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Operação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) – feita entre os dias 18 e 29 de julho – resgatou 36 homens que trabalhavam em situação análoga à de escravos no Mato Grosso e no Pará, segundo o Ministério do Trabalho. A operação foi realizada por auditores-fiscais da pasta, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, Procuradoria do Trabalho e Advocacia da União. O grupo montou bases nas cidades de Alta Floresta e Guarantã (MT), visitou fazendas e uma mineradora de ouro nas cidades de Altamira (PA) e Terra Nova do Norte (MT).

Segundo o Ministério do Trabalho, o primeiro resgate foi em uma fazenda no Distrito de Cachoeira da Serra, em Altamira, onde quatro trabalhadores atuavam sem registro no cultivo de bananas. A 100 quilômetros dali, mais 12 trabalhadores foram encontrados em outra propriedade do mesmo dono, também em situação de trabalho escravo, atuando na criação de bovinos de corte.

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Os 12 operários estavam em condições piores que os demais, alojados em barracos de lona, tomando água de um riacho e sem instalações sanitárias. Os fiscais constataram que eles eram pagos a cada dois meses, mas o empregador vendia produtos para os empregados, gerando um endividamento que os deixava quase sem salário a receber.

Nas duas localidades, os trabalhadores não tinham carteira assinada. Os fiscais do Ministério do Trabalho fizeram o resgate e o proprietário assinou um termo de ajuste de conduta (TAC) emergencial, pagando rescisões no valor total de R$ 57.718,91. Ele vai responder a ações civis públicas individuais e coletivas do Ministério Público do Trabalho por danos morais.

O outro grupo foi resgatado de uma mineradora de ouro, na Gleba Uru, zona rural de Terra Nova do Norte (MT). Os auditores-fiscais encontraram 28 trabalhadores no local, sendo que 26 estavam sem registro e 20 em condições análogas à de escravidão. A jornada de trabalho chegava a 14 horas por dia.

O valor total das rescisões na mineradora chegou a R$ 251.782,68, que já foram pagos aos trabalhadores. O proprietário também pagará por danos morais. Os valores por dano moral individual foram acertados em R$ 10 mil, R$ 7 mil e R$ 5 mil, conforme o tempo de admissão do trabalhador. O dano moral coletivo foi fixado em R$ 150 mil.

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Depois de inúmeros protestos realizados pelos trabalhadores da Alumini Engenharia, consórcio de empresas atuantes na Refinaria Abreu e Lima, um denominador comum foi encontrado na manhã desta sexta-feira (5), na Procuradoria do Trabalho, no Recife. As empresas terão até o dia 19 de dezembro para depositar os valores de rescisão indireta dos contratos e dos salários atrasados do mês de outubro, além da multa de 40% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Segundo as informações divulgadas pelo Sintepav, sindicato dos trabalhadores de Suape, o pagamento dos salários de outubro ultrapassam os R$ 12 milhões e a multa de 40% do FGTS é superior a R$ 86 milhões. Em relação às férias em atraso, a Alumini reconhece a dívida de pouco mais de R$ 414 mil aos trabalhadores e garante o pagamento do valor até 19 de fevereiro de 2015. Há uma multa relacionada a esta questão de mais de R$ 11 milhões (que será paga no dia 19 de março do próximo ano).

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Após a reunião desta sexta, as empresas ainda garantiram que será realizada a baixa nas carteiras de trabalho dos empregados que tiveram o contrato encerrado no dia 12 de novembro e para os trabalhadores demitidos pela empresa antes desta data, no prazo de até 15 dias, contados a partir da homologação do acordo. Caso a Alumini não cumpra o acordo dentro dos prazos, estará sujeita a multar de 50% sobre o valor do saldo. 

Garantias aos funcionários e contas bloqueadas

De acordo com o sindicato da categoria, as funcionárias gestantes terão todos os direitos garantidos, com os casos analisados individualmente. Profissionais que retornaram do benefício previdenciário também terão os direitos assegurados, caso seja necessária análise. 

Os valores bloqueados da Construtora Barbosa Mello permanecem bloqueados até o pagamento devido aos trabalhadores, no dia 19 de dezembro. Todos os valores da Alumini, Consórcios e Construtora Barbosa Mello com a Petrobras, de contratos não relativos à Refinaria, permanecerão bloqueados caso não haja a quitação dos valores devidos no dia 19 de dezembro.

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