Às 9h24 desta quarta-feira (15), o julgamento sobre a morte do advogado Manoel Mattos foi retomado na sede da Justiça Federal, na Zona Oeste do Recife. Esperança e confiança de ambos os lados: para a acusação, as provas são suficientes. Já a defesa acredita que, após a fala dos acusados, o júri se certificará da inocência de todos os cinco acusados. No meio do fogo cruzado, a família da vítima, representada pela mãe de Manoel, Nair Ávila.
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Acusados negam execução de Manoel Mattos
Visivelmente emocionada, ela disse estar esperançosa, ansiosa pelo que acredita ser o justo: a condenação de Flávio Inácio Pereira, Cláudio Roberto Borges, Sérgio Paulo da Silva, José Nilson Borges e José Silva Martins. “É uma luta, mas confio que teremos a vitória. A vitória é a condenação de todos. Vou ficar mais aliviada e continuarei minha tarefa como defensora dos direitos humanos. Meu filho é um símbolo”, disse Nair Ávila. O procurador da República Alfredo Falcão, responsável pela acusação, afirmou que os laudos são bastante claros e não crê em outro desfecho que não seja o da condenação dos réus.
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Harley Cordeiro, advogado dos réus Flávio Inácio Pereira e Cláudio Roberto Borges, acredita que o julgamento deve se estender por cerca de nove horas, por conta das falas da defesa, acusação e suas réplicas. “Estou mais convencido ainda (da inocência dos réus), se eu não estivesse confiante não estaria aqui. Se os jurados avaliarem pelo o que foi colocado, certamente teremos surpresas hoje”, aposta.
Integrante da comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE), Manoel Mattos foi morto em 2009, quando estava em sua casa, na Praia de Pitimbu, na Paraíba. Por sua atuação no combate a grupos de extermínio na chamada “Fronteira do Medo”, entre os dois estados, a hipótese mais latente é a de que o advogado tenha sido morto por integrantes destes grupos.