Cláudio Vidal e os dois filhos, Gustavo e Carlos Eduardo, foram assassinados com tiros e facadas na propriedade da família.

A mulher de Cláudio, Cleonice Marques de Andrade, foi feita refém e levada para um córrego, onde foi estuprada e morta com um tiro na cabeça. Segundo a investigação, a família devia dinheiro ao fazendeiro Elmi, que pode ter contratado Lázaro para fazer a cobrança.

Essa, pelo menos, foi a hipótese levantada pela delegada Rafaela Azzi, da Delegacia-Geral da Polícia Civil que investiga o caso, durante entrevista exibida domingo, 4, pelo Fantástico. "Não descartamos a hipótese de que ele (Elmi) tenha realmente usado Lázaro para cobrar a dívida e, não recebendo, matar aquelas pessoas", disse.

Na entrevista, a policial afirmou haver "pessoas importantes" por trás de Lázaro, como empresários, fazendeiros e políticos. Rafaela disse ainda que a morte de Lázaro durante o cerco policial dificultou a investigação sobre eventuais mandantes. "Nós queríamos a rendição dele", afirmou ao programa.

Procurada pela reportagem nesta segunda-feira, 5, a delegada informou que apenas a SSP-GO se manifestaria sobre o caso. "É ressaltado que a força-tarefa tentou o tempo todo a rendição do foragido, pois sempre foi do interesse da força-tarefa que Lázaro Barbosa Sousa respondesse por seus crimes. A força-tarefa tinha o propósito de restabelecer a paz da população da região, garantir que Lázaro Barbosa Sousa não cometesse mais crimes e que ele fosse capturado", informou a pasta.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) apresentou denúncia à Justiça contra o fazendeiro Elmi no último dia 30 - ele continua preso. O proprietário rural foi indiciado pela suspeita de ter auxiliado o criminoso na fuga. Ele também foi enquadrado por posse ilegal de arma de fogo. Um filho do fazendeiro também é investigado por ter, supostamente, apoiado o pai no abrigo a Lázaro.

O advogado do fazendeiro, Ilvan Barbosa, disse que a hipótese levantada pela Polícia Civil de Goiás sobre possível vínculo de seu cliente com a família assassinada em Ceilândia é "fantástica e midiática". Segundo ele, não há prova de que Elmi tenha ajudado na fuga de Lázaro. "Se for imputada alguma conduta ao meu cliente, será apenas a de posse de munições. As demais imputações carecem de provas e laudos", disse.

O Ministério Público Federal denunciou, na noite desse sábado (2), a desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia Lígia Maria Ramos Cunha, seus filhos Arthur e Rui Barata, e os advogados Diego Freitas Ribeiro, Sérgio Celso Nunes Santos e Júlio César Cavalcanti Ferreira por organização criminosa. Trata-se da sexta acusação apresentada ao Superior Tribunal de Justiça no âmbito da Operação Faroeste, que mira um suposto esquema de venda de sentenças instalado na corte baiana.

A Procuradoria acusa o grupo de receber R$ 950 mil em propinas em um esquema que incluiu decisões da desembargadora Lígia Cunha em quatro processos. Em três deles, a magistrada, que está presa preventivamente desde o dia 14 de dezembro, era a relatora.

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Na peça enviada ao ministro Og Fernandes, relator da Faroeste no STJ, a subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo detalha a participação de cada um dos investigados, sendo que parte das provas apresentadas partiram da delação do advogado Júlio César Cavalcanti Ferreira.

O delator revelou que o esquema denunciado teve início em agosto de 2015, com a promoção de Lígia Ramos para o cargo de desembargadora, sendo que as atividades criminosas teriam persistido até dezembro de 2020, mesmo com as sucessivas fases da Operação Faroeste.

A denúncia aponta ainda que a magistrada atuou para obstruir as investigações, determinando, por exemplo, que uma assessora destruísse provas dos crimes.

Ainda segundo a peça de acusação, quando atuava como assessor no TJ, Júlio César foi procurado por Diego para que fizesse a prospecção de casos que poderiam ser negociados pelo grupo. Pelo trabalho, o então servidor recebia, em 2016, entre R$ 5 mil e R$10 mil, diz a PGR.

"Posteriormente, percebendo a lucratividade da missão, sua extensa rede de contatos no segundo grau de jurisdição e anseio de ficar rico, como seus comparsas, Júlio César coloca, no ano de 2018, sua própria banca de advocacia, ganhando, a partir de então, percentual sobre o valor da propina pactuada", destaca um dos trechos do documento.

De acordo com a Procuradoria, dados da Unidade de Inteligência Financeira relevaram movimentação de R$ 24.526.558,00 por Júlio César no período investigado.

"Em apenas um dos episódios casos relatados pelo colaborador, teria sido acertado o pagamento de R$ 400 mil em propina. Nesse caso, Júlio César ficou com R$ 100 mil e os outros R$ 300 mil foram repassados aos filhos da desembargadora que, em contrapartida deveria 'acompanhar o referido julgamento e traficar influência junto aos respectivos julgadores', garantindo o provimento de um recurso de interesse dos integrantes do grupo", explicou o Ministério Público Federal em nota.

No documento enviado ao STJ, a Procuradoria cita ainda 'intensa troca de ligações telefônicas' entre os investigados, sobretudo em datas próximas ou posteriores às decisões tomadas pela desembargadora e relacionadas aos dias em que foram feitas transferências ou repasse de dinheiro em espécie.

Segundo os procuradores, no telefone de Rui Barata, filho da desembargadora denunciada, foram identificadas 106 ligações para os demais investigados entre outubro e dezembro de 2018. Para o MPF, as 'constatações deixam claro a estabilidade da atuação criminosa'.

O padre Robson de Oliveira e mais 17 pessoas se tornaram réus nesta quinta-feira (10) pelos crimes de apropriação indébita, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa pelo desvio de R$ 120 milhões doados à organização religiosa Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe).

A juíza Placidina Pires aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público de Goiás e ressaltou que tomou a decisão "diante da existência de elementos probatórios acerca da materialidade delitiva e indícios suficientes de autoria".

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A investigação do MP-GO foi tornada pública em agosto desse ano e chegou a ser paralisada após uma decisão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), que afirmou que, como se tratava de uma entidade privada, não cabia uma investigação de desvio de finalidade do uso do dinheiro arrecadado dos fiéis.

No entanto, no dia 4 de dezembro , o presidente do TJ-GO, Walter Carlos Lemes, autorizou que a investigação fosse retomada e a juíza Pires determinou nesta quinta que o material apreendido volte para o MP.

Segundo a denúncia dos promotores, o padre Robson comandava uma organização criminosa que desviava o dinheiro dos fiéis, que deveria ser usado na construção da basílica católica na cidade de Trindade, para empresas particulares e na compra de uma casa de mais de R$ 1 milhão.

A defesa do religioso continua afirmando que ele é inocente e que está "tranquilo" com o andamento do processo porque não há nenhuma "ilegalidade". 

Da Ansa

A filha mais nova do cantor Belo, Isadora Alckmin Vieira, foi presa na última quarta-feira (11), acusada de ser integrante de uma organização criminosa de golpes eletrônicos. As informações são do jornal O Globo.

Isadora, 21 anos, é estudante de Odontologia e foi presa com mais 11 mulheres pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), no Rio de Janeiro. A quadrilha faturava mensalmente entre R$ 600 a R$ 1 milhão e estava ligada a maior facção criminosa do Rio.

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A prisão aconteceu em flagrante após uma denúncia anônima, que possibilitou os policiais a encontrarem a “central” de golpes, que funcionava na Barra da Tijuca. Durante a prisão também foram apreendidos 11 notebooks, 9 máquinas de cartão, 50 cartões de créditos, telefones celulares, além de outros materiais utilizados nos crimes.

Divulgação / Polícia Civil

Em denúncia, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) aponta que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) usou uma prática 'sorrateira' para enriquecer por meio de desvios do dinheiro público na Assembleia Legislativa (Alerj). Nesta semana, ele foi denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema de 'rachadinha", que supostamente mantinha em seu gabinete.

O procurador Ricardo Martins indica que o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) evitava usar dinheiro em espécie e "fazia pouquíssimo uso de serviços bancários como cartões de crédito e débito". O conteúdo do documento foi divulgado pela TV Globo. A investigação foca no valor gasto por Flávio com cartões, entre 2007 e 2009. Segundo o MP, ele gastou uma média de R$ 195 por mês.

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Entretanto, foi percebida uma série de transações bancárias - sem procedência comprovada - realizadas pelo senador e terceiros no mesmo período. Uma delas foi o investimento de R$ 90 mil em uma corretora de ações - que lhe rendeu uma dívida de mais de R$ 15,5 mil -, a compra de 12 salas comerciais em uma edifício na Barra da Tijuca e o registro de gastos no valor de R$ 262 mil.

"Os extratos bancários do ex-deputado não registraram nenhum débito que fosse compatível com as datas e valores dos recebimentos informados pelas imobiliárias", destaca o MP, que descobriu que as salas eram pagas com "cheques de terceiros e depósitos em espécie".

De acordo com a declaração do imposto de renda de 2008, Flávio teria levantado a aquisição de empréstimos de familiares e assessores que somariam R$ 230 mil, o que reforça a indício da prática ilegal.

Em nota, a defesa do senador disse que a denúncia do MP é uma "crônica macabra" e não tem provas para sustentá-la.

Um vereador e uma mulher, que não tiveram os nomes revelados, foram presos pela Polícia Civil do Paraná suspeitos de conseguirem guias falsas do Sistema Único de Saúde (SUS) para vender cirurgias bariátricas, que seriam realizadas pelo próprio SUS. 

Sete mandados de busca e apreensão também foram cumpridos na última quinta-feira (29). Essa ação integra a segunda fase da operação que investiga uma organização criminosa que teria lucrado mais de R$ 10 milhões com a venda das cirurgias bariátricas realizadas pelo SUS, no hospital da Região Metropolitana de Curitiba.

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As investigações apontam que o vereador teria falsificado guias do SUS, que possibilitava o encaminhamento de pacientes, principalmente do estado de São Paulo, para as cirurgias no hospital do Paraná. Ele estaria atuando justamente com médicos que assinavam essas guias.

A organização criminosa é investigada pelos crimes de extorsão, falsidade ideológica, uso de documento falso, concussão e organização criminosa. 

A Polícia Civil aponta que o grupo atuava por meio das redes sociais ou indicações, entrava em contato com as pessoas de vários estados brasileiros, sendo maioria de São Paulo e Santa Catarina. 

Essas pessoas, muitas vezes, estavam aguardando há anos por essa cirurgia no Sistema Único de Saúde. A polícia aponta que, por isso, acabavam aceitando pagar R$ 3 mil pela cirurgia que deveria ser gratuita.

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Joel Ilan Paciornik negou nessa terça-feira (22) pedido de liminar para colocar em liberdade a ex-deputada federal Cristiane Brasil, presa preventivamente desde o último dia 11 no âmbito da Operação Catarata, que apura esquema de fraudes na execução de diversos projetos sociais no município do Rio de Janeiro, entre os anos de 2013 e 2018.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro, Cristiane Brasil – primeiro na condição de secretária municipal de Envelhecimento e Qualidade de Vida, depois como deputada federal – teria participado do esquema fraudulento, sendo que, em 2017, quando exercia o mandato no Congresso Nacional, teria mantido influência na execução de projetos sociais e contribuído para prorrogações contratuais e termos aditivos suspeitos. Em um dos contratos investigados, esses aditivos teriam superado o valor de R$ 20 milhões.

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A ex-deputada foi denunciada pelos crimes de organização criminosa e corrupção ativa. Após o recebimento da denúncia, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) avocou a ação penal, em razão de um dos investigados possuir prerrogativa de foro, mas deixou de analisar a liminar contra a prisão preventiva. Por isso, ao examinar um habeas corpus anterior, o ministro Paciornik determinou que o TJRJ decidisse com urgência sobre o pleito de soltura – o qual foi negado pela corte fluminense.

No novo pedido de habeas corpus impetrado no STJ, a defesa de Cristiane Brasil alega que o TJRJ, ao negar a liminar, inovou indevidamente os fundamentos da prisão preventiva, tendo em vista que teriam sido utilizados elementos não mencionados pelo juiz de primeiro grau ao decretar a medida.

A defesa também aponta a falta de contemporaneidade entre os fatos imputados à ex-parlamentar e a data da prisão preventiva. O habeas corpus sustenta, ainda, não haver risco de ocultação de provas ou de reiteração delitiva, pois Cristiane Brasil estaria afastada de funções públicas há quase dois anos.

Fundamentaç​​ão robusta

O ministro Joel Ilan Paciornik destacou que o TJRJ, em regime de plantão, apenas decidiu a questão urgente, como determinado pelo STJ, e mandou redistribuir a ação penal, já que o relator original se declarou impedido. Após esse procedimento – afirmou o ministro –, o desembargador relator deverá se manifestar sobre a prisão preventiva de todos os acusados.

"Assim, verificando-se a extensa e robusta fundamentação trazida na decisão que manteve a prisão preventiva da paciente, em análise perfunctória não verifico a existência de teratologia apta a justificar seu afastamento. Confundindo-se com o mérito, a pretensão deve ser submetida à análise do órgão colegiado, oportunidade na qual poderá ser feito exame aprofundado das alegações relatadas, concluiu o ministro ao indeferir o pedido de liminar.

Após o parecer do Ministério Público Federal, o mérito do habeas corpus será analisado pela Quinta Turma.

Da assessoria do STJ

A justiça angolana ordenou o fechamento e apreensão de todos os templos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola. O encerramento vem sendo realizado de forma gradual, em diferentes regiões do país. Segundo a agência portuguesa Lusa, que realiza cobertura das comunas vinculadas a Portugal, policiais encerraram nesse domingo (20) as atividades nos prédios das comunas de Kilamba, Estalagem, KM 30 e Samba.

“Por ordem do Ministério Público, todos os templos da IURD em Angola estão apreendidos e encerrados, mas o processo de conclusão será feito de forma gradual”, disse a fonte policial a Agência Lusa, acrescentando que existem 211 templos só na capital angolana, Ruanda. 

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Em Agosto, a PGR angolana apreendeu sete templos da IURD em Ruanda (Alvalade, Maculusso, Morro Bento, Patriota, Benfica, Cazenga e Viana), no âmbito de um processo criminal por alegados crimes de associação criminosa, fraude fiscal e exportação ilegal de capitais.

A IURD em Angola disse no domingo (20) ter ficado surpresa com a ordem de fechar quatro dos seus templos durante o serviço, dizendo que nenhum deles se encontrava nos sete edifícios apreendidos pela Procuradoria-Geral da República em agosto e classificou a operação policial como “desproporcional e excessiva”. A igreja alegou ainda que os oficiais não apresentaram qualquer mandado ou documentação de apoio.

Este é o primeiro fim de semana em que os cultos religiosos são retomados em Luanda desde março, quando o estado de emergência foi declarado em Angola devido à pandemia de Covid-19.

A IURD esteve envolvida em várias polêmicas em Angola depois que um grupo de dissidentes se retirou da liderança brasileira em novembro do ano passado. As tensões aumentaram em junho com a tomada de templos pela ala reformista, formada em uma Comissão para a Reforma dos Pastores Angolanos, com uma troca de acusações mútuas de atos ilícitos.

Os angolanos, liderados pelo bispo Valente Bezerra, disseram que a decisão de romper com a representação brasileira em Angola chefiada pelo bispo Honorilton Gonçalves, fiel ao fundador Edir Macedo, se deveu às práticas contrárias à religião, como a exigência do exercício da vasectomia, castração química, práticas racistas, discriminação social, abuso de autoridade, além de evasão de divisas para o exterior.

As alegações são negadas pela IURD Angola, que por sua vez acusa os dissidentes de ataques xenófobos e agressões a pastores, e que também instaurou processos judiciais contra os dissidentes.

Apontado como líder de uma organização criminosa que chegou a desviar milhões de reais doados por fiéis, o padre Robson de Oliveira Pereira, de 46 anos, está sendo investigado por possíveis crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal e falsidade ideológica.

Os crimes estariam sendo praticados pelos dirigentes das três associações ligadas à Igreja Católica em Trindade, cidade do Goiás. Foram bloqueados judicialmente R$ 60 milhões em bens imóveis e valores em contas bancárias dos envolvidos. 

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Segundo o promotor de Justiça Sebastião Marcos Martins, que coordena a operação Vendilhões, está sendo analisada uma movimentação financeira equivalente a R$ 1,7 bilhão. A fraude do grupo não atinge o montante na íntegra, mas a partir da documentação apreendida será possível definir o valor que foi desviado.

O Ministério Público do Goiás aponta que teriam sido beneficiados com os desvios o padre Robson, que preside a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), Associação Filhos do Pai Eterno e Perpétuo Socorro, Associação Filhos do Pai Eterno e Perpétuo Socorro e uma rede de empresas e pessoas que foi criada para a realização das possíveis fraudes.

A investigação que resultou na Operação Vendilhões teve início em 2019, a partir da condenação de um grupo criminoso que praticou extorsão contra padre Robson. Na ocasião, cinco pessoas exigiram mais de R$ 2 milhões para que não fossem divulgadas imagens e mensagens eletrônicas com informações pessoais, amorosas e profissionais que prejudicassem a imagem do religioso.

O processo foi enviado ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), para apurar a origem do dinheiro utilizado para pagamento de parte do valor ao grupo criminoso.

Na análise da movimentação financeira das Afipes, o Gaeco descobriu uma grande teia de movimentações financeiras, envolvendo a compra e venda de imóveis – casas, apartamentos e fazendas – em Goiás e outros Estados, além de transferências de valores entre contas bancárias. De acordo com o promotor de Justiça, as três associações recebiam dinheiro separadamente, proveniente de doações de fiéis, e transferiam os valores com a utilização de contas bancárias de terceiros. As associações passaram a ser administradas como verdadeiras empresas, explicou.

O vereador Flávio Átila da Silva Leite, conhecido como Flávio do Fórum (PL), do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, foi preso na Operação Rateio, deflagrada nesta quarta-feira (22) pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco). A informação foi confirmada pela Câmara Municipal da cidade. A Polícia Civil investiga os crimes de peculato, falsidade documental, organização criminosa e frustração de direito trabalhista.

Além da prisão, Flávio do Fórum também foi afastado do cargo político. Estão sendo cumpridos ainda 18 mandados de busca e apreensão, que também têm como alvo o presidente da Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho, Neto da Farmácia (PDT).

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Em nota, Neto da Farmácia afirmou ter recebido com tranquilidade a notícia da operação policial. Ele disse que a operação se estendeu ao seu gabinete "provavelmente em razão dele ser o atual presidente da Câmara Municipal, nada mais." O vereador está reunido com sua assessoria jurídica nesta manhã para tomar conhecimento dos detalhes da ação e adotar medidas cabíveis. 

Este é o primeiro mandato como vereador de Flávio do Fórum, que está como pré-candidato ao posto nas eleições deste ano. Identificado como "Irmão Flávio" no Facebook, seu nome político vem do fato de ser servidor do Poder Judiciário de Pernambuco há mais de 20 anos. Segundo o site da Câmara, o lema de Flávio do Fórum é "Eu acredito na família."

A Operação Rateio também cumpre quatro mandados de medidas cautelares diversas da prisão, oito afastamentos de cargos comissionados, sequestro de veículos, restrição de semoventes e bloqueio de bens. A ação envolve 102 policiais civis.

Após a decisão do Facebook de derrubar uma rede com 88 contas, páginas e grupos ligados a funcionários dos gabinetes do presidente Jair Bolsonaro, dos seus filhos - o senador Flávio e o deputado federal Eduardo -, além de aliados políticos, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que “uma organização criminosa opera dentro do governo”. Para Humberto, que integra a CPMI das Fake News, o reconhecimento do próprio Facebook vai gerar sérias consequências legais aos responsáveis. 

Segundo a rede social, que anunciou formalmente a sua ação de derrubada das contas, páginas e grupos, o conjunto removido agia para enganar sistematicamente o público, sem informar a verdadeira identidade dos administradores, desde as eleições de 2018, tanto no Facebook quanto no Instagram. Milhões de pessoas eram alcançadas pelas postagens. 

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"Havia destruição de reputações, havia ataques a instituições, como o Supremo e Congresso, havia ódio, havia disseminação de notícias falsas até mesmo sobre a Covid-19. É uma organização criminosa que age articuladamente e que tem base dentro do Palåcio do Planalto e nos gabinetes parlamentares dos filhos e apoiadores do presidente. É um escândalo de grandes proporções, que confirma os trabalhos de investigação da CPMI. Nós vamos, agora, em busca de todos os envolvidos", explicou Humberto. 

Um dos nomes citados entre os assessores é o de Tércio Arnaud Thomas, assessor especial da Presidência da República, que recebe mais de R$ 13 mil por mês. "Há gente recebendo dinheiro público para coordenar essas milícias digitais enquanto deveria estar trabalhando pelo país. A CPMI fará uma imensa devassa em todo esse esquema e não descansará enquanto não punir exemplarmente esses criminosos", garantiu Humberto.

*Com informações da assessoria de imprensa

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