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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou nesta quarta-feira, 3, o Quilombo de Marambaia, no Rio de Janeiro, região onde passou as festividades de final de ano. Em vídeo publicado nas redes sociais, o petista disse que apenas com o conhecimento sobre a exploração ocorrida no Brasil a populações indígenas e negras é que será possível construir um País "mais digno para o povo".

De acordo com Lula, o quilombo representa uma "marca triste" de um momento histórico nacional. "Isso é um período que a gente não pode esquecer nunca porque é do não esquecimento que a gente vai construindo a história do Brasil do jeito que ela é", afirmou Lula, em vídeo publicado no X, antigo Twitter.

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O chefe do Executivo afirmou que o objetivo de sua visita foi para aprender e conversar com a população quilombola para saber sobre melhorias na região. O presidente disse que terá uma conversa com o Ministério Público, com a Marinha e com o Ministério da Igualdade Racial para tratar sobre ajustes necessários que o Executivo federal pode fazer.

"Conversei com as pessoas e pude ver as ruínas de uma senzala. Não devemos esquecer o que já aconteceu no nosso País, principalmente toda exploração e sofrimento causado às pessoas negras e indígenas. É assim que poderemos construir um Brasil melhor e mais digno para o povo", disse.

"Eu vim fazer essa visita aqui porque é muito importante que a sociedade brasileira saiba o que já foi o Brasil, o que é o Brasil e o que pode ser o Brasil", acrescentou. "Temos que aproveitar esse momento histórico que vivemos no Brasil para tentar recuperar não apenas a história verdadeira mas o direito pleno das pessoas."

Lula viajou em 26 de dezembro para a Restinga de Marambaia, no Rio de Janeiro, onde passou as festas de final de ano. A primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, acompanha a viagem. A previsão inicial de retorno do presidente a Brasília era para esta quarta-feira. Contudo, o chefe do Executivo optou por adiar sua volta à capital federal para amanhã, quinta-feira, 4.

A Restinga de Marambaia é um pedaço privativo do litoral fluminense nas áreas dos municípios do Rio de Janeiro, Itaguaí e Mangaratiba. O local é administrado pela Marinha, pelo Exército Brasileiro e pela Força Aérea Brasileira (FAB) e, por se tratar de uma área militar, seu acesso é restrito. Na região, há também uma unidade de treinamento de fuzileiros navais.

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Nesta terça-feira (15), às 19h45, o Canal Futura vai transmitir o documentário “Ressignificando a identidade na Infância”, em parceria com a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal. Com direção da jornalista e produtora de audiovisual Ariela Motizuki, o filme retrata a história de Jorge e Ana Luísa, crianças quilombolas da comunidade Abacatal, em Ananindeua, município da Região Metropolitana de Belém, no Pará.

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A proposta do documentário é falar sobre exemplos de parentalidade na primeira infância na Amazônia, diz Ariela. Por meio da convivência com pais, avós e professores, as crianças do Abacatal revelam uma íntima relação com a natureza. 

“[O documentário] foi pensado por duas equipes, uma aqui do Pará, que é a Mazô Filmes, da qual eu faço parte atuando como documentarista, e a outra é a Lab Cine, que atua em Teresina”, informa Ariela. A jornalista afirma que, por conhecer o Abacatal, o trabalho dela é focado em contar narrativas da Amazônia, mostrando como é a infância dentro de um quilombo que tem muita história de resistência e como eles repassam a identidade quilombola atualmente.

Ariela relata que o processo de produção do documentário foi desafiador, primeiramente por ter ocorrido em um período pandêmico, e durou mais de um ano, sendo gravado apenas no fim de 2021. A jornalista destaca que trabalhar com crianças foi outro desafio. “Eram crianças pequenas, então tem que ter uma direção diferenciada para falar com elas, mas obtivemos um bom resultado, até porque uma das nossas personagens é extremamente comunicativa”, conta.

A diretora aponta o acesso ao quilombo do Abacatal como um dos obstáculos para as gravações. Para chegar até lá, é necessário passar por uma estrada de terra. Com a chuva, o deslocamento fica mais difícil. “O sinal de internet lá é ruim, então às vezes, para a gente falar com eles algo simples, como marcar a hora da gravação, a gente precisou ter que se deslocar para lá”, complementa.

O que mais chamou a atenção de Ariela na comunidade, segundo ela, foi a relação com o espaço, com a terra, e como isso é importante para a identidade da população. “Aprendi muito durante o processo de produção”, acrescenta.

Ariela também fala sobre a importância de mostrar a realidade dessa comunidade por desmentir o estigma que muitas pessoas têm de que a primeira infância dentro de um quilombo é “diferente”. A jornalista explica que as diversidades existem, mas lá é onde as crianças se sentem pertencentes e onde os pais delas se sentem à vontade para criar os filhos.

Ao falar sobre as crianças, Ariela comenta que elas possuem algo em comum: amar o fato de crescerem dentro do quilombo. “A gente se tornou muito próximo deles na gravação, inclusive ensinamos a mexerem na câmera e fotografarem”, relembra. Para a diretora, o documentário permitiu a compreensão do que a luta quilombola representa para o Estado do Pará.

Essa é a terceira produção de Ariela para o Canal Futura. Ela destaca que o reconhecimento é gratificante. “E o mais importante: ver narrativas da Amazônia sendo contadas por produtores paraenses em um canal com esse tipo de visibilidade é muito importante para mim”, conclui.

Por Isabella Cordeiro.

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Nesta terça-feira (30), a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador começou a aplicar a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em quilombolas da região. A expectativa é que os 240 moradores da comunidade de Martelo, e os 126 moradores da localidade de Maracanã, ambas em Ilha de Maré, recebam o imunizante.

A ação dá prosseguimento ao projeto de imunização da população quilombola de Salvador, iniciada pela prefeitura na sexta-feira passada (26). A Guarda Civil Municipal (GCM) prestou apoio aos agentes de saúde para conseguir acesso às comunidades, realizado por barcos.

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Segundo a prefeitura, até agora foram imunizados cerca de 1.430 quilombolas. “O reconhecimento, por parte da sociedade, de um povo tradicional que merece respeito traz muita felicidade, porque é algo histórico e que esperamos há muito tempo”, afirmou a enfermeira e também quilombola, Maristela Menezes.

Para o coordenador do Distrito Sanitário do Subúrbio Ferroviário e Ilhas, Moises Teles, a preparação dos agentes para a ação foi de “extrema importância” para que a vacinação do grupo quilombola ocorresse sem nenhum problema. “Todo o planejamento foi seguido e a vacinação tem sido boa”, afirmou Moises.

De acordo com a prefeitura de salvador, todas as comunidades de Ilha de Maré, no município, que compõem o público eletivo para a vacinação, possuem certificação que as reconhecem como povo de quilombos. “No período recomendado para a aplicação da segunda dose do imunizante, os vacinadores da Prefeitura retornarão aos locais para completar o esquema vacinal dessa população”, afirmou em nota.

A Secretaria de Saúde de Olinda - Região Metropolitana do Recife (RMR) - iniciou, no último domingo (21) a vacinação do segundo maior Quilombo Urbano do Brasil, o Quilombo Portão de Gelo, localizado em São Benedito. Segundo a gestão municipal, foram vacinados até agora 105 quilombolas.

Segundo a prefeitura de Olinda, o objetivo é imunizar todo o grupo quilombola do Portão de Gelo, independente da idade. De acordo com o presidente do Quilombo, Pai Ivo do Xambá, são cerca de 2.500 pessoas declaradas quilombolas no território, com idades entre 18 e 90 anos.

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Olinda inicia vacinação contra Covid-19 dos quilombolas do município, a partir deste domingo (21). A imunização simbólica acontece, a partir das 10h30, no Terreiro da Xambá e contará com a presença do Prefeito de Olinda, Professor Lupércio e do Governador do Estado, Paulo Câmara. O terreiro fica localizado na Rua Severina Paraíso da Silva, n.° 65, no bairro de São Benedito.

Toda população declarada quilombola, pelo Quilombo Portão de Gelo será imunizada, independente da idade. De acordo com  o babalorixá do terreiro, Pai Ivo do Xambá, lista aproximadamente 2500 pessoas declaradas quilombolas no território, com idades entre 18 e 90 anos. O quilombo do Portão do Gelo recebeu esse título pela Fundação Palmares, em 2006, sendo classificado como o 2º quilombo urbano do Brasil.

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A vacinação contra Covid-19 em Olinda segue através de agendamento pelo no site da Prefeitura www.olinda.pe.gov.br. São cinco pontos de vacinação. No Shopping Patteo, a imunização acontece de 9h às 17h.  

O atendimento ocorre também no Espaço Caenga, em Águas Compridas; Vila Olímpica de Rio Doce; Escola Coronel José Domingos da Silva, em Ouro Preto; e na Escola Municipal Princesa Isabel, em Jardim Brasil. Nesses pontos o serviço é ofertado das 9h às 16h.

*Da Ascom Olinda

 

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Crianças da comunidade quilombola Cruzeirinho, no Acará, interior do Pará, receberam material escolar, brinquedos e kit de higiene bucal, doados pelos mais de 200 apoiadores do projeto Futuro Brilhante. Além disso, a comunidade recebeu panelas grandes onde serão feitas as merendas para as crianças. A ação ocorreu no sábado (22), na Escola Municipal do Cruzeirinho.

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Foi o quinto ano que a comunidade recebeu ajuda solidária nas vésperas do Natal. Segundo Diego Martins, idealizador do projeto, o que se propuseram fazer, neste ano, foi atingido. “Estavam com problema da merenda por causa do tamanho das panelas. Eles precisavam de três panelas e a gente conseguiu nove, para eles poderem fazer os lanches das crianças, apesar de não terem merendeira, mas os pais estão se revezando na cozinha”, disse.

Para evitar que as crianças risquem as paredes da escola, a equipe conseguiu cavalete para pintura, para que as crianças explorem suas criatividades. “Verificamos que eles estavam riscando muito as paredes da escola, que a escola estava ficando suja e a gente conseguiu material para que eles possam desenhar no local certo, que são aqueles quadros para apoiar o papel, apoiar o material de pintura”, explicou Diego.

Além das crianças, os adolescentes que moram na comunidade, mas que estudam em outra escola, também receberam material escolar. “Por conta de continuarem os estudos, no sexto, sétimo, oitavo ano, eles precisam ir para Boa Vista, que é a escola que tem as outras séries. A gente conseguiu fornecer material para eles, como forma de incentivar, apesar de eles não estarem mais na Escola Municipal do Cruzeirinho, mas eles fazem parte da comunidade”, disse Diego.

Segundo Diego, o objetivo é que no próximo ano mais necessidades da comunidade sejam supridas. “No próximo ano queremos constituir o conselho escolar, a associação de moradores, investir na capacitação em produção de açaí, reformar a escola e fazer o projeto do centro comunitário. Quem puder ajudar nesse sentido será muito bem-vindo”, explicou.

Para Celina Vidigal, oficial de Justiça, quem iniciou o projeto, há cinco anos, a ação deste ano superou as suas expectativas. “Foi tudo maravilhoso. Que ano que vem seja melhor ainda. As crianças e as mães amaram. Foi muito alegre este ano, mais que nos outros anos. O alimento que sobrou as mães levaram para casa. É uma comunidade muito carente e isolada. Tudo compram em Belém e, graças a Deus, as coisas têm mudado para a melhor na vida dessas crianças”, afirmou, emocionada.

Celina contou que o projeto só cresce graças à ajuda de pessoas que se mobilizam em ajudar, como Diego Martins, que abraçou a causa. “O Diego é fora de série. É ótimo. Ele sabe mobilizar as pessoas e tomou uma dimensão bem maior. Hoje em dia eu não tenho mais a preocupação porque já tem pessoas que vão dar continuidade”, declarou.

Segundo a oficial de justiça, é emocionante ver a gratidão das pessoas que receberam as doações. “A Pâmela (moradora da comunidade) veio aqui em casa e chorou agradecendo tudo o que a gente tem feito e falou que isso tem ajudado muito porque não tinham condições de comprar material escolar”, detalhou Celina.

Ediene Cunha, moradora da comunidade, estava feliz com a ação. “Foi tudo de bom. Que Deus venha ajudar vocês e que venha, de novo, olhar pelas nossas crianças humildes. Tudo é bem-vindo. Tudo o que dão é de coração e tenho certeza que muitas crianças por aí querem uma oportunidade desta e não tem e nossas crianças, da nossa comunidade quilombola, tem essa oportunidade”, declarou.

Ricardo Lecheva, treinador e ex-jogador do Paysandu, que está articulando com o Ypiranga Clube, de Macapá, para a temporada de 2019, é um dos apoiadores do projeto. Para Lecheva, não existe forma de mensurar a emoção de saber que está contribuindo para mudar o quadro social de uma comunidade que ainda sofre com necessidades básicas como alimento e educação. “Não tem como negar a imensa satisfação de orgulho que me dá esse projeto e ver a transformação que estamos causando na vida dessas crianças ajudando no direito de estudar, buscar conhecimento, para um futuro melhor, isso é que me motiva. Sempre digo que esse é o meu xodó”, concluiu.

Sobre a falta de merendeira na escola, o LeiaJá procurou a prefeitura de Acará, mas até o momento da publicação não obteve retorno.

Quem tiver interesse em ajudar o projeto pode entrar em contato pelo telefone: (91) 982126067.

 

Em sua passagem pela capital pernambucana, onde faz show, nesta sexta (10), com Os Tribalistas, Carlinhos Brown fez questão de conhecer uma parte da cultura local. Ele esteve no Centro Cultural Grupo Bongar Nação Xambá, localizada em Sâo Benedito, Olinda, e, durante a visita, aprendeu sobre as tradições Xambá e até tocou com os moradores da comunidade.

Durante a visita, Brown participou de caminhada e aproveitou pra fazer música junto aos integrantes do terreiro. O artista compartilhou na internet sua felicidade em conhecer o Quilombo de Xambá: "Encontrei crianças tocando tambores e com toques que jamais havia visto e com tantos anos de experiência que tenho em percussão. É algo que o Brasil precisa conhecer, um dos quilombos preservados desse país, com toques e cantos inéditos que nós precisamos realmente conhecer. É uma comunidade de paz". 

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O cantor aproveitou também para deixar uma mensagem contra intolerância religiosa: "Acho que essas pessoas estão muito próximas a Deus. E quem não está, busca dicotomias e uma forma de se apoderar do que até não conhece. Deus não concorda com o separatismo e o que eu conheço como o mal, provém de quem planta a discórdia. Rabino, Babalorixá, Doté e Pastor, todos tem o mesmo sentido, todos são condutores da ovelha e se as ovelhas estão se debatendo, é sinal de que os seus líderes precisam repensar como conduzir o seu rebanho".

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A comunidade quilombola de Bombas, que fica situada no município de Iporanga no Vale do Ribeira (360 km de São Paulo), conseguiu na Justiça o direito de ter uma grade curricular diferente para os moradores. A reserva terá educadores especializados nos costumes e cultura da comunidade tradicional, conforme determina uma resolução do Conselho Nacional de Educação publicada em 2012. O prazo para implantação do sistema de ensino especial para os quilombolas é de 45 dias.

Para suprir as necessidades dos estudantes da comunidade e respeitar a resolução que rege esse tipo de modalidade de ensino, os moradores participarão de reuniões com educadores e professores, para que a grade seja adequada às tradições locais. De acordo com o defensor público Andrew Toshio Hayama, autor da ação, a educação diferenciada “deve garantir que as coletividades assumam paulatinamente a responsabilidade pela construção e gestão do planejamento educacional, primando por um ensino adequado às peculiaridades destas comunidades”.

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O magistrado também usou a ação para questionar a ausência do Estado após a conclusão do ensino fundamental. “Apenas os anos iniciais do ensino fundamental são prestados pelo poder público. Os anos finais do ensino fundamental e o ensino médio nunca foram executados”, afirmou Hayama. Como solução, o defensor declara que pode ser usado o sistema de educação modular, adotado em estados do Norte e Nordeste e que tem funcionado bem, desde que a comunidade esteja de acordo.

O 1º Festival do Açaí da Vila Jupuuba, que será realizado no próximo dia 23 de dezembro, no horário de 9 às 22 horas, vai movimentar não somente a comunidade quilombola da região do Vale do Acará, a cerca de 150 quilômetros de Belém, e adjacências, como diversos municípios vizinhos.

Serão mais de 12 horas ininterruptas de uma vasta programação que envolverá palestras, oficinas, exposições de produtos confeccionados a partir da palmeira e artesanatos, programação musical e cultural, competições e gincanas, show gospel com artistas locais e a dupla gospel nacional, Daniel e Samuel, que será a principal atração do evento, além da Banda Conexão Direta, Denise Peniche, Ventos do Norte, Banda Herança de Cristo, Isabel e Nilda Hissan e outros. No encerramento haverá sorteio de prêmios valiosos como notebook, celular, bicicleta, além de uma Moto Zero Km.

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A festa atrairá pessoas de todos os municípios da região do baixo Tocantins e metropolitana de Belém, e promete se transformar em um dos maiores eventos culturais da região do Vale do Acará. Na Casa do Açaí serão disponibilizados mais de 3 mil litros de vinho da fruta, além de diversos outros derivados como açaí cremoso, bolo, pudim, creme, empada, torta, dentre outros. Artesanatos feitos a partir da fruta estarão no espaço e a expectativa da organização do evento é de receber aproximadamente 5 mil pessoas durante todo o dia. A idealização e coordenação geral do projeto é do Pastor Nelito Lopes da Assembleia de Deus da Vila de Jupuúba e da Missionária Miriam Débora.

Da assessoria do evento.

 

A comunidade quilombola de Bombas, situada no município de Iporanga (360 km da capital), conseguiu na Justiça o direito de ter uma escola em suas dependências que tenha em sua grade curricular assuntos pertinentes à sua história e cultura. O defensor público Andrew Toshio Hayama, que assinou a ação, declarou que é responsabilidade do Poder Público providenciar para que o planejamento educacional respeite as peculiaridades das comunidades tradicionais.

“Apenas os anos iniciais do ensino fundamental são prestados pelo poder público. Os anos finais do ensino fundamental e o ensino médio nunca foram executados”, afirma o defensor. De acordo com relatório da Unicef, as comunidades quilombolas estão entre as mais excluídas do sistema educacional, por estarem localizadas em zonas rurais e, muitas vezes, isoladas dos grandes centros.

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Outra ação, que foi garantida através de liminar em 2015, reconheceu a necessidade da construção de uma via para facilitar a prestação do serviço público de educação na comunidade. O novo acesso deve ligar o quilombo de Bombas à cidade de Iporanga, facilitando o deslocamento dos moradores a outros pontos do município e dos professores às escolas que devem ser construídas para atender a comunidade.

A partir do próximo sábado (5), o Museu da Abolição, no bairro da Madalena, Recife, recebe a exposição "Tiririca dos Crioulos: pessoas fortes na luta", que é parte do projeto "Do Buraco ao Mundo: percepções sobre o patrimônio cultural da Tiririca dos Crioulos". A mostra foi fruto de três anos de pesquisas colaborativas, dentro desse quilombo-indígena do município de Carnaubeira da Penha, no sertão de Pernambuco.

Estarão expostos objetos marcantes para a comunidade como o primeiro rádio e a máquina de costura do quilombo, saias de caroá (espécie de fibra vegetal) utilizadas no ritual do Toré e Gira, potes de barro, colares, antigos ferros de passar roupa à carvão, fotos, desenhos criados pelas crianças. A mostra também terá vídeos sobre algumas referências culturais que foram mapeadas, como as artes no barro, os benditos, as parteiras e sobre a primeira casa de alvenaria do quilombo, onde ainda são realizados rituais. 

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Os visitantes ainda poderão manusear o livro "Tiririca dos Crioulos: um quilombo-indígena" e ouvir um documento sonoro, contendo músicas ritualísticas. Os idealizadores explicam que a Tiririca dos Crioulos é uma coletividade que ainda hoje luta por seus direitos constantemente ameaçados, assim como tantas outras comunidades quilombolas, indígenas e tradicionais espalhadas pelo Brasil.

SERVIÇO:

Exposição Tiririca dos Crioulos: pessoas fortes na luta

Abertura: 5 de agosto

Entrada gratuita

Programação:

Roda de Diálogo Arte, Patrimônio e Políticas Culturais: construindo pontes para a educação das relações étnico-raciais (das 14h às 17h)

Ritual de abertura com as moradoras e moradores da Tiririca dos Crioulos (às 17h)

Museu da Abolição - Rua Benfica, 1150 - Madalena

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Índios e fazendeiros armados na disputa por terras no Sul da Bahia. A Polícia Militar no cumprimento da reintegração de posse do território de Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), expulsa violentamente mais de 6 mil pessoas. No interior do Rio de Janeiro, o Quilombo de Marambaia disputa terras com a Marinha. No Maranhão, a comunidade de Alcântara passa pela mesma situação com a Aeronáutica.

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Na Bahia, a comunidade do Quilombo Rio dos Macacos, localizada entre os município de Salvador e Simões Filho, tem vivido momentos difíceis, enquanto divide e disputa judicialmente o direito por um área de terra com a Marinha do Brasil.

Denúncia

Na última segunda-feira (28), moradores de Rio dos Macacos denunciaram uma série de agressões sofridas por parte de oficiais da Marinha. Segundo o defensor federal João Paulo Lordelo, parte da casa de José Araújo dos Santos, morador da área em disputa, desabou por conta das chuvas intensas da última semana, e foi reconstruída. Como o território passa por disputa judicial, nenhuma obra poderia ser construída ou reformada. Segundo a comunidade, militares da Marinha foram armados ao local, destruíram o imóvel e agrediram pessoas com empurrões, entre idosos, mulheres e crianças.

De acordo com Rosimeire Santos, líder comunitária, durante a ação os militares agrediram várias pessoas. "Nosso quilombo, como sempre, sofre da violência da Marinha. Os fuzileiros vieram aqui e derrubaram uma parte da casa, empurraram as crianças com arma e machucaram o braço da minha filha, tiraram sangue dela. O lugar é nosso. Quando a Marinha chegou, já estávamos aqui”, afirma.

A Defensoria Pública fez um acordo com os militares, que concordaram em sair do local desde que os moradores não continuem com as construções. De acordo com o Lordelo, a disputa pela posse do território ainda aguarda uma decisão final da Justiça. “A Marinha está se adiantando, a questão da posse está tramitando na Justiça. A decisão ainda não saiu e a Marinha já se comporta como se fosse a dona da terra”.  Ele ainda ressalta a necessidade dos moradores de reforçar as casas, que ficaram comprometidas após as chuvas fortes das últimas semanas.

Há mais de três anos o quilombo do Rio dos Macacos vive esse impasse. A desapropriação das terras estava marcada para o dia 4 de março, mas foi adiada pela segunda vez. A disputa segue na justiça, enquanto isso, segundo a comunidade, os moradores estão sendo privados do direito de ir e vir, tendo horários para entrar e sair do local e ficando impossibilitados até mesmo de receberem visitas em suas casas. Do outro lado, na Vila Militar, separados por cerca de 500 metros, as famílias dos oficiais da Marinha vivem em condomínios de luxo, em espaços com clubes e áreas de lazer.

A assessoria de comunicação da Marinha declarou em nota que o caso corre na 10ª Vara Federal e que a última decisão judicial, que suspendeu a desocupação da área, foi tomada "unicamente com o propósito de assegurar a conclusão da articulação com as esferas e instâncias do governo responsáveis por uma retirada pacífica, com realocação segura dos réus".

Entenda o caso

A comunidade Rio dos Macacos é formada por cerca de 60 famílias, que reivindicam a posse da área e defendem que estão no local há mais de 250 anos, tendo registros de moradores com mais de 90 anos que tiveram seus pais e avós nascidos ali. A Marinha afirma ter oferecido uma área para que os moradores fossem alocados, mas eles não demonstraram sinal de aceitação.

Em meados de 1960, as terras pertencentes ao quilombo foram doadas pela prefeitura de Salvador à Marinha do Brasil, tendo ficado registrada na ocasião a existência de moradores e ressalvada a responsabilidade da Marinha por quaisquer indenizações por transferência de terra. Nos últimos três anos, com a construção da base naval e a intensificação do contingente de oficiais no local, a tensão e o medo se instauraram na comunidade.

Segundo Pedro Diamantino, representante da Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais (AATR), “o artigo 68 das disposições transitórias da Constituição Federal garante aos remanescentes das comunidades dos quilombos a propriedade definitiva da terra. Porém este artigo até hoje não foi regulamentado, o que gera instabilidade jurídica. A demarcação de terras quilombolas atualmente está lastreada no decreto federal 4887/2003, que é um instrumento jurídico insuficiente para garantir a posse definitiva da terra”.

Em janeiro deste ano, integrantes da comunidade fizeram um protesto diante da Base Naval de Aratu, onde a presidente Dilma Rousseff passava férias. Na ocasião, os quilombolas relataram que o acesso à comunidade estaria sendo controlado pelos militares.

 

Somos Quilombo Rio dos Macacos

Nas redes sociais, uma campanha virtual vem sendo feita em pró do quilombo desde o início do ano, quando o caso ganhou repercussão nacional. Com o tema “Somos Quilombo Rio dos Macacos”, os internautas atualizavam notícias compartilhadas em tempo real na segunda-feira (28). A socióloga, professora da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), e coordenadora do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), Vilma Reis, postou em sua página no Facebook na segunda-feira: “Temos agora 48 horas para que a justiça e o poder executivo se movam no sentido de garantir que as casas que estão no chão, por conta das chuvas e por conta da posição da Marinha do Brasil, desde 2007, de não permitir qualquer nível de reforma, se modifique, pois tem uma senhora com um bebê recém-nascido que quando chove ela dorme sentada, fugindo das goteiras em sua casa de taipa; pelas outras famílias que quando uma casa cai é obrigada a morar com outras famílias...”, declarou a professora.

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