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A Copa do Mundo acabou. A final, ainda indefinida, só será realizada no domingo (13), no Maracanã, porém na Região Metropolitana do Recife (RMR) e, especificamente, na Arena Pernambuco, o Mundial da Fifa já é passado. Entre as lembranças, a força-tarefa para fazer da mobilidade um gol de letra para turistas e torcedores em geral. Metrôs novos, sistema BRT reforçado, rapidez para entrega (parcial) de obras inacabadas. E agora, que a Copa do Mundo acabou?
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Inseparável do sentimento de que o torneio foi um momento especial para o país, está a incerteza sobre as consequências práticas no cotidiano “normal” do Recife, sem Copa, sem delegações escoltadas e nem turistas. O Corredor Leste/Oeste do BRT, por exemplo, começou a operar paulatinamente, com apenas a linha Camaragibe/Derby fazendo utilização da faixa exclusiva e das estações; nem todas estão prontas, mesmo depois da Copa.
Para a secretária-executiva das Cidades, Ana Suassuna, os recifenses não precisam temer. “A população não tem por que temer. As obras não serão abandonadas, relegadas a outro plano. O projeto do BRT quer conquistar novos usuários, a cidade vai adquirindo este equipamento maravilhoso e a população será protagonista deste novo transporte público”, apontou a secretária. Sobre os prazos, Suassuna garantiu que até o início do mês de setembro, o Túnel da Abolição estará em pleno funcionamento.
Assim como o Leste/Oeste, o Corredor Norte/Sul estava presente na lista de obras fundamentais apontadas pela Matriz de Responsabilidades da Fifa (documento que apontou reajustes infraestruturais para a realização do torneio mundial no Brasil). Diferente da via já em funcionamento, o Corredor Norte/Sul, que liga os municípios de Igarassu, Abreu e Lima, Paulista, Olinda e Recife, ainda aparenta estar longe da conclusão. Em Abreu, as estações estão com as obras paradas e o clima é de descaso. Segundo a Secretaria das Cidades, em novembro de 2014, todo o Corredor estará alimentado com os novos veículos BRT.
Ramal interditado – Na última sexta-feira (4), o Ramal da Copa, via construída para dar rápido acesso do Terminal Integrado de Camaragibe à Arena Pernambuco, voltou a ser bloqueado. Entregue parcialmente para a realização dos jogos do Mundial, o Ramal continuará com as obras que, de acordo com a Matriz de Responsabilidades, deveriam estar prontas em abril de 2013.
“Até o final do ano, esperamos estar com as obras concluídas. O Ramal privilegiou a chegada das pessoas durante a Copa e agora continuaremos com as obras, porque o local será ampliado”, disse Ana Suassuna. Os recursos para as obras são de responsabilidade compartilhada pelo Governo Federal, financiados pela Caixa, e pelo Governo Estadual, num total de R$ 180 milhões. Segundo a secretária-executiva, não haverá novas desapropriações por conta das obras.
Vizinho do Ramal da Copa, o morador Antônio Ferreira assiste, praticamente da porta de casa, às construções da via. Para o aposentado, a intervenção vai melhorar e muito a realidade do bairro do Timbi e de outras localidades próximas. “Vejo o movimento das máquinas, vou lá conversar com o pessoal. Aqui nesta parte de cima, dizem que tem projeto também, vieram medir, mas até agora não falaram nada de desapropriação, não”, explicou.
Via Mangue pela metade – Também presente na Matriz de Responsabilidade, a Via Mangue foi entregue, parcialmente, à população. Apenas a pista oeste está disponível aos condutores que querem chegar à Zona Sul da capital pernambucana.
Na faixa do outro lado, obras ainda sendo realizadas, depois de um ano do prazo inicial, julho de 2013, mesmo com os mais de R$ 430 milhões de investimentos municipais e federais destinados à obra. Sob o “progresso” da Via Mangue, as inúmeras palafitas que sobrevivem às construções, à margem do Rio Capibaribe. Como o Loteamento São Francisco, em Camaragibe, em alguns anos os moradores poderão ser desapropriados pelo desenvolvimento.