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Do Museu do Prado ao Centro Pompidou, passando pelo Met de Nova York, 42 exposições em todo o mundo marcam o aniversário de 50 anos da morte de Picasso, uma "mobilização sem precedentes" ao pintor espanhol, o "artista mais famoso da arte moderna", segundo Madri e Paris.

Preparado em conjunto pela França e Espanha por 18 meses, o "Ano Picasso" mobilizará "38 instituições de grande importância na Europa e Estados Unidos", detalhou nesta segunda-feira o ministro espanhol de Cultura, Miquel Iceta, em ato de apresentação no Museu Rainha Sofia de Madri.

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Estas exposições vão "mostrar todas as faces" do artista espanhol, nascido em Málaga (sul da Espanha) em 1881 e que morreu em Mougins (sudeste da França) em 1973, acompanhadas em paralelo por uma série de "colóquios" e "debates" sobre o pintor e sua obra, acrescentou sua homóloga francesa, Rima Abdul Malak.

As celebrações iniciam em 23 de setembro na Fundação Mapfre, em Madri, com a exposição "Pablo Picasso e a desmaterialização da escultura" e vão até abril de 2024.

Os eventos em homenagem ao pintor espanhol serão principalmente na Espanha, França e Estados Unidos, com atividades também na Alemanha, Suíça, Romênia e Bélgica.

Entre as instituições participantes estão o Metropolitan Museum of Art de Nueva York ("Met"), o Museu do Prado em Madri, o Guggenheim de Bilbao, Centro Pompidou de Paris e os museus Picasso de Barcelona e Paris.

- "Excessos" e "contradições" -

"Nosso objetivo é reivindicar o legado artístico de Picasso e a atualidade de sua obra", destacou Miquel Iceta em frente ao Guernica, um dos mais famosos quadros do mundo, de 1937.

Esta obra imortalizou o massacre na cidade de Guernica - bombardeada em abril de 1937 pela aviação nazista em apoio ao general Franco durante a Guerra Civil espanhola (1936-1939).

Além de suas referências políticas e históricas, as retrospectivas organizadas dentro do "ano Picasso" também vão retratar os "excessos" e "contradições" do artista, segundo seus organizadores.

A figura de Picasso foi afetada há alguns anos por acusações de misoginia e violência contra suas parceiras, reveladas à luz do movimento #MeToo.

O artista foi acusado pela jornalista Sophie Chauveau em sua obra "Picasso, o Minotauro" de ser um homem "ciumento", "perverso" e "destrutivo".

"É importante que o público conheça melhor Picasso e conheça também a parte da violência que havia nele. Não é algo que deva ser escondido", reconheceu Rima Abdul Malak, que julgou necessário no entanto "não reduzir toda a obra de Picasso" a esse tema.

A relação do artista com as mulheres será abordada em uma oposição prevista no Brooklyn Museum de Nova York no verão de 2023.

O espanhol Pablo Picasso (1881-1973) é um dos maiores nomes das artes plásticas no século XX. “A Pomba da Paz”, “Guernica” e “Les Demoiselles d’Avignon” são algumas de suas principais obras. Um dos criadores do “cubismo”, Picasso estreou uma grande exposição em Paris em um dia 24 de junho, no Grand Palais.

Pablo Ruiz y Picasso nasceu em Málaga, Espanha, no dia 25 de outubro de 1881. Filho de José Ruiz Blasco, professor de História da Arte e de desenho, e de Maria Picasso y López. Ainda menino, mostrou seu talento para as artes e recebeu o incentivo de seu pai para continuar. 

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A obra de Picasso foi representada por outros olhares, em filmes, documentários e outros. Um dos principais registros da sua obra foi “O mistério de Pablo Picasso”, documentário que retrata o artista durante a criação de obras que posteriormente foram destruídas.

Dirigido pelo cineasta francês Henri-Georges Clouzot, o filme concentra-se em apresentar o processo criativo do artista, sem se aprofundar em aspectos da vida pessoal. Cada quadro é apresentado em uma tela aparente, para que o espectador possa ter um olhar atento da produção, desde o papel em branco até a obra finalizada.

Considerado como um tesouro sobre a obra do artista, “O mistério de Pablo Picasso” também chama a atenção por sua estética rebuscada. Embora o artista apareça em diversos momentos, o documentário foca principalmente em suas obras. Neste sentido, o uso de películas em preto e branco, além do recurso do stop-motion, cooperam para realçar o tema.

Sinopse

Em 1955, o cineasta Henri-Georges Clouzot convence seu amigo e artista Pablo Picasso a deixar-se filmar em seu ateliê, durante a produção de suas obras de arte. O documentário revela o momento real de todo mistério criativo de Picasso. Utilizando papel e tintas, sobre um vidro transparente, Picasso desenha 20 quadros, que são captados, um a um, pelo olhar atento da câmera de Clouzot. 

Uma réplica de uma escultura de Edgar Degas e um bronze de Pablo Picasso bateram recordes na quinta-feira em um leilão da Christie's em Nueva York.

A escultura "Cabeça de mulher (Fernande)" de Picasso foi a escultura em bronze mais cara do artista já vendida em um leilão, por 48,48 milhões de dólares.

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A cópia de "Pequena dançarina de 14 anos" foi vendida por 41,6 milhões de dólares, o maior preço em um leilão para uma obra de Degas.

A obra original de Degas (1834-1917) está em exibição na National Gallery of Art de Washington.

A escultura é um bronze com pátina marrom que representa com realismo e detalha uma jovem bailarina em seu vestido de musselina, com uma fita no cabelo.

A cópia leiloada é uma das réplicas feitas 10 anos após a morte do impressionista francês por Adrien-Aurélien Hébrard.

O recorde anterior para uma obra de Degas era 22,5 milhões de euros, registrado em 2015, por outra versão da pequena dançarina.

A escultura integrava a coleção de Anne Bass, empresária americana falecida em 2020 e mecenas de grandes museus dos Estados Unidos e do balé de Nova York. Ela também foi casada com o bilionário e herdeiro de um império de petróleo no Texas, Sid Bass.

Todas as obras foram expostas durante sua vida em seu luxuoso apartamento na 5ª Avenida em Manhattan: entre elas, duas pinturas do expressionista americano Marc Rothko (1903-1970), incluindo "Untitled (Shades of red)" que foi vendida por 66,8 milhões de dólares; e três pinturas de Claude Monet (1840-1926). Seu "Parlamento, Pôr do Sol", um óleo sobre tela escuro mas luminoso, foi vendido por US$ 75,96 milhões.

Na segunda-feira, Pablo Picasso (1881-1973) perdeu i título de obra mais cara do século XX em um leilão: "As Mulheres de Argel (versão 0)", vendido por 179,4 milhões de dólares em 2015, foi superado por um retrato de Marilyn Monroe feito por Andy Warhol, "Shot Sage Blue Marilyn", que foi vendido por US$ 195 milhões.

O movimento #Metoo na França se volta, agora, para o artista espanhol Pablo Picasso, problematizado pelas ativistas feministas, que descrevem o pintor como um "minotauro" e um "gênio violento" que destruiu a vida de suas companheiras.

Esta é a tese de um podcast premiado, criando no ano passado por Julie Beauzac, formada em arte, que já teve mais de 250.000 downloads.

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E também é a versão da jornalista Sophie Chauveau, que repetiu no podcast a visão apresentada no livro "Picasso, le Minotaure" ("Picasso, o minotauro", em tradução livre), de 2017.

O livro denuncia "o controle irresistível e devastador do gênio sobre todos aqueles que o amavam", explicou Chauveau à AFP.

Um gênio e, ao mesmo tempo, um homem "violento e destrutivo".

"Obviamente que o #MeToo afetou o artista, e este podcast prova isso", disse à AFP a nova diretora do Museu Picasso de Paris, Cécile Debray.

"O ataque é mais violento, porque Picasso é a figura mais famosa e popular da arte moderna. Um ídolo que deve ser derrubado", acrescentou, defendendo que "o tema deve ser abordado com muitas nuances e prudência".

Já o Museu Picasso de Barcelona entrou no caminho de revisão da figura do artista. A instituição acaba de concluir a oficina "Reduzir a libido do minotauro: confrontamos a masculinidade picassiana" e também prepara um simpósio internacional sobre o tema para o mês de maio.

"Esta reflexão sobre Picasso, e o olhar feminista, ou feminino, sobre sua obra são um debate eminentemente atual, que não deve ser evitado e que não deve virar uma caricatura", disse o diretor da instituição, Emmanuel Guion, à AFP.

Ao mesmo tempo, "é importante procurar pessoas competentes" para guiar esta discussão, completa.

Picasso teve oito relacionamentos mais ou menos longos e estáveis. Duas dessas companheiras, Marie-Thérèse Walter e Jacqueline Roque, cometeram suicídio, anos após a morte do pintor.

As mulheres estimularam as transições artísticas de Picasso, encorajando-o a buscar novos rumos, os quais marcaram, por sua vez, a história da arte contemporânea, segundo especialistas.

Picasso conquistou mulheres jovens, mas as acusações de abuso são "afirmações sem referências históricas, aproximadas e anacrônicas", afirma Debray.

"Picasso praticamente não deu entrevistas e, certamente, nenhuma sobre sua vida pessoal", lembra Olivier Picasso, neto do artista, à AFP.

"É por meio das obras que podemos traçar o roteiro afetivo, com obras mais violentas, outras mais ternas", explica.

Em 1907, por exemplo, Picasso pintou um retrato da colecionadora e escritora Gertrude Stein, que incentivou Picasso quando ele tinha 19 anos e era desconhecido em Paris. Stein era lésbica, e seu retrato foi um autêntico parto artístico para Picasso.

A tese do professor americano Robert Lubar, da Universidade de Nova York, que participou de cursos do Museu Picasso de Barcelona, é que o artista não conseguia pintar uma personagem muito forte para ele, a antítese da mulher como objeto de contemplação artística, ou de posse sexual.

Esta luta "revela o confronto ansioso do artista (...) com a questão da diferença sexual", explicou Lubar em um ensaio de 1995, considerado um dos pontos iniciais da atual revisão histórica de Picasso.

Para outros especialistas, porém, como o artista e biógrafo Gilles Plazy, o retrato foi apenas uma luta interna, exclusivamente artística, de Picasso. Nessa abordagem, ele não conseguia pintar o rosto de Stein, porque sentia que precisava mudar de rumo.

Foi depois deste quadro que Picasso produziu uma de suas obras mais famosas: "As senhoritas de Avignon" (1907), um retrato de um grupo de prostitutas que explodiu no cenário de arte e deu espaço ao cubismo.

A venda de 11 obras de Pablo Picasso, incluindo um retrato de sua musa e amante Marie-Thérèse Walter, durante um leilão organizado pela Sotheby's, no sábado (23), em Las Vegas arrecadou 108,87 milhões de dólares, no mês de aniversário de 140 anos do nascimento do pintor espanhol.

A grande joia do leilão, de obras pertencentes à coleção de arte da empresa MGM Resort, era "Femme au béret rouge-orange", um dos últimos retratos que o artista fez de Marie-Thérèse Walter, que inspirou muitos trabalhos do artista na década de 1930.

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Na obra, vendida por 40,479 milhões de dólares - a avaliação inicial era de 20 a 30 milhões -, Picasso pintou a mãe de sua filha Maya em 1938, quando já estava apaixonado pela fotógrafa Dora Maar.

Também foram vendidos dois retratos emblemáticos produzidos pelo pintor nos últimos anos de sua vida: "Homme et enfant" (24,393 milhões de dólares) e "Buste d'homme" (US$ 9,456 milhões), este último abaixo do preço inicial estimado de 10 milhões de dólares.

As demais obras leiloadas no hotel Bellagio de Las Vegas incluem cerâmicas, trabalhos em papel e naturezas mortas.

Nove obras do pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973) foram doadas nesta segunda-feira (20) à França por sua filha Maya, a terceira cessão de quadros do artista desde a criação do Museu Picasso em Paris.

Entre as obras se destacam um retrato do pai de Picasso, de 1895, e "Menino com pirulito sentado embaixo de uma cadeira", um quadro pintado pouco depois de "Guernica", em 1938.

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"É uma doação excepcional", a primeira desde 1990, declarou a ministra da Cultura francesa, Roselyne Bachelot, durante a cerimônia de doação no museu parisiense.

As obras contribuem para manter o Museu Picasso de Paris como o maior depositário da obra do artista espanhol, com mais de 5.000 peças, incluindo 300 pinturas, além de 200.000 documentos e objetos.

A doação serve para que os herdeiros da família Picasso evitem grandes impostos por questões de sucessão.

Maya Ruiz Picasso (86 anos), filha de Picasso e de Marie-Thérèse Walter, foi representada, por motivos de saúde, na cerimônia de doação pelos filhos Diana e Olivier. O evento também teve a presença do ministro da Economia da França, Bruno Le Maire.

Maya foi pintada com frequência por seu pai quando era criança, nos anos sombrios da II Guerra Mundial e da ocupação alemã.

"A França foi a escolha do meu pai e eu nunca pensei em partir para outro lugar", explicou a filha de Picasso em uma carta lida por seu filho Olivier.

"O que seria da França sem o espanhol Pablo Picasso?" perguntou o ministro da Economia.

- Nove obras de grande valor -

Por ordem cronológica, a primeira obra é "Dom José Ruiz" (1895), um quadro do início da carreira do artista. Picasso pintou seu pai de perfil, com uma delicada paleta de marrons.

Depois aparece "Estudio para una intérprete de mandolina" (1932), uma obra mista, óleo e carvão.

"Menino com pirulito sentado embaixo de uma cadeira" (1938) foi a obra escolhida para ser revelada à imprensa e aos convidados.

É uma obra de grande força, pintada em pleno vigor artístico de Picasso. Um retrato em preto e branco, cubista, que recorda plenamente as personagens encurraladas de "Guernica", que provocou grande sensação um ano antes.

O "Retrato de Émilie Marguerite Walter (Mémé)" de 1939 tem o mesmo estilo, mas a personagem está pintada a cores e apresenta um grande sorriso. Trata-se da avó de Maya, a mã sueca de Marie-Thérèse.

Uma escultura, "A Vênus de Gas", de 1945, demonstra a capacidade de surpreender de Picasso. O artista pegou um queimador de gás, o ajustou, colocou um pedestal de madeira e transformou-o em uma deusa de ares pré-históricos.

A influência dos grandes mestres aparece em "El Bobo" (1959), um óleo que se apropria da figura do anão da corte. A personagem aparece sorrindo, com uma garrafa em uma mão e uma frigideira com o que parecem ser dois ovos fritos na outra.

Picasso também estava muito interessado pela pintura de seu país de acolhida. Sua filha doou ao museu um caderno de desenhos sobre o quadro "Almoço na Relva" de Edouard Manet (1863).

"Cabeça de homem" é de 1971, na etapa final de Picasso. Este óleo foi escolhido para ilustrar a capa do catálogo da última exposição em vida do artista.

A última peça doada à França não é uma obra de Picasso, mas que o acompanhou por toda a vida desde que a comprou na primeira década do século XX: uma estatueta Tiki das Ilhas Marquesas, um magnífico exemplar de arte primitiva.

"É um novo enriquecimento (para o Museu Picasso) com obras que minha mãe sempre guardou com a intenção de que fossem para um museu”, disse à AFP Olivier Widmaier Picasso, neto do artista.

A polícia da Grécia recuperou uma obra Picasso roubada em 2012 da Galeria Nacional de Atenas e prendeu um suspeito, anunciaram as autoridades.

O quadro "Cabeça de mulher" foi recuperado na zona rural de Keratea, 45 km ao sudeste de Atenas, informou a agência estatal ANA.

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A tela cubista de Picasso representa um busto de mulher e foi um presente do pintor espanhol ao povo grego em 1949, por sua resistência contra as forças nazistas. Tem uma dedicatória, escrita em francês, que afirma: "Para o povo grego, uma homenagem de Picasso".

No mesmo local foi encontrado outro quadro do holandês Piet Mondrian, do ano de 1905, que também havia sido roubado, de acordo com a agência.

Em janeiro de 2012, as duas obras, assim como um desenho em papel do artista italiano Guglielmo Caccia, conhecido como Il Moncalvo (1568-1625), que representa o êxtase de um santo, foram roubadas da Galeria, aproveitando as falhas nos sistemas de segurança do museu, que fica no centro de Atenas.

O roubo durou apenas sete minutos, tempo que dois homens levaram para retirar as obras das molduras.

Um relatório oficial concluiu que os sistemas de segurança não eram renovados desde 2000. Diversas áreas do museu não tinham câmeras de segurança e os alarmes não funcionavam de maneira correta.

Na noite do roubo, os ladrões provocaram o disparo dos alarmes diversas vezes, sem entrar no edifício, com o objetivo de despistar os seguranças. Eles entraram no museu apenas durante o amanhecer e foram surpreendidos por um guarda, que impediu que levassem um segundo quadro de Mondrian.

O crime aconteceu em plena crise econômica do país, marcada por muitas demissões. Meses depois, o museu de Olimpia também sofreu um grande roubo de antiguidades.

Dezenas de objetos valiosos foram roubados por dois homens de máscara e armados. Os bens foram encontrados meses depois, graças a um homem que tentou vender um anel de ouro de 3.000 anos para uma pessoa, mas sem saber que era um policial. Meses depois, sete homens foram condenados a penas que chegaram a sete anos de prisão.

A obra "Mulher sentada junto a uma janela", de Pablo Picasso, foi comprada nesta quinta-feira (13) por 103,4 milhões de dólares na casa de leilões Christie's, em Nova York, informou a empresa.

O quadro, concluído em 1932, foi vendido por 90 milhões de dólares, que subiram para 103,4 milhões com a adição de taxas e comissões, após 19 minutos de leilão, segundo a Christie's.

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A venda confirma a vitalidade do mercado de arte, que não sofreu os efeitos da pandemia, mas também o status especial de Pablo Picasso (1881-1973).

A mesma pintura foi comprada há apenas oito anos por seu atual proprietário em um leilão de Londres por 28,6 milhões de libras, ou cerca de US$ 44,8 milhões, menos da metade do preço oferecido nesta quinta-feira.

Cinco obras do pintor espanhol já ultrapassaram o patamar simbólico dos 100 milhões de dólares.

Antes mesmo desta venda, o artista espanhol já estava à frente deste seleto grupo, com quatro pinturas, entre as quais "Les femmes d'Alger", que detém o recorde para um Picasso de 179,4 milhões de dólares, em maio de 2015.

É a primeira vez em dois anos que uma obra ultrapassa US$ 100 milhões, após uma cópia da série "Meules" de Claude Monet arrecadou US$ 110,7 milhões na Sotheby's em Nova York.

Na terça-feira, a tela "In This Case" do pintor americano Jean-Michel Basquiat foi vendida por US$ 93,1 milhões na Christie's durante a primeira das grandes vendas da primavera boreal.

Dois imensos murais de gravura a partir das obras de Pablo Picasso foram retirados, nesta segunda-feira (27), do edifício em Oslo onde se encontravam e que deve ser demolido, anunciou a empresa encarregada por esta operação delicada e polêmica.

Embutidas em grandes estruturas metálicas, as duas obras desenhadas por Picasso e gravadas em concreto pelo norueguês Carl Nesjar serão movidas muito lentamente, a menos de 1 km/h, em um veículo especialmente adaptado.

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Os dois murais serão levados para um depósito situado a algumas dezenas de metros, afirmou Statsbygg, a empresa pública norueguesa encarregada pelo trabalho.

"A operação é muito lenta" e deve terminar "na quinta ou sexta-feira", disse Pål Weiby à AFP.

As obras estavam em dois locais distintos do "Bloco Y", um edifício governamental construído em 1969 e que foi danificado durante o ataque do extremista de direita Anders Breivik em 22 de julho de 2011.

O mural de "Os Pescadores" representa três homens arrastando os peixes capturados para seus barcos, enquanto em "A Gaivota" esse pássaro é visto com as asas abertas comendo um peixe.

Ambas as obras serão transferidas para novos prédios do governo no centro de Oslo e cuja construção deve ser concluída em 2025.

A operação gerou críticas, tanto na Noruega como no exterior, e várias pessoas se mobilizaram para preservar o "Bloco Y", e pedem que seja renovado como será feito com o "Bloco H".

O "Bloco H" abrigou os escritórios do primeiro-ministro até que Breivik explodiu um caminhão com 950 kg de explosivos.

Una italiana ganhou uma tela de Picasso em um sorteio internacional realizado nesta quarta-feira na casa de leilões Christie's de Paris, destinado a financiar um projeto de caridade da ONG Care na África.

A segunda edição desta rifa on-line colocou à venda 200 mil bilhetes de 100 euros para ganhar a obra "Natureza Morta", avaliada em 1 milhão de euros. No total, a campanha "Um Picasso por 100 euros" arrecadou mais de 5,1 milhões de euros, com a venda de 51 mil bilhetes.

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Um conhecido ofereceu o bilhete sorteado à vencedora. A pintura, datada e assinada por Picasso, pertence ao colecionador David Nahmad, que deveria recuperar o valor de 1 milhão de euros, mas decidiu reduzir a quantia para 900 mil euros. O restante será destinado à Care para financiar projetos ligados ao abastecimento de água potável em Madagascar, Camarões e Marrocos.

A iniciativa, no entanto, ficou longe de vender todos os bilhetes e atingir a cifra prevista, de 20 milhões de euros. O sorteio havia sido marcado para 6 de janeiro, mas os organizadores decidiram prorrogá-lo.

"Era uma cifra muito ambiciosa. Tivemos um resultado excepcional, para uma operação muito complicada, em um período muito complicado", comentou a diretora de comunicação da Care, Emanuela Croce.

O sorteio eletrônico aconteceu na casa Christie's, diante de um grupo reduzido de pessoas devido à pandemia do novo coronavírus. Um total de 30% dos bilhetes foram comprados por franceses, seguidos de americanos e suíços, informou Péri Cochin, promotora da iniciativa. Houve vendas em uma centena de países, entre eles o Brasil, onde foram adquiridos 200 bilhetes.

Na primeira edição, em 2013, foram arrecadados quase 5 milhões de euros, destinados à conservação da cidade libanesa de Tiro, patrimônio mundial da Unesco. Os organizadores anunciaram uma nova edição para 2021.

Picasso ainda não foi completamente decifrado, segundo uma nova exposição em Paris sobre seu período mais enigmático, quando se considerava um "ilusionista", inventando as expressivas bocas abertas e os olhos amendoados que apareceriam mais tarde em "Guernica".

"Conhecemos muito bem o período Picasso cubista, clássico, erótico, do minotauro, do pós-guerra (...) Mas esta época havia ficado um pouco esquecida porque é muito enigmática", afirma à AFP Emilie Bouvard, curadora da exposição no museu batizado com o nome do artista espanhol.

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A mostra reúne 152 pinturas criadas entre 1926 e 1930 e é chamada "Picasso, quadros mágicos", adjetivo com o qual o crítico de arte Christian Zervos definiu em 1938 as obras criadas nesse período, habitadas por figuras estranhas, radicais, em contínua metamorfose.

No verão de 1926, Picasso tinha acabado de ser tema de uma grande retrospectiva em uma galeria parisiense, e se instalou em uma cidade na Costa Azul francesa, junto com sua esposa Olga e seu filho Paul.

O pintor "estava em um ponto morto, havia feito a exposição, pintado suas obras de dança, os violões (...) Nesse momento, tentou reinventar uma nova linguagem, que deu lugar ao Picasso que conhecemos tão bem", segundo Bouvard.

Nesse processo criativo, buscou reencontrar "as raízes de sua linguagem plástica, a invenção de um sistema de signos para descrever as partes do corpo, o retorno ao cubismo e à arte extra-ocidental", acrescentou a curadora.

O resultado foi uma experimentação sem limites da anatomia humana, primeiro com figuras lineares e depois com volumes monumentais. Picasso conferia a seus personagens, quase sempre femininos, uma grande expressividade, com frequência brutal, com duplo perfil e traços invertidos, como ilustrado na exposição nas séries de mulheres em um sofá ou dormindo.

"O que caracteriza esse período é que não sabemos exatamente o que estamos vendo", explica a curadora. Picasso se considerava naquela época um criador de "obras perturbadoras, estranhas e ilusionistas", acrescenta.

Um detetive holandês conhecido como "Indiana Jones da arte" voltou a mostrar seu talento ao encontrar um quadro de Pablo Picasso, avaliado em 25 milhões de euros, que foi roubado em 1999 do iate de um xeque saudita na Riviera francesa.

Arthur Brand afirmou que no início de março entregou a uma seguradora a obra de 1938 "Portrait de Dora Maar", também conhecida como "Buste de Femme (Dora Maar)".

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A descoberta do raro retrato de Maar - uma das figuras femininas mais influentes da obra de Picasso - foi o ponto alto de uma investigação de quatro anos sobre o roubo no iate Coral Island quando estava ancorado em Antibes.

Duas décadas depois do roubo e sem nenhuma pista, a polícia francesa parecia resignada e o retrato, que estava na casa de Picasso até sua morte em 1973, parecia perdido para sempre.

Mas depois de seguir durante quatro anos uma pista que o levou ao submundo do crime na Holanda, dois intermediários compareceram ao escritório de Brand há 10 dias com o famoso retrato.

"Eles trouxeram a pintura, que agora está avaliada em quase 25 milhões de euros, embrulhada em um lençol e em um saco de lixo preto", disse Brand à AFP.

A recuperação da obra é uma nova vitória de Brand, que no ano passado virou manchete em vários jornais do mundo ao encontrar e devolver ao Chipre um mosaico de 1.600 anos de antiguidade.

Em 2015 encontrou os famosos "cavalos de Hitler", duas estátuas de bronze do artista nazista Joseph Thorak.

- Drogas e armas -

O roubo do quadro de Picasso, na época avaliado em sete milhões de dólares, pegou de surpresa a polícia francesa, mas obrigou os bilionários a intensificar a segurança nos iates.

Em 2015, Brand recebeu informações de que "um Picasso roubado de um iate" estava circulando na Holanda, mas "no momento não sabia exatamente qual era a obra".

O quadro, na verdade, estava no circuito criminal, onde circulou durante vários anos como garantia de pagamentos, "aparecia em um negócio de drogas aqui, anos mais tarde em um negócio de armas", explica.

Desde o roubo, a obra mudou de mãos "uma dezena de vezes" e isto provocava temores sobre o estado da pintura.

Foram necessários vários anos e algumas pistas falsas até ele conseguir determinar que era o Picasso roubado do iate do bilionário saudita Abdul Mohsen Abdulmalik Al Sheik.

Brand conseguiu divulgar no submundo holandês seu interesse na obra "Buste de Femme (Dora Maar)" e no início de março teve êxito.

"Dois representantes de um empresário holandês entraram em contato, dizendo que seu cliente tinha a pintura", conta.

De acordo com suas informações, o empresário "pensou que o Picasso era parte de um negócio legítimo".

"O negócio foi realmente legítimo, mas o método de pagamento não foi", explicou Brand.

O detetive alertou imediatamente as polícias da Holanda e da França. As autoridades francesas já haviam encerrado o caso e, diante do atual cenário, informaram que não processarão o empresário e atual proprietário da obra.

Brand afirmou que era necessário agir rapidamente para evitar o novo desaparecimento da obra.

"Eu disse aos intermediários: 'é agora ou nunca, porque o quadro provavelmente está em mau estado. Temos que agir o mais rápido possível".

Finalmente, há pouco mais de uma semana, Brand abriu a porta de seu modesto apartamento em Amsterdã e ali estavam os dois intermediários com a obra.

"Coloquei o Picasso em minha parede durante uma noite e transformei meu apartamento em um dos mais caros de Amsterdã por um dia", afirmou Brand, sem conter as gargalhadas.

No dia seguinte, um especialista na obra de Picasso da galeria Pace (Nova York) voou a até Amsterdã para comprovar a autenticidade em um local seguro.

Também estava presente o detetive britânico Dick Ellis, fundador da unidade da Scotland Yard sobre arte e antiguidades, e que viajou em representação a uma seguradora não identificada.

"Não há dúvidas de que é o Picasso roubado", disse Ellis à AFP.

Ellis é famoso por ter recuperado várias obras roubadas, inclusive "O Grito", de Edward Munch, que foi levado da Galeria Nacional da Noruega em 1994.

O retrato de Picasso está agora com uma seguradora, que terá que decidir os próximos passos, explicaram Brand e Ellis.

A "Cabeça de Arlequim", obra de Picasso roubada com seis outras pinturas de um museu na Holanda, seis anos atrás, durante um assalto espetacular, pode ter sido encontrado na Romênia, disse o promotor de Bucareste neste domingo (18).

Sete obras-primas de Picasso, Monet, Gauguin e Lucien Freud foram roubadas do Museu Kunsthal em Roterdã, em 2012, em um assalto que durou apenas três minutos e que a mídia holandesa descreveu como "o roubo do século".

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O promotor Augustin Lazar confirmou à AFP que as autoridades romenas tinham em sua posse uma pintura que "poderia ser" uma das roubadas do Museu Kunsthal, acrescentando que ela deveria ser examinada mais detalhadamente.

Os especialistas estão agora verificando se a tela é a "Cabeça de Arlequim" de Picasso, disse uma fonte da AFP.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores holandês disse que a autenticidade da pintura deve agora ser "estabelecida".

Quatro romenos foram presos pelo assalto em 2014 e foram sentenciados a pagar 18 milhões de euros (20,5 milhões de dólares na taxa de câmbio atual) às seguradoras das telas.

Uma das integrantes do grupo, Olga Dogarym assegurou aos investigadores que ela havia queimado as pinturas em seu fogão na cidade de Carcaliu, no leste da Romênia, em uma tentativa de proteger seu filho, Radu, quando ele não conseguiu vendê-las. Mais tarde, ela retratou a declaração.

Os investigadores disseram anteriormente que as pinturas haviam sido destruídas depois que os ladrões não encontraram compradores.

As pinturas foram emprestadas ao museu para uma exposição no seu vigésimo aniversário, patrocinada pela Fundação Triton, criada para cuidar da coleção de arte acumulada pelo investidor holandês Willem Cordia, morto em 2011.

Um grupo de pesquisadores descobriu, com o uso de equipamentos de infravermelho, uma folha de jornal sob a superfície do quadro de Picasso "Maternidade Junto ao Mar".

"Para verificar que a imagem era nítida, dirigimos a câmera para o rosto da mãe e, para minha grande surpresa, descobrimos um texto de jornal", afirmou John Delaney, pesquisador da National Gallery of Art em Washington, em um comunicado.

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Delaney realizou o estudo em parceria com Keiko Imai, funcionária do museu Pola em Hakone (oeste de Tóquio), onde se encontra a obra do período azul de Picasso e que a partir de setembro será exposta no Museu de Orsay em Paris.

Para identificar a origem do jornal, Keiko Imai fez uma pesquisa nos arquivos do "Le Journal", uma publicação francesa de literatura, artes e política que Pablo Picasso (1881-1973) tinha o hábito de ler.

A especialista localizou um exemplar 18 de janeiro de 1902 que corresponde exatamente aos textos, que menciona debates no Parlamento britânico e a criação de um salão de pinturas e esculturas.

A descoberta dos artigos demonstra que o quadro foi pintado após esta data em Barcelona, para onde Picasso se mudou em janeiro do mesmo ano procedente da capital francesa.

A razão da presença da folha de jornal no quadro não foi determinada, mas talvez Picasso a tenha utilizado para cobrir camadas anteriores e pintar uma nova, de acordo com o comunicado.

A tecnologia de infravermelho também permitiu aos pesquisadores obter imagens mais precisas de uma composição anterior debaixo da atual, donde se vê uma mulher sentada com um copo de absinto.

Em um imenso estúdio de Budapeste, cercado de neve, Antonio Banderas, com os cabelos grisalhos e alisados, dá vida ao artista Pablo Picasso na série americana "Genius Picasso".

"O velho Picasso olha sua vida pelo retrovisor", explica o ator, natural de Málaga, como o pintor espanhol.

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A série, de 10 episódios, se baseou em uma pesquisa exaustiva e "dará uma visão mais ampla do homem e do artista", destacou Banderas durante uma pausa.

O ritmo de trabalho é incessante. "Após cinco horas de maquiagem", o ator grava quase sete cenas por dia.

A filmagem, que começou em outubro passado, foi realizada em Paris, Barcelona, Málaga, Budapeste e em breve chegará a Malta.

Ken Biller, roteirista chefe da série, que estreia em 23 de abril na França e em 24 nos Estados Unidos pelo National Geographic, faz da vida do artista uma epopeia do século XX.

"Nosso trabalho é divertir e contar uma boa história", aponta, no intervalo das gravações, nos arredores de Budapeste. A dificuldade era não trair a "verdade histórica".

- 'Algumas infrações' -

"Pegamos a história verdadeira de Pablo Picasso, falecido aos 92 anos, e puxamos o drama, tensão, emoção e criamos suspense", continua.

"Nossos diálogos são alimentados com declarações que sabemos que os diferentes protagonistas fizeram, explica.

Toda a série se baseia em acontecimentos reais, afirma, embora admita "algumas infrações".

"Por exemplo, tomamos a liberdade de comprimir alguns acontecimentos", detalha.

Momentos depois, é filmada uma cena que, supostamente, acontece no ateliê parisiense do número 7 da rua dos Grands-Augustins, onde o pintor viveu de 1936 a 1955. Lá pintou seu famoso quadro "Guernica", topônimo da localidade basca bombardeada pelos nazistas em 1937.

Neste cenário, ambientado em 1946, Picasso/Banderas está em pé, na penumbra, em frente à janela, com o olhar sombrio, mergulhado no vazio.

Sua jovem companheira, François Gilot, interpretada pela francesa Clémence Poésy ("Harry Potter") entra no quarto. Grávida de seu filho, que se chamará Claude, se aproxima do pintor e, com ternura, pergunta o que ele faz ali parado, com ar sonhador e pensativo.

Picasso reflete sobre a "criação de um símbolo universal". "Você deveria revisitar seus começos, seus picadores e seus pombos", ela murmura. O pintor dará à luz a famosa pomba adotada pelo Movimento da Paz em 1949.

- Uma catástrofe excitante -

François Gilot, que também era pintora, "sabia desde o início que sua relação com Picasso seria uma catástrofe (...) mas a aventura da catástrofe era mais excitante que uma vida ordenada", destaca a atriz. "E quando a situação parou de se parecer com o modo como ela queria viver, deixou Picasso".

A semelhança de Banderas é impressionante, afirma. "Tenho verdadeiramente a impressão de ter visto Antonio entrar no interior de Picasso. (...) Cresceu com esta figura, é muito emocionante vê-lo fazer este trajeto", diz a atriz. Anthony Hopkins o interpretou no cinema em "Surviving Picasso", de James Ivory, em 1996.

O jovem Pablo é interpretado por um Alex Rich ("True Detective") surpreendente, em um estúdio próximo em que se recria o mítico ateliê do Bateau Lavoir de Montmartre, em Paris, todo manchado de tinta, invadido por pincéis e quadros de sua fase rosa, como "A família de saltimbancos".

A ação se situa em 1905, Pablo Picasso pinta o retrato de sua amiga, a escritora americana Gertrude Stein, interpretada por Tracee Chimo ("Orange is the new black").

Sua amante da época, Fernande Olivier, encarnada por Aisling Franciosi ("The Fall"), assiste ao nascimento da obra. Este quadro cubista exigiu 90 sessões de pose e, ainda assim, o artista não ficou satisfeito com o resultado.

Mais tarde, a alguém que questionou a semelhança do retrato, conta Ken Biller, "Picasso respondeu com a famosa frase: 'você verá, acabará se parecendo com ela!'".

O ator espanhol Antonio Banderas, que grava "Genius Picasso", série de televisão para a National Geographic, encarnando o famoso pintor, declarou à AFP que experimenta "uma imensa responsabilidade" em relação ao "herói de Málaga".

Nas filmagens da série, nos estúdios de Budapeste, o ator caracterizado de um Picasso (1881-1973) idoso, lembra que o pintor "nasceu na (sua) terra", em Málaga, a capital da Andaluzia.

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O ator diz que "cresceu à sombra" desta "figura muito imponente" que, segundo ele, é "provavelmente o artista mais importante do século XX".

"Quando ia à escola segurando a mão de minha mãe todas as manhãs, atravessávamos a Praça da Merced", onde se encontra a casa onde Picasso nasceu, lembra, em um inglês com um sotaque ibérico encantador.

"Sei que serei observado atentamente e criticado", acrescenta com uma risada, "como Picasso sabia ao pintar 'Les demoiselles d'Avignon', obra pela qual alguns queriam matá-lo porque não era adequada para a época".

A série em 10 episódios, programada para estrear em 24 de abril nos Estados Unidos, parece-lhe "um vetor muito interessante" para contar a vida "de tal personagem".

Ele passa cinco horas fazendo a maquiagem para se parecer com o Picasso já velho.

"Então, devemos nos acostumar a usar essa máscara, as sobrancelhas, esse nariz, para fazer justiça", argumenta ele.

Mas a exata semelhança física "não é o maior desafio", ressalta Antonio Banderas. "Não queremos reproduzir um boneco de cera".

A exatidão histórica é uma das forças do canal National Geographic, revela.

- 'Compreender sua verdade' -

A maior dificuldade, de acordo com ele, é "entender Picasso", suas escolhas políticas e artísticas, a natureza de suas relações amigáveis ​​e sentimentais.

"É preciso ler constantemente entre as linhas, tentando compreender a sua verdade: a complexidade está aí", aponta o ator.

A narração da série não é "cronológica", continua, acrescentando que a série começa com o bombardeio nazista da cidade basca de Guernica, em 26 de abril de 1937, para ajudar as tropas nacionalistas espanholas.

"Estamos fazendo uma espécie de pintura cubista com constantes idas e voltas na existência do todo-poderoso" Picasso".

Alex Rich ("Glow", "True Detective") encarna o pintor em seus anos de juventude.

"Eu apareço em cena antes dele", conta Banderas. "O velho Picasso está observando sua vida pelo espelho retrovisor".

O ator está em contato com Olivier Picasso, o neto do pintor e de Marie-Thérèse Walter, de quem lê "Picasso portrait intimate" (2013), que será lançado em inglês em 8 de março.

- 'Encarnar o Picasso de Saura' -

Antonio Banderas lembra ter jantado uma vez em Los Angeles ao lado de Paloma, a filha que Picasso teve com a artista Françoise Gilot.

"Falei com ela em espanhol quando percebi que ela estava fechando os olhos", relata. "Eu pensei: 'Oh meu Deus, eu estou aborrecendo essa mulher!'"

Ele, então, atreveu-se a dizer: "Você está cansada, eu estou te aborrecendo?" E Paloma respondeu: "Não mesmo! Quando fecho meus olhos, vejo meu pai (...) ele falava como você".

Picasso adere à pele de Banderas, a quem muitos lhe ofereceram o papel.

Além disso, o diretor Carlos Saura prepara um "Picasso e Guernica" que propõe ao ator há alguns anos e que "talvez acabe aceitando".

"É uma maneira completamente diferente de abordar Picasso", acrescenta, "ele se concentra nesta pintura excepcional que é 'Guernica'", inspirada pelo bombardeio.

Através desta pintura, uma das obras-primas mais famosas do mundo, Saura traz "uma reflexão sobre guerra civil, a violência (...) ele quer fazer uma pintura, literalmente".

A mansão da Costa Azul francesa onde Picasso passou seus últimos anos foi vendida nesta quinta-feira (12) por pouco mais de 20 milhões de euros a um empresário neozelandês em um leião em Grasse.

O artista espanhol comprou a propriedade de Mougins, perto de Cannes (sudeste) em 1961, morou nela com sua segunda esposa e musa inspiradora, Jacqueline Roque, e morreu ali 12 anos depois.

Roque disputou a propriedade com os filhos de Pablo Picasso após sua morte e se suicidou nesta casa em 1986. Sua filha, Catherine Hutin-Blay, nascida de um primeiro casamento, a herdou e vendeu, em 2007, por mais de 10 milhões de euros.

A propriedade, em um terreno de três hectares, que havia pertencido à família dona da cerveja Guinness e onde Winston Churchill passava as férias, foi comprada por um holandês.

Este a rebatizou de "O covil do Minotauro", a ampliou e construiu uma piscina, um elevador, uma quadra de tênis e um spa, antes de dificuldades financeiras o obrigarem a interromper as obras.

O novo dono aspirava a concluir aquelas obras "com a intenção de revender a casa por 170 milhões de euros", disse Maxime Van Rolleghem, advogado do banco holandês Achmea Bank, credor do proprietário.

A casa é um bom negócio. "Muitas vilas de prestígio valem muito mais na Costa Azul", acrescentou Van Rolleghem.

O advogado indicou que um investidor neozelandês de origem cingalesa, Rayo Withanage, apresentou, em junho, uma oferta no valor de 20,2 milhões de euros (23,8 milhões de dólares).

Nesta quinta-feira, nenhum outro investidor se apresentou no tribunal para o leilão, então será este homem. à frente da companhia de investimentos BMB, fundada em 2004 com um príncipe de Brunei, que arrematou o bem.

Contudo, a venda ainda não foi totalmente concluída, uma vez que o comprador tem dois meses para obter os fundos necessários.

"Rayo Withanage é proprietário a partir de hoje, mas deve pagar o preço em dois meses", confirmou Van Rolleghem.

A antiga mansão de Picasso se destaca por suas vistas da baía de Cannes e das montanhas, mas se encontra em um entorno um pouco barulhento e está sujeita a uma servidão de passagem (direito de transitar) para pedestres.

A casa principal, modesta na época de Picasso, data do século XVIII e foi profundamente restaurada. Grandes janelas de vidro foram adicionadas para contar com uma maior iluminação natural.

Do período de Picasso, a única peça original é o ateliê, onde há traços de tinta deixados pelo artista, mas a propriedade não contém nenhuma obra sua, segundo a agência imobiliária Michael Zingraf.

Esta empresa foi contatada há três anos para revender o imóvel, cujo valor estimou em entre 20 e 25 milhões de euros em seu estado inacabado das obras. Devido aos obstáculos financeiros do proprietário, a agência não pôde assumir seu mandato de venda nem organizar visitas.

O restaurador de arte Flávio Capitulino, natural de Sousa (PB), foi contratatado para restaurar obras de Picasso que foram roubadas e repassadas por R$ 100 milhões. O paraibano, que reside em Paris há 30 anos, é um dos mais renomados do mundo por ter restaurado quadros de Modigliani, Chagall, Matisse, Van Gogh e Leonardo da Vinci.

Em 2014, Capitulino foi contratado para restaurar duas obras de Picasso: ‘Mulher arrumando o cabelo’ e ‘Espanhola com um leque’. A mulher representada nos dois quadros era a última esposa do artista, Jacqueline Roque. Logo após terminar o trabalho, a filha de Jacqueline e enteada de Picasso, Catherine Hutin, entrou em contato com ele para restaurar algumas obras do padrasto que estavam em seu acervo pessoal.

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Em entrevista concedida ao Fantástico o paraibano revelou: "Começamos a fazer a separação do que precisava ou não ser restaurado, ela mostrou as fotos do quadro que tinha acabado de restaurar". Dessa forma, Catherine constatou que as obras teriam sido roubadas do seu acervo.

A polícia francesa aponta que os principais suspeitos foram os dois homens que contrataram os serviços de Capitulino: o sócio de uma empresa de armazenamento de obras Olivier Thomas e o negociante de arte Yves Bouvier. Em depoimento, Bouvier disse que vendeu as obras para o milionário russo Dmitry Rybolovlev, dono do time de futebol francês Mônaco, um dos maiores da França. 

Fábio Capitulino conta que já apresentou vários depoimentos a polícia francesa e acredita que os quadros foram furtados do acervo de Jacqueline Hutin pelo empresário Olivier Thomas. "Eu acho que foi o Olivier Thomas porque ele tinha todo o acesso ao acervo dela", revela.

Alguns jornais franceses que acompanham o caso questionam essa versão e apontam que existe uma possibilidade da enteada de Picasso ter repassado as obras de forma legítima. No entanto, Capitulino não acredita nessa hipótise. "A Catherine nunca venderia um quadro da mãe dela, porque é sagrado pra ela", disse.

Capitulino ainda conta que já recebeu ameaças de morte. “Eu já recebi uma bala dentro de um envelope. Foi um recado para eu ter cuidado com o que falo."

O ladrão de cinco obras-primas da pintura em 2010 no Museu de Arte Modena de Paris, um dos mais espetaculares dos últimos anos, foi condenado nesta segunda-feira (20) a oito anos de prisão. As obras roubadas, de Picasso, Matisse, Modigliani, Braque e Leger, estimadas em 100 milhões de euros, continuam desaparecidas.

Vjeran Tomic, apelidado de "homem-aranha" por sua habilidade em roubar de andares elevados dos melhores bairros de Paris jóias e obras de arte, tinha quinze condenações como antecedentes. Foi detido em 2011. Sem hesitar muito, confessou o roubo do museu, mas nunca forneceu os nomes das pessoas que o encomendaram. Outros dois homens, acusados de acobertá-lo, também foram condenados a penas de prisão de entre seis e sete anos.

Além disso, por terem roubado estes tesouros da humanidade, os três foram condenados a pagar uma multa de 104 milhões de euros à prefeitura de Paris, dona das pinturas.

A polícia turca recuperou em Istambul um quadro de Pablo Picasso roubado de um colecionador de Nova York, informou a agência de notícias Anatólia.

Supostos traficantes tentavam vender o quadro "Mulher penteando-se", quando os policiais disfarçados de possíveis compradores os detiveram e resgataram a obra de arte.

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A mulher que inspirou o mestre espanhol que pintou o quadro é Dora Maar, que foi companheira e modelo de Picasso.

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