Tópicos | Queda do Lulismo

A popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu uma queda no Recife, após a série de denúncias envolvendo seu nome em irregularidades que estão sendo investigadas pela Justiça Federal. Na capital pernambucana, a conjuntura negativa teria reflexo nos votos destinados ao ex-presidente, caso ele estivesse concorrendo a um cargo eletivo hoje, ao menos é o que indica um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), divulgado nesta segunda-feira (22). De acordo com a amostra, 76,2% dos recifenses já votaram em Lula, no entanto, se ele fosse candidato atualmente 62,9% não o elegeriam. 

Ao responder a pesquisa, encomendada pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, 23,8% dos entrevistados observaram nunca ter votado no líder petista. Já quando o questionamento foi sobre uma possível candidatura hoje, apenas 35,6% pontuou que votaria em Lula e 1,4% não soube responder. 

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Na primeira vez que foi eleito, em 2002, o ex-presidente recebeu 389,8 mil votos na capital pernambucana no primeiro turno e 502,2 mil no segundo. Já em 2006, quando disputou a reeleição, Lula foi o preferido por 518,6 mil recifenses no primeiro turno e por 588 mil no segundo. Por ser o primeiro pernambucano a ocupar a Presidência da República, o apelo regional se enraizou entre os eleitores e criou-se o que hoje é conhecido no meio político como “Lulismo”. 

A influência do petista, entretanto, tem sido colocada de lado entre seus defensores ferrenhos. “Há uma queda visível do ‘Lulismo’ no Recife. As denúncias de corrupção ajudam o nível de descrença. Podemos dizer que houve uma decepção eleitoral dos recifenses”, analisou cientista político e coordenador do IPMN, Adriano Oliveira. 

Maioria do recifenses não admira Lula

Assim como o percentual de recifenses que votariam no ex-presidente teve uma redução considerável, o nível de admiração do líder petista também caiu. Dos entrevistados pelo IPMN, 62,8% afirmou não admirar Lula enquanto 37,2% disse que admira. Destes a maioria são das classes D e E (51%), já daqueles a maior parcela está nas classes B e C (70%). 

Indagados se um dia chegaram a admirar Lula, 61,9% dos entrevistados respondeu que sim e 38,1% afirmou que não.

O LeiaJá foi às ruas do Recife para ouvir a opinião das pessoas sobre o governo Lula. Confira no vídeo abaixo:

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O possível envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em irregularidades investigadas pelas operações Lava Jato e Zelotes, da Polícia Federal, tem ampliado a descrença da população quanto à honestidade do petista. No Recife, um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) constatou que 65,5% da população não acredita que o líder do PT é honesto, enquanto 26,8% dizem que sim. 

A amostra, divulgada nesta segunda-feira (22), foi encomendada pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio. De acordo com os dados da pesquisa, 77,5% dos entrevistados têm conhecimento das denúncias contra o ex-presidente e 17,8% não ouviram falar sobre o assunto. 

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Uma série de acusações pesa sobre o petista, entre elas, a provável participação dele na venda de Medidas Provisórias (MP), editadas durante o seu governo, para conceder benefícios fiscais a montadoras de veículos por R$ 2,5 milhões; além da compra de um tríplex no Guarujá, reformado pela empresa OAS – uma das empreiteiras envolvidas nas fraudes em contratos da Petrobras; e da reforma do Sítio Atibaia, feita pela Odebrecht, também investigada na Lava Jato.  

Indagados se acreditavam ou não nessas denúncias 68% dos entrevistados pelo IPMN disseram que sim, enquanto 24,7% apontaram que não e 7,3% não souberam responder. Aos que disseram ter ouvido falar, o Instituto questionou sobre qual denúncia mais teria chamado a atenção deles. Questões ligadas às fraudes na Petrobras e outros meios de lavagem de dinheiro foram as mais citadas espontaneamente pelos entrevistados, 9,8% cada; desvio de verbas (9,3%), o caso do triplex no Guarujá (8,1%), a reforma do sítio Atibaia (6,4%) e o tráfico de influência com a empresa Odebrecht (5,8%) também foram citados. 

Apesar da descrença da população, a gama de acusações envolvendo o ex-presidente tem dividido os setores políticos. Para os aliados, a divulgação de casos que possam ter a participação de Lula é uma investida da oposição para enfraquecer o retorno do petista na corrida eleitoral em 2018. Já os oposicionistas acreditam ser este o momento oportuno para mostrar ao país o que eles chamam de “a verdadeira face de Lula”. 

Sob a ótica do cientista político e coordenador do IPMN, Adriano Oliveira, as acusações podem pesar contra o ex-presidente eleitoralmente. “Lula precisa torcer para que as denúncias cessem e no momento oportuno, que eu acredito já ser agora, explicar que todas elas, se são verdadeiras ou inverídicas. Ele precisa quebrar o silêncio e se explicar para a população”, recomendou o estudioso.

Dados da pesquisa

A pesquisa do IPMN ouviu 624 pessoas no Recife, nos dias 15 e 16 de fevereiro. O nível de confiabilidade é de 95% e a margem de erro é de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos.

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