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O secretário de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), Pedro Eurico, informou que dois agentes penitenciários serão demitidos. Eram eles que transportavam o detento Bruno Rafael Moura Alencar, resgatado na tarde da quinta-feira (14) durante o trajeto da audiência de custódia para a Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, Região Metropolitana do Recife. O resgate ocorreu enquanto os agentes almoçavam com o preso em um restaurante.

“Vamos ser bem claros. Não gosto de tapar o sol com a peneira. Não foi um resgate. Foi a entrega de um produto ruim. Isso foi coisa organizada e nós já instauramos inquérito policial e administrativo. Os dois agentes que participaram dessa empreitada serão demitidos exemplarmente”, disse o secretário, demonstrando indignação. O secretário reforçou que o deslocamento de presos para audiência é feito em um camburão fechado e sem interrupção no deslocamento tanto de ida quanto de volta.

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O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp), João Carvalho, defendeu que o secretário pode estar se precipitando. "O sindicato defende que sejam feitas as devidas investigações de como ocorreu o fato. Falar sem ter elementos comprobatórios é no mínimo uma precipitação", disse ao LeiaJá. Carvalho afirma que é preciso haver um processo administrativo com direito a ampla defesa. "Após o cumprimento de todos os requisitos e sendo comprovado a culpabilidade do  previsto nos artigos da lei, o Sindicato não se furtará de que servidores devem ser devidamente punidos, quando descumprem a legalidade", complementou.

Um carro preto, modelo Polo, de placa clonada parou no local. Quatro homens fizeram o resgate e ainda levaram duas armas, uma de cada agente penitenciário. Eles fugiram no sentido João Pessoa. “Se alguém parou para almoçar com preso amigo vai responder por isso, porque isso é leniência, é irresponsabilidade e crime e nós não toleramos o crime, principalmente quando praticado por agentes públicos”, declarou Pedro Eurico.

Foi inaugurada, na manhã desta sexta-feira (15), a primeira unidade do Centro Integrado de Ressocialização (CIR) de Itaquitinga, prisão mais moderna no Estado, localizada na Mata Norte pernambucana. Incapaz de solucionar o crítico problema da superlotação no Estado, que cresce em torno de 200 detentos por mês, a unidade quer ao menos agir como modelo de boa gestão e ressocialização. E o governo garantiu e repetiu durante toda a manhã de cerimônia: a capacidade máxima de presos será respeitada.

O CIR, mesmo só sendo inaugurado agora, já viveu uma verdadeira novela. As obras deveriam ter começado em 2009, mas isso só ocorreu em 2010. Em 2012, as obras foram paralisadas. Só em março de 2016, o governo decretou a caducidade do contrato de Parceria Público Privada (PPP), alegando que a empresa responsável pela construção faliu. Foram investidos R$ 10 milhões para a conclusão da primeira unidade.

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A estrutura possui uma área construída de 1000 m², contando com pavilhão para os presos que exercem atividades laborais, 12 salas de aula - as aulas só devem começar em 2019 -, áreas jurídicas e de saúde, refeitório, instalações para a Polícia Militar e oito guaritas. Algumas salas ainda acumulam equipamentos e carecem de organização. As celas não possuem tomadas, não há sinal de celular no local e os sistemas como chuveiro e torneira são embutidos. Na área ambulatorial, há um espaço para banho de sonho de detentos doentes.

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“Não vai mais haver isso de presos circulando dentro das muralhas, sem roupa adequada. Vão ficar recolhidos em suas celas, saindo para a hora da refeição, escola, atividade laboral e banho de sol. Tudo isso dentro da unidade fechada. Não temos muralha, temos alambrado porque os presos não vão sair”, disse o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. O secretário continua: “Não haverá superlotação. Também não haverá a cultura do chaveiro [preso que tem as chaves das celas e controla o circular dos demais], nem presos portando, brincando com armas. Isso acabou”. A unidade terá a direção de Nickson Monteiro, que está ligado à secretaria há 24 anos, tendo ocupado o cargo de vice-diretor da Penitenciária Barreto Campelo entre 1994 e 1998.

Na próxima segunda-feira (18) devem chegar os primeiros 50 presos oriundos da Penitenciária Barreto Campelo e do Complexo Prisional do Curado. De acordo com o secretário executivo de Ressocialização, Cícero Rodrigues, os primeiros detentos a chegar mostram uma maior capacidade de conseguirem ser ressocializados e estarão perto de progredir para o regime semiaberto. A unidade deverá alcançar sua capacidade máxima de mil presos em julho deste ano. A conclusão da obra foi confirmada pelo governador Paulo Câmara (PSB) ainda em janeiro deste ano. Na ocasião, Pedro Eurico garantiu que o presídio seria ocupado imediatamente, o que não ocorreu. “Tivemos que fazer ajuste no processo construtivo e na questão do monitoramento eletrônico. Tudo isso demanda tempo. No estado as coisas não podem ser resolvidas de forma simples. Tudo tem processo licitatório”, ele se justificou nesta sexta-feira.

Cozinha

Ao todo, 22 presos concessionados, do regime semiaberto, serão responsáveis pela alimentação dos detentos do CIR, sendo 8 trabalhando na padaria e 14 na cozinha. Os presos terão café da manhã, almoço e janta com cardápio variado, tendo dias com frango, feijoada, carne bovina e carne moída.

O local da cozinha é espaçoso. Segundo Pedro Eurico, na época da PPP ele foi pensado para ser escola de formação para cozinha até de jovens da região. O secretário não descarta retomar a ideia.

Segurança

Pedro Eurico também destaca que não haverá revista vexatória aos parentes dos presos. Os familiares terão um cadastro com biometria para passar pelas catracas da entrada. Além disso, eles passarão por um body scan, equipamento de revista que custa R$ 700 mil. Atualmente Pernambuco tem sete desses equipamentos e mais quatro devem chegar.

O Presídio de Itaquitinga tem a sala de monitoramento mais moderna do sistema prisional de Pernambuco. São 126 câmeras, com boa capacidade de zoom, gerenciadas por agentes penitenciários.

Parcerias

Apesar do fracasso da PPP, o sonho da parceria privada não cessou. O que a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos quer agora é que empresas se instalem na unidade, oferecendo trabalho para os reclusos. “As empresas têm vantagem. Não pagam obrigação social, não recolhem FGTS, nem 13º salário, vale transporte ou férias. O preso recebe pela jornada de oito horas um salário mínimo”, explica Pedro Eurico. O governo diz já estar conversando com algumas companhias.

Agentes penitenciários

Nesta mesma manhã, o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp), João Carvalho, criticou a realocação dos agentes para o Presídio de Itaquitinga. “No lugar de ter alocado pessoal de concurso, o Estado retirou de unidades já fragilizadas e com déficit, provocando, assim, transtornos à segurança de serviços nas outras unidades prisionais. Vocês já estão sabendo dos motivos se acontecerem problemas em outras unidades por fugas ou motins e rebelião”, afirmou Carvalho. Foram realocados 49 profissionais.

 

Pedro Eurico criticou o líder do sindicato e rebateu as acusações. “Nós temos 23 unidades penitenciárias. Fizemos um remanejamento absolutamente criterioso. João Carvalho não tem preocupação com o sistema prisional. Por outro lado, estamos concluindo um concurso para novos agentes. Dois anos atrás, convocamos 200 assistentes de ressocialização para dar suporte na unidade prisional”, rebateu. O concurso deve ser concluído até dezembro de 2018 e formar 340 agentes. 

 

Um posto de gasolina no centro do Recife, que cobrava R$ 5,89 pelo litro da gasolina, baixou o preço para R$ 4,50 após o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, ameaçar fechar o estabelecimento. O posto, localizado nas proximidades do Forte do Brum, no Recife Antigo, mantém uma longa fila na manhã desta quinta-feira (24).

No posto, não havia placas sinalizando o preço da gasolina e os motoristas entravam na fila sem saber o quanto pagariam. Também estava sendo aceito apenas o pagamento em dinheiro, o que é caracterizado como uma prática abusiva. 

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O Procon-PE também esteve no local e verificou as irregularidades. "Você não pode majorar o preço sem uma motivação plausível. Não existe justificativa para aumentar o preço do combustível", disse o secretário Pedro Eurico à TV local. 

Ainda segundo o secretário, o governador Paulo Câmara (PSB) determinou fiscalizações em toda a Região Metropolitana do Recife (RMR). "O preço médio do litro da gasolina está na ordem de R$ 4,50. O posto aqui ficará aberto desde que respeite o preço de mercado", complementou.

O Procon autuou postos na tarde da quarta-feira (23). No bairro do Pina, Zona Sul do Recife, um estabelecimento cobrava R$ 8,999 pelo litro da gasolina. Ele foi interditado e multado em R$ 500 mil. 

"É de uma irresponsabilidade inimaginável", definiu o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, sobre a 'pegadinha' do youtuber Gerson Albuquerque que virou notícia na manhã desta terça-feira (17). Acompanhado de mais três pessoas, o youtuber se fantasiou como os personagens da série La Casa de Papel e tentou invadir o Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife (RMR). 

Segundo o secretário, o resultado da brincadeira poderia ter sido muito pior. "Foi uma ação arriscada e que só não teve um final trágico graças a experiência dos nossos agentes penitenciários. Recentemente 21 pessoas morreram numa tentativa de resgate no presídio do Pará. Na ação de hoje o grupo poderia facilmente ser confundido com estes meses criminosos", resume Pedro Eurico.

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Todos os integrantes da armação foram encaminhados à Delegacia de Paulista para providências legais cabíveis. Na segunda-feira (16), em seu Instagram, Gerson já havia publicado vídeos fantasiado. Em uma das imagens, ele está em frente de uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF). "Não vim fazer pegadinha entrando em banco. Até abordado a gente foi", disse prometendo um vídeo para a manhã desta terça. O vídeo não foi publicado. 

La Casa de Papel é uma série espanhola. Na trama, um grupo tenta realizar um grande assalto se infiltrando na Casa da Moeda.

Essa não a primeira vez que Gerson estampa as manchetes dos jornais com notícias sobre o seu canal. Em março deste ano, o youtuber chegou a ser esfaqueado durante uma gravação no centro do Recife. Ele foi levado para o hospital. 

No vídeo, Gerson aparece vestido de mulher e finge querer roubar o ponto de prostituição de uma travesti. Intitulado por "Tentei roubar ponto de traveco e parei no hospital", o vídeo mostra como a confusão começou e logo em seguida é cortado, e é anunciada uma nova publicação.

Já em ouubro de 2017, em meio ao momento tenso de fechamento dos locais de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o youtuber resolveu aparecer vestido de "homem-bomba" na entrada do Bloco G da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), área central do Recife. Fantasiado, ele interpretou um candidato atrasado e arrancou risadas de populares que estavam acompanhando a entrada dos verdadeiros participantes.

Simples forma de se fazer poesia, com rimas e musicalidade. Foi na Literatura de Cordel, livreto tão popular no Nordeste brasileiro, que alunos do Projeto de Educação de Jovens e Adultos (EJA), voltado para detentos do Presídio Desembargador Augusto Duque (PDAD), em Pesqueira, da Escola Professora Odete de Andrada Alves, puderam retratar a sua realidade, anseios e angústias. O Projeto “Nas Linhas da Minha Poesia Busco a Realidade” foi idealizado pela professora Sandra Silva e fez com que os reeducandos transformassem a realidade dentro do cárcere em cordéis.

“A leitura, a arte, o esporte, entre tantas outras atividades inseridas no calendário das unidades prisionais de Pernambuco são preciosos instrumentos no processo de ressocialização. Os cordéis, em sua essência, traduzem de forma sutil o cotidiano dos seus autores. Outro fator importante é que ao desenvolvermos esse tipo de atividade lúdica também estamos estimulando outras esferas pedagógicas” afirma o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

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Ao todo, são 16 alunos cordelistas, um ilustrador e 16 poemas compostos de uma a 15 estrofes. A gerência do presídio imprimirá 300 cópias para distribuição na unidade.

A tese do Grupo de Atuação Especial da Execução Penal do Ministério Público de Pernambuco (Gaep/MPPE) de que o Complexo Prisional do Curado, no Recife, deve ser gradativamente desativado foi rechaçada pelo secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. Segundo ele, mesmo lotadas as unidades que compõem o presídio são administráveis e seguras.

“É um presídio seguro, tem que reduzir a população carcerária, mas desativar jamais”, cravou o auxiliar do governador Paulo Câmara (PSB). A argumentação do MPPE foi apresentada pelo promotor da Vara de Execuções Penais, Marcellus Ugiette, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, durante a visita que ela fez nesta quarta-feira (19) ao complexo.

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“A competência da unidade é do Governo do Estado. Ela está super lotada, mas é administrável”, acrescentou o secretário, ao insinuar que a magistrada não poderia interferir na manutenção ou não do Complexo aberto. 

O promotor Marcellus Ugiette, por sua vez, rebateu a argumentação de Pedro Eurico e disse que a transformação do Presídio Aníbal Bruno em Complexo do Curado “absolutamente piorou” o cenário da unidade. “Todas as vezes que entro aqui vejo que só tem uma solução: planejar a desativação do Complexo do Curado. O Estado não deve mais gastar tanto dinheiro público numa unidade prisional que não dá a esperança de melhoria. É um equívoco grande do governado do estado. O primeiro deles foi fatiar o Aníbal Bruno, que era uma coisa ruim, em três piores. É o gasto do dinheiro público sem que haja solução”, declarou. 

“Não podemos abrir a porta do Complexo e colocar os presos para fora, mas poderíamos estar negociando unidades menores, com 500 presos, para que o Estado possa gerir. Espero estar errado no que eu digo, mas vamos transformar as unidades novas em locais como este se não mudarmos o planejamento”, acrescentou o promotor da Vara de Execuções Penais, citando os novos presídios em Itaquitinga e Palmares.

Ugiette informou ainda que está construindo um relatório para encaminhar ao CNJ, o Ministério da Justiça e o Governo do Estado com subsídios a tese de fechamento da unidade. 

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O Secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, anunciou que enviará para a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) no dia 1º de agosto um projeto de lei para ampliar em mais 400 o número de vagas de agentes penitenciário no estado. A promessa foi feita durante uma visita da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, nesta quarta-feira (19) ao Complexo Prisional do Curado, no Recife. 

Aproveitando a presença de membros da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, um grupo de aprovados no concurso de agentes penitenciários, realizado em 2009, protestaram em frente ao complexo prisional pedindo a convocação imediata. Após oito anos da aprovação, 89 concursados ainda aguardam convocação.

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De acordo Wilton Ferreira, um dos aprovados, no ano de 2009 um total de 360 candidatos foram convocados para realizar exames médicos, físicos e psicotécnicos. Após os testes, 257 foram classificados como aptos para a função e deveriam fazer o curso de formação e em seguida receber a nomeação em posse. 

"Mas o estado só chamou 126 candidatos e o restante dos 147 ficaram de fora sem nenhuma perspectiva. Por isso, no mesmo ano, juntamos um grupo com 89 concursados e entramos com uma ação judicial informando que fomos discriminados por não termos sido chamados para o curso de formação", explicou Wilton, enquanto exibia uma faixa em protesto contra a política do governo de Pernambuco. 

Em entrevista ao LeiaJá, o secretário Pedro Eurico explicou que não pode contratar os concursados de 2009 porque o prazo do concurso já expirou. "Sou simpático a contratá-los, mas é inconstitucional. Eles precisam ver o andamento disso com a Justiça", pontuou. Eurico ainda frisou que caso seu projeto de lei seja aprovado na Alepe, um novo concurso será aberto para agente penitenciário. 

Em maio deste ano, a Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco (Seres-PE) publicou, no Diário Oficial, o edital de abertura do concurso público que oferta de 85 vagas para o cargo de agente de segurança penitenciária. 

Para Wilton, as 85 vagas abertas no novo concurso deveriam ser ocupadas pelos 89 concursados de 2009 que aguardam a decisão judicial há oito anos. "Entramos com uma ação no tempo hábil na Justiça. Nosso pedido é que o Estado nos convoque para fazer o curso de formação, pelo menos", disse.  Ele confessou ainda que, na época, muitos dos aprovados deixaram empregos fixos na esperança de serem chamados. "Pedimos demissão e tivemos que pagar taxas altas de exames e agora não temos nada", concluiu. 

Até o final de 2018, o Governo de Pernambuco pretende abrir sete mil vagas em presídios. A informação foi dada pelo secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, em coletiva sobre o edital de licitação das obras da URSA-2, uma das cinco unidades prisionais do Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga (CIR), na Zona da Mata Norte do Estado. As vagas serão divididas nas unidades do CIR e dos presídios de Araiçoiaba, Garanhuns, Palmares e Tacaimbó. 

"O governo Paulo Câmara fará o maior programa de vagas no sistema penitenciário de Pernambuco", disse Pedro Erico. A expectativa é que a assinatura do contrato com a nova empresa seja realizado no prazo de dois meses, com o funcionamento da unidade iniciando ainda no final do primeiro semestre de 2018. O custo estimado para a conclusão da URSA-2, que já está em mais de 60% das obras concluídas, é de aproximadamente R$ 15 milhões. 

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A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos destaca que o projeto inicial do CIR previa a construção de duas unidades de regime semiaberto e outras três de regime fechado. O projeto sofreu alterações e todas as unidades prisionais do complexo vão receber detentos em regime fechado. A modificação gerou aumento de vagas, passando de 650 para mil cada uma.

A URSA-1, primeira unidade do complexo, teve as obras retomadas em dezembro de 2016 e deve ser concluída no segundo semestre deste ano. Segundo a secretaria, os esforços da bancada pernambucana no Congresso Nacional são responsáveis por alocar recursos na ordem de R$ 60 milhões destinados ao CIR. "Os recursos deverão ser liberados com os esforços da bancada junto ao Ministério do Planejamento ainda este ano, para que sejam tocadas as obras das unidades três e quatro de Itaquitinga. A conclusão do CIR é prioridade para o Governo do Estado", afirmou o secretário.

Investimentos - A pasta lembra que em dezembro de 2016 foi registrado o repasse do Governo Federal à secretaria para a construção de unidades e modernização do sistema penitenciário, no valor de R$ 44,7 milhões. Do total, R$ 31,9 milhões serão destinados à conclusão das URSAs 1 e 2 e à construção de um novo presídio em Palmares, com capacidade para cerca de 600 presos. O valor restante, R$ 12,8 milhões, será voltado para a aquisição de equipamentos de segurança.

A bancada pernambucana no Congresso Nacional se reuniu, nesta quarta-feira (15), com o diretor do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça, Marcos Severo, e o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico. No encontro, os parlamentares discutiram a liberação de recursos da emenda impositiva apresentada pelo colegiado para melhorias na política de segurança pública e construção e ampliação de presídios no Estado. 

O recurso previsto pela emenda impositiva, com a obrigatoriedade de execução do Governo Federal, é de R$ 60 milhões. O diretor Marcos Severo se colocou à disposição para encaminhar os projetos que devem ser apresentados pelos parlamentares para a utilização da verba. Uma audiência com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, deve ser marcada na próxima semana para garantir o empenho dos recursos no Orçamento.

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Da bancada, participaram da reunião os senadores Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT), além dos deputados federais Carlos Eduardo Cadoca (PCdoB) e João Fernando Coutinho (PSB), que são coordenadores da bancada, e Ricardo Teobaldo (PTN), Zeca Cavalcanti (PTB), Adalberto Cavalcanti (PTB), Jorge Corte Real (PTB), Creuza Pereira (PSB) e Gonzaga Patriota (PSB).

“Pernambuco tem hoje um déficit de 20 mil vagas no sistema prisional. É um passivo histórico, que precisa ser tratado de forma suprapartidária, pois é uma situação dramática, urgente, que deve ser enfrentada para que a população pernambucana possa recuperar a tranquilidade”, avaliou Armando, durante a reunião.

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco encaminhou uma nota à imprensa, nesta quarta-feira (15), informando que identificou um perfil falso no Facebook com o nome secretário Pedro Eurico. 

Na rede social fake, Eurico e sua ação à frente da pasta estadual são ironizados. “Não sei por que sou secretario se eu não resolvo nada”, diz uma das publicações. “Porque o povo querem [sic] me culpar em relação a superlotação no complexo do curado?? Reclamem com os juízes das varas que não concedem seus alvarás”, afirma outra postagem.

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Na nota, o gestor diz que “repudia a farsa e acrescenta que não possui nenhuma conta em redes sociais”. Segundo o texto, o perfil falso já foi denunciado à plataforma e um Boletim de Ocorrência será aberto para identificar e punir os criadores.

Após a reunião da terça-feira (17), em Brasília, com o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre Moraes, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco divulgou que receberá R$ 10,8 milhões para o sistema prisional do estado. Ao todo, R$ 230 milhões serão liberados para os estados.

O recurso é proveniente do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) e deverá ser investido em equipamentos de segurança para os sistemas prisionais. De acordo com o secretário Pedro Eurico, os recursos vão ser aplicados na instalação de scanners corporais, para evitar a entrada de drogas, armas e materiais ilícitos nas unidades; e no monitoramento eletrônico, com a aquisição de novas tornozeleiras e na implementação de bloqueadores de celular.  Não há informações sobre a quantia ser direcionada também para medidas de humanização no tratamento de presos e de seus familiares. 

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Uma dispensa de licitação poderá ser executada pelo Governo Federal devido à situação de crise penitenciária que vive o país, destacou Pedro Eurico. A reunião com secretários também debateu ações do Plano Nacional de Segurança Pública, que prevê atuação conjunta para a abertura de novas vagas em presídios.

O ministro Alexandre Moraes também formalizou a solicitação de construção, em Pernambuco, de um dos cinco presídios federais anunciados pelo presidente Michel Temer no dia 5 de janeiro. “Pernambuco está no centro do Nordeste, além de fazer fronteira com a Paraíba, Bahia e Ceará. Só temos o presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte”, afirmou Moraes.

Com informações da assessoria

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Detentas da Colônia Penal Feminina do Recife, no Engenho do Meio, na Zona Oeste do Recife, gravaram um vídeo mostrando uma festa improvisada com direito a álcool, drogas e selfies. De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Pernambuco (Sindasp-PE), as imagens foram feitas durante a comemoração do réveillon deste ano. Na filmagem, é possível perceber que as presas circulam livremente no corredor da unidade prisional, ouvem música e pousam para fotos. 

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Em um trecho do vídeo, a detenta que está filmando chama um grupo de 'bonde do prato', em referência ao livre consumo de drogas com a ajuda do recipiente. Em outro momento, uma detenta aparece cheirando um pó branco semelhante à cocaína. Durante a gravação, elas também exibem supostos cigarros de maconha. 

O vídeo divulgado pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários teve autenticidade confirmada pelo governo do Estado. Um inquérito para investigar o caso já foi aberto. Segundo o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, a gravação não foi feita na virada do ano, mas sim para celebrar o aniversário de uma detenta. Em entrevista ao Portal LeiaJá, o secretário informou que nove detentas já foram identificadas e colocadas em 'isolamento' para responder um procedimento administrativo disciplinar. 

"Elas vão cumprir pena disciplinar e ficar dez dias isoladas. Posteriormente, vão responder por essa prática criminosa e podem perder o direito de diminuir o tempo de prisão, a ida para um regime semi-aberto e outras vantagens que poderiam ter", explicou Pedro Eurico.

O secretário disse que o mais importante é saber como a droga e os celulares entraram na unidade prisional. "Nós não compactuamos com armas de fogo, armas brancas ou drogas dentro do presídio. Existem muitas facilitações para esse tipo de crime no país inteiro e vamos investigar", completou. Eurico não confirmou se o pó branco no vídeo era cocaína. 

Atualmente, a Colônia Penal Feminina do Recife tem capacidade para 230 detentas e comporta 690 presas. Eurico informou que mais dois presídios estão sendo construídos no Completo Prisional de Araçoiaba. "O prazo de entrega é ao longo do ano de 2018", disse. 

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos também informou que o governo federal está cedendo mais recursos para o investimento em fiscalizações nos presídios. 

O secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, se reuniu com a fisioterapeuta Cláudia Boudoux, mãe de Carlinhos, de 9 anos, levado à Argentina pelo pai em dezembro de 2015, na manhã desta quarta-feira (21). No encontro, Cláudia recebeu um formulário de seis páginas da cooperação jurídica internacional, no qual deverá detalhar tudo que aconteceu desde que seu filho saiu do país com o empresário Carlos Attias, pai da criança. O documento será entregue ao Ministério da Justiça do Brasil, em Brasília, que posteriormente deverá encaminhá-lo ao Ministério da Justiça da Argentina.

De acordo com o secretário Pedro Eurico, com os documentos devidamente entregue à Justiça argentina, a negociação será estabelecida entre os dois países. "Eu entendo que judicialmente a situação é confortável do ponto de vista de Cláudia ter o retorno do filho. Já tivemos duas medidas favoráveis à mãe da criança. Além de subtrair a criança, o pai também desrespeitou uma denominação judicial brasileira", argumentou. O caso da repatriação de Carlinhos segue na jurisprudência da Convenção de Haia e na Convenção Internacional de Direitos Humanos. 

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A estimativa do Governo de Pernambuco é de que, com no máximo 30 dias, o pequeno Carlinhos retorne ao Brasil. "Esperamos que tudo se resolva em até um mês, mas sabemos que o processo demanda trâmites burocráticos que são complicados. Agora devemos esperar a interpretação do poder judiciário da Argentina com o documento que conta o outro lado da história", afirmou Pedro Eurico. O secretário também confirmou que o Estado dará ajuda financeira à mãe da criança enquanto ela estiver fora do Brasil para resolver os trâmites judiciais.

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Para Cláudia Boudoux, que retornou da Argentina na madrugada desta quarta-feira (21) sem conseguir ver o filho, o panorâma é de esperança. "Esse documento é o pontapé inicial que a gente precisa pra juntar todos os doccumentos e ter sucesso junto à justiça argentina. Agora é questão de tempo até que eu possa ver meu filho", falou emocionada. Durante os dias em que esteve em solo argentino, a mãe de Carlinhos conta que foi orientada a não entrar com um pedido de guarda compartilhada para que pudesse ver o filho. 

"Eu fui instruída por advogados, pelo presidente da OAB de Pernambuco e pelo consulado do Brasil na Argentina a não entrar com o pedido de guarda compartilhada para apenas ver o meu filho. Eles disseram que a melhor forma de fazer isso é dessa forma que estou fazendo", lamentou. Apesar da difícil decisão de não poder nem falar com o filho, Cláudia enxerga que a medida foi cautelosa

A mãe de Carlinhos, há nove meses sem ver o filho, desde dezembro de 2015, se separou do marido, o empresário Carlos Attias, em 2011, com quem foi casada por 12 anos. Ela conta que era constatemente agredida por Carlos e que isso pode ser o grande motivo dele ter levado Carlinhos. Em vídeos recentemente divulgados pelo pai da criança, Carlinhos aparece sorrindo e mandando mensagens de 'saudade' para a irmã mais nova. Para a fisioterapeuta, o pequeno de nove anos é vítima da alienação parental. 

Entenda

Desaparecido desde dezembro de 2015, Carlinhos foi encontrado na última quarta-feira (14), em Buenos Aires. Ele estava com o pai, o empresário argentino Carlos Attias, que foi preso. Após a Justiça de Pernambuco decretar a prisão preventiva do empresário, ele foi incluído na lista da Interpol e passou a ser procurado em 192 países do mundo.

O caso do desaparecimento de Carlinhos ficou conhecido após a mãe da criança denunciar a situação à Polícia Federal em fevereiro deste ano. Um dia antes, Cláudia já havia procurado o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil.

Na noite desta sexta-feira (16), quando a mãe de Carlinhos estava a caminho de Buenos Aires, na Argentina, ela recebeu a notícia da Polícia Federal de que o ex-marido, o empresário Carlos Attias, havia sido solto e a criança teria sido devolvida ao pai.

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Sem ainda confirmar mortes e número de feridos, o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, afirmou que já foi controlada a rebelião ocorrida nesse sábado (23) no Presídio Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, no Agreste do Estado. Apesar de não detalhar a existência de óbitos, várias fotos e vídeos que descrevem um cenário extremamente violento estão circulando nas redes sociais, como se remetessem ao caso de Caruaru.

Em entrevista à Rádio Jornal na manhã deste domingo (24), Pedro Eurico disse que foi ao presídio e conversou com alguns detentos. O secretário colheu a informação de que há na unidade prisional um violento conflito entre facções e uma delas possui um comando extremamente “perverso”. 

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“Existiam grupos dentro do presídio que se enfrentaram. Um grupo participava mais diretamente disso sob o comando de uma liderança absolutamente perversa, que ameaçava e extorquia os outros presos. A situação é difícil porque existe um clima de violência dentro do presídio”, confessou o secretário.

De acordo com Pedro Eurico, as autoridades continuam atuando na manhã deste domingo para botar ordem no presídio. Mesmo diante da rebelião, o secretário frisou o discurso de que as unidades prisionais do Estado são comandadas pelo Governo e não por criminosos. “Se aconteceu algum óbito, vai ser aberto um inquérito para punir o culpado. O comando é do Governo e não de comandos paralelos dentro da cadeia”, enfatizou, descartando, por enquanto, transferências de presos para outras unidades prisionais.

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Nesta quarta-feira (29), a divulgação de um vídeo nas redes sociais tem causado polêmica no Recife. Os secretários Pedro Eurico, da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, e Marcelino Granja, à frente da Secretaria de Cultura do Estado, aparecem agredindo verbalmente um militante durante ato público.

O desentendimento entre os militantes e os gestores aconteceu na terça-feira (28), durante o evento de inauguração do busto do Padre Antônio Henrique Pereira da Silva Neto, torturado e assassinado durante a Ditadura Militar. Os dois gestores chamam o autor do vídeo, o militante e publicitário Sérgio Urt, de "filho da p***".

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Procurada pela reportagem do Portal LeiaJá, a assessoria de comunicação do secretario de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, informou que o gestor estava em uma pauta externa e que ainda não havia um posicionamento oficial. Já a assessoria de Marcelino Granja informou que ainda não havia nenhuma nota de esclarecimento sobre o comportamento do gestor filmado pelo ativista.

No vídeo, o ativista chama os secretários de golpistas e faz uma série de críticas, como "secretário boca suja" e "secretário descontrolado". Confira:

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"Essa gestão apoiou o golpe contra Dilma e não pode ter legitimidade moral para lançar uma homenagem a um padre que foi torturado na ditadura", afirmou Urt, ao revelar que um grupo com cerca de 40 ativistas estavam na inauguração para protestar contra a presença de políticos. O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), compareceu ao evento, mas não permaneceu por muito tempo por causa do tumulto.

Sérgio Urt critica veemente o comportamento de Marcelino Granja. "Ele partiu para cima de mim, sem eu ter feito nada, além do meu direito de protestar. Nunca tive problemas com esses gestores. Foi uma cena ridícula por parte dos secretários alí presentes na solenidade ilegítima", cravou Urt.

Na Legislação brasileira, agredir verbalmente pode ser considerado crime. De acordo com o Art. 138, "caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime" e rende detenção de seis meses a dois anos, além de multa. O autor da agressão verbal também pode ser indiciado pelo crime de Difamação. Caso condenado, a detenção varia de três meses a um ano.

História

Padre Antônio Henrique Pereira Neto foi ordenado sacerdote, no dia 25 de dezembro de 1965, aos 25 anos de idade, pelo então arcebispo de Olinda e Recife, Dom Helder Câmara. Logo após a ordenação, foi convidado para assessorar Dom Helder e trabalhar na Pastoral da Juventude, sendo orientador espiritual de jovens universitários e secundaristas. Ele esteve ao lado do então arcebispo durante os embates travados pela igreja contra o regime militar. 

Em 25 de maio de 1969, Padre Henrique foi encontrado morto em um terreno baldio no Recife. De acordo com o laudo da época, a morte foi ocasionada por um crime comum, supostamente cometido por toxicômanos, sem motivação política. Já segundo apurações da Comissão da Verdade, “o assassinato do Padre Antônio Henrique foi, eminentemente, um crime político”.

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Moradores do entorno do Complexo Prisional do Curado, no bairro do Sancho, Zona Oeste do Recife, participaram na manhã desta segunda-feira (25) de uma audência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), onde foi debatida a situação das famílias, de cerca de 50 imóveis, que receberam ordem de desapropriação no início do mês pelo Governo do Estado. O grupo não concorda com a decisão de sair das suas moradias e pedem que o presídio mude de local. Durante a audiência, os moradores fizeram um apelo ao governador Paulo Câmara para que a despropriação seja cancelada. 

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A audiência foi solicitada pelo deputado estadual Joel da Harpa e teve presença dos também deputados estaduais Priscila Krause (DEM) e Edilson Silva (PSOL), e do deputado federal Silvio Costa Filho (PRB), da vereadora Isabella de Roldão (PDT). Para Daniele Rodrigues, integrante da comissão de moradores que lutam pela permanência no local, o decreto do governador não respeita a história de quem vive ali com plena legalidade. "Não consigo dormir sabendo que a minha casa e dos meus vizinhos irão ser demolidas.  Onde fica a nossa história?", questionou. 

O deputado Edilson Silva, presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Alepe, falou que não existe valor que indenize essa desapropriação e criticou a falta de diálogo da gestão estadual com as famílias."Nao se trata de uma invasão,  nao é um assentamento provisório de poucos meses. São famílias que estão ali por muito tempo, mesmo antes do presídio, são laços de fraternidade,  de sustentabilidade. O governo é demagógico e quer tratar de forma truculenta essas pessoas", pontuou.

Edilson Silva ainda fez duras críticas ao secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, que não compareceu à audiência, apesar do convitte. " É um sujeito ausente e parece que está na Secretaria apenas para fazer trambicagem. Se nega a falar com as comunidades que querem um diálogo pacífico", argumentou. Durante a audiência, Priscila Krause também criticou a gestão e denunciou o governo de incapaz. Ela também falou que o valor do pagamento é muito pequeno.  "Não é assim que se fortalece a cidadania.  Era importante um diagnóstico da área antes de se ter a construção de um complexo.  Tinha que ser levado em conta a situação dos moradores, que estão ali há 50, 40 anos, durante uma vida inteira", falou.

Andrea da Silva, que mora nas proximidades do presídio desde que nasceu e é diretora da Escola Municipal Maria da Paz Brandão Alves, localizada nas redondezas do Complexo do Curado, explicou que é preciso mudar o local do presídio. "Apesar da minha casa não está na lista das desapropriações, não acho justo meus vizinhos sofrerem por isso. O presídio não tem condições de continuar onde ele está e precisa ser retirado daquele local", explicou. Ela falou que as crianças e os adolescentes estão muito expostos a tudo de ruim que o Complexo pode trazer, se continuar no bairro.

O decreto do governador Paulo câmera foi publicado no Diário Oficial do dia 7 de abril. De acordo com a gestão estadual, as famílias serão removidas em três ruas: Santana de Ipanema, Maria de Lurdes da Silva e parte da Orfeu do Carnaval. Segundo a publicação, o objetivo é ampliar o perímetro de segurança uniforme para toda a área próxima das três unidades prisionais do complexo, que vem sendo alvo de rebeliões, fugas e bombas. Os moradores, no entanto, não concordam com a decisão e afirmam que o perigo é de dentro pra fora, não ao contrário, e querem a saída do Complexo Prisional.

Além da problemática da remoção das famílias, o deputado Silvio Costa Filho também falou sobre a "falência" do sistema prisional do Curado. "O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) já tinha sinalizado para o fechamento daquilo ali. O número de detentos foi ampliado e o Estado não tomou providência nenhuma.  Não nos é apresentado nenhuma solução.  Queremos fazer uma audiência pública com a presença do secretário", concluiu. A moradora Andrea reiterou que a situação é urgente. "É uma insegurança enorme, de não saber se em uma fuga eles vão invadir nossas casas, se vão entrar na escola. É um risco real para todos nós. Queremos que a gestão estadual nos ouça. Vamos lutar por um direito que é nosso!".

Nenhum representante da Prefeitura do Recife compareceu à audiência. Apesar de não ter ido à cerimônia, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, enviou a chefe de gabinete, Marta Lima. Em uma breve fala, Marta informou que a secretária receberia uma comissão com representantes dos moradores na próxima quinta-feira (28), às 10h, na sede da Secretaria, na Avenida Cruz Cabugá, 1211, em Santo Amaro, para debater a situação.

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--> Moradores do entorno do Complexo do Curado protestam 

Outro sábado de medo para quem mora nas proximidades do Complexo do Curado. Na madrugada deste, assim como no dia 23 de janeiro, um dos muros do presídio foi alvo de uma explosão. A unidade Marcelo Francisco Araújo (PAMFA) foi o alvo da vez. Não houve registros de fugas, mas comerciantes do local confirmaram que a bomba causou um grande estrago no muro da unidade e também nos imóveis do entorno.

Em um vídeo enviado para a reportagem do LeiaJá, um dos agentes penitenciários mostra os estragos provocados em veículos que estavam próximos ao muro. Confira:

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Além da explosão no Complexo do Curado, mais um fato deixa claro como está precária a situação nas unidades prisionais de Pernambuco. Também na madrugada deste sábado, um detento foi assassinado na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife.

Deputados que compõem a bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) entregaram ao procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Carlos Guerra, um pedido de abertura de investigação contra o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, por suas declarações durante reunião pública da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Alepe.

Na reunião, convocada para discutir a situação do sistema prisional pernambucano, o secretário revelou que, mesmo reconhecendo se tratar de um ato ilícito, divulgou e divulga seu número celular nos presídios do Estado e que recebe, com frequência, telefonemas de detentos, mesmo durante a madrugada. A solicitação foi entregue ao Ministério Público de Pernambuco nessa quinta-feira (4).

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Ao receber o pedido dos parlamentares, Carlos Guerra pontuou que apesar de “ser consistente” não poderia se pronunciar ainda sobre o mérito da questão.  “Por ter caráter criminal, não podemos nos pronunciar quanto ao mérito. Mas vamos acolher o pedido e encaminhá-lo à Subprocuradoria Criminal, para que se avalie a queixa e se inicie a investigação”, declarou. 

Indagado sobre quando teria um resultado da solicitação, o procurador-geral afirmou que não poderia estabelecer prazo “pois existem situações inesperadas”. “Também não temos como saber se será necessário quebrar o sigilo telefônico”, acrescentou. 

Para o líder do colegiado, o deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB), o secretário perdeu as condições de permanecer à frente da pasta. “É preciso que o governo faça uma reflexão. Como é que um secretário de Justiça, que deveria zelar pelo cumprimento das leis e manutenção da ordem, admite que cometeu um ato ilícito ao divulgar seu número de celular e trocar telefonemas com detentos”, avaliou.

Presidente da Comissão de Cidadania, o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) destacou que, mesmo que as investigações não apontem crime, a situação do secretário é delicada. “Com a declaração do secretário, como o governo vai exigir dos servidores o cumprimento de regras se o chefe confessou cometer uma imoralidade”, questionou.

O superintendente da Sudene João Paulo (PT) saiu em defesa do secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico (PSDB), diante das críticas em torno da revelação de que ele conversa com presos de diversas unidades do sistema penitenciário estadual por telefone. Sob a ótica do petista, a atitude, apesar de ferir a legislação federal, “não desabilita Pedro Eurico a ocupar o cargo”. 

“Acredito que ele tem feito uma gestão séria e aberta ao diálogo com os movimentos de direitos humanos. Ele tem desprendido um grande esforço para mudar e combater a brutalidade de um sistema prisional falido como o nosso”, observou o superintendente, em publicação na sua página oficial do Facebook. “As prisões do país realimentam a violência, que fere os mais básicos princípios da dignidade, e não servem ao futuro processo de ressocialização dos presos. Em Pernambuco, a situação é especialmente cruel”, acrescentou. 

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Ao contrário do que aliados e oposicionistas têm defendido, João Paulo destacou a necessidade de uma revisão “urgente” no sistema penitenciário e não na gestão da secretaria de Justiça e Direitos Humanos. “É preciso uma transformação profunda e urgente. E não é Pedro Eurico que deve mudar, mas o sistema”, cravou.

Mesmo com a defesa, o petista – que deve concorrer à Prefeitura do Recife contra o PSB – pontuou que, talvez, o secretário do governo socialista “não tenha sido feliz ao declarar que recebe ligações de detentos”, mas isso não quer dizer que “a população carcerária não precise ser escutada”. “Existem outras formas, menos polêmicas, de se fazer acessível à população carcerária”, argumentou. João Paulo apontou ainda o Pacto pela Vida como culpado pela superlotação nas cadeias. 

A bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) apresenta, nesta quinta-feira (4), às 16h, uma denúncia ao Ministério Público (MPPE) contra o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. Ele é acusado pela bancada de descumprir a Lei Federal 12.012/2009 ao conversar com presos pelo celular e não “expedir instruções” – como pede a Constiuição Estadual – para o cumprimento da legislação nacional.  

Na denúncia, o colegiado vai pedir a quebra do sigilo telefônico do secretário para que seja avaliado o teor da conversa entre ele e os detentos. Além disso, o auxiliar do governador Paulo Câmara (PSB) também poderá ser processado pelo crime de responsabilidade. 

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“O secretário perdeu as condições de cobrar regras e fazer valer as leis dentro do sistema prisional. Como você pode chegar às instituições de segurança e cobrar regras, fazer com que a lei seja cumprida, quando o próprio secretário burla a lei, quando diz que ‘fala com detentos’?”, indagou o  líder da bancada, deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB). “O secretário falou expressamente que conversa com os presidiários”, acrescentou.

Críticas a nota do governo

A declaração do titular da pasta de Justiça e Direitos Humanos, de que comunica-se por telefone com presidiários para receber denúncias de tortura no sistema prisional, também foi duramente criticada, nessa quarta (3), pelos oposicionistas no Plenário da Alepe. 

Os deputados foram à tribuna lamentar nota do governo, publicada na noite anterior, em que a gestão diz que o secretário foi “mal compreendido” e que o número de telefone do gestor teria sido entregue a familiares de presos, não diretamente aos detentos.  “É mesmo de indignar. A nota não condiz com a realidade dos fatos e o governo deve achar que nós deputados estaduais e toda a imprensa presente somos qualquer coisa”, protestou Sílvio Costa Filho. 

Corroborando o petebista, o deputado estadual  Edilson Silva (PSOL) pontuou que a nota “é um desrespeito aos parlamentares, por desmentir afirmações ditas em alto e bom som em uma comissão permanente deste Poder”. 

Na opinião do psolista, a manifestação de apoio ao secretário tem intenções políticas, e parte do interesse do PSB – partido do governador Paulo Câmara e do prefeito do Recife, Geraldo Júlio – de não se indispor com aliados para as eleições na capital. “Seria mais honesto explicar isso, e não empurrar uma versão absolutamente falsa que causa indignação”, comentou Silva.

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