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Um homem morreu e três ficaram feridos após troca de tiros com policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) na Praça Roosevelt, região central de São Paulo, no início da tarde desta quarta-feira, 15.

Segundo o delegado Fábio Sandrin, da 6ª delegacia do Deic, os homens pertenciam a uma quadrilha suspeita de roubar relógios Rolex. Os policiais estavam seguindo a quadrilha nesta quarta quando fizeram a abordagem.

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Na saída do túnel da Praça Roosevelt, os agentes perceberam que o motorista de um carro entregou uma arma para um dos assaltantes, que estava em uma moto. O motociclista, então, se aproximou de um táxi e tentou assaltar o passageiro.

Neste momento, os policiais saíram da viatura e teve início a troca de tiros. Homens que estavam em outro carro, que dava cobertura à ação criminosa, também participaram do confronto. Um deles foi atingido e morreu e outro ficou ferido. O motociclista também foi baleado e socorrido em estado grave. Já o suspeito que entregou a arma ao homem na moto conseguiu fugir.

A troca de tiros ocorreu por volta das 14h30, pouco antes da manifestação de professores da rede estadual de São Paulo entrar na Rua da Consolação.

O segurança de um mercado na Praça Roosevelt disse ter ouvido cerca de 15 disparos de pistola quando a polícia abordou os bandidos. "Ouvi os estrondos da polícia atirando e vi o motoqueiro caído no chão. A gente correu para dentro do mercado para não se machucar", disse Weule Cristofe dos Santos Barbosa, de 32 anos.

Segundo o vigia, um funcionário da Eletropaulo que fazia reparo em cima de um poste de luz na praça na hora do tiroteio ficou em estado de choque e foi socorrido por comerciantes do local. Duas moradores da região que pediram para não se identificar disseram que ouviram tiros de metralhadora. "Foi em sequência, tá, tá, tá, tá. Sai na janela e vi um dos policiais com a metralhadora na mão, contou.

A aposentada Minervina Menezes, de 65 anos, que mora no 10º andar do prédio na esquina onde ocorreu o tiroteio disse que os assaltos a veículos na saída do túnel são frequentes. "Outro dia eu vi dois bandidos puxando um rapaz de dentro de uma picape para roubar. Hoje, só ouvi os tiros, uns seis, e quando saí na janela o rapaz já estava no chão. Foi muito rápido, contou.

A perícia chegou ao local por volta das 18 horas. O túnel está interditado no sentido centro desde então.

Pouco depois das 18h de quinta-feira, logo após Rodolfo García Vázquez, Ivam Cabral e a equipe do Festival Satyrianas darem início ao evento, uma performance mostrava artistas descendo, por meio de cordas, o prédio da SP Escola de Teatro. Os performers flutuavam no ar em um mundo paralelo, que se refletiu durante todo o festival.

Durante as prometidas e já tradicionais 78 horas de programação, a Praça Roosevelt realçou duas de suas características: a de ser um lugar democrático e a de ser um reduto do teatro.

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De longe se avistava a multidão que tomava a praça, mais notavelmente à noite, com a programação em uma mão, cerveja na outra, nas filas para comprar os ingressos. O público se misturava com nomes do teatro paulistano que circulavam por ali - como o sempre presente Gero Camilo, a atriz Paula Cohen e diretores como Luiz Fernando Marques (Grupo XIX de Teatro) e Ruy Cortez (Companhia da Memória) -, moradores e skatistas que, com ou sem Satyrianas, aproveitam o concreto uniforme da praça.

Novidade desta edição, a Feirinha Gastronômica foi um acerto, ampliou ainda mais o movimento e criou um ambiente mais calmo, com massagens a um real por minuto e eventuais vendedores de poesia. "Só achei que tinham poucas opções vegetarianas", diz Mônica Hirano, 22, estudante de administração da FGV que variou entre samosas (pasteis indianos) de queijo e paletas mexicanas.

Um dos grandes sucessos das Satyrianas foi a programação do Dramamix, com encenações dramáticas de textos escritos por dramaturgos convidados, especialmente para o festival. As filas para a compra de ingressos na SP Escola de Teatro eram constantes e os horários não configuravam impedimento para o público: com início às 0h30 de sábado, por exemplo, a leitura de Sombrio Gêmeas - texto de Alessandro Toller encenado pelas gêmeas Fernanda e Roberta Stein - lotou uma das salas da escola.

O evento, que começou às 18h da última quinta e terminou às 23h59 do domingo, 23, reuniu mais de 600 apresentações artísticas em 43 lugares da Praça Roosevelt e arredores.

A mágica que o grupo dos Satyros fez para transformar a Praça Roosevelt e faz, há 25 anos, no palco, também deve se aplicar ao tempo. Segundo Ivam Cabral, um dos diretores da companhia, a equipe do festival Satyrianas armou, em menos de 60 dias, o evento que ocupa 43 lugares (na Praça Roosevelt e região) com 602 apresentações (ante 500 do ano passado). Na 16.ª edição das Satyrianas, que começa às 18h desta quinta-feira, 20, e vai até 23h59 de domingo, 23, o tempo é o mesmo de sempre: são 78 horas praticamente ininterruptas de atividades culturais, agora com mais atrações.

Segundo o coordenador geral do evento, Gustavo Ferreira, a ideia deste ano é manter a diversidade de linguagens, aproximando algumas que não estavam muito presentes em outras edições. "Queríamos trazer mais performance. Para isso, temos a curadoria de Beth e Marcus Lopes, que pesquisam a área e investigam novas tecnologias." Essas atrações vão se concentrar no novo Estação Satyros - o prédio onde funcionava o Espaço dos Satyros 2, que está em reforma. O local será provisoriamente reaberto apenas para as Satyrianas. Depois, volta à reforma, que deve ser concluída entre fevereiro e março.

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Entre os destaques dessa vertente está Desiderata, projeto no qual atores do grupo Sensus interpretam textos dentro de uma caixa de vidro, no meio da Roosevelt. Durante a atuação, a caixa é suspensa por uma plataforma, dando ao espectador uma vista aérea do local.

O circo, que teve sua última instalação na Praça em 2009, volta a ganhar destaque. Como o piso da Roosevelt é de concreto, não é possível perfurá-lo para prender a lona, o que faz com que as atividades circenses sejam apresentadas a céu aberto. Com curadoria de Hugo Possolo, Raul Barreto e Elisa Soveral, o espaço tem programação noturna, com números de cabaré. A programação infantil ocorre em uma tenda montada na Praça com espetáculos apresentados durante o dia.

Pela primeira vez, as Satyrianas incluem a gastronomia em sua programação. Além dos bares da Praça, que funcionam normalmente durante o evento, o público terá a Feirinha Gastronômica, que ocorre todo domingo no Butantã e vai até o Centro com pratos de cozinheiros iniciantes e profissionais.

Atrações já tradicionais das Satyrianas continuam na programação. É o caso, por exemplo, do Dramamix, projeto em que dramaturgos e roteiristas são convidados a escrever textos inéditos para o evento, quando ganham encenação dramática (apresentação que fica entre a simples leitura dramática e o espetáculo em si).

A ação acaba sendo um aperitivo do que pode surgir na cena teatral do próximo ano, já que muitos dos textos que passam pelo Dramamix acabam sendo, de fato, montados - foi o que aconteceu, por exemplo, com Eu Cão Eu (Hugo Possolo) e Ilhada em Mim (Gabriela Mellão). Este ano, 35 dramaturgos participam do evento: entre eles, Lauro César Muniz, com Nossa Senhora dos Oprimidos (direção de Fernando Neves), e Walcyr Carrasco, com Jonas e a Baleia (direção de Ney Matogrosso).

Uma tenda de música também vai ser montada na Roosevelt para receber shows como Megatamainho, de Gero Camilo, e Negra - O Show, em que Fernanda D’Umbra interpreta músicas gravadas por negras americanas, como Nina Simone e Ella Fitzgerald.

Como nas edições anteriores, as Satyrianas funcionam no esquema de "ingresso consciente", em que o espectador decide quanto paga por espetáculo. Para Gustavo Ferreira, o sistema tem funcionado cada vez melhor. "Algumas bilheterias se saem bem", diz o coordenador. "É difícil um espetáculo arrecadar menos de R$ 200, o que daria uns R$ 5 por pessoa."

As Satyrianas têm apoio estadual e municipal que, somados, totalizam R$ 90 mil, verba ínfima para o porte do evento. "Ainda que tivéssemos mais dinheiro, seria impossível distribuir cachês com igualdade", diz Rodolfo Vázquez, um dos curadores do evento. "Satyrianas é um evento que nasceu para ser pobre", diverte-se.

Vázquez é otimista em relação ao estrondo que a programação causa no entorno. Ele conta que, em uma edição anterior, ele foi ameaçado via SMS por um morador irritado com o disparo de fogos de artifício. Ele prometeu que não haveria mais fogos, mas não contava que uma peça do Teatro Oficina voltaria a fazer o barulho. "Quando vi Zé Celso com aqueles fogos gritando ‘Evoé! Evoé’, pensei ‘Evoé? Eu vou é pra minha tumba!’", ri. A equipe considera a experiência do ano passado, que transcorreu sem problemas.

A programação completa das Satyrianas pode ser vista em satyrianas.com.br. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Neste sábado (29), depois de R$ 55 milhões e 23 anos de discussão, será inaugurada a nova Praça Roosevelt, no centro da cidade de São Paulo. Debatida desde 1989, a renovação só começaria a sair do papel em 2010. No total, houve recuperação estrutural de 19 mil metros quadrados.

A Praça Roosevelt começou a ser construída em 1967 e ficou pronta três anos depois. Nos anos 1980, entrou em decadência e ficou conhecida como ponto de usuários de drogas. Agora, com a reforma, quer se livrar da imagem negativa. Segundo a SP Obras, tudo foi pensado para favorecer a integração dos frequentadores da praça. Por isso, há um cachorródromo, bancos para descanso e muitas áreas livres.

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