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O câncer é a segunda doença que mais mata no mundo, atrás apenas das doenças cardiovasculares. Com a pademia do novo coronavírus, os pacientes oncológios precisam de atenção especial porque estão no chamado grupo de risco, ao lado de crianças menores de 2 anos, idosos e os portadores de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, tuberculose, transplantados, entre outros.

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A primeira recomendação dos especialistas, nesse período de isolamento social, é não interromper o tratamento.

A cenógrafa Márcia Cristina Soares Martins e Silva, de 47 anos, foi diagnosticada com câncer de intestino em maio de 2019, já com metástase no fígado. Há quase um ano, faz tratamento com quimioterapia.

Quando o coronavírus chegou ao Brasil, ela conta que ficou apavorada, por ser do grupo de risco. "Já vivo com várias restrições por causa do tratamento contra o câncer, que diminui minha imunidade. Agora, vivo com mais restrições ainda e estou em isolamento”, diz.

Márcia diz que procura se informar pela imprensa e morre de medo de se infectar, mas não suspendeu a quimioterapia nem as consultas. Na clínica, antes das sessões, ela higieniza as mãos com álcool em gel. "Os acompanhantes não entram com a gente no salão de quimioterapia e tudo é muito limpo. Meu medo maior é pegar um Uber de casa para a clínica, pois não sei quem andou naquele carro”, assinala.

A oncologista Paula Sampaio, do Centro de Tratamento Oncológico (CTO), em Belém,  informa que os profissionais de saúde estão tendo uma dedicação muito grande para dar aos pacientes os esclarecimentos necessários e fazer com que se sintam seguros e não interrompam o tratamento.

“Estamos nos empenhando muito nisso. A preocupação dos nossos pacientes, que recebem essa enxurrada de informação - muitas falsas, por sinal - é muito grande. A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica recomenda de forma enfática que os pacientes oncológicos quimioterápicos não devem interromper seus tratamentos. O câncer é uma doença séria, grave e a interrupção do tratamento pode acarretar prejuízos imensos”, diz a médica.

“Um dos primeiros esclarecimentos que fazemos é que ser paciente oncológico não significa ter chances maiores de ser infectado pelo coronavírus. Os pacientes oncológicos correm o mesmo risco de contrair a covid-19 que as pessoas em geral – a suscetibilidade maior é manifestar a doença na forma mais grave, assim como pessoas idosas, com pressão alta, problemas cardíacos ou diabetes, por exemplo”, explica a oncologista.

A médica tranquiliza quem já teve câncer e está com a doença controlada. “Em pacientes na fase de acompanhamento e controle, a resistência pode ser igual a de quem nunca teve tumor. Esses pacientes que estão bem, sem sintomas, devem avaliar junto com a equipe médica a possibilidade de adiar as consultas periódicas de controle para diminuir a circulação de pacientes em ambientes hospitalares e de clínicas”, explica.

A funcionária pública Rosemary Marques, de 53 anos, é outro exemplo. Em setembro do ano passado ela começou o tratamento quimioterápico contra o câncer de mama.

Com a chegada do primeiros casos de coronavírus no Brasil, Rosemary ficou muito preocupada. “Desde o começo, via muitas notícias falando sobre os pacientes em tratamento com câncer serem do grupo de risco. Não dá para ficar totalmente tranquila, porque ninguém quer pegar esse vírus. Mas sempre tive orientação sobre como agir com a equipe que cuida de mim. Tanto os médicos quanto os outros profissionais da clínica me tranquilizam, sempre tiram minhas dúvidas”, disse Rosemary Marques.

As recomendações para a prevenção do coronavírus são seguidas à risca. “Estou em isolamento social, em casa. Não saio mais nem para ir ao supermercado ou à farmácia. Só saio para o essencial do meu tratamento”, garante.

A oncologista clínica Amanda Gomes destaca a importância do acompanhamento médico. Pacientes oncológicos, alerta, estão mais sujeitos a adoecer gravemente caso sejam infectados.  

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2018 (número consolidado mais recente), 9,6 milhões de pessoas morreram de câncer no mundo. No Brasil, o número de vítimas é de aproximadamente 25 mil por ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O número de pessoas que não sobrevivem é um dos indicativos da gravidade da doença, que, invariavelmente, deixa o paciente fortemente abalado, especialmente no momento do diagnóstico.

Pacientes com câncer que estão no grupo de risco são:

pacientes com cânceres hematológicas, como as leucemias, linfomas e mielomas múltiplos;

pacientes que passaram por transplante de medula;

pacientes que se encontram no pré ou pós-operatório recente de uma cirurgia oncológica;

pacientes em tratamento quimioterápico tradicional, citotóxica.

Com informações e apoio da assessoria do CTO.

Mamma Bruschetta recentemente passou por uma cirurgia de retirada de estômago, mas logo demonstrou estar bem e até mesmo contou o que gostaria de fazer após se recuperar. Agora, segundo um novo boletim médico, a ex-apresentadora do Fofocalizando continua estável e deve passar por um tratamento em breve.

"O Hospital São Luiz Itaim informa que a paciente Mama Bruschetta permanece internada em observação na Unidade de Terapia Intensiva. A paciente encontra-se bem, estável, sem intercorrências e se alimentando normalmente. A previsão é que nos próximos dias seja iniciado o tratamento com quimio e radioterapia. No momento não há previsão de alta hospitalar", diz o comunicado.

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Lembrando que Mamma descobriu um tumor no esôfago em outubro e, desde então, passou por cirurgias e tratamento.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acaba de aprovar a combinação de imunoterapia e quimioterapia para o tratamento do Câncer de Pulmão Não Pequenas Células (CPNPC), que é o tipo mais comum de câncer de pulmão. Corresponde a 85% dos casos. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para este ano é de 30 mil novos diagnósticos no Brasil.

 “Já tínhamos no Brasil a autorização do uso de imunoterapia, mas é a primeira vez que a combinação com quimioterapia é aprovada e isso é motivo para comemorar. Na prática, esperamos que nossos pacientes com câncer de pulmão metastáticos vivam mais tempo com a doença estável ou mesmo que consigamos redução da doença”, explica a oncologista clínica Amanda Gomes, do Centro de Tratamento Oncológico.

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Para a aprovação, foi utilizado como base o estudo Keynote-189, apresentado em maio, durante o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago (EUA). O ASCO é considerado o maior encontro de oncologistas do mundo e um dos maiores congressos médicos entre todas as especialidades. O tema mais discutido entre os mais de 38 mil oncologistas que participaram dessa 54ª edição foi a imunoterapia.

O trabalho apresentado mostrou os resultados do uso do medicamento pembrolizumabe associado à quimioterapia (pemetrexede e cisplatina ou carboplatina) na primeira linha de tratamento. A combinação reduziu em 51% o risco de progressão da doença ou morte, em comparação com o tratamento convencional, apenas com quimioterapia.

 Esse tipo de tratamento se baseia em medicamentos que estimulam o organismo do paciente a agir contra o câncer, com avanços notáveis. As pesquisas nesse campo cresceram muito. No momento, existem em andamento cerca de 800 estudos de combinação de imunoterapia, o triplo do que tínhamos há dois anos. “A expectativa é que, para esses pacientes, possamos melhorar a sobrevida dos doentes, com um controle prolongado da doença”, conclui a especialista.

Por Dina Santos, especialmente para o LeiaJá.

 

 

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