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O Instituto Teotônio Vilela (ITV), braço de formulação política do PSDB, divulgou sua carta de conjuntura, nesta terça-feira,14, em que acusa a presidente Dilma Rousseff de fraudar a contabilidade oficial do governo. O documento argumenta que eventual rejeição das contas do governo federal não é "meramente política, como quer fazer crer o governo", mas envolve "aspectos técnicos e objetivos que revelam, com riqueza de detalhes, que a presidente fraudou a contabilidade oficial e torrou irresponsavelmente o dinheiro dos contribuintes".

O documento volta a subir o tom contra a presidente, pouco mais de uma semana depois da convenção nacional do PSDB, em que caciques da sigla disseram que Dilma poderia não terminar o mandato. Apesar de não citar diretamente a palavra impeachment, o texto fala da possível rejeição de contas no Congresso, que poderia ensejar um processo de afastamento da petista. A carta diz que a presidente está "acuada pela perspectiva palpável de que suas contas sejam reprovadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e rejeitadas pelo Congresso".

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O ITV admite que o mecanismo chamado de "pedaladas fiscais", em que o governo atrasa repasses a bancos estatais para postergar o impacto no orçamento já ocorreu anteriormente - numa referência indireta à gestão tucana de Fernando Henrique Cardoso -, mas diferencia pela ordem de grandeza e diz que a comparação feita por petistas é uma estratégia de desvio de foco.

"Numa manobra diversionista, o governo atém-se a aspectos menores do problema, a saber: atrasos nos pagamentos de um mês para o outro. Eventuais descasamentos podem até ocorrer - e ocorrem - na administração pública. Mas não é este o ponto em discussão, embora no ano passado tais atrasos tenham tomado proporções bilionárias nunca antes vistas. Para piorar, tais práticas se mantêm neste ano."

Com essa linha de argumentação, o instituto Teotônio Vilela defende que Dilma passou de pedaladas para fraude contábil, com intuito central de impulsionar a reeleição no ano passado. "Uma coisa é pedalar; outra, bem diferente, é fraudar as contas públicas", diz um trecho do texto. A carta diz ainda que a "reiterada burla fiscal patrocinada pelo governo Dilma" foi "transformada em método de gestão pelo PT" e afirma que a "administração petista se esbaldou na gastança do dinheiro do contribuinte para ajudar a reeleger Dilma".

Nesta terça, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, estão em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Eles prestam esclarecimentos aos senadores sobre as chamadas "pedaladas" e sobre os questionamentos que foram feitos de forma inédita pelo TCU ao governo sobre tais mecanismos.

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, disse que apresentou aos deputados do Partido dos Trabalhadores dados que mostram que o Tribunal de Contas da União (TCU) avaliou como regulares, em anos anteriores, práticas semelhantes às chamadas "pedaladas fiscais" - atrasos de pagamentos pelo governo federal.

"Trazemos ao Congresso que esses apontamentos foram entendidos no passado como regulares. Essa realidade existiu em 2000, 2001, 2002 e assim por diante e foram situações consideradas regulares pelo tribunal", afirmou.

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Adams e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, participaram de almoço com a bancada do PT para prestar esclarecimentos sobre o processo das pedaladas fiscais em análise no TCU. "Toda a atuação fiscal segue a lei vigente em anos anteriores e neste ano também", acrescentou Barbosa, ao deixar o encontro.

O advogado-geral disse que era "oportuno" conversar com os parlamentares, já que o parecer do TCU será encaminhado ao Congresso Nacional. Ele negou que o tribunal esteja agindo politicamente, e acrescentou que a decisão do órgão levará em conta a defesa da União, que está sendo preparada.

Adams completou que não há necessidade de mais tempo para o governo federal apresente a defesa e que não está decidido se o documento será assinado pela presidente Dilma Rousseff. "Isso é só uma questão formal", concluiu.

Um dos principais auxiliares da presidente Dilma Rousseff, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, disse na noite desta segunda-feira, 6, que o Palácio do Planalto está "absolutamente seguro da legalidade dos atos" que estão sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU) - as chamadas "pedaladas fiscais".

Antes de embarcar para a Cúpula dos Brics, na Rússia, a presidente Dilma Rousseff decidiu convocar nesta segunda-feira uma reunião com presidentes de partidos aliados e líderes da base no Congresso para sair em defesa do governo e tentar justificar as "pedaladas fiscais" promovidas pela equipe econômica no ano passado. O Planalto tem até o dia 22 de julho para apresentar esclarecimentos ao TCU.

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Dilma chamou os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, para explicar aos aliados do Palácio do Planalto as "pedaladas fiscais". O encontro está previsto para a noite de hoje no Palácio da Alvorada.

O procurador do Ministério Público de Contas (MPC), Júlio Marcelo de Oliveira, defende que os "graves atos" do governo tenham consequência, de forma a evitar sua repetição. Ele é o responsável pelos dois processos econômicos no Tribunal de Contas da União (TCU) envolvendo as chamadas "pedaladas fiscais" e a análise das contas de 2014 do governo Dilma Rousseff. "Está na hora de colocar o governo dentro das normas estabelecidas", disse Oliveira em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

Ele foi o procurador que solicitou a abertura de uma inspeção nas contas federais, no fim do ano passado, para averiguar se o Tesouro Nacional estava atrasando os repasses de recursos públicos para bancos e autarquias, de forma a melhorar artificialmente as contas públicas, o que ficou conhecido como "pedalada fiscal".

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Diante da comprovação pelos auditores do TCU, o procurador soltou parecer pela condenação do governo Dilma, por entender que as "pedaladas" infringiram a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que veda que um banco público financie a União. Os ministros do TCU condenaram o governo e, agora, o relator do processo, José Múcio, analisa as defesas formais enviadas por 17 autoridades do governo indicadas como responsáveis. O processo é acompanhado por Oliveira.

"A culpa deve ser compartilhada. Os bancos foram usados e forçados a usar recursos próprios diante dos atrasos do Tesouro, que, por sua vez, tem participação direta nas ‘pedaladas fiscais’. O Tesouro foi omisso em 2013 e 2014 e as 'pedaladas' atingiram grande volume, não foram marginais", disse. "O que foi descumprido em 2014 é muito grave porque se trata do eixo da LRF. Se a programação financeira puder ser fantasiosa, todo o resto perde o sentido. A meta fiscal no final do ano perde a importância. Se tudo perde relevância, por que então temos uma Lei de Responsabilidade Fiscal? Os atos de 2014 devem ter uma consequência para evitar sua repetição."

Questionado sobre qual deveria ser a consequência para esses casos, o procurador afirmou que cada processo tem uma particularidade. No caso das "pedaladas fiscais", o MP vai pressionar para que o TCU determine a correção imediata das dívidas que ainda estão penduradas pelo Tesouro Nacional nos bancos públicos, além da atribuição de responsabilidade para cada um dos envolvidos.

"No caso das contas do governo, a consequência é a rejeição das contas. O TCU tem de rejeitar", disse Oliveira. Na semana passada, o TCU deu um prazo de 30 dias para a presidente esclarecer as distorções encontradas pelos auditores do tribunal nas contas de 2014. O julgamento será retomado em agosto, com a participação do MP. Há 78 anos o TCU não rejeita as contas federais.

Críticas

Por causa de sua atuação recente no Tribunal de Contas, Oliveira virou alvo de ataques de grupos de apoio ao governo. Questionado sobre sua posição política, ele reagiu: "Eu não convoquei nenhuma manifestação dos movimentos que pressionaram o TCU a rejeitar as contas, embora eu os apoie. No MP, quando aponta ilegalidade no governo, sempre a oposição vai aplaudir e a situação vai ficar incomodada". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O relatório técnico que vai embasar a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as contas da gestão Dilma Rousseff referentes a 2014 aponta que os dados fornecidos pelo governo estão contaminados por uma série de irregularidades, como as pedaladas fiscais - atrasos propositais no repasse de recursos públicos a bancos, de forma a melhorar as contas do governo. Segundo o TCU, R$ 37,1 bilhões gerados pelas pedaladas fiscais foram omitidos do balanço de 2014. O tribunal tratou essa omissão como "passivo oculto".

Anualmente, o TCU analisa o Balanço Geral da União (BGU) e faz um parecer sobre as contas do governo. Normalmente, o TCU aprova as contas, mas faz ressalvas. Agora, o julgamento marcado para a próxima quarta-feira pode terminar com um desfecho inédito. Os ministros podem reprovar as contas.

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O relatório aponta que as distorções no balanço somam R$ 281 bilhões. Neste número estão incluídos desde restos a pagar (despesas adiadas para o ano seguinte) que não foram registrados corretamente pelo governo a divergências contábeis na dívida ativa da União.

No caso das pedaladas, o relatório menciona o Banco do Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal e o BNDES. Eles pagaram, com recursos próprios, benefícios como Bolsa Família, seguro-desemprego, aposentadorias e financiamento agrícola subsidiado. Essa manobra fiscal já foi condenada pelo TCU, em julgamento em abril.

Entre outras "distorções", o relatório do TCU menciona a Operação Lava Jato e revela que a União perdeu R$ 14,7 bilhões em sua participação na Petrobras no ano passado. Essa perda patrimonial não foi registrada nas contas do governo.

O levantamento aponta manobra para emitir ordens bancárias no fim de dezembro para saques em janeiro. Com isso, o impacto sobre as contas públicas é jogado para o ano seguinte. Em resposta, o Tesouro Nacional informou que "esse fenômeno acontece todos os anos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Assediado pelo governo Dilma Rousseff e pela oposição ao longo de todo o dia, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, relator do processo que avalia as contas do governo referentes a 2014, está próximo de fechar seu voto. O julgamento está marcado para a próxima quarta-feira, dia 17.

A reportagem apurou que o entendimento técnico, que ainda passará pelo crivo de Nardes, indicará que as "pedaladas fiscais" não permitem uma avaliação das contas apresentadas pelo governo ao TCU. Diante disso, Nardes poderá tomar decisões inéditas, como a reprovação das contas federais ou mesmo se abster, alegando ser impossível votar baseado em contas com problemas. O governo trabalha para que Nardes repita o histórico do TCU: anualmente, o tribunal aprova as contas do governo, apontando apenas ressalvas pontuais.

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Na quinta-feira, Nardes recebeu em seu gabinete o Advogado Geral da União (AGU), Luis Inácio Adams, e também o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP). Adams, em seguida, se reuniu com outro ministro do TCU, José Múcio, que fora o relator do caso das "pedaladas fiscais". Reveladas pelo jornal O Estado de S. Paulo, as pedaladas consistiam em atrasos propositais do Tesouro Nacional em repasses de recursos públicos a bancos e autarquias, de forma a melhorar artificialmente as contas públicas. Múcio condenou a prática, em julgamento realizado em abril, e seu voto foi seguido de forma unânime pelos demais ministros do TCU, incluindo Nardes.

A presidente Dilma Rousseff aproveitou as primeiras horas da manhã do feriado de Corpus Christi, nesta quinta-feira, dia 4, para dar mais umas pedaladas em sua nova bicicleta. Desta vez, porém, ela conseguiu escapar dos fotógrafos e cinegrafistas.

Dilma saiu do Palácio da Alvorada às 7h10, seguida por um carro com seguranças, e retornou à residência oficial por volta de 8h40. Informações dão conta de que a presidente quer agora treinar em outros locais, e não só nas imediações do Alvorada.

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As pedaladas de Dilma acabaram reforçando a "agenda positiva" que o governo quer emplacar depois do ajuste fiscal. Ela começou a fazer o exercício por recomendação da equipe que cuida de sua dieta, mas a ideia também é mostrar uma presidente menos sisuda - em meio à crise política e a notícias áridas na economia -, vestindo o figurino "gente como a gente".

Em mais de uma ocasião, Dilma confidenciou a jornalistas que "não dá tempo de ter solidão" no governo, mas admitiu sentir falta de uma rotina mais comum, porque adora ir ao cinema, visitar museus e assistir a peças de teatro e ópera.

"Vocês não sabem o valor do anonimato", disse ela, em um dos cafés da manhã com jornalistas, ainda no primeiro mandato. "Andar na rua é uma coisa que ninguém dá valor. Você só dá valor quando você não anda mais na rua de forma livre. É disso que sinto mais falta."

Desde que começou a dieta do endocrinologista argentino Maximo Ravenna, no fim do ano passado, Dilma já emagreceu 15 quilos. "Estou em forma e dou um cansaço danado em vocês", costuma dizer ela aos repórteres, quando dá suas escapadas em viagens internacionais.

Com a dieta, Dilma cortou carboidratos, parou de comer doces e sempre toma um "caldo quente" antes das principais refeições. Ela também faz caminhadas diárias.

Após dar suas pedaladas, nesta quinta-feira, a presidente se encontrou com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no Alvorada. Outro adepto de Ravenna, por "ordem" de Dilma, Cardozo já perdeu 14 quilos. Sempre que vê um auxiliar com alguns quilos a mais, ela receita logo o regime. Um "ajuste alimentar", brincam assessores.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou hoje, 18, que não foi questionado, em sua visita a Washington, sobre a possibilidade de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O tema passou a ser abordado diretamente pela oposição depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) considerou irregulares as manobras fiscais realizadas no mandato anterior, conhecidas como "pedaladas fiscais".

"Vamos analisar as decisões (do TCU) e vamos implementar o que elas implicarem", disse o ministro durante entrevista coletiva realizada em Washington, nos Estados Unidos. "É preciso analisar, ver todas as consequências e ver qual é a melhor maneira de implementar a orientação que o TCU tiver dado."

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Levy também informou neste sábado que os países que compõem o Banco dos Brics, em processo de criação, devem definir seus representantes até o final de abril. A presidência será exercida pela Índia e os demais membros indicarão vice-presidentes.

A primeira reunião dos representantes do órgão multilateral de fomento deve ocorrer até meados de maio, em Xangai, sede do banco. "O primeiro passo para ter o Banco dos Brics como uma realidade vamos ver em meados de maio. Há uma enorme demanda sobre o financiamento de infraestrutura", disse Levy. "A expectativa é ter o banco funcionando no ano que vem."

O Banco dos Brics reunirá representantes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) responsabiliza o atual presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Fontes Hereda, e mais 15 executivos do banco, que ocuparam cargos entre 2010 e 2012, por manobra contábil que incorporou R$ 719 milhões ao lucro da instituição em 2012. Relatório sigiloso, obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, confirma que a Caixa inflou seu resultado financeiro, de forma irregular, com saldo de poupanças encerradas por problemas cadastrais.

O tribunal determinou audiências para ouvir quase toda a cúpula da Caixa. Além de Hereda, os auditores implicam sete dos atuais vice-presidentes do banco pela manipulação contábil. Entre os executivos que já deixaram seus cargos estão a ex-presidente Maria Fernanda Ramos Coelho (entre 2006 e 2011) e os ex-vice-presidentes de Pessoa Jurídica, ex-deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), e de Controle e Risco, Raphael Rezende. Este último deixou a função após desgaste provocado pela revelação do caso, há um ano.

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A Caixa encerrou poupanças baseada numa resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) que autoriza a operação em caso de "irregularidades nas informações prestadas". A maioria havia sido aberta com CPFs inválidos ou inexistentes. Para o TCU, no entanto, não há lei ou regulamento que a autorize a se apropriar do saldo dessas contas, incorporando-o como receita ao seu resultado financeiro.

Atos

A auditoria registra que as irregularidades ocorreram em três atos. Primeiro, em janeiro de 2010, os gestores mudaram o manual da Caixa, que passou a prever a transferência de recursos de poupanças encerradas para os resultados do banco. Onze meses depois, o conselho diretor determinou o encerramento das contas com problemas cadastrais, cujo saldo seria usado na manobra. Por último, o conselho aprovou as demonstrações contábeis, incorporando os R$ 719 milhões ao lucro.

O TCU diz que só os próprios depositantes poderiam ser os beneficiários dos recursos ou, em última instância, o Tesouro - nesse caso, após 30 anos de inatividade das poupanças, por autorização do Congresso. O relatório registra que foram encerradas contas sem movimentação por um ano. Passados seis meses, o dinheiro foi usado para inflar o lucro da Caixa em 15%. Na avaliação dos auditores, o banco "impediu o Tesouro" de receber, em última instância, os valores. "A entidade atentou contra o fluxo legalmente estabelecido para recursos não reclamados", escreveram.

Segundo o relatório, as regras de encerramento de contas visam a preservação do interesse público: "Não seria razoável que o resultado dessa restrição de ordem pública beneficiasse particulares, diga-se, instituições financeiras". O relator do processo no TCU, ministro Bruno Dantas, mandou notificar a cúpula da Caixa. Após as audiências, novo relatório técnico, acompanhado do seu voto, será produzido para embasar o julgamento do caso em plenário. Caso a corte mantenha o entendimento sobre as responsabilidades, caberá multa aos envolvidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) está esmiuçando arquivos do Tesouro Nacional, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco Central (BC). O objetivo é rastrear documentos e contratos firmados entre a Caixa e ministérios da área social com informações sobre as chamadas "pedaladas fiscais", a prática de atraso nos pagamentos de benefícios sociais para melhorar temporariamente o resultado das contas públicas.

No processo aberto pelo ministro José Múcio, a pedido do Ministério Público (MP) junto ao TCU, os auditores também têm realizado "interrogatórios" com servidores da área econômica. O secretário do Tesouro, Arno Augustin, pode ser convocado para uma entrevista, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo.

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Uma força-tarefa de dez técnicos do TCU está dedicada à investigação das "pedaladas fiscais", que também inclui o "caso dos R$ 4 bilhões", crédito a favor do Tesouro encontrado pelo BC em uma conta paralela de um banco privado do País que melhorou o resultado fiscal do governo federal em maio. Uma fonte envolvida nas investigações disse que o tribunal "vai fundo na inspeção, tendo em vista que crimes contra o Erário, se forem verificados, não prescrevem".

O TCU audita a operação de atraso no repasse de recursos do Tesouro para a Caixa, que tem pago com recursos próprios despesas como abono salarial, aposentadorias e Bolsa Família. Ao deixar de repassar os recursos, via "pedalada fiscal", o Tesouro registrou gastos menores, e isso melhorou o quadro das contas públicas. O ponto central é que a Caixa, sem o dinheiro do Tesouro, manteve o pagamento em dia de todos os benefícios sociais. Assim, essa operação configuraria um financiamento do Tesouro pela Caixa, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O caso foi levado pelo banco estatal à Câmara de Arbitragem e Conciliação da Advocacia-Geral da União (AGU). Até aqui, não houve posição final da AGU sobre o caso.

O Tesouro tem negado qualquer atraso no repasse do dinheiro à Caixa. Os repasses seguiriam os prazos contratuais e não haveria qualquer problema, segundo a secretaria.

Julgamento

Os dados técnicos, com documentos e as oitivas dos servidores e autoridades, devem ser amarrados em um parecer a ser entregue pelos especialistas da área de fiscalização do TCU ao ministro José Múcio até o fim de outubro. A partir disso, o ministro levará as conclusões da investigação ao plenário do tribunal entre o fim de novembro e o mês de dezembro. O caso é considerado grave pelo TCU, segundo uma fonte que acompanha o processo.

R$ 4 bilhões

O TCU também investiga o "caso dos R$ 4 bilhões". O caso, revelado pela reportagem em julho, continua sem explicação oficial. O Banco Central informou ter colocado sua área de supervisão para analisar a operação feita pelo banco privado, que alterara seu registro contábil, levando os R$ 4 bilhões em créditos da União a escapar do sistema automático de verificação fiscal da autoridade monetária.

Mas até hoje, 70 dias após a revelação do caso que melhorou as contas fiscais em maio, é desconhecida a origem dos R$ 4 bilhões. Também não se sabe a razão que motivou o banco privado nacional a fazer a alteração em sua classificação contábil, que deixou os recursos fora do radar do Banco Central. Além do Tribunal de Contas da União, as pedaladas fiscais e o caso dos R$ 4 bilhões também estão sob investigação do Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF-DF). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Foi ao ar nesta sexta-feira (12), o site Show de Pedal, que promete ser uma espécie de rede social para ciclistas, combinando informações sobre passeios de bicicleta, fotos das pedaladas no Recife, além de dicas sobre a prática e respostas à dúvidas comuns. O site conta com conteúdo relacionado ao Recife, Região Metropolitana, cidades do interior e até de outros estados do Brasil.

Entre as dicas estão instruções para pedalar em grupo, itens de segurança, alimentação, hidratação, guia para comprar uma boa bicicleta, informações sobre ciclofaixas e, para as empresas, auxílio na organização de passeios. Após cada passeio, os ciclistas cadastrados poderão compartilhar fotos e vídeos dos locais que visitaram de bike, dando um aspecto social ao site. O Show do Pedal surgiu de amigos que gostam de bicicletas, e destaca dois passeios. O Girão, que é para quem tem mais experiência, e o Girão Light, para os pedaleiros novatos.

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O governo federal está diante de uma decisão que pode ter grande impacto nas contas públicas. O Banco Central (BC) avalia incorporar às estatísticas das contas da União os créditos carregados pelos bancos públicos e privados em operações financiadas com recursos do Tesouro Nacional. Fontes do BC informaram que a decisão final depende de análises jurídicas em curso na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, na procuradoria do Banco Central e na Advocacia-Geral da União (AGU).

Segundo essas fontes, a autoridade monetária está "avaliando a natureza econômica desses saldos, levando em conta os aspectos jurídicos da prestação de serviços contratada entre as instituições financeiras e o Tesouro, de forma a considerar esses montantes, se for o caso, na apuração fiscal".

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'Pedaladas'

É a falta de registro destas operações que tem permitido ao Tesouro Nacional fazer as chamadas "pedaladas de despesas", práticas de atrasos nos pagamentos aos bancos (públicos e privados) de recursos obrigatórios para bancar programas sociais, como o Bolsa Família e abono salarial, e gastos previdenciários, como aposentadorias e pensões.

Essas "pedaladas" têm ajudado o Tesouro a melhorar artificialmente, em determinados meses, o resultado das contas públicas, ao apresentar despesas menores do que aquelas efetivamente devidas. Uma decisão favorável à incorporação dos registros fiscais colocaria fim às "pedaladas".

Com a disseminação desses atrasos, a área de fiscalização do Banco Central passou a questionar os bancos, carregados de créditos com o Tesouro nos saldos dessas contas. Quer dizer, os bancos, notadamente a Caixa Econômica Federal, continuam fazendo os pagamentos em dia, mas o Tesouro tem atrasado o repasse de recursos de forma a melhorar seus balanços mensais, ao reduzir artificialmente suas despesas.

Os bancos, então, têm usado capital próprio para honrar os pagamentos, e somente têm recebido o dinheiro do Tesouro com dias de atraso. No caso das instituições públicas, o financiamento do Tesouro é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Como informou o jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, a AGU criou uma Câmara de Arbitragem, a pedido da Caixa, para arbitrar uma disputa entre Caixa, Tesouro e BC em torno dos atrasos.

Depois de ser questionada pela área de fiscalização do Banco Central por causa dos constantes saldos negativos nas contas sociais, a Caixa buscou uma solução inédita, e foi à AGU.

Hoje, se os repasses acontecem automaticamente, não há impacto fiscal do ponto de vista de patrimônio ou endividamento público, que é como o BC contabiliza o resultado fiscal do setor público.

Mas quando o Tesouro atrasa pagamentos às instituições financeiras ele precisa compensá-las com a taxa Selic, hoje em 11% ao ano. Ou seja: o Tesouro ganha no curto prazo, ao apresentar despesas menores, mas se endivida com os bancos. Portanto, se o BC considerar que isso representa uma operação de adiantamento, então será preciso colocar na conta fiscal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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