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A conta de luz deve subir, em média, 5,6% em 2024, segundo estimativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A projeção está acima do IPCA (principal índice brasileiro de inflação) projetado pelo mercado para o período, de 3,86%, de acordo com o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central.

Segundo o diretor-geral da agência reguladora, três fatores influenciam para a projeção de aumento na conta de luz. A primeira delas é a expansão da rede de transmissão, já que os consumidores remuneram as transmissoras de energia via tarifas.

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"Essa expansão é necessária para integrar as fontes renováveis, é necessária também para trazer confiabilidade para o atendimento, mais segurança para o atendimento do SIN Sistema Interligado Nacional e ligar áreas que ainda estão isoladas", explicou Feitosa.

O segundo fator que implica a alta neste ano é o aumento de subsídios embutidos na conta de luz via Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que é rateada entre todos os consumidores. Segundo proposta da Aneel submetida a consulta pública, o orçamento da CDE deste ano deve alcançar R$ 37 bilhões, o que representa um aumento de 6,2% em relação a 2023.

Também pesará para o aumento das contas neste ano o fim da devolução de créditos tributários oriundos da exclusão do ICMS da base de cálculo de PIS/Cofins. Conforme previsto em lei, os recursos cobrados indevidademente estão sendo devolvidos aos consumidores no momento dos reajustes e revisões tarifárias. "Não teremos os recursos do PIS/Cofins, que foi utilizado muito no ano passado e em 2022 também. Então, esse recurso, em torno de R$ 50 a R$ 60 bilhões, já foi utilizado e temos pouco a ser utilizado ao longo deste ano."

Bandeira tarifária

No ano passado, as contas de luz subiram, em média, 5,9% - abaixo da previsão inicial feita pela agência reguladora, que era de alta de 6,8% em média.

Feitosa disse ainda que ao longo de 2023 não houve o acionamento das bandeiras tarifárias - taxa adicional que é cobrada dos consumidores quando há um cenário desfavorável para geração de energia elétrica no Brasil. "Para 2024 ainda não temos como prever, pois precisamos aguardar o fim do período úmido, que vai até abril."

Os bancos públicos devem continuar a crescer mais forte que os pares privados em 2024, de acordo com as previsões de mercado. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal (CEF), que sustentaram um aumento de dois dígitos nas carteiras de crédito ao longo de 2023, devem manter uma expansão mais forte graças ao perfil dos negócios em que atuam e do maior conservadorismo dos pares do setor privado.

Nos nove primeiros meses do ano, a carteira da Caixa cresceu 11,4% em relação ao mesmo período de 2022, batendo em R$ 1,091 trilhão. No BB, a expansão foi de 10%, para R$ 1,066 trilhão. A título de comparação, o Itaú Unibanco, que também tem mais de R$ 1 trilhão em operações, cresceu 5,7% no mesmo intervalo.

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"Acredito que no primeiro semestre, o 'WO' deve continuar, pelo menos em linhas direcionadas, e o mercado deve vir com mais parcimônia [que nós]", afirma o vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano. Foi uma modalidade direcionada, o crédito imobiliário, que garantiu a "largada" do banco em 2023, com crescimento de 14,6% até setembro.

O vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos do BB, Felipe Prince, diz que o mercado tende a crescer mais no próximo ano, ainda que de forma mais tímida que no período da pandemia. O banco, segundo ele, se beneficia por ter mantido o apetite de risco ao longo do último ano.

"O que fizemos foi selecionar os mercados com melhor retorno ajustado ao risco", afirma o executivo. Com capital aberto, o BB deve divulgar apenas em fevereiro as expectativas de crescimento da carteira em 2024. Entretanto, tem sinalizado que pode crescer um dígito porcentual alto ou dois dígitos baixos em relação a 2023.

Fatores

A manutenção do apetite de Caixa e BB ao longo do ano vem de alguns fatores. Primeiro, os dois bancos têm como principais carteiras dois mercados que têm garantias e inadimplência mais baixa, o imobiliário e o agrícola. Nos bancos privados, há uma maior presença de linhas de financiamento ao consumo, que têm maior risco.

Matheus Amaral, analista do Inter, afirma que a liderança dos dois bancos nessas linhas ajuda a explicar porque eles mantiveram o apetite enquanto os bancos privados restringiram as torneiras.

O BB tem mais da metade do mercado no crédito agrícola, que tem crescido junto com a produção rural no País. A Caixa detém quase 70% do crédito imobiliário, uma liderança que tem aumentado desde o ano passado. "É mais uma questão de o mercado desacelerar e esses bancos manterem o ritmo de concessão", diz.

No começo do ano, o mercado esperava que os dois bancos crescessem de forma mais acelerada em 2023 após a troca de governo, dado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é favorável à expansão da presença das instituições públicas no mercado de crédito. O vice-presidente e analista sênior da Moody's, Alexandre Albuquerque, afirma que a expansão encontra bases técnicas no balanço dos bancos.

"Os bancos públicos estão em uma posição melhor em relação a capital, que continua a ser acima dos pares privados, e esse é um fator que auxilia nesse crescimento", diz ele. Outro ponto positivo, segundo ele, é o acesso a fontes de financiamento baratas - a poupança, no caso da Caixa, e depósitos à vista e judiciais, no do BB.

Uns foram, os dois ficaram

Brasiliano, da Caixa, afirma que em momentos de juro alto, os bancos privados tendem a reduzir as concessões em carteiras como a do crédito imobiliário, que tem um prazo longo e margens mais baixas. "A carteira cresce nesse patamar acima de dois dígitos muito mais pela ausência do mercado competindo nessas duas linhas que fazemos bastante [habitação e infraestrutura]. Fazemos praticamente 100% do orçamento do FGTS", afirma.

Prince, do BB, diz que o banco não mudou a estratégia de concessão de crédito neste ano. "Concentramos o crescimento em linhas mais rentáveis, com melhor retorno ajustado ao risco e que estavam crescendo, não é contracíclico", afirma o executivo.

Além do crédito rural, a instituição observou crescimento próximo a dois dígitos em linhas não direcionadas, como o consignado, que subiu 8,9% em setembro em relação ao mesmo período do ano passado. O vice de Controles e Riscos diz que o banco conseguiu ganhar espaço no consignado para beneficiários do INSS diante do menor custo de operação.

Com as reduções no teto de juros da modalidade pelo governo, os bancos privados reduziram as concessões do produto, alegando que as taxas não cobrem os custos. No caso do BB, a originação é feita majoritariamente através da rede própria, sem correspondentes, que formam um fator de custo importante para os rivais. "Estruturalmente, o nosso consignado INSS é menos custoso que os dos outros bancos", afirma Prince.

A Organização Mundial de Meteorologia (OMM), órgão das Nações Unidas (ONU), apontou que o El Niño deve durar até, pelo menos, abril de 2024. Na sua atualização, a entidade alertou que os efeitos do fenômeno climático devem impulsionar o aumento das temperaturas, o que tende a agravar eventos extremos, como ondas de calor, inundações e secas.

Além disso, a OMM disse que 2023 se encaminha para ser o ano mais quente já registrado, e que 2024 pode ter temperaturas ainda mais altas.

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"Os efeitos do El Niño nas temperaturas globais normalmente se manifestam no ano seguinte ao seu desenvolvimento, neste caso em 2024. Mas, em virtude das temperaturas da superfície terrestre e marítima extremamente altas desde junho, 2023 está a caminho de ser o ano mais quente já registrado, e o próximo ano pode ser ainda mais quente. Isso se deve clara e inequivocamente à contribuição das crescentes concentrações de gases de efeito estufa, resultantes das atividades humanas", disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

Anteriormente, 2016 foi o ano mais quente já registrado, por causa de uma "combinação perfeita" de um El Niño excepcionalmente forte e as mudanças climáticas, observou a Organização.

O El Niño se desenvolveu rapidamente durante julho e agosto e atingiu força moderada em setembro de 2023, provavelmente podendo atingir seu pico como um evento forte de novembro a janeiro de 2024, disse a OMM. "Há uma probabilidade de 90% de que ele persista durante o próximo inverno do Hemisfério Norte/verão do Hemisfério Sul", explicou.

Com base em padrões históricos e previsões de longo prazo atuais, espera-se que o fenômeno climático diminua gradualmente durante a próxima primavera no Hemisfério Norte, de acordo com a organização.

Um ano depois do silêncio e do tratamento protocolar que sempre marcaram o estilo da ministra Rosa Weber à frente do Supremo Tribunal Federal, o tribunal se prepara para empossar, em 28 de setembro, um novo presidente, o ministro Luís Roberto Barroso, cuja maneira de se relacionar com diferentes interlocutores, em praticamente tudo, contrasta com sua antecessora. Advogados que têm ações no STF, por exemplo, comentam que Barroso - inclusive pelo fato de continuar dando aulas - fará do diálogo uma das suas marcas no Supremo e que, dessa forma, a Corte poderá construir uma relação de maior proximidade com trabalhadores e empresários, ambientalistas e representantes do agronegócio, entre outros setores.

Nomeado para o cargo pela presidente Dilma Rousseff, em 2013, Barroso tem 65 anos, se formou na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), fez mestrado na Universidade Yale - uma das mais tradicionais e renomadas escolas do mundo - e é Senior Fellow na Harvard Kennedy School. É viúvo, tem dois filhos e é profundamente espiritualizado. Aos amigos tem confessado sua alegria em assumir a presidência do STF neste momento em que ele considera que existe um clima de tanta afetividade na Corte. Acha, dizem colegas próximos, que é preciso desarmar o debate de ideias e pacificar a sociedade brasileira.

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Ataques

O próprio Barroso se viu envolto nesse debate acalorado que marca o Brasil em tempos recentes ao reagir a um manifestante com um "Perdeu, mané", em Nova York, e ao falar que "derrotamos o bolsonarismo", durante Congresso na UNE, no mês passado. Alvo de movimentos por um impeachment por grupos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ele justificou ter se referido ao "extremismo golpista".

Ao assumir, como tem dito em suas palestras, deverá dar ênfase à ideia de que é preciso explicar melhor à sociedade o funcionamento da Justiça e o papel do STF, assinalando que é preciso trabalhar de maneira mais ágil e ampliar a interlocução seja com a sociedade civil, com o Congresso ou com a iniciativa privada. "Quero falar do MST à CNI", costuma dizer o ministro à interlocutores.

Eleições

Passados o primeiro e o segundo turnos da eleição presidencial, Barroso, em manifestações públicas, assinalou a tranquilidade com que o pleito ocorreu, o que, em sua opinião, foi mais uma demonstração da importância de o STF e o Tribunal Superior Eleitoral terem se mantido firmes na defesa da urna eletrônica.

A convicção aumentou após a tentativa de golpe do 8 de Janeiro, quando arruaceiros invadiram as sedes dos Três Poderes. Muitos ministros chegaram a comparar esse cenário com a hipótese do que poderia ter acontecido nos dias da eleição se houvesse cédulas em papel, como reivindicava Bolsonaro. Nessa perspectiva, muitos acreditam que poderiam ter havido tumultos e quebra-quebra em importantes seções eleitorais, de maneira a deixar sob suspeita ou até anular o resultado do pleito.

O ministro Barroso presidiu o TSE entre 2020 e 2022, em meio à pandemia da Covid-19. Assessores do tribunal lembram que ele conduziu um grande esforço para manter as eleições municipais de 2020, sem que o pleito se tornasse um foco de contaminação, como muitos temiam.

Sem tempo para promover licitações, contam esses auxiliares, Barroso chamou empresas que poderiam contribuir com o material necessário - álcool em gel, máscaras, luvas - para diminuir o risco de contágio. Ao final do primeiro turno, ele afirmou: "Tudo na vida pode ser aperfeiçoado ao longo do tempo. Mas, lembramos que, em nenhum país do mundo, no mesmo dia de uma eleição, você pode divulgar o resultado na mesma noite. Isso continua sendo extraordinário em uma das maiores democracias do mundo", destacou.

Drogas

Integrantes e ex-integrantes da Corte acreditam que Barroso dará continuidade ao trabalho de seus antecessores e, em especial, a temas que lhe são caros, como a descriminalização do aborto e mudanças na política de combate às drogas. Suas opiniões sobre esses temas estão em seu livro Sem Data Venia, de 2020. O ministro também deverá buscar solução para o calote nos precatórios (dívidas judiciais que o governo é obrigado a pagar).

Na campanha eleitoral de 2022, o então candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou, mais de uma vez, que nunca havia indicado "um amigo" para o Supremo Tribunal Federal (STF). Era uma crítica ao então presidente Jair Bolsonaro, que nomeou o ex-ministro da Justiça André Mendonça para a Corte. No entanto, Lula, agora presidente pela terceira vez, terá de enfrentar a questão ética que imputou ao antecessor, pois seu advogado pessoal, Cristiano Zanin, desponta como um potencial candidato.

O petista tem restringido ao máximo as conversas sobre o substituto do ministro Ricardo Lewandowski, que faz 75 anos em maio deste ano - além dele, a presidente da Corte, Rosa Weber, também vai deixar a toga neste ano, em outubro. Segundo aliados do petista, Zanin só não será contemplado caso recuse a oferta. A atuação na Operação Lava Jato e a derrubada das decisões de Sérgio Moro, segundo relatos, credenciaram o advogado ao círculo mais restrito do presidente.

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Durante as eleições, Zanin atuou como coordenador jurídico da campanha, articulou encontros de Lula com os ex-governadores de Goiás Marconi Perillo (PSDB) e José Eliton (PSB), e foi anfitrião de um encontro com o economista e professor da Universidade de Columbia Jeffrey Sachs.

Após a eleição, foi nomeado na transição como o responsável pela elaboração de um relatório sobre a área de cooperação jurídica internacional. O documento sugere, por exemplo, a derrubada de uma portaria editada em 2005, no governo Lula, que permite ao Ministério Público Federal uma cooperação "informal" com órgãos estrangeiros. Questionamentos sobre este procedimento foram levantados diversas vezes por Zanin e outros advogados na Lava Jato.

Ainda no fim de 2022, Lula perguntou a Zanin se gostaria de integrar o governo. Ao declinar da proposta, o advogado disse que permaneceria atuando no sistema de Justiça. Ele seguiu com seu escritório, com sede nos Jardins, em São Paulo.

A atuação de Zanin na defesa de Lula, no entanto, lhe rendeu contratempos. Recentemente, foi ameaçado no aeroporto de Brasília. A OAB procurou Zanin para representá-lo criminalmente.

Currículo

Zanin nasceu em Piracicaba (SP) e tem 47 anos. Formou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Iniciou a carreira a convite do professor Eduardo Arruda Alvim para integrar o escritório do pai, o falecido desembargador José Manoel de Arruda Alvim Neto. Começou a carreira na área de telecomunicações, e em casos relativos a planos econômicos no fim dos anos 1990.

Em um destes casos, fez parceria com a advogada Valeska Teixeira, que trabalhava para uma das grandes bancas de advocacia de São Paulo. Começaram a namorar no início dos anos 2000, quando Zanin se tornou sócio de Valeska e de seu pai, o advogado Roberto Teixeira. Compadre de Lula, Teixeira foi, por muitos anos, um influente aliado do petista. Zanin e Valeska são casados e têm três filhos.

Foi em um sítio de Teixeira que o presidente morou nos anos 1980 sem pagar aluguel. O filho de Lula, Luis Cláudio, afilhado do advogado, também morou de graça em um apartamento de uma empresa que tem Teixeira como sócio. No escritório do compadre de Lula, por exemplo, foi lavrada a compra do sítio de Atibaia, em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna. O imóvel foi alvo da Lava Jato e Lula chegou a ser condenado no caso - mas a decisão foi anulada.

Até a Lava Jato, Zanin havia convivido com Lula só em festas familiares, levado pelo sogro. Hoje, em razão de briga societária e pessoal, Teixeira e Zanin estão rompidos. Valeska e o pai também cortaram relações.

Apesar de ter o rosto conhecido da defesa de Lula na Lava Jato, foi em brigas societárias, arbitragens e disputas empresariais que o advogado fez carreira. Atualmente, faz parte da equipe que defende a J&F na renegociação de acordo leniência e em uma disputa que envolve R$ 15 bilhões.

Buscas

Ao atuar nesse caso, Zanin chegou a ser alvo de buscas e apreensões. À época, em 2020, já era advogado de Lula. A Operação Lava Jato de Curitiba também grampeou e fez relatórios, em tempo real, sobre horas de conversas do ramal da banca.

Assim como nas grandes brigas societárias, foi a partir da desconstrução de seus adversários que Zanin obteve a vitória mais significativa para Lula, quando o Supremo declarou a parcialidade de Moro.

O advogado é autor de um livro sobre lawfare, termo em inglês usado para classificar o uso do sistema de Justiça para perseguição política. A expressão que dá nome ao livro foi repetida em centenas de petições do advogado na cruzada para derrubar processos contra Lula com base na declaração de suspeição do juiz. Chegou a entregar a obra ao papa Francisco e ao ex-juiz italiano Gerardo Colombo, que atuou na Operação Mãos Limpas, responsável por investigar a corrupção em obras públicas na Itália. Antes entusiasta da Lava Jato, Colombo hoje é um crítico de sua politização.

Disputa por vaga reúne nomes críticos à Lava Jato

A atuação nos casos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nas disputas empresariais dão a Cristiano Zanin trunfos para uma eventual indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, além de ser visto como um candidato jovem, ele não tem o mesmo estofo acadêmico de outros nomes que aparecem cotados. Alguns deles também gozam de certa proximidade com Lula, ou, no mínimo, do apoio de juristas ligados ao presidente.

Primeiro ministro a deixar uma vaga aberta, Ricardo Lewandowski será ouvido pelo presidente a respeito de sua sucessão. O Estadão apurou que ele não deve patrocinar um nome abertamente, mas vai definir um perfil. O critério primordial é que seja um jurista que não tenha medo de adotar posições opostas à maioria dos colegas e até mesmo vistas como impopulares. O currículo acadêmico também pesará.

O professor de Direito Constitucional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Pedro Serrano é um dos destaques da lista. Crítico da Lava Jato, Serrano é autor de livros sobre a "espetacularização" do Judiciário e a respeito do "autoritarismo" da Justiça no processo penal. Atualmente, é sócio da banca Warde Advogados, um escritório em São Paulo que abriga personagens como o ex-diretor-geral da Polícia Federal Leandro Daielo e o ex-CGU Valdir Simão.

Serrano tem proximidade com Lula. Antes e durante a campanha, promoveu jantares em sua casa com o petista, o então candidato a vice Geraldo Alckmin (PSB) e advogados.

Na lista, está também Lenio Streck, de 67 anos, procurador de Justiça aposentado, professor de Hermenêutica e Direito Constitucional. De perfil garantista, e também ligado ao Prerrogativas, grupo de advogados que despontou criticando a Lava Jato, ostenta o currículo de maior peso do ponto de vista acadêmico.

Autor de mais de 60 livros, é um dos mais citados acadêmicos em Direito Constitucional do País. Na condição de amicus curiae, Lenio foi um dos advogados no julgamento que derrubou a prisão após segunda instância, em 2020. Entre os beneficiários estava Lula, então preso na Lava Jato.

Ex-secretário-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do STF nas gestões de Lewandowski, o advogado Manoel Carlos de Almeida Neto também está no páreo. Ele foi professor da USP até 2022 e é autor de diversos livros - o mais recente, sobre as Constituições Brasileiras.

Conheceu o ministro ainda como aluno de Direito e foi convidado por ele para o STF logo quando assumiu uma cadeira na Corte. É diretor jurídico da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Mestre pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutor e pós-doutor em Direito Constitucional pela USP, é o mais jovem dos candidatos. Tem 43 anos.

Coalizão

Cientistas políticos afirmam que as indicações de Lula ao STF dependerão da coalizão formada pelo governo no Senado - responsável por endossar, ou não, a escolha. O cenário de mais vagas em disputa pode beneficiar o governo na escolha de um ministro alinhado aos interesses do Planalto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O elevado comprometimento da renda com dívidas e os altos juros dos financiamentos devem frear o consumo neste Natal de itens de maior valor, como eletrodomésticos e eletroeletrônicos, normalmente comprados a prazo.

Apesar da alta de preços dos alimentos, a expectativa é este seja o Natal da comida, da bebida e das roupas, itens de menor valor e normalmente pagos à vista ou, no máximo, parcelado no cartão. Também a volta das confraternizações em família deve dar um impulso extra às vendas dos básicos.

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Mais de 70% do faturamento total do varejo neste final de ano, projetado em R$ 65,01 bilhões pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), deverão estar concentrados em comida, bebida e artigos de vestuário.

Se as projeções se confirmarem, a grande fatia de alimentos e itens de vestuário nas vendas em dezembro será uma marca inédita. "Nos últimos anos, não lembro de uma concentração tão forte (72,5%) de vendas em alimentos, bebidas e vestuário", afirma o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes.

A receita com bens duráveis de dezembro é um indicador antecedente importante para a economia como um todo, porque alavanca a atividade no início do ano. Quando o resultado da comercialização desses itens em dezembro é favorável, a indústria começa janeiro com pé direito e a reposição de estoques puxa uma longa cadeia de produção, emprego e renda.

Para este ano, no entanto, a perspectiva é que o faturamento real (descontada a inflação) do Natal com duráveis recue para R$12,8 bilhões, ante R$ 13 bilhões em dezembro de 2021, e atinja o menor patamar de receita para o mês em 12 anos.

Um dos fatores para o fraco desempenho na venda de duráveis é o fato de o brasileiro chegar neste Natal com quase 30% da sua renda comprometida com pagamento de dívidas, aponta um estudo feito pelo economista da CNC, a pedido do Estadão, para avaliar o impacto do empenho da renda e da alta dos juros no consumo de final de ano. Esse é o maior nível de comprometimento da renda para os meses de dezembro desde o início da série em 2010, segundo dados do Banco Central (BC).

Também o juro cobrado nos financiamentos de duráveis, excluindo veículos, que atingiu 31,7% ao ano em outubro, de acordo com o BC, pesa sobre o consumo a prazo. Com a perspectiva de a taxa continuar pressionada, porque a inflação voltou a subir nos últimos meses, o juro ao consumidor para compra de bens duráveis deve encerrar 2022 no maior nível para dezembro desde do início da série, em 2011.

Levantamento da CNC mostra que, pelo segundo ano consecutivo, em 2022 o pagamento de dívidas será o principal destino da segunda parcela do 13º salário (37,8%), seguido pelos gastos com consumo de bens (33%). "Este será o Natal do consumo possível, acessível", frisa Bentes.

Diante desse cenário, lojas de eletroeletrônicos buscam alternativas para alavancar vendas e supermercados já se prepararam para o crescimento no volume de negócios na casa de dois dígitos.

Casas Bahia faz campanha de 'parcelinha' de R$ 29,90

A Casas Bahia, por exemplo, uma das principais varejistas de eletroeletrônicos, começou no dia 9 deste mês uma campanha de Natal na qual a parcela mínima de produtos comprados a prazo no cartão da loja e de terceiros é de R$ 29,90. A empresa informa que o objetivo dessa condição comercial para as compras na loja física, site e aplicativo, é tornar as compras acessíveis "a todos os bolsos". A estratégia envolve itens selecionados, como smartphones, games, brinquedos, por exemplo.

A varejista não detalha os motivos para fixar a parcela em R$ 29,90. Coincidência ou não, nesta semana um Chocottone Maxi, de 500 gramas, da marca Bauducco, era vendido na loja do Carrefour do Bairro do Limão (SP) por R$ 29,99.

A perspectiva mais favorável à venda de alimentos neste Natal em relação aos duráveis animou os supermercados. Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostra que 66% das empresas projetam aumento de vendas de 11,2% nas quantidades de carnes natalinas, entre aves, suínos, frangos e bovinos. No caso das bebidas, que incluem cervejas, vinhos, espumantes, destilados e refrigerantes, a alta esperada é de 12,5% ante dezembro de 2021.

Em outros anos, o crescimento em dezembro girava em torno de 8%, lembra o vice-presidente da Abras, Marcio Milan. "Este ano a expectativa de crescimento de dois dígitos dos supermercados surpreendeu."

Ele lembra que hoje há mais dinheiro em circulação na economia e isso deve impulsionar as vendas neste fim de ano. De 2021 para 2022, por exemplo, são 3 milhões de empregados a mais com carteira assinada e recebendo o 13º salário. Além disso, diz o executivo da Abras, hoje há um milhão a mais de beneficiários do auxílio do governo, que aumentou de R$ 400 para R$ 600. "No ano passado, não tinha auxílio caminhoneiro nem taxista."

Com a pandemia sob controle, também as festas de família devem aumentar este ano. E isso acaba sendo um empurrão extra nas vendas de alimentos e bebidas.

Inflação resiste

O aumento de dois dígitos nas vendas de alimentos e bebidas é esperado pelos supermercados, apesar do avanço nos preços. No início do mês, a Abras pesquisou o custo de dez itens muito consumidos no Natal e constatou que, na média do País, a cesta neste ano está 9,8% mais cara em relação a 2021. A perspectiva, segundo Milan, é que os preços recuem com a proximidade das festas e o recebimento da segunda parcela do 13º salário. O dirigente da Abras diz que a concorrência entre varejistas aumentou muito e que a perspectiva é de um volume maior de ofertas comparativamente a outros anos, fruto de negociações entre indústria e supermercados.

As vendas de Natal nos shoppings devem ter uma alta nominal de 4% neste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com estimativa divulgada pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

Ao todo, o setor deve movimentar R$ 5,5 bilhões entre os dias 19 e 25 de dezembro. Para este Natal, os produtos com mais procura, segundo a pesquisa, são artigos de perfumaria e cosméticos, vestuário, calçados, eletrônicos, brinquedos, joalheria e itens esportivos.

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A projeção indica para um crescimento das vendas abaixo da inflação, que deve avançar mais do que 5% no acumulado de 2022, de acordo com o último Boletim Focus, do Banco Central.

A Abrasce também espera que o tíquete médio das vendas nos shoppings neste ano fique na faixa de R$ 188, patamar praticamente igual ao de três anos atrás, o que sinaliza o poder de compra mais comprimido da população.

Ainda assim, a pesquisa da associação afirmou que, para 87% dos shoppings, as expectativas são positivas para o Natal deste ano.

Em relação ao fluxo de visitantes, 79% dos shoppings acreditam que a movimentação será 8% superior em comparação à de 2021. Para incentivar o aumento do fluxo de visitantes, 83% dos shoppings funcionarão em horário estendido. Nesse caso, a maioria terá abertura 1 hora antes e/ou fechamento 1 hora depois do expediente normal.

A pesquisa mostrou ainda que 67% dos shoppings disseram que investirão mais em decoração, ação promocional e divulgação para movimentar a data. O aumento médio dos investimentos é da ordem de 17%.

Diante do aumento na frequência de visitantes ao longo do ano, a Abrasce estima um aumento de 11% no quadro de funcionários dos shoppings para o quarto trimestre, com a contratação de 112 mil trabalhadores temporários, um incremento de 14% sobre igual intervalo do ano passado.

Na avaliação do presidente da Abrasce, Glauco Humai, a expectativa de desempenho das vendas neste Natal está positiva, com perspectiva de um crescimento sobre 2021 e retomada aos patamares de 2019.

"No âmbito geral, o cenário ainda é restritivo ao consumo, considerando os preços de bens elevados, aumento dos juros e incertezas com o cenário econômico para o próximo governo", comentou, em nota enviada à reportagem. "No caso dos shoppings, contudo, estamos tendo uma recuperação contínua, voltando aos patamares do período do pré-pandemia e contamos com uma previsão de fechamento do ano que deve atingir ou superar o faturamento de 2019, o maior da história do setor", ponderou.

Entre janeiro e outubro, o setor acumula um crescimento de 25,6% sobre igual intervalo do ano passado, mostrando uma recuperação mais robusta até aqui.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) espera um crescimento do PIB brasileiro de 1,6% em 2023. As previsões da entidade para o ano que vem foram divulgadas nesta terça-feira (6).

Para o PIB industrial, a perspectiva é de crescimento de 0,8%, sendo a expectativa de alta de 0,3% no PIB da indústria da transformação e de 2,0% no da indústria da construção em 2023.

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Para o gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, o crescimento esperado para 2023 será puxado pelo setor de serviços, continuidade da expansão do número de pessoas com trabalho e da massa salarial real. "Também contribui para o crescimento de 2023 a expectativa de forte aumento dos gastos do governo. A CNI estima que as despesas primárias do governo federal tenham crescimento real de 10% em 2023", afirma.

A CNI prevê inflação de 5,4% em 2023. Para a taxa de juros, a projeção é de Selic média de 13,5%, com taxa ao final do ano em 11,75%. Para o câmbio, a previsão é que a média do ano fique em R$ 5,33. A entidade ainda antevê uma taxa de desemprego média de 8,9% no ano que vem.

A confederação também fez estimativas para as contas públicas e estima déficit primário de 2% do PIB em 2023, com resultado nominal negativo em 8,3% e a dívida pública bruta em 78,8% do PIB. Para o saldo comercial, a estimativa é de US$ 55,9 bi no ano que vem.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que a tarifa de energia elétrica vai subir, em média, 5,6% em 2023. A projeção corresponde a uma média para todo o País, ou seja, os índices deverão ser diferentes para cada distribuidora.

A estimativa foi apresentada pela diretoria do órgão regulador na quarta-feira, 24, a representantes do grupo responsável pela área de Minas e Energia do governo de transição.

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A Aneel foi o segundo órgão setorial consultado pela equipe, que se reuniu com o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, na terça-feira, 23.

Na apresentação, a diretoria da agência não detalhou o reajuste projetado para cada empresa ou por classe de consumidor.

Os dados apontam que sete distribuidoras devem ter reajustes de, em média, 14,3%. Já para outras 15 empresas, a alta deve ser de 7,4%, em média.

Outras 17 distribuidoras devem ter reajustes de, em média, 2,7% enquanto 13 empresas devem ter uma redução de, em média, 4,3% nas tarifas.

Segundo a Aneel, os resultados dependem de premissas que podem ser alteradas até a homologação dos processos tarifários. As tarifas de energia são reajustadas anualmente pela agência reguladora, de acordo com o "aniversário" do contrato de cada concessionária.

Segundo apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), os reajustes das tarifas são uma das principais preocupações da equipe de transição, sobretudo em relação aos impactos de medidas tomadas nos últimos anos. Caberá à área técnica da agência reguladora subsidiar a equipe de transição com informações e dados mais detalhados.

Durante a reunião, a agência reguladora destacou propostas legislativas relacionadas ao setor elétrico em tramitação no Congresso, entre elas o projeto de lei 414/2021, que entre outros pontos estabelece um cronograma de abertura do mercado livre, e o projeto de decreto legislativo que derruba resoluções que tratam do cálculo das tarifas de transmissão.

A diretoria colegiada também manifestou preocupação com o projeto de lei que amplia em 12 meses o prazo para assegurar os subsídios para novos projetos para o consumidor de baixa tensão que quer gerar a própria energia, a chamada geração distribuída. A Aneel estima um impacto tarifário em R$ 25 bilhões até 2045.

O texto chegou a ser incluído na pauta da Câmara da quarta-feira, mas a sessão foi encerrada sem discussão.

O fluxo mais forte de dividendos das estatais e a diminuição das despesas extraordinárias devem levar a um superávit primário de R$ 11,70 bilhões nas contas do governo central em setembro, após déficit de R$ 49,972 bilhões em agosto, segundo a mediana projetada por economistas ouvidos pelo Projeções Broadcast. O resultado será divulgado amanhã pelo Tesouro.

É o caso do economista-chefe do Rabobank Brasil, Mauricio Une, que projeta ganho de R$ 13,50 bilhões em setembro, resultado de R$ 150,10 bilhões em receitas líquidas e de R$ 136,60 bilhões em despesas totais. É a maior projeção entre as 17 instituições consultadas.

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Une atribui parte do resultado a um "grande fluxo de dividendos" de estatais no mês, de cerca de R$ 12,50 bilhões, com destaque para a Petrobras. Ele também cita um gasto menor com Previdência previsto para o mês, o que deve ajudar no superávit primário esperado.

Já o economista da Pezco Helcio Takeda diz que, apesar das medidas de incentivo promovidas pelo governo nos últimos meses, o gerenciamento das despesas tem sido positivo. "O aumento do Auxílio Brasil e os vales a caminhoneiros e taxistas pressionam o resultado do segundo semestre, mas não pioram muito", diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A carteira de crédito do Sistema Financeiro Nacional deve ter crescido 1,7% em setembro, aponta a Pesquisa Especial de Crédito da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgada nesta segunda-feira (24). Segundo a entidade, como ocorreu no mês de agosto, o forte desempenho deve ter sido novamente liderado pelo crédito direcionado (+2,7%), com estimativa de alta na carteira pessoa física (+2,3%) e principalmente na carteira pessoa jurídica (+3,4%).

De acordo com o levantamento, a elevada base de comparação (alta de 2,2% em setembro de 2021) deve fazer com que o ritmo de expansão anual da carteira siga em desaceleração, passando de 16,8% em agosto para 16,3% em setembro. Ainda assim, destaca a Febraban, o crescimento esperado para o ano é bastante elevado, novamente acima de dois dígitos.

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"Em setembro, mais uma vez, os destaques da expansão foram o crédito rural para as famílias, com o Plano Safra 2022/2023, e a nova rodada dos programas públicos de crédito para as empresas", avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

Segundo o executivo, com exceção do mês de janeiro, quando a carteira ficou estável, em todos os meses do ano houve crescimento no saldo total, o que demonstra que os bancos seguiram mostrando apetite para ampliar a oferta de crédito em um ritmo importante durante todo o ano.

A Pesquisa de Crédito também mostra que a carteira com recursos livres deve indicar um crescimento mais modesto, de 1,1%. O melhor desempenho deve vir do crédito livre às empresas (+1,7%), impulsionado pela recuperação da atividade econômica e pela sazonalidade favorável das linhas de fluxo de caixa (antecipação de faturas e descontos de duplicatas). Para as famílias, a alta estimada de 0,6% no mês reflete a melhora do mercado de trabalho e as transferências de renda do governo, que estimulam o consumo.

Concessões

A Febraban projeta ainda uma retração de 1,3% nas concessões de crédito em setembro. Entretanto, o resultado deve refletir o menor número de dias úteis de setembro na comparação com agosto. Quando ajustado, o volume de concessões deve crescer 8,1%, mantendo-se em um elevado patamar histórico - mesmo quando corrigido pela inflação.

No acumulado em 12 meses, o volume deve permanecer praticamente estável, com expansão de 23,9% (ante 24,2% em agosto), sinalizando que a injeção de crédito na economia tem se mantido expressiva, mesmo com condições financeiras mais restritivas, em especial pela alta da Selic.

No mês, o desempenho deve ser positivo em todos os recursos e segmentos, aponta a Febraban. As operações com recursos direcionados devem ser mais uma vez impulsionadas pelos programas públicos de crédito. Já as operações com recursos livres seguem beneficiadas pelo bom dinamismo da atividade econômica, que tem estimulado as linhas atreladas ao consumo, e, em setembro, favorecidas pela sazonalidade positiva das linhas de fluxo de caixa.

Depois de ter prometido nesta quinta, 20, durante entrevista a um podcast, o aumento real do salário mínimo no ano que vem, o presidente Jair Bolsonaro (PL) gravou um vídeo nesta sexta-feira, 21, para reforçar a proposta. A campanha do candidato à reeleição teme o impacto na opinião pública da polêmica sobre uma possível desindexação do mínimo e dos benefícios previdenciários. Como mostrou nesta sexta, 21, o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, aliados de Bolsonaro têm colocado o desgaste na conta do ministro da Economia, Paulo Guedes.

"Consertamos a economia do Brasil, estamos arrecadando muito. Assim sendo, a partir do ano que vem, a nossa garantia de darmos a todos os aposentados e pensionistas um reajuste acima da inflação. A mesma coisa no tocante aos servidores públicos: conceder no ano que vem um reajuste acima da inflação. E o valor do salário mínimo como fica? Também será dado um reajuste acima da inflação", diz Bolsonaro, no vídeo que está sendo compartilhado por seus apoiadores.

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"Todos vocês, não acreditem nessas mentiras da esquerda, que nunca nada fizeram por ninguém e querem apenas nos caluniar, mentir sobre essas questões", emendou Bolsonaro, ao exaltar o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil e as contas públicas "ajustadas", sem citar as flexibilizações do teto de gastos - a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior - durante o seu mandato.

Bolsonaro foi orientado pela campanha a entrar em campo para "reduzir danos". Na entrevista ao podcast Inteligência Ltda, nesta quinta, 20, disse que Guedes havia anunciado o aumento real do salário mínimo, ou seja, acima da inflação. O ministro, contudo, garantiu apenas o reajuste "pelo menos" com base no índice de preços. "O Paulo Guedes fala muito em desindexação da economia, daí no bolo o que ele quer desindexar? O porcentual fica indefinido", disse também Bolsonaro.

A fala de Guedes foi recebida com preocupação no QG de reeleição "porque toca em um público sensível, que tem sido conquistado aos poucos", disse um ministro do governo. Como mostrou o Broadcast Político nesta sexta, existe internamente uma avaliação de que "finalmente, as medidas de cunho social adotadas desde o meio do ano estão surtindo efeito junto à população de baixa renda", de acordo com outro integrante do QG bolsonarista, que já havia destacado este entendimento ao longo da semana.

Esta mesma pessoa ressaltou que "nada pode sair do script neste momento, em especial junto a um eleitorado que é majoritariamente favorável a Lula". Por isso, frisou a fonte, Bolsonaro partiu para desmentir seu ministro. A intenção, relataram três aliados à reportagem, é "acalmar as pessoas".

O governo vem intensificando lançamentos de medidas de cunho econômico desde o meio do ano, mas especialmente entre o primeiro turno e o segundo. Um calendário ao qual a reportagem teve acesso mostra que, desde 3 de outubro, ocorreram ao menos 12 anúncios de concessão de benefícios. A empreitada vem por ordens do próprio presidente, que mandou Guedes tirar da cartola ao menos uma medida a cada dois dias até o fim da corrida eleitoral, como o Broadcast Político informou no início desta semana.

O Datafolha desta quinta, 20, mostrou, em números, o efeito positivo das ações e a importância de manter a "vigilância", nas palavras de um bolsonarista, sobre a população de baixa renda. Bolsonaro saltou de 33% para 40% entre os beneficiários do Auxílio Brasil, na comparação com o levantamento anterior, de 14 de outubro, enquanto Lula encolheu de 62% para 56%.

Apesar do crescente otimismo sobre as contas públicas neste ano, o mercado voltou a piorar as expectativas para o resultado fiscal de 2023. De acordo com os analistas consultados mensalmente pelo Ministério da Economia, depois de retornar ao azul em 2022, o Governo Central voltará a registrar forte rombo no próximo ano.

O Prisma Fiscal de outubro, publicado nesta quinta-feira pela Secretaria de Política Econômica da pasta, mostra que a mediana para o superávit primário deste ano passou de R$ 30,519 bilhões para R$ 40,0 bilhões. A estimativa do mercado já é bem superior ao superávit de R$ 13,547 bilhões projetado pela equipe econômica no mês passado - o primeiro resultado no azul desde 2013. A meta de resultado primário do Governo Central deste ano admitia um rombo de até R$ 170,5 bilhões.

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A mediana do Prisma para a receita total em 2022 subiu de R$ 2,220 trilhões para R$ 2,239 trilhões, com receita líquida de R$ 1,861 trilhão. Já estimativa para a despesa total passou de R$ 1,809 trilhão para 1,819 trilhão.

Já para 2023, o cenário é de piora nas contas públicas em meio às incertezas sobre as promessas eleitorais de aumento de gastos no próximo ano. A projeção de rombo primário no Governo Central passou de R$ 43,177 bilhões para R$ 57,809 bilhões, cada vez mais próxima do limite de R$ 65,9 bilhões para o déficit imposto pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023.

A mediana para a arrecadação total do próximo ano passou de R$ 2,297 trilhões para R$ 2,312 trilhões, com receita líquida de R$ 1,884 trilhão. Já a estimativa para as despesas totais em 2023 saltou de R$ 1,910 trilhão para R$ 1,936 trilhão.

Ainda de acordo com o Prisma, a expectativa para a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) caiu de 78,19% para 77,55% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Entretanto, a mediana para a DBGG em 2023 aumentou de 81,70% para 81,80% do PIB.

Acompanhando os diversos agentes econômicos, o Ministério da Economia voltou a aumentar seu otimismo para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. A pasta, no entanto, manteve as premissas para atividade no próximo ano em um nível bem superior ao do mercado.

De acordo com a grade de parâmetros divulgada nesta quinta-feira pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a estimativa para a expansão da atividade em 2022 passou de 2,00% para 2,70%. A projeção anterior havia sido elevada no relatório de julho.

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De acordo com o Boletim Macrofiscal, o aumento na projeção para a atividade econômica em 2022 se deve principalmente ao resultado do segundo trimestre do Produto Interno Bruto (PIB), superior ao estimado e à tendência positiva dos indicadores já divulgados para o terceiro semestre.

"O crescimento da atividade é reflexo do aumento do emprego, do desempenho do setor de serviços e da elevação da taxa de investimento", afirmou o Ministério da Economia.

O ministério manteve as estimativas de crescimento da economia de 2023, 2024, 2025 e 2026: todas em 2,50%.

No último relatório Focus, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram uma alta de 2,39% para o PIB de 2022. Para 2023, a estimativa no Focus é de alta de apenas 0,50%. As estimativas de mercado para os anos de 2024 e 2025 estão em 1,80% e 2,00%, respectivamente.

Mesmo com a alta do preço do combustível dificultando sua recuperação financeira, o setor aéreo deve ter um 2022 um pouco melhor do que o esperado. As perdas da indústria neste ano devem ficar em US$ 9,7 bilhões, ainda por conta da pandemia de Covid-19, segundo dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) divulgados nesta segunda-feira (20).

Apesar de o resultado previsto para 2022 estar em patamar negativo, há uma melhora quando comparado com o valor que se projetava em outubro passado (perdas de US$ 11,6 bilhões) e com o registrado nos últimos dois anos - prejuízo de US$ 42,1 bilhões, em 2021, e de US$ 137,7 bilhões em 2020, o primeiro ano da pandemia.

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A entidade estima que 2023 deve, finalmente, ser o ano em que o setor como um todo voltará a registrar lucros. Nos Estados Unidos, porém, isso deve acontecer já em 2022, com US$ 8,8 bilhões; já na China, por causa da política de covid zero, só em 2024.

Entre os motivos para o otimismo no setor, estão a retomada da demanda que vem sendo verificada e os ganhos de eficiência das empresas, mesmo com a alta de 40% no preço do petróleo. Em países avançados, o baixo nível de desemprego também tem favorecido a retomada. Na América Latina, apesar de a economia ainda estar fraca, as companhias recuperaram o tráfego "de forma robusta", segundo a Iata. A demanda hoje está em 94,2% do nível pré-crise, abaixo apenas da verificada na América do Norte, de 95%.

*A REPÓRTER VIAJOU A CONVITE DA IATA

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A eliminação de Jade Picon do BBB22 não foi uma surpresa para o público, mas caiu como uma bomba no quarto lollipop - que até agora acredita que a líder possa ter saído em um paredão falso.

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 Eliezer, no entanto, já entregou o jogo. Em conversa com os aliados, o rapaz declarou: "Não faz sentido, mano. Então desiste tudo e o Arthur ganhou o Big Brother".

"É paredão falso!", afirmou Eslô.

"Só pode ser", apontou Viny.

"Se não for paredão falso a gente tá jogando errado mesmo. Jogamos errado a temporada inteira", reconheceu Eli.

Laís tentou motivar a equipe: "A gente tem que ir para cima! Toda semana é isso. Acabou! Só acaba quando sair o último desse quarto. Eles vão inchar, vão com tudo! Se ele estava com o rei na barriga, agora ele está com dois!"

"Mano, temos que ganhar o Líder. Senão, não duvido que vá três da gente!", concluiu Eslô.

Comemoração

Logo que soube da eliminação da rival, Arthur não conteve a emoção e se jogou na piscina. Feliz, o ator gritava: "Obrigado, Brasil, obrigado, meus fãs!"

E provocava: "Eu não vou embora, eu não vou embora".

A surpresa positiva com os indicadores de atividade econômica de dezembro afastou a perspectiva de queda do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre de 2021. Economistas do mercado financeiro agora projetam crescimento de 0,1% nos últimos três meses do ano passado, de acordo o Projeções Broadcast.

No levantamento anterior, a expectativa era de 0%. Apenas uma das 28 instituições ouvidas prevê queda do PIB no período. Antes eram sete de 27.

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A economista-chefe do banco Inter, Rafaela Vitória, prevê alta de 0,2%. O resultado deve levar a crescimento anual de 4,7%. "O destaque foi o setor serviços, com recuperação que deve continuar em 2022", afirma.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2021, de um avanço de 4,8% para 4,5%. Para 2022, a projeção diminuiu de uma elevação de 1,8% para 1,1%. As estimativas anteriores foram divulgadas em setembro.

"A redução da previsão para este ano levou em conta os indicadores de atividade econômica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) do terceiro trimestre e de outubro, que vieram abaixo do esperado", justificou o Ipea em nota de divulgação da Visão Geral da Conjuntura, análise trimestral da economia brasileira publicada nesta quarta-feira, 22.

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O instituto estima que tenha havido melhora na atividade econômica em novembro, o que atenuaria os efeitos negativos do desempenho de outubro no agregado do último trimestre de 2021.

O Ipea estima que a produção industrial tenha crescido 0,6% em novembro ante outubro, e o volume de serviços prestados tenha avançado 0,4%. As vendas do comércio varejista teriam alta de 0,3%, embora, no varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, a expectativa seja de queda de 0,7%. Como resultado, o Monitor do PIB, apurado pela Fundação Getulio Vargas com a mesma metodologia de cálculo das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, teria uma expansão de 0,4% em novembro ante outubro, após a queda de 0,7% registrada no mês anterior.

Os técnicos do órgão lembram que o setor manufatureiro, particularmente a indústria de transformação, segue enfrentando restrições pelo lado da oferta. A desorganização mundial das cadeias produtivas ainda provoca escassez e encarecimento de insumos, enquanto a crise hídrica permanece pressionando os preços da energia elétrica.

"O consumo de bens, por sua vez, tem sido afetado negativamente pelo aumento da inflação, que segue pressionando o orçamento das famílias. Refletindo esse quadro, a confiança dos agentes diminuiu nos últimos meses. Além da queda generalizada entre os empresários, a confiança das famílias também sofreu deterioração. Nossas previsões sugerem, no entanto, com base nos indicadores disponíveis até o momento, que o nível de atividade em novembro deve apresentar crescimento, com exceção do comércio varejista ampliado", avalia o Ipea, na Visão Geral da Conjuntura.

O instituto prevê uma alta de 0,1% no PIB quarto trimestre deste ano ante o terceiro trimestre.

"Pesa sobre o cenário do quarto trimestre a inflação mais alta do que o esperado anteriormente, o que afeta o poder de compra e as expectativas dos consumidores. O consequente ciclo de aperto monetário mais rigoroso terá efeitos que perdurarão pelos trimestres subsequentes, dada a defasagem dos mecanismos de transmissão da política monetária para a atividade econômica", justificou o órgão.

Para o fechamento de 2021, a maior revisão ocorreu na projeção para a agropecuária, que fechará 2021 com queda de 1,2%, ante uma previsão anterior de crescimento de 1,2%. A diferença é explicada pelos problemas climáticos que afetaram a safra, pelo pior desempenho na produção de bovinos e pela revisão do crescimento do setor em 2020 nas Contas Nacionais do IBGE, que aumentou fortemente a base de comparação para o crescimento deste ano.

A projeção para o PIB da indústria passou de alta de 5,4% para 4,9%, enquanto a do setor de serviços foi revista de 4,7% para 4,5%. Em 2022, a agropecuária cresceria 2,8%, a indústria ficaria estagnada (0,0%), e os serviços teriam avanço de 1,3%.

Sob a ótica da demanda, o Ipea prevê alta de 3,4% no consumo das famílias em 2021, seguido de avanço de 1,3% em 2022. O consumo do governo aumentaria 1,9% este ano, para depois crescer 1,7% ano que vem. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) teria elevação de 17,6% em 2021, mas ficaria praticamente estável ano que vem (0,1%). As exportações cresceriam em 2021 (6,8%) e 2022 (1,9%), assim como as importações (12,3% em 2021 e 2,4% em 2022).

Segundo o Ipea, a piora nas expectativas para o PIB de 2022 é decorrente do impacto negativo da elevação da inflação sobre o poder de compra das famílias e da necessidade de elevação mais acentuada da taxa de juros, que já encarece o crédito.

"Por outro lado, o Auxílio Brasil e o aumento da população ocupada podem influenciar positivamente a demanda, que também poderá ser estimulada pelo esperado aumento dos investimentos em infraestrutura", ponderou o instituto em nota.

As previsões para a inflação no Brasil também foram revistas em relação às últimas projeções, divulgadas em novembro. A expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 passou de 9,8% para 10,0%, enquanto que para o Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) subiu de 10,1% para 10,2%. Para 2022, as projeções para o IPCA e o INPC foram mantidas em 4,9% e 4,6%, respectivamente.

"A manutenção das taxas é baseada na estimativa de acomodação dos preços do petróleo e das demais commodities, combinada à menor probabilidade de efeitos climáticos intensos e à projeção de um aumento da safra brasileira, que devem resultar em pressão menor sobre combustíveis, energia elétrica e alimentos. De certa forma, a descompressão inflacionária já é percebida em algumas categorias no final de 2021, como o anúncio feito pela Petrobras de redução no preço das refinarias. Porém, há riscos que seguem associados, externamente, à possibilidade de novos aumentos de preços de commodities e, internamente, à percepção de fragilidades na política fiscal, além do processo eleitoral, com efeitos que podem desencadear maior volatilidade no mercado cambial", alertaram os pesquisadores do Ipea.

O Ipea estima que a taxa básica de juros, a Selic, suba de 9,25% ao ano ao fim de 2021 para 11,75% ao ano ao fim de 2022. A projeção para a taxa de câmbio é que se mantenha em R$ 5,71 tanto ao término de 2021 quanto de 2022.

As vendas nos shoppings no Natal de 2021 devem ter uma alta nominal de 16% na comparação com 2020, chegando a R$ 5,6 bilhões. A projeção se refere às vendas entre os dias 19 e 25 de dezembro e foi divulgada nesta sexta-feira (17), pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

O comércio nos shoppings deve resultar em um tíquete médio de R$ 219, o que representa um valor 11,2% maior que os R$ 197 do ano passado e 17,7% superior ao registrado em 2019, quando as vendas médias foram de R$ 186 - sinalizando que a inflação foi sentida pelo setor.

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A expectativa dos shoppings é que o fluxo de pessoas seja 17% superior ao observado em 2020 - naquele momento o setor funcionava com restrições.

Em termos de vagas de trabalho, os centros de compras registraram um incremento de 11% ao quadro atual de funcionários.

Estima-se que o setor conte com 100 mil trabalhadores a mais no Natal de 2021.

O Ministério da Economia reviu para 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) a projeção de déficit nas contas do governo central em 2022. A nova projeção já leva em conta o cenário de aprovação da PEC dos Precatórios, que prevê um aumento de gastos de R$ 106 bilhões.

A última projeção, divulgada há poucos dias, estimava déficit de 0,99% do PIB. A melhora, segundo apurou o Estadão/Broadcast, seria puxada pela arrecadação mais forte. A nova estimativa, apesar do aumento de gastos com a PEC, é melhor do que a prevista no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) enviado ao Congresso.

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A Economia projeta o total da despesa primária em 2022 em 18% do PIB (com PEC), ante 17,5% no envio do PLOA. A projeção de déficit em 2021 é de 1,1% do PIB (com PEC). O cenário anterior era de 1,2% (sem PEC). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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