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Um dos principais negociadores das dívidas do Estados com a União, o economista Renato Villela, secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, negocia a ida para o Ministério da Fazenda. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que Villela avalia trabalhar com o secretário executivo Eduardo Guardia. A assessoria do Ministério da Fazenda informou que "há conversas" para a ida de Villela, sem confirmar o cargo.

Villela deixa oficialmente a pasta em São Paulo nesta quinta-feira (1º), conforme antecipou a coluna Direto da Fonte, de Sonia Racy. O governador Geraldo Alckmin anunciou nesta quarta-feira (31) que no lugar de Villela toma posse o economista Hélcio Tokeshi.

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Villela foi diretor adjunto do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), secretário adjunto do Tesouro Nacional e secretário de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro de 2010 a 2014. Assumiu a secretaria em São Paulo em janeiro de 2015 e deixa o cargo num momento complicado. Vinha sendo alvo nos últimos meses de uma série de protestos dos agentes fiscais de renda da Fazenda, responsáveis pela fiscalização e arrecadação de tributos.

Em julho, cerca de 70% dos fiscais que ocupavam cargos de confiança na secretaria deixaram suas funções, segundo o sindicato da categoria, o Sinafresp, em protesto contra o que a entidade classifica como "descaso do governo com a arrecadação paulista". Em setembro, de acordo com a entidade, os 18 delegados tributários regionais iriam aderir ao manifesto. "A Fazenda ficou ingovernável", disse Glauco Honório, vice-presidente do Sinafresp.

O sindicato tem criticado desde o ano passado a concessão de mais de R$ 3,5 bilhões em isenções fiscais e créditos a grandes empresas com dívidas. A principal crítica recai sobre um decreto de 2011, do governador Alckmin, que concedeu os mesmos benefícios de pequenos agricultores a grandes frigoríficos. A medida foi revista em março deste ano, mas por apenas seis meses.

Em maio, em protesto contra os benefícios fiscais, a categoria já havia iniciado uma operação padrão deixando de aplicar autos de infração e imposição de multa a empresas sonegadoras de impostos em São Paulo. O resultado foi uma redução de 65% na quantidade de multas aplicadas, segundo o sindicato. Naquele mês, funcionários técnicos da secretaria entraram em greve após não conseguiram acordo com Villela sobre as reivindicações da classe, como reajuste salarial de 44% e exigência de nível superior para ocupar o cargo.

Em nota, a Fazenda nega qualquer relação entre a saída de Villela e os protestos. Afirma que o secretário saiu por "motivos pessoais". Sobre os cargos colocados à disposição, informou que a pasta expediu comunicado ao departamento de recursos humanos para que os desligamentos fossem oficializados, mas nenhum fiscal formalizou o pedido. Também afirmou que a paralisação não afetou a arrecadação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anuncia nesta sexta-feira, 12, o economista Renato Villela como secretário da Fazenda em São Paulo no novo mandato do tucano. Ele substituirá Andrea Calabi, no comando da pasta desde 2011. Com a troca, Alckmin terá num posto estratégico um nome com boa relação com o governo federal. Villela foi adjunto do futuro ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, Joaquim Levy, quando ele era secretário da Fazenda da gestão de Sérgio Cabral (PMDB), no Rio. Em 2010, com a saída de Levy, Villela assumiu a pasta. A decisão foi tomada ontem.

Formado pela PUC-Rio, o economista foi diretor adjunto do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), secretário adjunto do Tesouro Nacional e subsecretário de Fazenda da prefeitura do Rio na gestão de Cesar Maia (DEM). A avaliação interna é que Calabi, que já havia anunciado que deixaria o cargo, tinha perfil "muito teórico", apresentava "poucos resultados" e não tinha boa relação com a Secretaria de Planejamento.

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Villela assumirá o comando da Fazenda em um ano cujo orçamento será "apertado", segundo as próprias previsões do governo estadual. Em setembro, ao encaminhar a peça orçamentária de 2015 para a Assembleia Legislativa de São Paulo, Calabi avaliou que o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) refletiria nas contas do governo. "Se você pensar com relação ao orçamento, isso é um aperto. Porque o orçamento foi elaborado com previsão de 2,5% de crescimento real do PIB e 5,5% de inflação. Nós vamos acabar com 5,5% de crescimento nominal, portanto 2,5% abaixo da projeção que tínhamos nessa época no ano passado", disse Calabi na época.

Além de Villela, Alckmin definiu e já anunciou nesta quinta-feira, 11, que o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, substituirá Mauro Arce na Secretaria de Recursos Hídricos. O governador pretende trazer nomes de prestígio ao novo mandato para cacifar uma eventual candidatura à Presidência em 2018. A ideia, segundo integrantes do Palácio dos Bandeirantes, é dar à nova equipe "status de ministério".

CPTM

As mudanças não vão se restringir às secretarias. O governador disse nesta semana que pretende realizar alterações nos comandos das estatais. O tucano já sinalizou que vai trocar o atual presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Mário Bandeira. Na semana passada, Bandeira foi indiciado pela Polícia Federal no inquérito que investiga o cartel no setor metroferroviário que atuou em São Paulo entre 1998 e 2008, nas gestões tucanas de Mário Covas, José Serra e Alckmin.

Aliados do governador informaram que ele pretende fazer as todas as alterações até o final do mês. Segundo eles, Alckmin também estuda fundir algumas secretarias para agilizar a gestão e também conter gastos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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