Tópicos | plásticos

A rede estadual de ensino de São Paulo vai deixar de usar copos de plástico comum e materiais de plásticos. A medida deve contemplar as 5,3 mil escolas a partir do segundo semestre deste ano. De acordo com o governo de São Paulo, somente serão usados produtos de material biodegradável. Devem ser distribuídas 400 milhões de unidades pela rede pública, em um investimento de aproximadamente R$ 19 milhões.

"Os itens serão substituídos por copos confeccionados em polipropileno biodegradável, isento de deformações, furos, bordas afiadas e sujidades", disse em comunicado. A fabricação do produto é feita de acordo com as resoluções vigentes da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa).

##RECOMENDA##

No último dia 5, foi celebrado o 50° Dia Mundial do Meio Ambiente - data estipulada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1972, que tem como objetivo a importância de conscientizar a sociedade e todos os setores econômicos sobre o uso correto dos recursos naturais, assim como incentivar o debate sobre os impactos causados à natureza.

Ainda de acordo com o governo estadual, materiais escolares, como régua e transferidor, distribuídos pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo no início do ano letivo, também serão de material biodegradável a partir do ano que vem.

No próximo sábado (5) é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que visa conscientizar a população sobre a importância de preservar os recursos da natureza. Diante desta comemoração, muitos especialistas discutem sobre os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no meio ambiente.

Por um lado, o isolamento social colaborou com a diminuição de poluentes e reduziu o impacto da humanidade na natureza mas, de acordo com bióloga, doutora em biociências, coordenadora e professora do curso de Ciências Biológicas da UNG Letícia Ruiz Sueiro, a pandemia trouxe um aumento significativo de produtos descartáveis, como alimentos no formato de deliveries, ou máscaras, que são constituídos de plástico ou elementos que não possuem muitas saídas para a reciclagem e isso se torna um fator negativo para o meio ambiente.

##RECOMENDA##

O descarte irregular de embalagens de delivery, álcool em gel e das máscaras de proteção potencializaram um comportamento que já ocorria antes da pandemia. “Ao serem descartados de maneira incorreta, esses materiais vão parar em aterros sanitários não legalizados, em córregos e oceanos”, aponta Letícia.

A bióloga lembra que os plásticos se dividem em micropartículas, que se espalham pelas fontes de alimentos de vários animais e causam impactos na cadeia alimentar. “Isso também gera problemas de contaminação do solo, que os deixam inférteis. Com isso, geram-se também impactos econômicos, afinal, problemas ambientais geram obrigatoriamente consequências econômicas”, destaca Letícia.

Para contribuir com a saúde do meio ambiente, a doutora em biociências recomenda refletir se o consumo de determinados produtos pode ser evitado e se suas cadeias de produção são responsáveis com o meio ambiente. “Nós somos os consumidores e nós temos esse poder de decisão”, afirma. 

Uma vez que seja necessário adquirir esses materiais, Letícia explica que é necessário alguns cuidados na hora de realizar o descarte, entre eles, identificar se o produto é reciclável ou não. Segundo a bióloga, no caso das máscaras, é preciso realizar o processo de incineração, uma vez que são consideradas resíduos hospitalares e com alta chance de estarem contaminadas.   

que está previsto na lei para crimes ambientais

Segundo a advogada, mestre e doutora em direito ambiental, Francine Delfino, o artigo 255 da Constituição Federal garante proteção ao Meio Ambiente. Além disso, a Lei 9.605/98 realiza as seguintes divisões: (i) crimes contra a Fauna; (ii) crimes contra a flora; (iii) poluição e outros crimes ambientais; (iv) crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural; (v) crimes contra a administração ambiental; e (vi) infrações administrativas. “As punições podem ser desde multas administrativas até penas privativas de liberdade. Sendo este um importante passo para a efetivação da proteção do meio ambiente, prevista amplamente no cenário internacional”, detalha. 

Em casos de descartes irregulares, como os vistos durante a pandemia, a advogada destaca que a gestão dos resíduos é uma obrigatoriedade das empresas a partir de diversos regramentos ambientais, o que inclui Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81) e a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010). De acordo com Francine, o gerenciamento incorreto desses materiais poderá gerar multas ou limitar o exercício das atividades. 

A Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, que determina que todas as empresas que gerarem resíduos precisarão planejar a melhor maneira de realizar o descarte, o que se aplica aos materiais contaminantes e seus níveis de contágios. “Isso inclui serviço de coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final, não isentando, ainda, a responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pela gestão inadequada. No caso das empresas que operam com resíduos perigosos, será exigido também o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos (CNORP)”, explica a Francine.

De acordo com a advogada, a lei também prevê que os resíduos não poderão ser descartados em aterros, lixões, lotes vazios, rios e mares antes de um devido tratamento. Além disso, não pode haver queima a céu aberto. Francine lembra que o transporte desses materiais também é regulamentado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) 5232/16. “Destaque-se que a política nacional de resíduos sólidos prevê a extinção dos aterros sanitários, mas esse prazo já sofreu algumas alterações, tendo em vista a falta de preparo dos municípios para efetivar o descarte correto dos resíduos, os quais poderão causar danos ambientais irreversíveis”, recorda. 

De maneira geral, Francine afirma que o caminho para o descarte correto, tanto para empresas como para cidadãos, é a obediência aos regramentos legais. “Assim como a separação do lixo reciclável e os objetos que poderão ser reutilizados, para minimizar os danos e tornar mais barato o processo de descarte dos demais resíduos”, recomenda.

O prefeito Bruno Covas (PSDB) sancionou nesta segunda-feira, 13, lei que proíbe estabelecimentos comerciais de fornecerem produtos descartáveis feitos de plástico em São Paulo. Com um ano para se adequar à nova legislação, o comércio que desrespeitar as regras pode ser punido com multa de até R$ 8 mil ou acabar fechado pela Prefeitura.

De autoria do vereador Xexéu Tripoli (PV), o projeto havia sido aprovado pela Câmara Municipal em novembro. O texto da lei discrimina os utensílios que passam a ser proibidos na capital paulista. Segundo a redação, fica vedado o fornecimento de copos, pratos, talheres, agitadores para bebidas e varas para balões.

##RECOMENDA##

Além de bares, restaurantes e padarias, a nova lei mira empresas de festas infantis, clubes noturnos, salões de danças e espaços para eventos culturais e esportivos. "Em lugar dos produtos de plástico poderão ser fornecidos outros com a mesma função em materiais biodegradáveis", diz o texto. Segundo a lei, o objetivo é "permitir a reciclagem e impulsionar a transição para uma economia circular".

Os materiais do tipo oxi-biodegradáveis - muitas vezes apresentados como "biodegradáveis", por se decompor mais rápido - também estão proibidos. A medida, no entanto, não atinge a venda de descartáveis em supermercado ou uso de garrafas pet para embalagens. Como se tratam de temas federais, o Município não pode fazer lei específica para proibi-los.

Para Covas, a Lei dos Canudinhos, sancionada no ano passado e que deve ser regulamentada neste mês, foi responsável por abrir espaço para a proibição de outros utensílios de plástico na cidade. "Muito mais do que a sanção pecuniária ou do que a fiscalização feita pela Prefeitura, a lei transformou a cultura da nossa população: trouxe uma sanção social que fez com que os estabelecimentos se adaptassem", disse.

"Vimos a população abrindo mão de um conforto individual porque compreende que, se a gente não fizer isso agora, não vamos deixar o mundo que se vê para o nosso filhos, nossos netos", afirmou o prefeito. "Não tenho a menor dúvida de que, mais uma vez, a grande alteração é no jeito de consumir e de viver."

De acordo com o texto, em caso de desrespeito à legislação, o proprietário do estabelecimento receberá advertência na primeira autuação. Já na segunda, a Prefeitura irá aplicar multa de R$ 1 mil. O valor sobe para R$ 2 mil (terceira autuação) e R$ 4 mil (quarta e quinta autuações). Na sexta, a multa é de R$ 8 mil e o local é fechado administrativamente.

Embora a lei tenha argumento de preservação ambiental, a Prefeitura e a Câmara não dispõem de estudos específicos que indiquem qual o volume de plástico fornecido pelos estabelecimentos e o quanto a cidade vai deixar de descartar por causa da medida.

"A gente sabe hoje que, na cidade de São Paulo, 16% do lixo que vai para aterro sanitário é plástico. Mas a gente não consegue mensurar exatamente quanto desses 16% é de plástico de uso único (descartáveis)", afirmou o vereador Tripoli, autor do projeto.

Dados solicitados pela equipe do vereador à Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), obtidos pelo Estado, estimam que foram recolhidos cerca de 3,65 milhões de toneladas de resíduos domiciliares em 2019 - o que indica 635 mil toneladas (16,9%) de plástico.

Segundo a Amlurb, 75,4% desse grupo seriam formados por "plásticos moles" - a maioria, descartáveis. O órgão, entretanto, não faz distinção se a origem do resíduo é de residência ou comércio.

Covas quer 'plástico zero' em prédios municipais

Na contramão da nova lei para os comércios, prédios municipais - entre eles a sede da própria Prefeitura, no Viaduto do Chá - continuam fornecendo utensílios descartáveis de plástico para os frequentadores. Questionado, o prefeito Bruno Covas afirmou que pretende promover gradativamente a mesma mudança nesses locais.

"Algumas unidades da administração já estão fazendo isso. Não dá para implementar tudo da noite para o dia. Imagina que só as escolas municipais são 1,5 mil prédios públicos", disse. "A ideia é que o mais rápido possível a gente possa ter de forma generalizada, para que não haja mais em nenhum prédio público (usando utensílios descartáveis).

Segundo o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Ricardo Viegas, sedes de "algumas subprefeituras" e de Unidades Básicas de Saúde (UBS) já teriam abolido o plástico.

"O poder público precisa ser o exemplo na questão da utilização e da racionalização dos resíduos", afirmou. Em prédios mais complexos, como aqui (sede da Prefeitura) ou no Edifício Martinelli, estamos montando comitês específicos para que tenha uma dinâmica com relação a questão da racionalização."

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), sancionou nesta segunda-feira (13), lei que proíbe estabelecimentos comerciais de fornecerem produtos descartáveis feitos de plástico na capital. Segundo a Prefeitura, os comércios terão um ano para se adequar à nova legislação, que entra em vigor no dia 1º de janeiro de 2021.

Com origem na Câmara Municipal, o texto aprovado veda o fornecimento de copos, pratos, talheres, agitadores para bebidas e varas para balões descartáveis. Além de bares, restaurantes e padarias, a lei deve impactar estabelecimentos como bufês infantis e hotéis.

##RECOMENDA##

"Em substituição aos produtos de plástico descartáveis poderão ser fornecidos outros com as mesmas funções elaborados com matérias biodegradáveis", diz a Prefeitura, em nota. Os materiais do tipo oxi-biodegradáveis também estão proibidos.

A lei, no entanto, não atinge a venda de descartáveis em supermercado nem o uso de garrafas pet para embalagens, uma vez que esses temas dependem de legislação federal.

A Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou nesta quarta-feira, 17, em segunda votação, um projeto de lei que proíbe o fornecimento de canudos plásticos em estabelecimentos comerciais, como restaurantes, bares, padarias e hotéis. O projeto segue agora para sanção do prefeito Bruno Covas (PSDB).

O Projeto de Lei 99/2018 tem autoria do vereador Reginaldo Tripoli (PV). Pelas suas redes sociais, ele comemorou a aprovação. "Uma decisão muito importante para combater o excesso de lixo na cidade e criar uma nova visão sobre o consumo do plástico desnecessário. Agradeço à população engajada na questão, que já entendeu a urgência na mudança de hábitos."

##RECOMENDA##

O projeto diz que, no lugar dos canudos, poderão ser fornecidos canudos de papel reciclável ou de material comestível ou biodegradável. Para quem descumprir o determinado, a multa imposta a partir da segunda autuação é de R$ 1 mil, e pode chegar até a R$ 8 mil em caso de reincidência, com fechamento administrativo do estabelecimento flagrado.

O vereador Fernando Holiday (DEM) votou contra o projeto, sustentando que a proibição "apenas esconde o problema real de descarte irregular de lixo". São Paulo poderá se juntar a outras cidades que já proíbem o canudo, como o Rio de Janeiro.

Ruas

A Câmara também aprovou nesta quarta o Projeto de Lei 695/2017 que proíbe que pessoas condenadas por corrupção, entre outros crimes, possam ser homenageadas com nomes de ruas, avenidas, praças ou de equipamentos públicos como escolas e teatros na cidade de São Paulo.

"A Lava Jato vai criar uma velha geração de políticos condenados por crimes contra o Brasil, que assim que morrerem, poderão ser homenageados com nomes de ruas, já que a lei atual é subjetiva. Vemos nas ruas, pessoas defendendo condenados por corrupção e provas robustas, sem qualquer pudor", disse o vereador Rinaldi Digilio (PRB). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo japonês decidiu cortar o uso de produtos de plásticos em cafeterias e lojas em cerca de 200 órgãos e instituições ligadas ao governo, como universidades, a partir do ano fiscal de 2019, que tem início em abril.
A decisão tem como objetivo reduzir a quantidade de dejetos de plástico nos oceanos. Ela foi tomada quando as diretrizes para a assinatura de contratos entre o governo e operadoras de cafeterias e lojas estavam sendo revisadas.
Será pedido às operadoras de cafeterias que evitem o uso de talheres e recipientes descartáveis de plástico. A exceção é para serviços a portadores de deficiências.
Os donos de lojas de conveniência e demais varejistas serão orientados a deixar de fornecer sacolas plásticas, além de canudos e colheres de plástico.
O governo afirma que só irá assinar contratos com entidades capazes de atender aos novos padrões.
O ministro do Meio Ambiente, Yoshiaki Harada, afirmou que as novas diretrizes serão rigorosamente aplicadas. Ele disse acreditar que a campanha do governo incentive autoridades provinciais, municipais e diversos setores industriais a adotar a medida.

O vereador mais jovem do Recife, Rodrigo Coutinho (SD), começou mais um ano de trabalho legislativo reforçando a sua preocupação com o meio ambiente. O parlamentar é autor do projeto de lei nº 20/2018, que pretende proibir a venda de canudos de plásticos no município. 

Ele sugere reduzir o impacto da poluição nos oceanos a partir do que é possível fazer a nível municipal. “Cada canudo de plástico utilizado para tomar aquela água de coco ou drinque na praia, quando descartado incorretamente, vai parar no mar e navega mundo à fora prejudicando espécies marinhas”, alertou por meio das redes sociais. 

##RECOMENDA##

“A ideia é estimular o uso de canudos reutilizáveis, produzidos em materiais como vidro, metal, papel, bamboo ou até material comestível. Além de baratas, essas alternativas podem ser usadas por anos e evitam o descarte de lixo no oceano”, explicou Coutinho. 

O Rio de Janeiro foi a primeira cidade brasileira a proibir os canudos de plástico em locais que vendem alimentos e bebidas. A fiscalização do uso de canudos plásticos em bares, restaurantes, lanchonetes e padarias iniciou em meados do ano passado na cidade. 

Em defesa ao descarte de plásticos nos oceanos e para sensibilizar a população sobre a importância de conservar o ambiente marinho, um mutirão de limpeza em ação voluntária será realizado neste sábado (14) na praia do Pina, Zona Sul do Recife. O evento ocorre das 8h às 18h. Os interessados em participar da ação podem acessar o site mutirão Recifee confirmar a inscrição que é gratuita.

O evento “Oceano Sem Plástico”  contará com a participação de agentes especialistas nas áreas de Educação Ambiental e Conservação da Marinha que vão conversar com banhistas na busca de conscientizar a população sobre o problema do descarte incorreto do lixo no meio ambiente. O intuito dos organizadores é reunir centenas de pessoas, incluindo banhistas, catadores, barqueiros, agentes de saúde e estudantes. 

##RECOMENDA##

Os voluntários que vão participar da ação serão divididos em grupos, com orientação de um profissional envolvido, e cada um deles será responsável por coletar um material específico. O objetivo é colher o máximo possível de micro plásticos - embalagens, canudos, bitucas de cigarro, e tampinhas de garrafa, que, devido ao tamanho reduzido, se misturam à areia da praia.

Um estudo divulgado pelo Fórum Econômico Mundial aponta que até 2050 haverá mais plástico do que peixe nos oceanos. Por isto, o Projeto tem como urgência debater o assunto em evidência já que esses resíduos podem levar de 100 até 500 anos para se decompor e são descartados inadequadamente todos os dias nas praias, no mar, nos rios, nos canais e vias públicas. O evento é patrocinado pelo WWF-Brasil.

Serviço

Oceano Sem Plástico 

Quando: 14 de abril

Horário: 8h às 13h

Local:  Praia do Pina (na altura do JCPM)  

Inscrições gratuitas

Por André Cabral

A prefeitura de Guarulhos recebeu a doação de 10 mil vasos de plástico reciclado da Finoplastic, que serão utilizados em programas de educação ambiental da Secretaria de Meio Ambiente (Sema). 

O chefe de divisão Wander Martins, da Sema, recebeu as peças e informou que elas serão utilizadas para a plantação e germinação de sementes que serão utilizadas nas atividades de educação ambiental desenvolvidos nos viveiros educativos no Bosque Maia e no Horto Florestal Burle Marx, no bairro de Bonsucesso.

##RECOMENDA##

Os projetos ambientais serão realizados com a participação de crianças e jovens das redes municipal, estadual e particular de ensino de Guarulhos, durante as atividades de conscientização sobre a importância da arborização para a qualidade de vida nas cidades.

A produção física de transformados plásticos no Brasil, indicador considerado fundamental para a evolução dos negócios da petroquímica Braskem, encolheu 2,7% neste ano, em comparação com 2013, e atingiu 6,24 milhões de toneladas. O número apresentado nesta segunda-feira (8), pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), indica que a produção nacional já se aproxima do patamar registrado em 2010, quando foram produzidas 6,29 milhões de toneladas. Entre 2011 e 2013, a produção havia praticamente se estabilizado no patamar de 6,4 milhões de toneladas.

A indústria plástica nacional continua enfrentando dificuldades em concorrer com o produto importado, sobretudo em um momento no qual a indústria petroquímica norte-americana recupera o fôlego em função da exploração do shale gas. O avanço dos produtos chineses também é uma grande preocupação. O país asiático já responde por um quarto de toda a importação de plásticos feita pelo Brasil. Na ponta exportadora, por outro lado, a indústria nacional é vitimada pelas dificuldades econômicas enfrentadas pela vizinha Argentina.

##RECOMENDA##

Em 2014, os números preliminares da Abiplast indicam uma expansão de 6% das exportações, as quais somaram 778 mil toneladas. As exportações, por sua vez, encolheram 3,4% na comparação com o ano passado e atingiram 238 mil toneladas, quase 30% a menos do que em 2007, o ano pré-crise na economia mundial. O déficit anual, com isso, deve fechar o ano em 540 mil toneladas, alta de 11% sobre o ano passado.

Em dólares transacionados, a situação é igualmente delicada. As importações cresceram 3% no ano e já somam US$ 3,96 bilhões, mais de duas vezes o US$ 1,83 bilhão apurado em 2007. As exportações caíram 1,4% na comparação entre 2014 e 2013 e somaram US$ 1,38 bilhão. O déficit previsto para este ano é 6% superior ao do ano passado e deve atingir US$ 2,59 bilhões.

Consumo

Os fracos resultados do setor não refletem apenas a perda de competitividade da indústria plástica nacional. A demanda interna também está encolhendo, reflexo da debilidade da economia brasileira e da perda de competitividade da indústria nacional. O consumo aparente de transformados, indicador que considera a soma de produção e importação, sendo descontadas as exportações, encolheu 1,7% em 2014. Foram consumidos 6,78 milhões de toneladas de peças plásticas neste ano, contra 6,90 milhões de toneladas de 2013.

Este mercado deve movimentar R$ 70,5 bilhões até o final do ano, queda de 5,4% em relação a 2013, com base em números associados ao consumo aparente. O faturamento do setor, por sua vez, deve atingir R$ 66,66 bilhões, retração de 6,45% em igual base comparativa.

2015

Após o fraco resultado esperado para este ano, a Abiplast projeta leve recuperação da indústria nacional em 2015. A produção física deve crescer 1%, em linha com a expectativa de recuperação da indústria nacional. A produção voltaria, dessa forma, ao patamar de 6,3 milhões de toneladas anuais.

A variação positiva seria explicada principalmente por um aumento de 2% no consumo aparente de transformados plásticos no Brasil, alcançando 6,9 milhões de toneladas. A maior demanda, contudo, continuará a ser atendida principalmente por importações, as quais devem crescer 6% em 2015, de acordo com a Abiplast. As exportações, por sua vez, crescerão apenas 0,5%, gerando assim um aumento de 8% no déficit da balança comercial dos transformados plásticos.

O holandês Boyan Slat, de apenas 19 anos, propõe usar as correntes marinhas para livrar os oceanos das milhares de toneladas de plásticos contaminantes, uma ideia que espera que seja revolucionária e na qual 100 pessoas já trabalham.

Até agora, outros projetos se baseavam na coleta de plásticos com a ajuda de barcos. Mas, "por que esta necessidade de ir até os dejetos quando eles podem vir a nós?!", diz, sorrindo, Boyan, que parou os estudos de Engenharia Aeronáutica para se concentrar em seu projeto.

##RECOMENDA##

A "sopa de plástico" — dejetos jogados no oceano - tem um impacto ambiental considerável. Os animais marinhos, como os golfinhos e as focas, enredam-se nela, estrangulam-se e se afogam. Outros a comem, como as tartarugas que confundem as sacolas plásticas com águas-vivas.

Além disso, decomposta em pequenas partículas, esta matéria, nociva para a fertilidade e acusada de provocar doenças cancerígenas, entra na cadeia alimentar. A "sopa de plástico" também causa estragos no setor pesqueiro e turístico: as perdas são calculadas em bilhões de euros ao ano.

A maior parte do plástico acaba nos cinco principais giros oceânicos, como são chamadas as imensas correntes marinhas circulares que facilitam a concentração de enormes placas de detritos chamados "continentes" de plástico.

Mas as estimativas variam sobre a quantidade total de plástico nos oceanos, estimada entre centenas de milhares e milhões de toneladas.

Um "V" gigante - O projeto de Boyan consiste em estender duas boias flutuantes com 50 km cada formando um "V" até o fundo do mar. Elas bloqueariam os plásticos mediante uma cortina de três metros de profundidade.

Dessa forma, o plástico, concentrado no centro do "V", poderia ser armazenado em uma plataforma cilíndrica de 11 metros de diâmetro à espera de que um barco possa coletá-lo. Seria possível armazenar até 3.000 metros cúbicos de plástico, o equivalente a uma piscina olímpica.

Uma esteira transportadora, instalada na plataforma e alimentada por painéis solares, permitira levar os pedaços mais volumosos a uma desmanteladora.

Boyan conta ter-se interessado pelo tema após "praticar mergulho durante férias na Grécia". "Debaixo d'água vi mais plástico do que peixes", lamenta.

O jovem apresentou seu projeto no final de 2012, com poucas esperanças de que o levassem a sério. Agora, pelo menos 100 pessoas já trabalham nele, algumas em tempo integral.

 "Mais eficaz e mais barato" - Depois de anos de testes e de um estudo de viabilidade, Boyan quer um projeto-piloto dentro de três ou quatro anos, antes da possível instalação do primeiro dispositivo, no Pacífico Norte.

Ele se deu um prazo de 100 dias para arrecadar dois milhões de dólares, por meio de financiamento coletivo ("crowdfunding"), um montante que lhe permitirá dar continuidade à aventura. Depois de 33 dias, ele já arrecadou mais de um milhão de dólares.

Em dez anos, o dispositivo permitiria coletar quase a metade dos dejetos do Pacífico Norte. Segundo Boyan, seu método é milhares de vezes mais rápido do que os convencionais. "E além de ser mais eficaz, seria mais barato", ressalta.

Cerca de 70 oceanógrafos, engenheiros e juristas participaram do estudo de viabilidade sobre os materiais, os temas legais, ou o financiamento, entre outros. "Por sorte, estou cercado de pessoas com mais conhecimento e experiência do que eu", sorriu.

"Perguntas sem resposta" - "Responderam-se algumas perguntas que se fazia à comunidade oceanográfica, mas ainda restam outras sem resposta", explicou à AFP Kim Martini, da Universidade de Washington, em Seattle.

Alguns analistas estimam que o estudo de factibilidade subestima a proporção de micro-plásticos de alguns milímetros, mais difíceis de extrair. Também consideram que o dispositivo pode representar um obstáculo perigoso para a vida marinha e para a navegação.

A presidente da Associação dos 5 Giros, Anna Cummins, não entende porque Boyan quer instalar o dispositivo "tão longe da costa". "Coletar dejetos no meio do oceano é como recolher água de uma torneira continuamente aberta", diz Daniel Poolen, da Fundação "Sopa de Plástico". "É preciso ir à foz (desembocadura) dos rios, ir à fonte", afirma.

Boyan diz que o estudo de viabilidade levou em conta os problemas técnicos, mas admite que o projeto "não permitirá coletar todos os dejetos". Além disso, falta uma mudança de mentalidade e "infelizmente as pessoas continuarão jogando plásticos fora".

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando