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Os preços do petróleo fecharam em queda nesta segunda-feira (14) em meio a sinais de que a guerra entre os países produtores para manter suas fatias do mercado não perdeu intensidade. O mercado operou na expectativa da decisão de política monetária do Federal Reserve norte-americano (Fed, banco central dos EUA), na quinta-feira.

"Os preços continuam a cair em reação ao informe mais fraco do que o esperado sobre a produção industrial da China, além do temor de uma elevação das taxas de juro pelo Fed nesta semana", disse o estrategista Tim Evans, do Long Leaf Trading Group. Durante o fim de semana, o governo da China informou que a produção industrial do país cresceu 6,1% em agosto, em relação ao mesmo mês do ano passado, após um crescimento anual de 6,1% em julho; economistas previam uma expansão de 6,6%. Em comparação com o mês anterior, a produção industrial da China cresceu 0,53%, após uma expansão de 0,32% em julho.

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Nesta segunda-feira, o Secretariado da Opep divulgou relatório mensal dizendo que seus membros produziram 31,54 milhões de barris por dia em agosto, acima da meta de 30 milhões de barris por dia. A Opep também disse esperar que a demanda pelo petróleo de seus países membros fique em 30,31 milhões de barris por dia, em média, em 2016. Para este ano, o grupo prevê que a demanda por seu petróleo fique em média em 29,3 milhões de barris/dia, 2,2 milhões menos do que a produção dos 12 países membros em agosto.

A Opep também reduziu sua previsão para a produção dos países que não são membros do grupo neste ano em 72 mil barris/dia, para 880 mil barris/dia. "A produção dos EUA mostrou sinais de desaceleração. Isso poderá contribuir para uma redução do desequilíbrio dos fundamentos do mercado de petróleo, mas está por ser visto até que ponto isso será conseguido nos próximos meses", diz o relatório.

Também nesta segunda-feira, a Arábia Saudita, maior exportador mundial, informou à Opep que produziu 10,265 milhões de barris por dia em agosto, de 10,361 milhões de barris por dia em julho. Fontes do mercado, porém, disseram que a produção saudita cresceu a 10,362 milhões de barris por dia no mês passado, de 10,332 milhões de barris por dia em julho.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), os contratos de petróleo bruto para outubro fecharam a US$ 44,00 por barril, nível mais baixo desde 27 de agosto, com baixa de US$ 0,63 (1,41%). Na Intercontinental Exchange (ICE), os contratos do petróleo Brent para outubro, que vencem nesta terça após o fechamento, fecharam a US$ 46,37 por barril, em queda de US$ 1,77 (3,68%); os contratos do Brent para novembro, mais líquidos, caíram US$ 1,69 (3,45%) e fecharam a US$ 47,35 por barril. Fonte: Dow Jones Newswires

Embora o dólar tenha subido no Brasil, o movimento não foi suficiente para conduzir um avanço das taxas dos contratos futuros de juros nesta sexta-feira (11) mesmo com as preocupações com a inflação. Num ambiente de giro limitado e de acomodação de posições, após a turbulência de quarta e quinta-feira, em função do rebaixamento do Brasil pela Standard & Poor's (S&P), as taxas futuras tiveram leves quedas.

Ao fim da sessão regular, a taxa do DI para janeiro de 2016 fechou nos 14,460%, ante 14,50% no ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2017 marcou 15,15%, ante 15,28%, enquanto o DI para janeiro de 2019 indicou 15,22%, ante 15,27%. Na ponta longa, o contrato para janeiro de 2021 marcou 15,11%, ante 15,15%. Já o dólar à vista de balcão subiu 0,44%, aos R$ 3,8790.

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No geral, o mercado de juros aguarda agora para saber se o governo conseguirá agir a tempo de evitar que a Fitch - que classifica o Brasil dois níveis acima do grau 'junk' - e, principalmente, a Moody's, na qual a nota brasileira já está à beira do patamar especulativo, cortem o rating do Brasil. Sobre isso, aliás, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Edinho Silva, disse nesta tarde que as primeiras medidas de redução de gastos serão apresentadas na próxima semana. Ontem, o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), havia dito que os primeiros cortes seriam conhecidos hoje, o que criou alguma expectativa nos agentes.

O destaque de hoje foi para notícias de que o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, poderia ser substituído - informação negada posteriormente pelo Palácio do Planalto. E que a Polícia Federal pediu que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja ouvido no âmbito da investigação da Lava Jato.

Os dados negativos sobre a indústria chinesa, divulgados no início da sessão asiática, reforçaram nesta sexta-feira, 21, os temores com a desaceleração do país. Isso espalhou um movimento de venda de ações ao redor do mundo, que atingiu a Ásia, a Europa, os EUA e, inevitavelmente, o Brasil.

O Ibovespa - índice de referência da Bolsa brasileira - fechou em baixa de 1,99%, aos 45.719,64 pontos, menor nível desde os 45.117,80 pontos de 17 de março do ano passado. Na semana, recuou 3,76% e, em agosto, já acumula perdas de 10,11%. Na máxima da sessão, marcou 46.649 pontos (estável) e, na mínima, atingiu 45.677 pontos (-2,08%). O giro financeiro totalizou R$ 5,470 bilhões.

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Papéis importantes para o Ibovespa e vulneráveis a uma desaceleração da China recuaram: Vale ON cedeu 2,74% e o papel PNA da mineradora caiu 2,61%, enquanto Petrobras ON teve baixa de 5,06% e o PN cedeu 4,93%. Muito em função da desaceleração chinesa, os preços do petróleo seguiram morro abaixo nesta sexta-feira, com o petróleo WTI chegando a ser negociado abaixo dos US$ 40 o barril - o que penalizou diretamente a Petrobras.

Como pano de fundo para o recuo das ações no Brasil, seguiram no radar os embates políticos em Brasília. Entre as notícias do dia, a possibilidade de o vice-presidente Michel Temer deixar o comando da articulação política do governo.

Já os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho, divulgados à tarde pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), confirmaram a percepção de que a economia brasileira, de fato, vai mal.

Foram fechados 157.905 empregos formais no mês passado, mais do que as 140.000 vagas do piso das projeções do mercado. Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já havia divulgado um IPCA-15 de agosto de 0,43% - dentro do esperando, mas mostrando uma inflação acumulada de 9,57% em 12 meses.

No setor bancário, alguns papéis se recuperaram na segunda metade dos negócios, após notícia de que a base do governo admite a possibilidade de elevar a Contribuição sobre o Lucro Líquido dos Bancos (CSLL) de 15% para 20% - e não para 23%, como proposto pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), relatora da medida provisória 675.

A alíquota de 20% seria uma forma de evitar derrota na votação. No final, entretanto, apenas Itaú Unibanco seguiu em alta, de 0,23%. Banco do Brasil ON caiu 0,22%, Bradesco PN, 0,56%, e Santander unit, 1,12%.

Em Nova York, os principais índices de ações fecham com fortes perdas: O Dow Jones despencou 3,12%, aos 16.459,75 pontos, o S&P 500 recuou 3,19%, aos 1.970,89 pontos, e o Nasdaq teve baixa de 3,52%, aos 4.706,04 pontos.

Os juros futuros terminaram a sessão desta quarta-feira (19) com viés de alta, perto da estabilidade, na ponta intermediária e longa, num movimento que se consolidou após a divulgação da ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Já as taxas curtas exibiram durante toda a sessão viés de queda, endossado pela fraqueza da atividade mostrada pelo IBC-Br.

Ao final da sessão regular, o DI para outubro de 2015 fechou em 14,16%, de 14,169% ontem. O DI para janeiro de 2016 apontava 14,21%, de 14,23% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2017 terminou em 13,80%, de 13,87%. Os contratos com vencimento em janeiro de 2019 indicavam 13,60%, igual ao ajuste da véspera. O DI para janeiro de 2021 marcava 13,57%, de 13,53% no ajuste de ontem.

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Nesta tarde, o documento divulgado pelo Federal Reserve levou o mercado a prever que o início do aperto monetário nos EUA pode não acontecer em setembro, ficando para o final de 2015 ou começo do próximo ano. E isso fez com que a pressão nas taxas longas diminuísse.

"A maioria (dos dirigentes) julgou que as condições para normalizar a política ainda não estão dadas, mas eles notaram que as condições estão se aproximando desse ponto", trouxe a ata da reunião de 28 e 29 de julho do Fed.

Antes do Fed, os DIs intermediários e longos trabalhavam pressionados pelas incertezas políticas e também pela notícia de que o governo usará os bancos públicos para conceder crédito mais barato ao setor automotivo, num total, por enquanto, de pouco mais de R$ 8 bilhões.

Já a ponta curta refletia a desaceleração da atividade. Hoje, saiu o IBC-Br de junho, que caiu 0,58% ante maio e 1,20% ante junho do ano passado. O indicador revela que sobra pouco espaço para o governo apertar os juros nesse ambiente de retração econômica.

Os preços do ouro recuaram nesta terça-feira (18) em reação à alta do dólar diante do euro que se seguiu à divulgação de indicadores do setor de imóveis residenciais nos EUA. Embora os dados tenham saído abaixo das expectativas, eles mostraram melhora contínua no setor e reforçaram a expectativa de que o Federal Reserve começará a elevar as taxas de juro de curto prazo em setembro.

O número de construções de moradias iniciadas cresceu 0,2% em julho, para a média anualizada de 1,21 milhão de unidades (a maior desde outubro de 2007); o número de permissões concedidas para a construção de novas moradias caiu 16,3%, para a média anualizada de 1,1 milhão; economistas previam um crescimento de 1,7% no número de construções iniciadas, para a média anualizada de 1,19 milhão, e uma queda de 6,72% no número de permissões, para a média anualizada de 1,25 milhão. O crescimento do número de novas construções em junho foi revisado para 12,3%, de 9,8% no informe preliminar.

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George Gero, da RBC Capital Markers, disse que os dados "mantêm o Fed na trajetória para elevar as taxas de juro em setembro".

Outros participantes do mercado disseram que os traders estão se posicionando para a divulgação da ata da reunião do Fed realizada em julho, nesta quarta-feira, 19. "Qualquer mudança de linguagem que sugira que dezembro agora é uma data mais provável do que setembro para o Fed agir deverá ser suficiente para levar o ouro a subir para a faixa de US$ 1,135", disse o analista Leon Westgate, do Standard Bank.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), os contratos do ouro para dezembro fecharam a US$ 1.116,90 por onça-troy, em queda de US$ 1,50 (0,13%). Fonte: Dow Jones Newswires

A Bovespa não conseguiu dar sustentação à alta exibida pela manhã e terminou sua segunda sessão consecutiva em baixa, mas conseguiu se manter na casa dos 50 mil pontos. O setor financeiro foi preponderante para o recuo do índice. Por outro lado, Vale, Petrobras e siderúrgicas exibiram bom desempenho e contrabalançaram o índice.

O Ibovespa terminou a sessão em queda de 0,16%, aos 50.058,48 pontos. Na mínima, o índice registrou 49.827 pontos (-0,62%) e, na máxima, 50.574 pontos (+0,87%). No mês, acumula perda de 1,58% e, no ano, alta de 0,10%. O giro financeiro totalizou R$ 5,425 bilhões.

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A Bolsa abriu em alta e assim ficou até a hora do almoço, quando virou para baixo. O estrangeiro estava atuando naquele momento na venda de papéis como Bradesco e Itaú e na compra de Vale e Petrobras. Mas o cenário piorou quando o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart, deu declarações em defesa do início do aperto monetário nos EUA. Isso fez o dólar ganhar força e as ações enfraquecerem.

A piora em Wall Street se refletiu na Bovespa, que renovou mínimas e perdeu o nível de 50 mil pontos. O Dow Jones terminou o dia em baixa de 0,27%, aos 17.550,69 pontos. O S&P recuou 0,22%, aos 2.093,32 pontos, e o Nasdaq fechou com desvalorização de 0,19%, aos 5.105,55 pontos.

Lockhart declarou que a economia dos EUA está preparada para o início do processo de alta de juros e defendeu que isso já ocorra em setembro.

No Brasil, Itaú Unibanco PN terminou com queda de 2,41%, prejudicada pelo seu balanço do terceiro trimestre. O desempenho do Itaú se refletiu no setor: BB ON perdeu 3,55%; Bradesco PN, -1,44%; Santander unit, -1,90%.

Vale, por outro lado, terminou com ganho de 2,90% na ON e de 2,99%, na PNA. Petrobras, por sua vez, subiu 1,18% na ON e 1,60% na PN.

A lista de maiores altas do Ibovespa foi liderada por Metalúrgica Gerdau PN (+10,64%), Usiminas PNA (+4,51%) e Marfrig ON (+3,85%). E a de maiores quedas, por BB ON (-3,55%), Eletrobras PNB (-3,39%) e EcoRodovias ON (-3,33%).

A curva longa de juros devolveu prêmios, levando as taxas a encerrarem em queda, enquanto os contratos de curto e médio prazos fecharam perto dos ajustes anteriores, após terem recuado na sessão de ontem.

Os vencimentos longos foram conduzidos pelo dólar em baixa e pelos juros dos Treasuries em queda. Já a moeda americana recuou em razão de uma realização de lucros pelos investidores, após subir por três sessões consecutivas. As taxas futuras também reagiram à informação, apurada pelo Broadcast, de que o governo deve fazer um corte adicional do orçamento deste ano para acomodar a perda de arrecadação e tentar manter a meta de superávit primário das contas do setor público.

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Ao término da sessão regular, o DI janeiro de 2016 marcava 13,99%, estável ante o ajuste de ontem. Também fechou igual ao ajuste anterior o DI janeiro de 2017, em 13,33%. O DI janeiro de 2021 caiu a 12,35%, de 12,52%. Nos Treasuries, a T-Note de dez anos projetava 2,341%, de 2,372% no final da tarde de ontem. O dólar à vista no balcão fechou em baixa de 0,97%, a R$ 3,1680.

Nas primeiras cidades do interior de São Paulo em que a doença se tornou epidêmica, os casos de dengue estão diminuindo, segundo informam os serviços de saúde municipais. Em Guararapes, noroeste do Estado, o total de casos em março foi de 185, redução de 80% em relação a fevereiro, quando houve 895. Em janeiro tinham sido 1.390 casos. Nos últimos 30 dias não houve mortes por dengue na cidade - os seis óbitos confirmados ocorreram nos dois primeiros meses do ano.

Em Catanduva, norte do Estado, onde a epidemia pode ter feito o maior número de mortes - 18 confirmadas e 20 em investigação -, o número de casos já não sobe na mesma velocidade. São 10.940 confirmados e 395 aguardando resultados. A procura por atendimento nas unidades de saúde caiu 40%. A prefeitura de Trabiju, na região central, garante que a doença está controlada. A cidade chegou a ter o maior índice de casos em relação à população, mas não teve novos doentes nas duas últimas semanas.

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A prefeitura de Marília atualizou para 12.039 o número de pessoas doentes e de mortes confirmadas - agora são 8 óbitos com exames positivos para a dengue e dez ainda sob investigação, segundo o município -, mas informou que o número de casos já é decrescente. Penápolis, na região noroeste, também observa incidência menor, após a dengue ter atingido 2.639 moradores. Outros 492 pacientes aguardam resultado de exames. Houve oito óbitos confirmados, segundo a prefeitura.

Já nas cidades em que a dengue se espalhou há menos tempo, os casos continuam aumentando. Em Campinas, o Hospital Celso Pierro, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), parou de atender casos que não são urgentes, nesta segunda-feira, 06, para dar conta do maior número de pacientes com suspeita de dengue. A cidade chegou a 14.901 casos confirmados e 5.122 à espera de exames, tendo ainda três mortes.

A prefeitura de Sorocaba contratou dez médicos e seis enfermeiros em regime emergencial para reforçar o atendimento a pacientes com dengue. Os profissionais começam a trabalhar na sexta-feira, 10, no sistema público de saúde. Os contratos têm duração de seis meses, tempo máximo que deve durar a epidemia. A cidade tem 32.006 casos e sete mortes confirmadas, além de 15 óbitos à espera de exames.

Em Jacareí, no Vale do Paraíba, após confirmar 282 casos, foi criada uma ala especial para atendimento de pacientes com a doença na Santa Casa local. A prefeitura também ampliou o horário de atendimento em suas unidades de saúde. O recente aumento no número de casos levou o município a se preparar para uma possível epidemia de dengue.

O mercado de veículos novos apresentou melhora a partir da segunda quinzena e encerrou julho com vendas de 294,8 mil unidades, alta de 11,8% em relação a junho, mas 13,8% menor que os números de um ano atrás. Foi o pior resultado para o mês de julho desde 2009. No ano, a queda acumulada subiu para 8,6%.

De janeiro a julho foram licenciados 1,957 milhão de veículos, incluindo caminhões e ônibus, em comparação a 2,141 milhões em igual período de 2013. No primeiro semestre, a queda estava em 7,6%.

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Em razão do fraco desempenho, as montadoras seguem adotando medidas de corte de produção. A partir de segunda-feira, a Ford colocará em lay-off (suspensão temporária dos contratos) 108 funcionários da fábrica de motores em Taubaté (SP). A unidade emprega cerca de 1,8 mil pessoas. O grupo ficará fora por cinco meses.

A General Motors negocia o lay-off para cerca de 1 mil trabalhadores da filial de São José dos Campos (SP), onde trabalham 5,4 mil funcionários. O Sindicato dos Metalúrgicos local é contra a medida que, para ser adotada, precisa de acordo entre as partes. Na próxima semana, empresa e sindicato vão se reunir para discutir o assunto.

A Fiat vai dar novo período de férias coletivas de dez dias a parte dos funcionários da fábrica de Betim (MG). A empresa ainda não divulgou o número de envolvidos, mas informa que 10 mil veículos deixarão de ser produzidos. Não serão afetadas as linhas do Palio, Uno e Siena.

Desde o início do ano, a maioria das montadoras adotou alguma medida para frear a produção em razão da baixa demanda e dos altos estoques. No fim de junho, fábricas e concessionários tinham nos pátios o equivalente a 45 dias de vendas.

Previsão

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta para o fim do ano uma redução de 10% na produção (foram 3,7 milhões de veículos em 2013) e de 5,4% nas vendas (de 3,76 milhões no ano passado).

Para o consultor sênior da ATKearney, David Wong, o tombo nas vendas pode ser maior e atingir 15%. "Mesmo que ocorra uma melhora nas vendas em setembro e outubro, em razão de lançamentos das montadoras e do Salão do Automóvel, o cenário não é favorável."

O presidente da General Motors América do Sul, Jaime Ardila, avalia que o resultado de julho foi "um pouco melhor porque as vendas que foram postergadas durante a Copa estão se realizando agora". Ele, porém, não vê mudança radical nos próximos meses até as eleições.

Ele ressalta, contudo, que o segundo semestre "sempre é um pouco melhor" para o setor, mas ainda assim prevê uma queda para o ano perto de 8%. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A segunda maior indústria de cimento do Brasil parou para fazer as contas e se viu obrigada a pisar no freio. Das quatro novas fábricas que a InterCement pretendia colocar em operação, restaram apenas uma inauguração e uma ampliação. O total de R$ 1,2 bilhão que a maior empresa do Grupo Camargo Corrêa pretendia investir em 2014 foi cortado à metade. Tudo para reduzir o endividamento, hoje próximo a 2,5 bilhões - acima do que empresa e o mercado consideram saudável.

Os dados mais recentes do setor de cimento e da construção civil deixam claro que a bonança vivida entre os anos de 2006 e 2012, quando as vendas de cimento tiveram crescimento médio de 8,5% ao ano, ficou para trás. Em 2013, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (Snic), as vendas subiram apenas 2%. Em maio deste ano, as vendas caíram 0,7% em relação ao mesmo mês de 2013 - cenário que reflete as dificuldades da construção civil. O setor registrou queda em todos os meses de 2014, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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Apesar dos números nada animadores, o presidente do conselho da InterCement, José Édison Barros Franco, afirma que o esforço para melhorar as contas reflete mais uma "autoanálise" do que o cenário macroeconômico. A empresa decidiu cortar investimentos e concentrar seus esforços no alongamento do prazo de sua dívida ainda em 2013. No início deste ano, a InterCement conseguiu empréstimo de US$ 900 milhões com um "pool" de bancos, entre eles Itaú, Bradesco e Banco do Brasil. Depois, captou mais US$ 750 milhões com debêntures.

Fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo dizem que o escrutínio do mercado sobre o setor industrial brasileiro obrigará as empresas a cortar custos e a mostrar eficiência. O consenso é de que, no cenário atual, com expansão do PIB estimada em 1%, os investidores não consideram as projeções de crescimento futuras ao analisar esses negócios. Valem apenas os números atuais. Por isso, a ordem para reduzir dívidas é geral. "Hoje, o mercado quer ver as indústrias devendo entre 1,5 vez e 2 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações)", diz uma fonte.

Como boa parte da indústria nacional, a InterCement está distante desse patamar. Hoje, em euros, a cimenteira tem dívida de 3,3 vezes seu Ebitda. A empresa evita definir uma meta de redução do endividamento, mas diz estar comprometida em mostrar melhoras. Por isso, seguirá em marcha lenta em 2015. Segundo Franco, o investimento da empresa deve seguir bem próximo da marca de R$ 600 milhões deste ano.

Exterior

A Camargo Corrêa galgou posições no mercado de cimento após comprar a portuguesa Cimpor, em 2012. Graças à aquisição, na qual investiu 3 bilhões, o negócio dobrou de tamanho - hoje, a InterCement é vice-líder no País, atrás da Votorantim Cimentos. Desde então, 54% da receita do grupo vem de fora e a maior parte da dívida da empresa está em euros.

Com a Cimpor, a InterCement também se tornou uma companhia relevante em nível global. Ao dividir os ativos da cimenteira portuguesa com a Votorantim, o grupo ficou com fábricas em Portugal e na África, enquanto a rival ficou com mercados como Índia, China, Espanha e Turquia. Na Argentina, a InterCement é líder com a fabricante Loma Negra.

Franco diz que, em vários dos mercados da InterCement, a luta é para usar a capacidade instalada. Como a economia portuguesa patinou nos últimos anos, o consumo local de concreto despencou de 11 milhões para 3 milhões de toneladas. Para chegar ao nível atual de produção - 7 milhões de toneladas -, a empresa exporta a maior parte do cimento português.

Também há desafios na África. No Egito, a energia é barata, mas o fornecimento de combustível é inconstante. Em Angola, dificuldades regulatórias fizeram um projeto ser cancelado. Na África do Sul, a economia não ajudou, diz Franco: "O esperado efeito Copa, após 2010, não veio." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O varejista francês Groupe Casino informou nesta terça-feira que as vendas recuaram 1,3% no segundo trimestre, pressionadas pelo impacto do real brasileiro mais fraco, o que contrabalançou o forte crescimento no Brasil.

O Casino disse que as vendas no trimestre encerrado em 30 de junho recuaram para 11,93 bilhões de euros (US$ 16,19 bilhões), pressionadas pela depreciação de moedas estrangeiras, principalmente a divisa brasileira, em comparação com o euro.

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Em termos orgânicos, excluindo movimentos cambiais, aquisições e alienações, as vendas aumentaram 6,5%, impulsionadas pelo crescimento na América Latina e notadamente no Brasil, enquanto o seu mercado interno, a França, também melhorou.

O Casino não fornece metas financeiras. Em fevereiro, a varejista disse que tinha um alvo ainda maior de crescimento das vendas em seu mercado doméstico e no exterior, e que estava visando uma outra melhoria dos seus resultados ao nível operacional este ano. Fonte: Dow Jones Newswires.

A Bolsa de Tóquio encerrou o pregão desta quarta-feira (16) com alta acentuada, sustentada pela desvalorização do iene frente ao dólar e pelo expressivo avanço das ações do Softbank. Após forte queda na semana passada, os investidores apagaram parte das perdas na terceira sessão da semana.

Os investidores alertaram que o movimento reflete apenas a reação dos participantes do mercado à recente fraqueza das ações japonesas. O índice Nikkei fechou com ganho de 3,0%, a 14.147,68 pontos, maior avanço porcentual em quase dois meses.

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Os comentários do presidente do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, de que a economia do país está no caminho para atingir a meta de inflação em 2%, também contribuíram para que o otimismo prevalecesse. As declarações colaboraram para que o iene recuasse ante a divisa norte-americana. Outro fator que impulsionou o dólar foi o Produto Interno Bruto (PIB) da China, que subiu 7,4% no primeiro trimestre, acima da expectativa de crescimento de 7,3%.

Às 4h41 (de Brasília), o dólar operava a 102,24 ienes, de 101,87 no final da tarde de ontem. A melhora do dólar em relação à moeda japonesa é bem recebida pelas companhias exportadoras do Japão, que se tornam mais competitivas no exterior. Ações sensíveis à inflação subiram acentuadamente. A Sony cresceu 2,3%, enquanto a Sumitomo Realty & Development ganhou 3,4%.

No mesmo sentido, os papéis do Softbank avançaram 8,5%, após a companhia de comércio eletrônico da China, Alibaba, na qual a instituição financeira japonesa detém participação de 37%, anunciou que seus lucros mais do que dobraram no quarto trimestre, para mais de US$ 1,3 bilhão. Além disso, as ações do Yahoo, das quais 40% pertencem ao Softbank, registraram alta de 4,3%. Fonte: Dow Jones Newswires.

A produção de automóveis apresentou recuo de 18,2% em janeiro, na comparação com janeiro do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado puxou a queda de 5,4% na produção de bens duráveis no período.

A redução na fabricação de automóveis pode ser já um reflexo da diminuição nas exportações brasileiras para a Argentina, mas ainda não é possível mensurar esse impacto, avaliou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

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"A gente não sabe exatamente o quanto isso foi impactado (pela redução nas exportações para a Argentina). A questão de nível de estoque é algo importante, isso leva a um ritmo de produção mais moderado do setor, tentando regular a produção corrente com o estoque existente", justificou Macedo.

Na direção oposta, a fabricação de caminhões teve um aumento de 8,7% em janeiro, em relação a janeiro de 2013. "Caminhões vão na contramão desse resultado de automóveis", apontou o gerente do IBGE.

Como resultado, o setor de bens de capital teve expansão de 2,5% em janeiro ante janeiro do ano passado. "A categoria de bens de capital cresce há 13 meses. A produção cresceu durante todo o ano de 2013, mais em janeiro de 2014", lembrou o pesquisador.

A perspectiva de abertura de novos postos de trabalho no comércio diminuiu na passagem de janeiro para fevereiro. A intenção de investimentos na contratação de funcionários caiu 5,0%, a maior queda entre os nove subitens que integram o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Icec recuou 2,8% em fevereiro ante janeiro.

O porcentual de empresários do comércio que declarou que iria contratar mais funcionários passou de uma fatia de 72,7% em janeiro para 67,4% em fevereiro, ressaltou Fabio Bentes, economista da CNC. "Dentre os que disseram que vão contratar, a grande maioria afirma que vai contratar apenas um pouco mais", notou Bentes.

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Na região Sudeste, a intenção de contratação de funcionários despencou 10,4% em fevereiro ante janeiro. Também houve recuo nas regiões Centro-Oeste (-4,8%) e Sul (-2,4%). No entanto, ainda houve aumento na intenção de abertura de vagas entre os empresários do Norte (0,9%) e Nordeste (0,1%).

Quanto às intenções de investimentos na própria empresa, a queda no total nacional foi de 0,9% em fevereiro em relação a janeiro. Já a intenção de investir em estoques recuou 1,4% no período.

"Os juros ficaram mais caros para o consumidor, mas também para pessoa jurídica. Os juros para pessoa jurídica estão no maior patamar desde março de 2012. Isso atrapalha investimento na empresa, na compra de máquinas e equipamentos, mas também na tomada de capital de giro, que é muito importante no comércio para a compra de estoque", explicou o economista da CNC.

A demanda do consumidor brasileiro por crédito recuou 2,8% em janeiro em relação a janeiro de 2012, informou nesta terça-feira, 11, a Serasa Experian. Na comparação com dezembro de 2013, a procura por crédito subiu 8%.

Em nota, os economistas da Serasa Experian avaliam que os consumidores continuam cautelosos em assumir financiamentos neste início de ano. "O crediário mais caro devido ao processo de aumento dos juros, as incertezas quanto ao cenário inflacionário e os esforços das famílias em reduzir seus níveis de inadimplência mantêm o apetite do consumidor por crédito relativamente contido", diz a nota.

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As maiores quedas na demanda por crédito se deram entre os consumidores com renda mais elevada - recuo de 8,1% para os consumidores com rendimento mensal entre R$ 5.000 e R$ 10.000 e de 7,6% para aqueles que ganham mais de R$ 10.000 mensais.

As regiões Centro-Oeste e Sudeste concentraram a diminuição da demanda do consumidor por crédito neste início de 2014, com recuo de 9,1% e 6,6% respectivamente, na comparação de janeiro com o mesmo mês do ano passado. No Norte houve expansão de 1,1%, no Sul de 3,7% e no Nordeste de 3,8%.

O PSDB decidiu adiar um ato com a presença do senador Aécio Neves (MG) que a sigla havia marcado para sexta-feira, 14, em Belo Horizonte, para oficializar o nome do ex-ministro Pimenta da Veiga como pré-candidato do partido ao governo de Minas. No mesmo dia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca na capital mineira para o lançamento da pré-candidatura ao governo pelo PT de Fernando Pimentel, que deixará essa semana o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A justificativa oficial da legenda é de que há "incompatibilidade" entre as agendas de Aécio, do governador de Minas, o também tucano Antonio Anastasia, e de outras lideranças nacionais do partido. O argumento, porém, foi o mesmo usado na semana passada para adiantar o evento, originalmente marcado para o domingo, dia 17, para a sexta-feira, e, agora, remarcado para o dia 20.

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Nesta segunda-feira, o nome de Pimenta da Veiga, que foi indicado por Aécio, já foi confirmado com a desistência do presidente do diretório mineiro do PSDB, deputado federal Marcus Pestana, de disputar com o correligionário a indicação da legenda.

A decisão do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), de não unificar mais as secretarias de Governo e de Desenvolvimento Social e de Direitos Humanos foi recebida pelo deputado estadual Betinho Gomes (PSDB) – que saiu em defesa da permanência desta – como uma atitude de “bom senso”. Segundo o tucano, ele questionou a fusão desde o momento que o secretário Décio Padilha entregou o projeto do Executivo a Comissão de Finanças para analisar a nova estrutura do Governo do Estado.

“Disso tudo prevaleceu o bom senso, porque o Governo compreendeu que seria um equivoco, um retrocesso e que iria prejudicar a força política de uma secretaria como essa, transformando-a em uma secretaria executiva”, frisou. 

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Para o parlamentar a manutenção da pasta é uma vitória da sociedade e da área social. “Nossos argumentos foram fundamentais e a mobilização da sociedade mais ainda. O assunto já estava tomando uma repercussão nacional entre as lideranças da assistência social. O governo se sentiu pressionado e não teve argumentação necessária para permanecer com a decisão. Anexar ou extinguir a secretaria iria de encontro a toda esta formação de luta pelo desenvolvimento social”, pontuou Gomes.

Ao ser questionado se a atitude de Campos seria uma estratégia eleitoral, o tucano afirmou não observar o recuo desta forma, mas alertou que o governador, caso tivesse fundido as secretarias, “iria criar um grande problema com os movimentos sociais e com a política em si também”. 

De acordo com o Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, a quantidade de pessoas que buscou crédito recuou 5,5% em agosto de 2013 em relação ao mês anterior. Na comparação com agosto do ano passado, a queda foi de 3,3%. No acumulado do ano, isto é, de janeiro a agosto de 2013, a demanda dos consumidores por crédito cresceu 4,7% frente ao período de janeiro a agosto de 2012. De acordo com os economistas da Serasa Experian, a alta do dólar, dos juros e o menor grau de confiança dos consumidores contribuíram negativamente para a demanda do consumidor por crédito no mês passado.

Os consumidores de baixa renda exibiram as maiores quedas na busca por crédito no mês passado. Os que ganham até R$ 500 recuaram a sua demanda por crédito em 8,2% e os que recebem entre R$ 500 e R$ 1.000 mensais reduziram a busca por crédito em 6,4%. Em seguida, observaram-se recuos de 4,6% na demanda por crédito na faixa de R$ 1.000 a R$ 2.000 mensais e de 3,4% para aqueles que ganham entre R$ 2.000 e R$ 5.000 por mês. Os consumidores de mais alta renda – entre R$ 5.000 e R$ 10.000 mensais e aqueles com mais de R$ 10.000 mensais – reduziram as suas demandas por crédito em 2,2% e 1,8%, respectivamente, em agosto de 2013.

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Menos de 24 horas depois de publicar uma portaria reduzindo de 18 para 16 anos a idade para o início do tratamento de mudança de sexo para adolescentes, o governo suspendeu o texto por tempo indeterminado. Em uma nota, o Ministério da Saúde informou que serão consultados especialistas para criar um protocolo de atendimento.

Oficialmente, o governo informou que decidiu suspender o texto para ter tempo de definir protocolos de atendimento, avaliação dos adolescentes e "obtenção da autorização dos pais". Nos bastidores, o governo considerou precipitada a publicação, sem uma negociação prévia, e tentou evitar mais uma polêmica com setores evangélicos e católicos contrários a esse tipo de tratamento. Teria sido o próprio ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que decidiu desautorizar seu secretário, depois do texto já publicado no Diário Oficial da União (DOU).

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O ministro garantiu que pretende reenviar o texto já na próxima semana, mas o prazo dado não combina com as explicações. Se o governo realmente quiser criar um protocolo de atendimento, o processo é muito mais longo do que alguns poucos dias, já que entidades médicas precisam ser consultados e todo um protocolo criado.

A portaria, assinada pelo secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, aumentava os procedimentos sobre transexualidade, passando a incluir também mulheres, e diminuía a idade para o início dos procedimentos. A partir da portaria, o tratamento psicológico e o uso de hormônios poderia começar a partir dos 16 anos, com autorização dos pais, e a cirurgia poderia ser feita aos 18 anos. As regras atuais só permitem o início dos procedimentos aos 18 anos, com a operação dois anos depois.

O texto foi publicado nesta quarta-feira, 31, no Diário Oficial e uma entrevista para com o secretário foi marcado para a tarde. Enquanto os jornalistas esperavam, chegou a informação de que o encontro fora suspenso "por problemas na agenda de Magalhães". No início da noite, a informação de que a portaria fora suspensa "até que sejam definidos os protocolos clínicos e de atendimento no processo".

"O Ministério da Saúde convidará representantes dos serviços de saúde que já realizam este processo e especialistas na matéria para definir os critérios de avaliação do indivíduo, de obtenção da autorização dos pais e responsáveis, no caso de faixa etária específica, e de acompanhamento multidisciplinar ao paciente e aos seus familiares", diz o texto. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital, criticou nesta quarta-feira, 31, proposta do governo de transformar em residência os dois anos finais de graduação dos cursos de medicina. Na Medida Provisória 621, que trata do programa Mais Médicos, o governo federal propôs que o curso de medicina passasse de seis para oito anos, sendo que os dois últimos anos seriam destinados para atuação no serviço público de saúde. Hoje, no entanto, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que o governo havia acatado proposição de uma Comissão de Especialistas para transferir os dois anos a mais para a residência, sempre no âmbito no Sistema Único de Saúde (SUS).

Vital disse que as propostas do governo e a própria MP são "improvisadas" e que colocam em risco a qualidade da formação dos alunos de medicina no País. "É indispensável a qualidade. Ou seja, residências que tenham a efetiva condição de atender a população. Oferecer a duplicidade dessas vagas (de residência) em cinco anos me causa dúvida", disse o vice-presidente do CFM, referindo-se à promessa do governo de universalizar e tornar obrigatória o acesso à residência médica em 2018.

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Ele disse que o País ainda não consegue preencher as 12 mil vagas de residência existentes atualmente. Há apenas 9 mil preenchidas, disse o presidente. Vital alegou também que a atual proposta do governo abre brecha para que a residência se torne um "serviço civil obrigatório disfarçado". "Não posso admitir que essa residência seja feita num posto de saúde com uma supervisão à distância".

Outro ponto amplamente criticado pelo CFM foi o fato de o governo estar tratando do tema por meio de uma Medida Provisória. Vital também se queixou que o Conselho e outras entidades médicas não foram ouvidas pelo Executivo. "Se é um programa para 2018, por que não perder um tempo maior para um planejamento mais adequado? Por que tem que ser algo de tanta urgência e tão improvisado?", queixou-se. O Conselho vai trabalhar no Congresso para que a MP seja derrubada, disse o vice-presidente do CFM.

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