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Reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado nesta terça-feira, 25, reforça a importância da luta contra o racismo e o machismo enfrentados pelas mulheres negras. A data foi criada durante o primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana, realizado em 1992.

Conforme o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, o dia relembra o marco internacional de luta e resistência da mulher negra para reafirmar a necessidade de enfrentar o racismo e o sexismo vivido até hoje por mulheres que sofrem com a discriminação racial, social e de gênero.

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Na segunda-feira, 24, o Ministério da Cultura organizou o encontro "Mulheres Negras nos Espaços de Poder" para celebrar o dia. "Quero homenagear a honradez, a abnegação e a força dos milhões e milhares de mulheres que foram aviltadas e hostilizadas na sua condição e sofreram os piores massacres da história da humanidade. Apesar de tanto ‘não’, de tanta dor que nos invade, somos nós a alegria da cidade", afirmou a ministra da Cultura, Margareth Menezes.

"Porque um espaço de poder tem que causar espanto? É melhor vocês se acostumarem. Nós nos preparamos todos os dias para isso. Eu não tenho medo de estar onde estou", disse a Yalorixá do Ilé Axé T’oju Labá, Mãe Dora Barreto, também presente no encontro realizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Quem foi Tereza de Benguela?

Ainda segundo o MinC, em 2014 foi instituída a Lei 12.987, que definiu na mesma data o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, uma data em homenagem à memória da Rainha Tereza.

Líder quilombola de destaque que resistiu à escravidão durante duas décadas no século XVIII, Tereza de Benguela lutou pela comunidade negra e indígena que vivia sob sua liderança naquela época. Ela liderou a resistência da população negra à frente do Quilombo de Quariterê, no Mato Grosso.

A literatura recente já indica a hipótese de que a evidência mais antiga do beijo labial humano se originou em uma localização geográfica muito específica no sul da Ásia, há 3.500 anos, e de onde o hábito pode ter se espalhado para outras regiões, acelerando simultaneamente a propagação do vírus herpes simplex 1. 

Porém, de acordo com os pesquisadores Troels Pank Arbøll e Sophie Lund Rasmussen, que em um novo artigo na revista Science, se baseiam em uma série de fontes escritas das primeiras sociedades da Mesopotâmia, o beijo já era uma prática bem estabelecida há 4.500 anos no Oriente Médio. 

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"Na antiga Mesopotâmia, que é o nome das primeiras culturas humanas que existiam entre os rios Eufrates e Tigre, nos atuais Iraque e Síria, as pessoas escreviam em escrita cuneiforme em tabuletas de argila. Muitas dessas tabuinhas de argila sobreviveram até hoje e contêm exemplos claros de que o beijo era considerado parte da intimidade romântica nos tempos antigos, assim como o beijo poderia fazer parte das amizades e das relações familiares", diz o Dr. Troels Pank Arbøll, especialista em história da medicina na Mesopotâmia. 

“Portanto, o beijo não deve ser considerado um costume que se originou exclusivamente em uma única região e se espalhou a partir daí, mas parece ter sido praticado em várias culturas antigas ao longo de vários milênios”. 

A Dra. Sophie Lund Rasmussen acrescenta: "Na verdade, pesquisas sobre bonobos e chimpanzés, os parentes vivos mais próximos dos humanos, mostraram que ambas as espécies se beijam, o que pode sugerir que a prática do beijo é um comportamento fundamental nos humanos, explicando por que pode ser encontrado em todas as culturas." 

O beijo como potencial transmissor de doenças 

Além de sua importância para o comportamento social e sexual, a prática do beijo pode ter desempenhado um papel não intencional na transmissão de microrganismos, potencialmente causadores da disseminação de vírus entre humanos. 

No entanto, a sugestão de que o beijo pode ser considerado um súbito gatilho biológico por trás da disseminação de determinados patógenos é mais duvidosa. A disseminação do vírus herpes simplex 1, que os pesquisadores sugeriram que poderia ter sido acelerada pela introdução do beijo, é um exemplo: 

"Existe um corpus substancial de textos médicos da Mesopotâmia, alguns dos quais mencionam uma doença com sintomas que lembram o vírus herpes simplex 1", observa o Dr. Arbøll. Ele acrescenta que os textos médicos antigos foram influenciados por uma variedade de conceitos culturais e religiosos e, portanto, deve ser enfatizado que eles não podem ser lidos pelo juízo de valor. 

Três anos após o surgimento da Covid-19, os debates sobre a origem da doença voltam à tona. Um estudo recente reforça a hipótese majoritária de transmissão de um animal, mas os defensores de um vazamento de laboratório na China não jogam a toalha.

"Não podemos dizer categoricamente como a pandemia começou", declarou recentemente Maria Van Kerkhove, epidemiologista americana da Organização Mundial da Saúde (OMS), em meio a um debate renovado sobre o assunto.

O mundo científico estima, principalmente, que a pandemia começou no início de 2020, porque um animal selvagem transmitiu o vírus para humanos meses antes, provavelmente no mercado de Huanan, na cidade chinesa de Wuhan.

Alguns pesquisadores defendem, no entanto, a hipótese de vazamento do laboratório de um instituto científico da mesma cidade.

A China rejeita firmemente essa teoria, mas também nega que o mercado de Huanan abrigasse animais suscetíveis à transmissão do vírus.

O debate foi retomado em fevereiro, depois que o diretor do FBI (a Polícia Federal americana), Christopher Wray, garantiu que essa teoria do vazamento do laboratório é "muito provável".

Embora tenham causado grande comoção na mídia, as declarações não tiveram grande impacto na opinião científica majoritária.

"Essas propostas não parecem se basear em novos elementos e [a teoria do vazamento] continua sendo a menos convincente das duas hipóteses", disse a cientista britânica Alice Hughes, especialista em biodiversidade, ao Science Media Center.

- O cão-guaxinim -

Semanas depois, os defensores da transmissão natural recuperaram a vantagem midiática, após um estudo que analisou as amostras coletadas no início de 2020 no mercado de Wuhan.

Vários veículos de comunicação americanos, especialmente o jornal The New York Times, noticiaram este trabalho antes mesmo de ser publicado online, apresentando-o como um avanço para apoiar esta tese.

Depois de fechar o mercado de Huanan no início de 2020, as autoridades chinesas coletaram inúmeras amostras no local. Cientistas liderados pela francesa Florence Débarre trabalharam com base nesses dados.

Neles, encontraram o DNA e o RNA de inúmeros mamíferos silvestres, o que permite atestar sua presença no mercado antes de seu fechamento.

Chama a atenção o caso do cão-guaxinim. Este animal, que pertence à família canina mas se parece com um guaxinim, pode ter sido infectado pelo coronavírus e ter sido um elo de contágio entre morcegos e humanos.

Este trabalho, que não foi publicado em revista científica, não prova, porém, que o cão-guaxinim esteja na origem da pandemia, nem permite afirmar categoricamente que estes animais foram infectados, porque as amostras não foram retiradas diretamente deles.

- Dados inacessíveis -

Mas essa teoria parece plausível, já que, em alguns mercados, o DNA desses animais estava muito presente junto com o do vírus e quase não foram encontrados vestígios do genoma humano.

E, mesmo que a infecção seja admitida, é impossível determinar se eles transmitiram o vírus para um ser humano, ou se a transmissão foi invertida.

Este estudo constitui "uma nova peça do quebra-cabeça que sustenta um vínculo entre o mercado de animais de Wuhan e a origem da pandemia", mas "não é uma prova irrefutável", disse o virologista Connor Bamford, da Universidade Queen's, de Belfast.

Para ele, seria preciso ter amostras mais antigas, do final de 2019, quando a covid surgiu sem fazer barulho, e retiradas diretamente desses animais.

Mas esse é um grande obstáculo na investigação da origem da covid: é quase impossível acessar os dados originais. Mesmo os dados com os quais a equipe de Débarre trabalhou não estão mais acessíveis.

Eles estavam inicialmente disponíveis em uma plataforma para pesquisadores, a Gisaid, mas foram removidos a pedido dos cientistas chineses que os publicaram online.

"Temos dados absolutamente cruciais que nos permitem esclarecer o início da pandemia, mas não podemos compartilhá-los, porque não são nossos", lamenta esta pesquisadora em conversa com a AFP. "Quanto mais pessoas estudarem esses dados, mais informações poderemos extrair", afirma.

O Departamento de Energia dos Estados Unidos mudou seu posicionamento sobre a origem da pandemia de covid-19 e avalia, agora, que o vírus se espalhou provavelmente a partir de um vazamento acidental em um laboratório de Wuhan, na China. A informação consta em um relatório de inteligência confidencial recentemente fornecido à Casa Branca e aos principais membros do Congresso.

Até então, o Departamento de Energia manifestava dúvidas sobre a origem do vírus. A nova posição aparece em uma atualização de um documento de 2021 do escritório da diretora de Inteligência Nacional Avril Haines.

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O novo relatório destaca como diferentes partes da comunidade de inteligência chegaram a julgamentos díspares sobre a origem da pandemia. O Departamento de Energia agora se junta ao Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) ao dizer que o vírus provavelmente se espalhou por um acidente em um laboratório chinês. Quatro outras agências, juntamente com um painel nacional de inteligência, ainda julgam que foi provavelmente o resultado de uma transmissão natural; duas estão indecisas.

A comunidade de inteligência dos EUA é composta por 18 agências, incluindo escritórios nos departamentos de Energia, Estado e Tesouro. Oito deles participaram da revisão das origens do covid, junto com o Conselho Nacional de Inteligência.

A conclusão do Departamento de Energia é relevante porque a agência possui considerável conhecimento científico e supervisiona uma rede de laboratórios nacionais dos EUA. No entanto, o departamento fez seu julgamento com "baixa confiança", de acordo com pessoas que leram o relatório confidencial. Já o FBI, que havia chegado à mesma conclusão antes, tem "confiança moderada" nesta visão.

Telegramas do Departamento de Estado dos EUA escritos em 2018 e documentos internos chineses mostram que havia preocupações persistentes sobre os procedimentos de biossegurança da China, que foram citados pelos proponentes da hipótese de vazamento de laboratório. O vírus covid-19 circulou pela primeira vez em Wuhan, na China, até novembro de 2019, de acordo com o relatório de inteligência dos EUA de 2021.

Autoridades dos EUA se recusaram a dar detalhes sobre as novas informações que levaram o Departamento de Energia a mudar de posição. Eles acrescentaram que, embora o Departamento de Energia e o FBI digam que um vazamento não intencional do laboratório é mais provável, eles chegaram a essas conclusões por diferentes razões.

Apesar das análises divergentes, a atualização reafirma um consenso de que a pandemia não foi resultado de um programa chinês de armas biológicas, ressaltaram as fontes. Um alto funcionário da inteligência dos EUA confirmou que a comunidade de inteligência conduziu a atualização à luz de novas informações, estudos mais aprofundados da literatura acadêmica e consultas a especialistas de fora do governo.

A atualização, que tem menos de cinco páginas, não foi solicitada pelo Congresso. Parlamentares, principalmente os republicanos da Câmara e do Senado, vêm realizando suas próprias investigações e pressionando o governo Biden e a comunidade de inteligência para obter mais informações.

As autoridades não disseram se uma versão não confidencial da atualização será apresentada.

Um porta-voz do Departamento de Energia se recusou a discutir os detalhes da avaliação. O FBI também se recusou a comentar. A China contesta que o vírus possa ter vazado de um de seus laboratórios e sugere que ele surgiu fora do país. O governo chinês não respondeu a pedidos de comentários sobre se houve alguma mudança em sua avaliação.

Em maio de 2021, o presidente Biden disse à comunidade de inteligência do país para intensificar as investigações sobre as origens da pandemia e ordenou que a revisão se baseasse no trabalho dos laboratórios nacionais e agências dos EUA. O relatório de outubro de 2021 dizia que havia consenso de que a covid-19 não resultava de um programa chinês de armas biológicas. Mas não resolvia o debate sobre se resultou de vazamento de laboratório ou se veio de um animal, apontando que mais informações eram necessárias das autoridades chinesas.

Fonte: Dow Jones Newswires.

O forró surgiu em meados da década de 1930, popularizando-se por volta dos anos 1950 por todo o Brasil por meio do poeta, cantor e compositor Luiz Gonzaga (1912 -1989), que convencionou o formato do trio de forró composto pelos instrumentos musicais sanfona, zabumba e triângulo. Outros fatores como a migração nordestina para o sudeste, a divulgação midiática nas rádios e o interesse comercial das gravadoras contribuíram para a popularização do estilo musical.

Existem diferentes versões para o surgimento da palavra forró. De acordo com a Enciclopédia da Música Brasileira (1998), a palavra trata-se de uma derivação do termo africano forrobodó, termo esse que é sinônimo de festa, de arrasta-pé ou farra. Essa definição é a mais aceita entre os estudiosos da área. Outra versão aponta a origem no termo inglês for all, vinda da época em que os funcionários ingleses trabalhavam nas construções das ferrovias em Pernambuco e organizavam festas e bailes aberto ao público, onde na entrada estava escrito “For All” e a apropriação do povo nordestino transformou em Forró.

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Polêmicas à parte, a primeira gravação da palavra forró que se tem registro fonográfico data do ano de 1937, na canção Forró na Roça, de Manuel Queirós e Xerém pela RCA Victor.

Inicialmente, as letras de forró retratam hábitos e costumes do povo nordestino, assim como temas ligados ao amor, às lembranças e à saudade do Nordeste. Com o tempo as composições passaram a retratar diversos outros temas e assuntos.

No forró, existem gêneros específicos como o Baião, Xote, Xaxado, Coco, Embolada, Arrasta-pé e Rojão. Atualmente os gêneros mais tocados são o Baião, Xote e Xaxado.

Hoje (17) é comemorado o Dia Mundial da Anestesia. E a primeira anestesia geral aplicada em um paciente foi em 1846. O método foi utilizado por meio de um aparelho inalador de éter antes de uma cirurgia de grande porte, resultando  em uma anestesia geral. O aparelho foi idealizado pelo americano Thomas Green Morton (1819-1868), que utilizava em seus procedimentos para a extração de dentes.  

No Brasil, a primeira anestesia geral foi realizada no Hospital Militar do Rio de Janeiro em 1847. O profissional capacitado para aplicar a anestesia em um paciente deve ser formado em Medicina e ter especialização em Anestesiologia. Mesmo as técnicas hoje em dia serem altamente modernas, o anestesiologista é o profissional capacitado para reduzir riscos e acidentes durante o procedimento e sua presença é indispensável.

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Segundo dados da Demografia Médica no Brasil, existem 25 mil profissionais especializados, sendo 13 mil pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Esses profissionais garantem a segurança do paciente e a ética médica.  

A anestesia pode ser de dois tipos: geral (quando o paciente fica inconsciente e sem sensibilidade no corpo todo durante o procedimento cirúrgico) e a parcial, quando apenas o local da cirurgia é anestesiado – neste caso, o paciente pode ou não ficar consciente. A duração de cada anestesia varia de acordo com o tempo que a junta médica levará para realizar o procedimento cirúrgico. O anestesiologista é o profissional que possui o Registro de Qualificação de Especialidade no Conselho Federal de Medicina (RQE) e acompanhará o paciente em todos os processos da operação.  

Atualmente, são diversos os métodos utilizados para o ato anestésico e o anestesiologista deverá, previamente, avaliar o paciente de modo que, ao final, possa elaborar um planejamento da técnica anestésica adequada ao procedimento cirúrgico ao qual irá se submeter. As técnicas mais comuns são: a anestesia geral -  na qual podem ser utilizados agentes inalatórios (vapores ou gases) ou fármacos injetados diretamente na corrente sanguínea por uma punção venosa. Ou os conhecidos bloqueios nervosos, que podem ser diversos, além dos bloqueios do neuroeixo.  

O segundo domingo de agosto é a data reservada no Brasil para homenagear os pais. Aqui, o Dia do Papai foi instituído pelo publicitário Sylvio Bhering em 1953, na época diretor do jornal O Globo e da Rádio Globo, conforme registros do site de memória da empresa de comunicação. 

Inicialmente, a data escolhida era 16 de agosto, quando a Igreja Católica celebrava São Joaquim, pai de Maria, a mãe de Jesus. O dia dedicado ao santo mudou, mas o oitavo mês do ano fez sucesso entre os comerciantes que ganharam um período para aquecer as vendas.

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“O Dia das Mães já existia, então a ideia foi: por que não ter também um Dia dos Pais? E, aqui no Brasil, mais declaradamente, surgiu como uma ideia mercadológica, publicitária mesmo. Então muito ditado até mesmo para movimentar o comércio”, explicou Sérgio Dantas, professor de Marketing da Universidade Presbiteriana Mackenzie. 

A data foi consagrada em agosto e no domingo, tradicionalmente um dia de encontros familiares. São Joaquim passou a ser celebrado em 26 de julho, junto de Sant´Ana, mãe de Maria, que virou o Dia dos Avós. 

Dantas, no entanto, indica outro provável motivo para a manutenção da homenagem em agosto. “Eu acredito que foi estrategicamente escolhido porque o comércio tem datas marcantes. A gente finaliza o ano com o Natal, que é a grande data. Tem depois, no primeiro semestre, o Dia das Mães, que é a segunda maior data de movimento. Logo depois, em junho, tem o Dia dos Namorados. E aí só o Dia das Crianças, em outubro. Acho que a ideia foi tentar espaçar isso ao longo do ano”, aponta. Entre essas datas, o Dia dos Pais foi a última a ser definida.

Outros países

As especificidades da data escolhida para o Brasil fazem com que o país seja um dos únicos a homenagear os pais em agosto. A data mais disseminada no mundo, reconhecida em pelo menos 70 países, é o terceiro domingo de junho, uma história que começa nos Estados Unidos. 

Sonora Luise Smart, filha de um agricultor que lutou na Guerra Civil em 1862, queria homenagear o pai, William Jackson, que criou os filhos sozinhos após a morte da esposa.

A data escolhida para a primeira comemoração, ocorrida em 1910, foi 19 de junho, data do aniversário do pai de Sonora. A ideia se espalhou e foi oficializada, em 1966, pelo presidente Lyndon Johnson como o terceiro domingo de junho. 

“Padronizou de ser no terceiro domingo, que até era um dia mais fácil das famílias estarem juntas e de vivenciarem o propósito do Dia dos Pais, que é justamente essa união, a comunhão. Como os Estados Unidos são um país que dita tendências, muitos países acabaram seguindo essa determinação deles”, aponta Dantas.

Há também países que celebram a data em 19 de março, Dia de São José, como Portugal, Espanha, Itália, Andorra, Bolívia e Honduras.

Cientistas identificaram a região de origem de um meteorito marciano, um verdadeiro "livro aberto" sobre os primeiros instantes do planeta Marte, potencialmente rico em lições sobre a formação da Terra.

"Black Beauty", NWA 7034 por seu nome, fascina os geólogos desde sua descoberta no Saara em 2011. Este bloco, fácil de segurar na mão e pesando pouco mais de 300 gramas antes de ser cortado, é "uma das rochas mais antigas na história da geologia", comentou à AFP o cientista planetologista Sylvain Bouley, que assina o estudo publicado na Nature Communications.

O meteorito contém zirconita, o mineral mais antigo conhecido na Terra, datado de 4,48 bilhões de anos. Ou seja, "cerca de 80 milhões de anos após o início da formação dos planetas" do sistema solar, explicou Bouley, professor do laboratório de Geociências da Universidade de Paris-Saclay.

O NWA 7034 é, portanto, um "livro aberto sobre os primeiros momentos de Marte", quando sua superfície de magma começou a se solidificar.

Ao longo da história geológica do planeta Terra, o movimento incessante das placas tectônicas foi enterrando e desintegrando os materiais primitivos de nosso planeta Tierra. Algo que não aconteceu em Marte.

A equipe de pesquisadores, liderada por planetologistas da Universidade de Curtin, em Perth, no oeste da Austrália, com contribuição de instituições francesas, conseguiu a proeza de determinar a origem precisa do meteorito: uma cratera situada em uma região que abriga uma crosta que não mudou substancialmente desde a formação do planeta vermelho.

A cratera foi formada pelo impacto de um bólido vindo do espaço com "força suficiente para ejetar as rochas em altíssima velocidade, mais de 5 km/s, para escapar da gravidade marciana", explicou à AFP Anthony Lagain, da Curtin e autor principal do estudo.

Essas crateras devem ter pelo menos 3 km de diâmetro, o que causou um problema para os cientistas, já que Marte possui cerca de 80.000 pelo menos desse tamanho.

Mas o pesquisadores tinham uma segunda pista, pois o NWA 7034 foi lançado ao espaço há cerca de cinco milhões de anos, graças à medição de sua exposição aos raios cósmicos.

- 90 milhões de fotos de crateras -

"Então, estávamos procurando uma cratera muito jovem e grande", contou Anthony Lagain, cuja tese de doutorado se concentrou, em particular, na datação de crateras marcianas.

Outra pista, a análise da composição de "Black Beauty" revelou que o meteorito havia sido brutalmente aquecido há 1,5 bilhão de anos, provavelmente por um impacto de asteroide. Em outras palavras, a rocha foi extraída da superfície antes de cair mais longe, onde outro impacto desta vez a jogou no espaço, até a Terra.

Munido com essas informações, Anthony Lagain aprimorou um algoritmo de detecção de crateras desenvolvido na Curtin. Antes de fazê-lo analisar com um supercomputador o mosaico de 90 milhões de fotos de crateras marcianas, acumuladas graças à câmera de um satélite da Nasa.

O resultado reduziu a escolha a 19 crateras e, depois, para apenas uma, Karratha. Esta cratera de 10 km de diâmetro está em "uma região muito antiga do hemisfério sul, rica em potássio e tório, como Black Beauty", diz Lagain.

A pista final, o meteorito é o único dos marcianos a ser bastante magnetizado, casando com o fato de que "a região onde Karratha está localizada é a mais magnetizada de Marte".

Entre as regiões de Terra Cimmeria e Sirenum, esta área é "provavelmente uma relíquia da crosta mais antiga de Marte", segundo o estudo, que pleiteia o envio de uma missão dedicada ao estudo de sua geologia.

Bouley aponta para uma espécie de "viés", que centrou as missões marcianas na busca de vestígios de água e vida, em detrimento de épocas anteriores, que podem ter permitido seu aparecimento. Além disso, após sua descoberta, NWA 7034 chegou às manchetes devido à presença de água nele.

E Lagain recorda que entender a formação das primeiras crostas planetárias é entender o que aconteceu logo no início e "como se chega a um planeta tão excepcional como a Terra no Universo".

Nesta terça-feira (28), a marca Mercedes-Benz completa 98 anos. É uma marca alemã de automóveis pertencente à Mercedes-Benz Group, sendo resultado de uma fusão entre a Benz & Cie. e a Daimler-Motoren-Gesellschaft (DMG). É a mais antiga empresa de automóveis e veículos comerciais da Alemanha e do mundo, que produz automóveis, caminhões, autocarros, seus próprios motores e outros meios.  

Em 1907, a Daimler e a Benz eram grandes rivais uma da outra. Em 1924, as duas empresas assinaram um acordo de ajuda mútua devido à necessidade de estimular a economia germânica após a Primeira Guerra Mundial. Esse acordo viria a ser quebrado em 2000. Mesmo assim, as duas empresas criaram os seus próprios automóveis e marcas. Em 1926, quando se formou a empresa Daimler-Benz, um novo símbolo foi criado para cada parte. A estrela de três pontas foi desenhada por Daimler (1834-1900) em que cada ponta representava o ar, a terra e o mar mostrando que os motores desenhados se adaptavam a estes três meios. O círculo à volta foi desenhado por Benz (1844-1929).  

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As origens da Daimler-Benz juntamente com Wilhelm Maybach (1846-1929), no fim do século 19, inventaram independentemente o primeiro automóvel movido por um motor de combustão na Alemanha. Benz tinha sua loja em Mannheim e inventou o primeiro automóvel realmente movido através de um motor de combustão interno que possuía três rodas, em 1885. No ano seguinte, Daimler juntamente com Maybach juntaram o motor a uma carroça, criando um automóvel de quatro rodas movido por um motor feito por eles. A única diferença era que este motor era movido a gás. Segundo o site oficial da Mercedes-Benz, Daimler inventou a carroça “sem cavalo”. O negócio continuava a crescer, Benz vendeu seu primeiro automóvel, construiu outro e se tornou a primeira linha mundial de montagem.  

Em 1899, a DMG construiu um novo automóvel, cujo nome viria a ser o da filha de Emil Jellinek (1853-1918), Mercedes Jellinek (1889-1929). Em 1901, o nome “Mercedes” foi registrado pela DMG em todo o mundo como uma marca protegida. A adoção do nome para os carros da empresa ajudou a evitar problemas legais depois da morte de Daimler em 1900, a DMG decidiu vender o nome registrado “Daimler” e deixar só Mercedes. Os primeiros veículos da empresa foram produzidos após a fusão das empresas. Benz, depois de alguns anos, decidiu juntar o nome à marca Mercedes. A empresa continuou em crescimento.  

Hoje, Mercedes-Benz é uma das marcas de automóveis mais conhecidas no mundo. Sua fama e diversidade na produção permitem obter grandes lucros e o desenvolvimento tecnológico constante. Muitos famosos compram Mercedes pela sua potência. De forma a variar a sua oferta, a Mercedes diversificou os seus modelos, criando carros mais menores e menos luxuosos. Porém, a qualidade superior dos automóveis é sempre um objetivo da marca.  

Hoje (4) é comemorado o Dia Internacional do Bombeiro. Esta data foi criada após o recebimento e validação de uma petição através de vários e-mails em toda parte do mundo em 1999, relacionados à morte de cinco bombeiros em um incêndio na Austrália, quando a direção do vento mudou repentinamente e os envolveu em chamas.  

O incidente que levou a criação desta data ocorreu em 2 de dezembro de 1998, na Comunidade Linton, na Austrália. Linton é uma área povoada em Victoria, Austrália, e os bombeiros na época estavam combatendo um incêndio maciço no mato. O evento foi tão trágico que comoveu muitas pessoas ao enviarem muitos e-mails sobre o ocorrido. 

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As funções de um bombeiro são: preservar a integridade física das pessoas; preservação de vidas; implementar planos de combate a incêndio e planos de evasão; fazer resgates na água, terra ou em altura; aplicar os procedimentos de atendimento pré-hospitalar; treinar equipes para atuarem junto com ele em caso de emergência; entre outras. 

Além disso hoje é o dia de São Floriano, comemorado em vários países na Europa, por ser considerado um dos primeiros bombeiros comandantes de um batalhão romano real, patrono dos bombeiros e elemento simbólico. Por ser um homem de águas, São Floriano foi reconhecido como protetor contra as inundações, protetor dos incêndios e padroeiro dos bombeiros. 

Por Camily Maciel

 

O elixir mais cobiçado pela indústria cosmética, capaz de deter o envelhecimento da pele, pode estar mais perto de se tornar real. A despeito das promessas milagrosas de milhares de produtos disponíveis no mercado, a ciência mostra que é praticamente impossível deter a perda do viço e da espessura da pele. Um estudo de pesquisadores brasileiros mostra, no entanto, que o segredo para a compreensão do envelhecimento pode estar no entendimento de doenças cerebrais degenerativas.

Trabalho publicado esta semana na revista científica Neurobiolgy of Aging, pelos neurocientistas Marilia Zaluar Guimarães e Stevens Rehen, da UFRJ e do Instituto D'Or de Pesquisa, revelou que a perda do viço da pele é causada pelos mesmos conglomerados anômalos de proteínas responsáveis pelo surgimento de doenças cerebrais degenerativas, como Parkinson. O trabalho abre caminho inédito e bastante promissor para a compreensão da doença e também para desvendar os segredos do envelhecimento.

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"Conseguimos reunir evidências de que os aglomerados das mesmas proteínas que causam doenças neurodegenerativas estão presentes na pele", contou a neurocientista Marília Zaluar Guimarães. "Descobrimos também que essas proteínas têm uma tendência maior a formar conglomerados anômalos nas áreas mais expostas ao Sol."

A Doença de Parkinson surge quando determinadas proteínas se aglomeram de forma anômala provocando a morte de neurônios responsáveis pelo controle motor. Esses mesmos aglomerados na pele disparam uma inflamação e deflagram um mecanismo que reduz a proliferação de células da pele, uma situação consistente com a perda do viço e o envelhecimento.

"Usamos pele humana reconstituída em laboratório para entender o que acontece quando expostas a esses aglomerados de proteína", explicou Guimarães. "Quando colocamos essas proteínas na pele, ela se tornava mais fina muito rapidamente."

Os cientistas conseguiram determinar também que todas as pessoas que sofrem de Parkinson apresentam os conglomerados anômalos não apenas no cérebro, mas também na pele. Os sinais visíveis de envelhecimento, no entanto, não funcionam para o diagnóstico da doença cerebral. Ocorre que muitas pessoas podem ter as proteínas anômalas na pele, mas não no cérebro.

"Outros estudos já tinham conseguido determinar que essas proteínas surgem inicialmente no intestino, provocando constipação", contou a neurocientista. "Depois, elas são capturadas por células que as levam ao sistema nervoso central. E é de lá que elas vão, finalmente, para a pele. Ou seja, em tese, quando chegam na pele, elas já passaram pelo cérebro. Mas muitas investigações ainda estão em curso."

Tentar entender os mecanismos que levam os aglomerados a provocar o envelhecimento pode abrir oportunidades de intervenção --- o santo graal da indústria cosmética.

Ao mesmo tempo, essa compreensão pode ajudar os cientistas a interromper, no cérebro, o processo que leva à Doença de Parkinson.

Nesse domingo (26), o apresentador global Luciano Huck fez a primeira “pergunta do milhão” na história do quadro “Quem quer ser um milionário?”. O professor carioca Rafael de Andrade Cunha, de 41 anos, foi o finalista do jogo, precisando responder a uma questão sobre a origem do nome “bluetooth”, tecnologia de conectividade criada nos anos 90.

Apesar de não ter acertado a resposta, o educador ainda levou R$ 500 mil para casa e entrou para os trends nas redes sociais brasileiras, que lotaram com internautas curiosos sobre a origem da nomenclatura. A opção “C” do jogo respondia à questão, que sinaliza o que inspirou o nome bluetooth: um rei.

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Embora a tecnologia sem fio tenha se tornado uma parte essencial da vida cotidiana, poucas pessoas deram atenção à inspiração por trás do icônico nome e logotipo do Bluetooth. A origem é no rei escandinavo Harald "Blåtand" Gormsson (Haroldo I da Dinamarca), um viking do século 10 que governou a Dinamarca e a Noruega de 958 a 985. Muitas realizações são creditadas a ele, mas a maior de todas é que ele uniu os dois países peninsulares sob seu governo.

Gormsson também era conhecido por seu dente morto, que tinha uma tonalidade que muitos acreditavam ser azulada ou acinzentada. Era tão proeminente que seu apelido era Blåtand, que se traduz literalmente do dinamarquês para "Bluetooth" (dente azul, do inglês). Mas o que isso poderia ter a ver com uma tecnologia sem fio que permite usar um fone de ouvido viva-voz enquanto dirige?

O “batismo”

Pouco mais de 1.000 anos depois, em 1996, a tecnologia de rádio de curto alcance estava em seus estágios iniciais - a Intel tinha um programa chamado Biz-RF, a empresa sueca de telecomunicações Ericsson tinha o MC-Link e a Nokia tinha RF de baixa potência. As três potências reconheceram rapidamente que a melhor maneira de impulsionar a tecnologia no setor e evitar a fragmentação seria criar um único padrão sem fio.

Em dezembro daquele ano, Jim Kardach, da Intel, que havia lido um livro sobre a história dos Vikings, sugeriu o nome Bluetooth como codinome até que o grupo de marketing pudesse apresentar um nome formal para a tecnologia.

"Quando questionado sobre o nome Bluetooth, expliquei que o Bluetooth foi emprestado do século 10, segundo rei da Dinamarca, o rei Harald Bluetooth, que ficou famoso por unir a Escandinávia assim como pretendíamos unir as indústrias de PC e celular com um curto alcance link sem fio", escreveu Kardach em uma coluna de 2008 para o EE Times.

Ele acrescentou que criou uma folha de PowerPoint com uma versão da pedra Rúnica onde Harald segurava um celular em uma das mãos e um caderno na outra.

O codinome Bluetooth foi inserido nos contratos como um espaço reservado até que um nome oficial fosse finalizado. Quando outros nomes que estavam sendo considerados não funcionaram, o Bluetooth permaneceu. O logotipo onipresente simboliza "uma runa (alfabeto único dos povos nórdicos) de ligação mesclando as runas Younger Futhark (Hagall) ᚼ) e (Bjarkan) (ᛒ), as iniciais de Harald", de acordo com o site da Bluetooth.

Embora a domesticação do cavalo seja relativamente recente, o local onde ocorreu esse evento evolutivo era até agora um enigma.

Graças à genética, foi possível localizar, nas estepes do norte do Cáucaso, o ponto de partida do caminho compartilhado entre humanos e equinos.

O cavalo foi domesticado há 4.200 anos, milhares de anos depois do cachorro, da vaca, ou da ovelha.

Mas sua domesticação "transformou a história da humanidade em uma escala sem precedentes, pelo que esse animal oferecia: mobilidade, velocidade, instrumento de guerra ...", explica à AFP o paleogeneticista Ludovic Orlando, que liderou a pesquisa sobre o berço deste tipo de cavalo e o estudo publicado na revista Nature na última quarta-feira (20).

Quando o homem domesticou o cavalo, "houve uma espécie de globalização do mundo", acrescenta Orlando.

Permanecia, porém, um véu de mistério quanto à origem do cavalo doméstico e o momento em que ele superou as demais populações de cavalos selvagens.

"O registro fóssil (esqueletos e dentes) não nos mostrava um ponto de ruptura claro" no tempo, diz Orlando.

Então, eles usaram outra técnica: estudar o DNA fóssil, o material genético hereditário que permite voltar no tempo e localizar o "ponto zero" de uma linhagem animal.

- Peneira genética -

Cazaquistão, Sibéria, península de Anatólia, península Ibérica... Havia inúmeras hipóteses sobre a origem do cavalo doméstico, mas nenhuma dava resultados conclusivos.

Por isso, Ludovic Orlando e sua equipe internacional de 162 cientistas decidiram passar pela "peneira genética" todas as amostras de cavalos que conseguiram encontrar na zona da Eurásia: 273 genomas de cavalos que viveram entre 200 e 50 mil anos atrás. Estas amostras foram, então, comparadas com genomas de cavalos domésticos modernos.

Pela leitura e comparação das bilhões de letras do código genético, os cientistas conseguiram identificar uma região onde as diferenças entre cavalos modernos e antigos eram menos pronunciadas.

Trata-se de uma zona nas chamadas estepes pônticas do norte do Cáucaso (sudoeste da Rússia), nas bacias dos rios Don e Volga.

- Expansão meteórica -

Mediante a datação radiocarbônica, eles conseguiram situar a primeira domesticação há 4.200 anos.

Rapidamente, houve uma explosão populacional intensa. O perfil genético se espalhou como pólvora pela Eurásia. Em apenas 500 anos, esses cavalos se tornaram um "elemento continental", substituindo todas as populações de cavalos selvagens do Atlântico à Mongólia.

Esse sucesso é explicado por atributos genéticos que os tornavam mais dóceis, além do desenvolvimento de um dorso mais robusto, que fez destes animais um excelente veículo.

"A expansão foi muito rápida após a domesticação inicial. Por isso, infere-se que havia uma motivação importante para reproduzi-los: porque eram necessários", explica o paleogeneticista.

O estudo mostra como este cavalo se expandiu para a Ásia, ao mesmo tempo em que a roda de raios, usada para o transporte.

Em direção à Europa, porém, a migração de povos indo-europeus não levou o uso do cavalo consigo. Já se sabe que sua propagação por este continente é posterior à expansão destas populações.

Por isso, Ludovic Orlando considera que a imagem de "povos nômades a cavalo procedentes das estepes" está longe de ser real.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) selecionou o diretor do Centro De Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Dr. Carlos Medicis Morel, entre os 26 especialistas para integrar o grupo que irá investigar a origem de agentes patogênicos com potencial epidêmico ou pandêmico, incluindo o novo coronavírus.

De acordo com comunicado divulgado nesta quarta-feira (13) pela OMS, o Grupo de Aconselhamento Científico para as Origens de Novos Patógenos (Sago), para o qual Morel foi indicado, deverá auxiliar a entidade multilateral no desenvolvimento de um protocolo global "para definir e guiar os estudos sobre as origens" de organismos patogênicos.

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Antes de finalizar a formação do Sago, os 26 selecionados para o grupo passarão por um período de duas semanas de consultas públicas, ressaltou a OMS. "Práticas e procedimentos relevantes" da entidade também serão levadas em conta.

A China rejeitou nesta sexta-feira (13) os apelos da Organização Mundial da Saúde (OMS) para realizar novas investigações em seu território sobre as origens da covid-19, alegando que apoia uma abordagem "científica", e não "política", para estabelecer como o vírus surgiu.

Os primeiros pacientes com coronavírus foram identificados no final de 2019, na cidade chinesa de Wuhan (centro). Desde então, o vírus se espalhou por todo planeta e deixou mais de quatro milhões de mortes em seu rastro, com graves consequências para as economias mundiais.

Os cientistas ainda lutam para rastrear sua origem. Transmissão de um animal? Vazamento de um laboratório chinês? Pequim se opõe fortemente à última hipótese, já que não quer parecer responsável pela pandemia.

Uma equipe de especialistas internacionais enviada pela OMS visitou Wuhan em janeiro de 2021 para um estudo de "primeira fase" sobre a origem do vírus.

A visita resultou em um relatório conjunto, redigido em colaboração com especialistas chineses, no qual se concluiu que o vírus provavelmente havia passado dos morcegos para os humanos por meio de um animal intermediário. E os especialistas consideraram "extremamente improvável" que o vírus tivesse saído de um laboratório.

Washington defendeu, porém, essa segunda hipótese, em um contexto de rivalidade política com Pequim. Agora, essa possibilidade foi relançada pela OMS, que na quinta-feira (12) pediu a todos os países, principalmente a China, que publicassem "todos os dados sobre o vírus".

"Para poder examinar a hipótese do laboratório, é importante ter acesso a todos os dados brutos", enfatizou a OMS, para quem "o acesso aos dados não deve ser, de forma alguma, uma questão política".

- "Vida privada" -

Pequim respondeu nesta sexta (13), reiterando que o relatório elaborado pela OMS em Wuhan era suficiente, pois já havia descartado a teoria de um vazamento de laboratório. Insistiu em que os pedidos de dados adicionais têm motivos políticos ocultos.

"Nós nos opomos à politização na busca pelas origens" do vírus "e ao abandono do relatório conjunto China-OMS", declarou o vice-ministro chinês das Relações Exteriores, Ma Zhaoxu, em entrevista coletiva.

"As conclusões e as recomendações do relatório conjunto foram reconhecidas pela comunidade internacional e pela comunidade científica", frisou o vice-ministro.

"Pesquisas futuras devem e podem ser feitas apenas com base neste relatório. Não se trata de começar do zero", acrescentou.

Quanto aos dados brutos solicitados pela OMS, em particular sobre os primeiros pacientes em Wuhan, a China voltou a evocar o sigilo médico.

"Queremos apenas proteger a privacidade dos pacientes", afirmou Liang Wannian, chefe da delegação de cientistas chineses que contribuíram para o relatório China-OMS.

"Sem o consentimento deles, nenhum especialista estrangeiro tem o direito de fotografar, ou de copiar, os dados originais", acrescentou.

- Declarações impactantes -

A hipótese de um vazamento de laboratório foi rejeitada por vários especialistas. voltou a ganhar atenção nos últimos meses, porém, devido a novas e impactantes declarações de Peter Embarek, o chefe dinamarquês da delegação de especialistas internacionais que visitou Wuhan em janeiro de 2021.

Em um documentário transmitido na quinta-feira pela televisão pública dinamarquesa TV2, o cientista foi, pela primeira vez, muito crítico em relação a Pequim.

"Até 48 horas antes do final da missão, ainda não estávamos de acordo em mencionar a 'tese de laboratório' no relatório", disse Embarek.

Como resultado dessas trocas, a delegação da OMS finalmente conseguiu permissão para visitar dois laboratórios onde são feitas pesquisas com morcegos, relatou.

"Pudemos falar e fazer as perguntas que queríamos fazer, mas não tivemos oportunidade de consultar qualquer documentação", lamentou Peter Embarek.

"Um funcionário (de um laboratório) infectado durante a coleta de amostras faz parte de uma das hipóteses prováveis. É onde o vírus passa direto dos morcegos para os humanos", acrescentou.

Ele afirmou também que nenhum dos morcegos vive em estado selvagem na região de Wuhan.

E, segundo Embarek, as únicas pessoas que provavelmente chegaram perto de morcegos suspeitos de abrigar o vírus que causou o Sars-Cov-2 são funcionários de laboratórios da cidade.

A China criticou, nesta quinta-feira (27), a "história sombria" dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, depois que o presidente Joe Biden ordenou uma investigação sobre as origens da Covid-19.

Washington está revisando sua posição diplomática com Pequim em questões como o comércio, a tecnologia ou os direitos humanos, enquanto intensifica os esforços para criar com os sócios ocidentais uma frente diplomática contra a suposta agressão chinesa.

Na quarta-feira (26), o presidente Biden reabriu as feridas entre as duas potências ao ordenar que as agências de inteligência americanas informem em um prazo de 90 dias se a Covid-19 surgiu na China de uma fonte animal ou por um acidente de laboratório.

A teoria do vazamento de um laboratório, inicialmente citada pelo antecessor de Biden, Donald Trump, e depois descartada como "altamente improvável" por uma missão da Organização Mundial da Saúde (OMS) que visitou a China com muito atraso, ressurgiu nos últimos dias, estimulada por Washington.

A China é muito sensível às acusações de que poderia ter feito mais para deter a propagação de uma pandemia que provocou mais de 3,5 milhões de mortes e paralisou economias em todo o mundo desde que foi detectada na cidade de Wuhan no fim de 2019.

Pequim rejeita a teoria de que o vírus pode ter surgido em um laboratório de virologia em Wuhan e acusa Washington de vender "conspirações" e politizar a pandemia.

"Os motivos e propósitos do governo Biden são claros", afirmou nesta quinta-feira Zhao Lijian, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, que rejeitou a necessidade de uma nova investigação sobre a pandemia.

"O mundo conhece há muito tempo a história sombria dos serviços de inteligência americanos", disse, em referência às alegações infundadas dos Estados Unidos sobre armas de destruição em massa que justificaram sua invasão do Iraque.

Voltar à teoria do vazamento de um laboratório "é uma falta de respeito à ciência (...) e também um obstáculo na luta mundial contra a pandemia", afirmou Zhao.

Apesar das afirmações da China, a ideia de que o vírus saiu de um laboratório de Wuhan está ganhando cada vez mais adeptos no Estados Unidos.

Ao citar um relatório do serviço de inteligência americano, The Wall Street Journal informou no domingo que três pessoas do Instituto de Virologia de Wuhan foram hospitalizadas com uma doença sazonal em novembro de 2019, um mês antes de Pequim revelar a existência de um misterioso foco de pneumonia viral.

A hipótese da origem natural — respaldada como a mais provável pela equipe de especialistas da OMS que visitou a China — afirma que o vírus surgiu entre morcegos e depois passou aos humanos, provavelmente através de uma espécie intermediária.

Esta teoria foi amplamente aceita no início da pandemia, mas com o passar do tempo os cientistas não encontraram um vírus nos morcegos ou em outro animal que corresponda com a assinatura genética do SARS-CoV-2.

- Negociações comerciais -

A China quer deixar de lado a busca pela origem da pandemia, estimulada por países como Austrália e Reino Unido, e deseja se concentrar na recuperação econômica, depois de controlar o vírus dentro de suas fronteiras.

Neste contexto, o ministério do Comércio celebrou nesta quinta-feira as conversas com Washington que são parte de um acordo para tentar acabar com a guerra comercial.

Os dois países assinaram o chamado acordo de "fase 1", em janeiro de 2020, com o qual Pequim se comprometeu a aumentar suas compras de produtos e serviços americanos em pelo menos 200 bilhões de dólares durante 2020 e 2021.

Desde a detecção do vírus na China, a pandemia deixou mais de 3,5 milhões de mortos no mundo.

A situação é desigual, de acordo com as regiões.

Na América Latina, que registra mais de um milhão de mortos e 32,3 milhões de contágios, o Uruguai superou na quarta-feira a marca de 4.000 mortes por covid-19 e a Argentina, que enfrenta o pior momento da pandemia com mais de 75.500 vítimas fatais, recebeu mais de um milhão de doses das vacinas da AstraZeneca e Sputnik V.

Na Austrália, as autoridades anunciaram nesta quinta-feira que cinco milhões de habitantes de Melbourne, a segunda maior cidade do país, e sua região entrarão em confinamento para conter um foco de Covid-19.

Chefe da equipe de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) que foi à Wuhan, na China, pesquisar a origem do novo coronavírus, Peter Embarek que não foram identificados casos de covid-19 em Wuhan antes de dezembro de 2019, quando o primeiro surto local da doença foi confirmado. Cerca de 76 mil quadros de febre, pneumonia e doenças respiratórias reportados pelo sistema de saúde de Wuhan foram analisados, disse Embarek.

Segundo ele, a fonte mais provável da pandemia foi um animal hospedeiro. O relatório da equipe, cujos dados foram apresentados em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 30, também estima outras duas possibilidades menos prováveis: que o vírus tenha sido originado de alimentos contaminados ou de laboratórios em Wuhan. A última hipótese é a menos provável, segundo os especialistas.

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Embarek ressalta, porém, que é possível que o vírus já circulasse antes do primeiro surto na China, inclusive globalmente, já que Wuhan é um grande centro financeiro que recebia diversos estrangeiros no fim de 2019, avaliou Embarek.

O especialista relatou ainda que casos de covid-19 não relacionados ao mercado central de Wuhan já circulavam na cidade em dezembro de 2019, em casos em que o vírus apresentava algumas pequenas alterações genéticas, o que indica que as infecções não estavam diretamente conectadas. Segundo a virologista Marion Koopmans, que participou da expedição organizada pela OMS, o mercado de Wuhan atuou como um "amplificador" do novo coronavírus, mas não foi o único local a reportar os casos que provocaram o surto na cidade.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira (22) que é muito cedo para tirar conclusões sobre se a Covid-19 teve origem na China, país ao qual enviou uma missão de investigação.

"Todas as hipóteses estão sobre a mesa. É claramente muito cedo para se chegar a uma conclusão sobre onde esse vírus nasceu, seja na China ou fora da China", explicou Michael Ryan, diretor responsável por emergências de saúde da OMS durante coletiva de imprensa em Genebra.

"Existem diferentes observações científicas em diferentes partes do mundo", acrescentou. "É um grande quebra-cabeça e você não pode ter uma imagem ampla olhando apenas para uma das 10.000 peças de um quebra-cabeça".

Uma equipe de especialistas da OMS chegou a Wuhan em 14 de janeiro para investigar as origens do novo coronavírus, cujos primeiros casos foram detectados no final de 2019 nesta cidade da China central.

Após a chegada, os membros da missão foram transferidos para um hotel para uma quarentena de duas semanas. Desde então, trabalham remotamente e, quando a quarentena terminar, poderão ir a campo e encontrar seus contatos chineses.

A China afirmou várias vezes que o coronavírus surgiu fora de suas fronteiras.

Até agora, a Covid-19 matou mais de dois milhões de pessoas em todo o mundo, infectou dezenas de milhões e causou estragos na economia global.

"Nossa equipe está no campo, o trabalho com nossos colegas chineses está indo bem. Analisamos os dados", disse Ryan.

“É muito cedo para tirar quaisquer conclusões, mas sentimos que estamos fazendo alguns progressos e esperamos continuar assim pelo bem da saúde pública e do futuro”.

O time de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) que investiga as origens da pandemia do novo coronavírus desembarcou nesta quinta-feira (14) em Wuhan, cidade da China que é o marco zero da crise sanitária.

Após a chegada, os cientistas foram submetidos a exames RT-PCR e sorológicos e iniciaram um período de quarentena antes de começar suas investigações de campo com colegas chineses. Durante as duas semanas de isolamento, os especialistas da OMS farão reuniões por videoconferência com cientistas do país.

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A equipe é formada por 15 componentes, mas dois deles foram impedidos de viajar para Wuhan por terem testado positivo em um exame sorológico feito em Singapura.

"Dois cientistas ainda estão em Singapura para completar testes para Covid-19. Todos os membros da equipe tiveram inúmeros exames PCR e de anticorpos negativos em seus países de origem antes da viagem", explicou a OMS no Twitter.

A missão foi negociada durante meses e adiada em diversas ocasiões devido à sensibilidade do tema. Atualmente, a principal hipótese para a origem da pandemia é de que o coronavírus Sars-CoV-2 tenha surgido em morcegos e feito o salto de espécie por meio de um animal intermediário consumido por seres humanos.

Crescimento

A equipe da OMS chega a Wuhan em um momento de repique da pandemia na China, que registrou nesta quarta-feira (13) o maior número de novos casos do Sars-CoV-2 desde março (138) e a primeira morte por Covid-19 em oito meses, na província de Hebei, onde três cidades que totalizam 22 milhões de habitantes estão em lockdown.

Ainda assim, os números da China estão longe daqueles registrados em países ocidentais, que têm batido recordes diários de casos e mortes. A nação asiática totaliza 97.322 contágios e 4.796 óbitos na pandemia.

Da Ansa

É o enigma científico mais urgente do mundo, mas os especialistas alertam que uma resposta plausível para a origem do coronavírus pode nunca ser encontrada, após meses de investigações marcadas pela desorganização, sigilo da China e ressentimentos.

Sábado (9) marcou um ano desde a primeira morte confirmada por coronavírus na China, a de um homem de 61 anos que costumava frequentar o agora tristemente famoso mercado de peixes de Wuhan.

Quase dois milhões de mortes depois, a pandemia está fora de controle em todo o mundo e causou dezenas de milhões de doentes, o colapso da economia mundial e levou a uma infinidade de disputas e acusações entre os países.

A China, que controlou amplamente a pandemia em seu solo, continua a impedir as tentativas independentes de averiguar as origens do vírus e de responder à questão central de como ele foi transmitido dos animais para os humanos.

Há pouca dúvida de que o vírus apareceu em dezembro de 2019 em um mercado de peixes na cidade de Wuhan, no centro da China, onde animais silvestres eram vendidos para consumo, e acredita-se que o patógeno tenha aparecido em uma espécie não identificada de morcego.

Mas as investigações terminam aí, conforme tropeçam em uma miscelânea de pistas que sugerem que o vírus pode ter se originado anteriormente, fora de Wuhan, ou de teorias da conspiração - incentivadas pelo presidente americano Donald Trump - que apontam que o coronavírus teria sido criado em um laboratório de Wuhan.

Estabelecer a origem é vital para impedir futuros surtos, dizem os virologistas. Essa pista pode definir o tom para as decisões políticas sobre se devemos sacrificar populações animais, colocar em quarentena pessoas afetadas ou limitar a caça de animais selvagens ou o contato humano-animal.

"Se pudermos identificar por que [os vírus] continuam surgindo, poderemos reduzir as causas subjacentes" que os causam, afirma Peter Daszak, presidente da EcoHealth Alliance, uma ONG focada na prevenção de doenças infecciosas.

- Dúvidas sobre o mercado -

A China foi elogiada por informar prontamente sobre o vírus e por revelar sua sequência genética, em comparação com seu comportamento durante o surto de SARS de 2002-2003, que inicialmente ocultou.

Mas nem tudo foi transparente.

As autoridades de Wuhan primeiro tentaram encobrir o surto e depois perderam semanas preciosas negando a transmissão entre humanos.

Desde o início, as autoridades chinesas afirmaram que o surto começou no mercado atacadista de frutos do mar Huanan de Wuhan.

Mas dados da China de janeiro de 2020 mostram que vários dos primeiros casos não estavam relacionados ao mercado, sugerindo que a origem do vírus poderia estar em outro lugar.

A versão chinesa mudou em março, quando uma autoridade chinesa para o controle de doenças, Gao Fu, disse que o mercado não era a fonte, mas uma "vítima", um lugar onde o patógeno simplesmente havia sido amplificado.

Desde então, a China não conseguiu amarrar nenhuma ponta solta, fornecendo em conta-gotas informações sobre as amostras animais e ambientais coletadas no mercado, que poderiam ser de grande ajuda aos pesquisadores, segundo especialistas.

Além disso, afastou por muito tempo especialistas estrangeiros. Agora, uma missão da Organização Mundial da Saúde (OMS) aguarda no limbo.

No sábado, um responsável chinês disse que o país estava "preparado" para a visita de uma equipe de 10 especialistas da OMS em Wuhan.

- Sem rastros -

O que os cientistas terão permissão para ver ou o que eles esperam encontrar um ano depois também é uma incógnita.

Especialistas dizem que as autoridades poderiam ter destruído ou eliminado evidências cruciais, em uma resposta inicial impulsionada pelo pânico.

"Cada surto segue um caminho. É um tanto caótico e disfuncional", diz Daszak. "Eles não fizeram um bom trabalho na investigação animal no início", acrescenta.

"Em algumas coisas foram bastante abertos, mas em outras bem menos abertos", aponta.

Os motivos que levaram a China a agir com tanto sigilo não são claros, mas o Partido Comunista - no poder - tem uma longa história de eliminação de informações que podem ser politicamente prejudiciais.

Denunciantes e jornalistas cidadãos que compartilharam detalhes online do que aconteceu nas primeiras terríveis semanas do vírus foram amordaçados ou presos.

Pequim pode querer ocultar omissões ou falhas na regulamentação ou na investigação para evitar embaraços internos ou que "atrasos" globais venham à tona, acredita Daniel Lucey, epidemiologista da Universidade de Georgetown.

O mercado de Wuhan pode não ser o ponto de partida, acrescenta Lucey.

Segundo ele, o vírus já havia se espalhado rapidamente por Wuhan em dezembro de 2019, o que indica que já estaria circulando muito antes.

Isso ocorre porque pode levar meses ou mesmo anos para que um vírus desenvolva as mutações necessárias para se tornar altamente contagioso entre humanos.

A teoria de que se originou no mercado "não é plausível", insiste Lucey.

"Aconteceu naturalmente e foi muitos meses antes, talvez um ano, talvez mais de um ano", acrescenta.

E se as dúvidas não bastam, em dezembro a China disse que em Wuhan, no início da epidemia, poderia ter havido até 10 vezes mais casos de covid-19 do que os declarados na época.

De qualquer forma, o rastro se perdeu e as pistas que surgiram só serviram para criar mais confusão, como as que sugerem que o vírus poderia ter existido na Europa e no Brasil antes do surto de Wuhan, nunca confirmadas, mas que a China aproveitou a oportunidade para desviar a atenção.

- Esperança -

Ainda assim, Daszak não perde a esperança de que a fonte do vírus possa ser encontrada, especialmente após a derrota do presidente Donald Trump nas eleições de novembro.

Daszak culpa Trump por torpedear a cooperação com a China politizando o vírus, que ele chamou de "vírus chinês", e seu governo por promover a teoria da conspiração de que a China criou o coronavírus em um laboratório, algo que os cientistas rejeitaram.

"Estou confiante de que seremos capazes de descobrir de quais espécies de morcegos ele veio e que caminho seguiu", afirma o presidente da EcoHealth Alliance.

Mas outros não têm tanta certeza.

Diana Bell, especialista em doenças da vida selvagem na Universidade de East Anglia que estudou SARS, ebola e outros patógenos, diz que mirar em uma única espécie como possível fonte é errado.

Segundo ela, a principal ameaça já é clara: o comércio de animais silvestres, que dá origem a uma "mistura de combustíveis" do tráfico de espécies, o que, como se sabe, é terreno fértil para surtos de doenças.

"Na verdade [que espécie é] não importa. Não precisamos saber a fonte, só precisamos deixar para trás o maldito costume de misturar animais nos mercados. Precisamos parar o comércio de animais silvestres para consumo humano", afirma sem rodeios.

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