Tópicos | repasses

O Ministério Público de São Paulo instaurou nesta quarta-feira, 16, um inquérito civil para investigar a conduta dos policiais militares que admitiram à força-tarefa da Lava Jato terem trabalhado na transportadora de valores usada pela Odebrecht para entregar dinheiro de propina e caixa 2 a políticos na capital paulista entre 2010 e 2015.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou na segunda-feira passada que pelo menos sete PMs da ativa e aposentados do 14.º (Osasco) e do 49.º (Pirituba) batalhões prestaram serviço à empresa Transnacional, usada pelo doleiro Álvaro José Novis para fazer os repasses ilícitos da empreiteira. Seis deles estavam na ativa em 2014, quando foi feita a maior parte dos pagamentos. Três policiais se aposentaram entre 2016 e 2017 e outros três permanecem na ativa, com salários que variam de R$ 5,4 mil a R$ 7,5 mil.

##RECOMENDA##

O caso foi distribuído ao promotor Ricardo Manuel Castro, da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social. Ele vai investigar se os PMs cometeram ato de improbidade administrativa ao fazerem "bico" para uma transportadora de valores. Castro é o autor da ação civil segundo a qual o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) teria recebido R$ 7,8 milhões de caixa 2 da Odebrecht na campanha ao governo do Estado, em 2014. O tucano nega.

Os policiais já são alvo de procedimento disciplinar aberto pela Polícia Militar de São Paulo para apurar desvio de conduta. A Lei Orgânica da corporação proíbe que os policiais exerçam uma atividade paralela, o chamado bico. A apuração é acompanhada pela Corregedoria da PM e pode resultar em sanções administrativas que vão de advertência à demissão.

Em depoimentos à Polícia Federal, os policiais disseram que trabalhavam em dias alternados na transportadora e recebiam R$ 180. Considerados apenas testemunhas colaboradoras pela PF, eles afirmaram que não sabiam qual era a origem do dinheiro nem quem eram os destinatários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em junho de 2014, o cabo Ednaldo Rocha Silva, do 14.º Batalhão da Polícia Militar paulista, em Osasco, recebeu uma convocação extraoficial. O sargento Paulo Roberto Romualdo, que se aposentara um ano antes no 49.º Batalhão, em Pirituba, zona norte da capital, estava recrutando "policiais de confiança" para fazer um bico sigiloso pelos próximos meses. A missão: entregar dinheiro para "clientes VIP" de uma transportadora de valores da região.

Embora aquele fosse um período de campanha eleitoral, cabo Silva não podia imaginar que ao aceitar o serviço estaria aderindo à engrenagem do que é considerado o maior esquema de corrupção já descoberto no País. Ele e Romualdo integraram uma tropa de PMs contratada pela empresa Transnacional e sua matriz no Rio de Janeiro, a Transexpert, para efetuar os pagamentos ilícitos da Odebrecht que teriam como destinatários finais políticos e agentes públicos de diferentes Estados.

##RECOMENDA##

Operado pelo doleiro Álvaro Novis, o sistema distribuiu ao menos R$ 37,9 milhões em São Paulo e R$ 81,8 milhões no Rio entre 2011 e 2014.

Dia sim, dia não, os oficiais se apresentavam à paisana, às 8h, na garagem da sede da Transnacional, na Vila Jaguara, bairro que fica entre o 14.º o 49.º batalhões da PM. Recebiam uma relação de endereços, recibos e senhas e saíam em dupla em carros blindados lotados de dinheiro. Os veículos Volkswagen Polo prata tinham sido comprados do Grupo Petrópolis, também usado pela Odebrecht para distribuir caixa 2 de campanha.

Só em São Paulo, ao menos oito PMs da ativa ou aposentados atuaram na distribuição de dinheiro da Odebrecht, ganhando R$ 180 por dia de trabalho, mais do que o ganho diário de um cabo. Grandes quantias, como R$ 500 mil, eram entregues pelos policiais diretamente aos intermediários indicados pelos políticos em suas residências, escritórios ou flat.

A exceção era quando a Odebrecht pedia ao doleiro um entregador com "boa apresentação". Nestes casos, era um funcionário de Novis chamado Rogério Martins quem fazia os pagamentos. Já quando havia muitos pagamentos menores, como R$ 50 mil, agendados para o mesmo dia, os PMs levavam o dinheiro até um quarto de hotel onde Martins se hospedava e aguardava os portadores dos políticos buscarem os valores. Um carro-forte da Transnacional ficava estacionado em local estratégico servindo de ponto de distribuição de dinheiro aos agentes.

Depoimentos

Todos esses detalhes foram revelados à Polícia Federal e a procuradores e promotores de São Paulo e do Rio pelos próprios PMs e por funcionários das empresas envolvidas em uma série de depoimentos concedidos no ano passado nos inquéritos da Lava Jato. Isso só foi possível depois que Álvaro Novis decidiu colaborar com os investigadores após sua segunda prisão, em 2017, e revelou como operava os pagamentos por meio das transportadoras.

Em dezembro daquele ano, o gerente da Transnacional, Edgard Augusto Venâncio, entregou à PF um arquivo com centenas de conversas mantidas por Skype com os policiais que faziam as entregas nas ruas. Nas mensagens aparecerem nomes, endereços e até telefones dos intermediários que teriam recebido a propina. Com base nessas conversas foi possível identificar quem fez cada entrega.

Colaboração

Considerados "testemunhas colaboradoras", os policiais viraram peça-chave da última etapa da investigação: a comprovação dos pagamentos listados nas planilhas da Odebrecht. Todos eles afirmaram aos investigadores que não sabiam a origem do dinheiro e nem quem eram os destinatários.

O PM cabo Silva, por exemplo, admitiu ter ido ao menos uma vez em 2014 entregar dinheiro no prédio onde um assessor do senador Ciro Nogueira (PP-PI) tinha um apartamento alugado em São Paulo. O parlamentar é acusado de ter recebido R$ 1,3 milhão da empreiteira naquele ano. Ciro Nogueira e o assessor negam que tenham cometido irregularidades e recebido repasses ilegais da construtora.

Contribuição maior aos investigadores foi dada pelos policiais Abel de Queiroz, que ainda está na ativa no 14.º Batalhão, e Wilson Francisco Alves, que se aposentou em 2016. À PF, os dois reconheceram o escritório de advocacia de José Yunes, amigo e ex-assessor especial do ex-presidente Michel Temer, como um dos locais onde levaram malotes de dinheiro a serviço da Transnacional.

Temer é acusado de ter recebido R$ 1,4 milhão da Odebrecht. Em setembro do ano passado, a assessoria do Palácio do Planalto apontou "perseguição" ao então presidente ao rebater o inquérito da Polícia Federal. A assessoria disse que o pedido de apoio formal para campanhas eleitorais à Odebrecht ocorreu "dentro de todos ditames legais" e "todos os registros foram feitos em contas do PMDB e declarados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral)."

A defesa de Yunes sustenta que ele não era intermediário de ninguém e que nunca teve contato com os policiais.

Cunha

Segundo os depoimentos dos policiais militares nas investigações envolvendo os repasses da Odebrecht, o mesmo esquema de distribuição de dinheiro a políticos foi operado no Rio pela transportadora Transexpert.

O policial militar José Walber Francisco dos Santos disse aos investigadores que fazia entregas diárias de dinheiro no escritório do deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha também em carros blindados descaracterizados. Ele atuou na transportadora entre 2010 e 2015 e chegava a fazer até 15 pagamentos por dia.

Cunha também nega ter recebido recursos ilícitos da empreiteira. O deputado cassado está preso desde outubro de 2018 na Operação Lava Jato.

Tanto a Transnacional quanto a Transexpert faliram depois que a Lava Jato descobriu seus envolvimentos no esquema da Odebrecht. Ex-dirigentes e funcionários das empresas estão colaborando com as investigações. A reportagem não conseguiu contato com os representantes das empresas ou seus advogados.

Investigação

A Polícia Militar de São Paulo instaurou procedimento disciplinar para investigar a conduta de sete policiais que admitiram à Polícia Federal terem trabalhado na transportadora de valores usada pela Odebrecht para entregar dinheiro de propina e caixa 2 a políticos na capital paulista. Seis deles estavam na ativa em 2014, quando foi feita a maior parte dos pagamentos investigados pela Lava Jato.

A Lei Orgânica da polícia, sancionada em 1979, proíbe que os policiais exercem uma atividade paralela, o chamado bico. Embora sejam considerados apenas testemunhas colaboradoras pela PF, os agentes podem sofrer sanções administrativas que vão de advertência à demissão caso a Corregedoria da PM conclua que eles descumpriram o código disciplinar.

Três policiais se aposentaram entre 2016 e 2017 e outros três permanecem na ativa, com salários que variam de R$ 5,4 mil a R$ 7,5 mil. É o caso do cabo Abel de Queiroz, que fez entregas de dinheiro no escritório de José Yunes, amigo do ex-presidente Michel Temer, e Ednaldo Rocha Silva, que esteve ao menos uma vez no prédio de um assessor do senador Ciro Nogueira (PP-PI). Ambos estão lotados no 14.º Batalhão. Silva não quis falar com a reportagem e Queiroz não foi localizado na semana passada.

Segundo vizinhos da Transnacional, os policiais do 14.º e 49.º batalhões começaram a ser recrutados pela Transnacional depois que a empresa foi alvo de um assalto, em 2009. Na ocasião, bandidos alugaram uma casa a 100 metros da empresa, escavaram um túnel e roubaram cerca de R$ 20 milhões. A transportadora, contudo, só fechou as portas em 2016, depois que a PF descobriu sua participação no esquema da Odebrecht.

Em 2015, o 14.º Batalhão chegou a ser investigado pelo suposto envolvimento de policiais em uma chacina ocorrida em agosto daquele ano, quando 23 pessoas foram mortas em Osasco e Barueri. Três PMs de outras unidades foram condenados pelo crime. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo do presidente Jair Bolsonaro espera "otimizar" o repasse de verbas públicas a organizações não-governamentais (ONGs), segundo afirmou em entrevista à TV Globo e ao portal G1 o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz.

O ministro disse na entrevista que o objetivo do governo "não é interferir na vida de organizações". "O objetivo é otimizar utilização do dinheiro para levar mais benefício na ponta da linha", comentou.

##RECOMENDA##

Segundo a reportagem, Santos Cruz disse que, inicialmente, a Secretaria de Governo vai fazer um levantamento do número de ONGs em atividade no País e o campo de atuação de cada uma. Num segundo momento, de acordo com o ministro, será feita uma avaliação sobre a efetividade das ações prestadas pelas ONGs.

Em ação civil pública apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), a procuradora Silvia Regina Pontes Lopes acusa o governador Paulo Câmara (PSB) e o secretário estadual de Saúde, José Iran Costa Júnior, por atos de improbidade administrativa no que se refere ao repasse de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) para organizações sociais de saúde, as OSS, que são responsáveis por administrar hospitais e unidades de pronto-atendimento. As informações foram divulgadas, nesta terça-feira (11), no Blog de Jamildo. 

De acordo com o citado na ação, com base nos cálculos do Tribunal de Contas do Estado (TCE), em 2010, os recursos destinados somavam R$ 144,37 milhões. O valor teria passado, em 2017, para R$ 1.208.027.923,34. Em 2018, o repasse foi de R$ 507.301.501,72. Para a procuradora, o aumentou aconteceu “sem qualquer justificativa plausível”. 

##RECOMENDA##

Além disso, tais recursos deveriam aparecer nos portais de transparência da secretaria e do governo, mas segundo Silvia Regina só há dados relativos aos repasses de 2017 e, ainda assim, desatualizados. “Sequer é possível saber onde, quando, como e em que as organizações sociais da área de saúde estão efetuando despesas com o dinheiro do contribuinte brasileiro”, destacou a procuradora do MPF. 

O próprio secretário, ainda de acordo com o órgão, teria participado de uma audiência pública que tratou sobre a importância da transparência nos gastos efetivados. O MPF chegou a expedir uma recomendação alertando sobre o assunto. 

Além da ação, o Ministério Público ajuizou outra com a finalidade de que o Estado e as OSS se adequem com “urgência” em relação aos seus respectivos portais de transparência. Um oficio também foi enviado à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) solicitando que seja analisada a possibilidade de instaurar processo contra o governador e o secretário em “eventual prática de crime de responsabilidade”.

A dois meses de deixarem os cargos para disputar as eleições, os ministros-candidatos do governo Michel Temer aumentaram a liberação de recursos para seus Estados de origem e privilegiaram suas bases eleitorais nas agendas oficiais. Levantamento feito pelo Estado mostra que 7 dos 13 ministros com a intenção de entrar na corrida eleitoral incrementaram o valor autorizado para projetos e obras nos seus respectivos redutos eleitorais.

No Ministério do Turismo, por exemplo, o ministro Marx Beltrão (MDB) destinou no ano passado R$ 72 milhões para cidades de Alagoas, Estado pelo qual pretende disputar uma cadeira no Senado. O aumento em relação ao ano anterior foi de 269%, o que tornou Alagoas o campeão de investimento em Turismo no País.

##RECOMENDA##

Só a cidade de Coruripe (AL), governada por um tio do ministro, teve R$ 4,4 milhões liberados no ano passado, dois terços a mais do que havia recebido no ano anterior. Parte do valor servirá para pagar a elaboração de projeto básico para a construção de um aeroporto na cidade (mais informações na pág. A5). A pasta autorizou ainda repasses para Feliz Deserto e Jequiá da Praia, cidades que também são administradas por parentes do titular do Turismo.

Entre dezembro e janeiro, Beltrão teve três compromissos na capital do Estado, Maceió. Fora Brasília, foi a única cidade do País onde cumpriu agenda oficial no período. Na semana passada, escolheu a capital alagoana para lançar o cadastro nacional de prestadores de serviços turísticos.

No Ministério da Saúde a situação é semelhante. O ministro Ricardo Barros (PP), candidato à reeleição na Câmara, foi nada menos que 20 vezes ao Paraná, onde sua mulher, atualmente vice-governadora, figura como pré-candidata ao governo. Em alguns casos, as agendas não tinham relação com o Ministério da Saúde: encontro com empreendedores rurais na Expotrade, assinatura de convênios entre prefeitos e a usina de Itaipu e até entrega de uma honraria, a Ordem do Pinheiro, à sua mulher, Cida Borghetti.

O Paraná não foi favorecido apenas no número de visitas do ministro da Saúde. Em 2017, o valor dos convênios da pasta firmados no Estado mais do que dobrou. Foram R$ 221,6 milhões, R$ 6 milhões a menos do que o total destinado para São Paulo, o Estado mais populoso do País. Em Maringá, base eleitoral de Barros, o valor liberado quase quadruplicou. Saltou de R$ 3,6 milhões em 2016 para R$ 12,4 milhões em 2017.

A maior concentração de repasses a um mesmo Estado, porém, ocorreu no Ministério do Meio Ambiente, comandado por Sarney Filho (PV), filho do ex-presidente e ex-senador José Sarney (MDB-AP). Dos R$ 50,5 milhões autorizados via convênios no ano, R$ 37,4 milhões (74%) foram para o Maranhão. O valor é bem superior ao total repassado ao Estado durante todo o governo Dilma Rousseff: R$ 2,2 milhões.

No Pará, embora o valor dos convênios com cidades do Estado tenha caído no ano passado, o total de R$ 15,2 milhões direcionados à base eleitoral do ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho (MDB), é mais do que a soma do que municípios paraenses receberam da pasta nos oito anos anteriores à sua gestão (R$ 7,6 milhões de 2008 a 2015). O aporte de recursos foi recorde em 2016, quando Helder assumiu - R$ 38,8 milhões, a maior quantia via convênios entre os 26 Estados e o Distrito Federal.

Herdeiro político do pai, o senador Jader Barbalho (MDB-PA), Helder tenta se cacifar como candidato ao governo paraense. Para isso, foi ao Estado para 14 compromissos como ministro, só dois a menos do que a agenda de despachos na capital federal. Quando está em Brasília, tem como prática abrir espaço no gabinete para receber até vereadores de pequenos municípios do Pará.

Pós-Olimpíada

Mesmo após a Olimpíada, o Rio continuou a ser privilegiado em repasses do Ministério do Esporte e na agenda do ministro, Leonardo Picciani (MDB-RJ). A pasta liberou R$ 98,2 milhões no ano passado em convênios que tinham como objetivo, entre outros, a construção de campos de futebol, pistas de skate e reformas de quadras poliesportivas em cidades do interior fluminense.

O valor repassado ao Rio no ano passado foi o maior entre todos os Estados e superou em 176% o que havia sido destinado em 2016 (R$ 35,5 milhões).

No Ministério da Agricultura, a liberação de recursos para prefeituras de Mato Grosso, reduto eleitoral do ministro Blairo Maggi (PP), passou de R$ 27,6 milhões para R$ 57,6 milhões, um incremento de 109%.

No Ministério do Desenvolvimento Social, os convênios com cidades do Rio Grande do Sul cresceram 42% em 2017 e somaram R$ 22,1 milhões. O titular da pasta, Osmar Terra (MDB-RS), pretende disputar a reeleição na Câmara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou (negou seguimento) o Mandado de Segurança (MS) 35004, por meio do qual a Deep Black Drilling LLP e a Base Engenharia e Serviços de Petróleo e Gás (antiga Schahin Engenharia) buscavam anular decisão do Tribunal de Contas da União para que a Petrobras se abstivesse de repassar às empresas valores derivados de ilícitos no âmbito de contratos de operação do navio-sonda Vitória 10.000.

Auditoria do TCU apontou, preliminarmente, que houve contratação fraudulenta e superfaturamento, causando danos ao erário público estimados em cerca de R$ 525 milhões. A Corte de contas resolveu transformar a auditoria em tomada de contas especial.

##RECOMENDA##

Em relação à alegação de que o TCU não detém competência para a decretação de medida cautelar que interfira no patrimônio jurídico de terceiros particulares, Fachin afirmou que o STF já confirmou a possibilidade de o órgão decretar a indisponibilidade de bens e outras medidas "diante de circunstâncias graves e que se justifiquem pela necessidade de proteção efetiva ao patrimônio público".

"Quando se analisa o rol constitucional de atribuições do Tribunal de Contas da União, é claramente perceptível que também se enquadram como responsáveis pela aplicação dos recursos públicos os particulares que contratem com a Administração", destacou o ministro.

Fachin anotou que os fatos contidos no processo "são diferentes dos apresentados no MS 34793, no qual ele concedeu liminar a fim de vincular a eficácia da decisão do TCU à autorização pelo juízo da falência responsável pelo plano de recuperação judicial da empresa que impetrou a ação (Alumini Engenharia)".

Segundo o ministro, no MS 34793, tratava-se de ordem do TCU direcionada à indisponibilidade dos bens do patrimônio da empresa, no âmbito de processo de tomada de contas para averiguação da efetiva existência de sobrepreço e fraude a licitação para a obtenção do contrato administrativo junto à Petrobras.

Já no MS 35004, a decisão do TCU se dirigiu à Petrobras, "no sentido de impedir a continuidade, ainda que cautelarmente, de pagamentos devidos em razão de contratos cuja nulidade resta evidente, uma vez que já houve reconhecimento judicial da ocorrência de graves ilícitos nas contratações".

"Trata-se, portanto, de ordem destinada a impedir que valores obtidos de modo comprovadamente fraudulento deixem os cofres públicos e ingressem no patrimônio das empresas recuperandas, sob a forma de créditos a serem incorporados ao plano de recuperação judicial", assinalou.

Segundo o relator, "não parece ser do juízo falimentar a competência para aferição da necessidade de impedir a continuidade da produção de efeitos de contratos que, inclusive, já foram reconhecidos como nulos pela Petrobras e em ação judicial que, recentemente, determinou a apropriação do navio-sonda Vitória 10.000 pela Petrobras".

Fachin destacou ainda que os argumentos por meio dos quais as empresas pretendem anular a decisão do Tribunal de Contas da União "necessitam da análise de provas, o que não é permitido na via do mandado de segurança".

O ex-ministro Antonio Palocci afirmou, na proposta de colaboração premiada que negocia com a força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, que em 2010, em ao menos cinco ocasiões, entregou pessoalmente dinheiro em espécie ao então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Palocci, foram maços que variavam de R$ 30 mil a R$ 50 mil, repassados em locais previamente combinados.

A informação foi antecipada pela revista Veja e confirmada pelo Estado. Palocci foi ministro da Fazenda entre 2003 e 2006 (governo Lula) e da Casa Civil em 2011 (governo Dilma Rousseff). Em 2010, ele era um dos coordenadores de campanha de Dilma à Presidência.

##RECOMENDA##

Segundo Palocci, também foram feitos repasses de quantias maiores. Nessas ocasiões, o ex-ministro afirmou que acionava seu então assessor, Branislav Kontic, para entregar a "encomenda" no Instituto Lula, em São Paulo. O ex-ministro disse ainda que o dinheiro tinha origem na conta "Amigo", criada pela Odebrecht.

Na proposta de delação, o ex-ministro relatou ainda a existência de uma "contabilidade paralela" no Instituto Lula, que seria administrada pelo presidente da instituição, Paulo Okamotto. Segundo Palocci, Okamotto pedia que parte das doações feitas ao instituto fosse em dinheiro. Ele disse que os recursos eram usados para bancar despesas pessoais de Lula.

Toda a contabilidade das doações feitas em espécie, afirmou Palocci na proposta de delação, estaria em um HD sob a responsabilidade de Clara Ant, ex-diretora do instituto.

O ex-ministro também citou uma reunião, realizada em 2010 no Palácio da Alvorada, na qual participou com Lula, Dilma e o então presidente da Petrobrás José Sergio Gabrielli, cuja pauta foi a criação da Sete Brasil, empresa que deveria fabricar sondas de perfuração para a exploração de petróleo no pré-sal.

Conforme relato de Palocci, na reunião Lula deixou claro que parte dos recursos precisaria ser usada para custear o PT e financiar a campanha de Dilma para o projeto do partido de se manter no poder. Palocci disse que ficou preocupado com os planos do ex-presidente.

Acordo

A proposta de delação premiada negociada pela defesa de Palocci tem cerca de 50 anexos temáticos. Além de incriminar Lula e outros petistas em casos de corrupção na Petrobrás e em outros negócios do governo entre 2003 e 2016, o ex-ministro cita empresas já investigadas e outras ainda não envolvidas na Lava Jato. Além disso, avança sobre o setor financeiro e fornece informações sobre escândalos anteriores à Lava Jato, como o mensalão.

As tratativas de delação começaram há três meses, mas encontram resistência entre membros da força-tarefa, que admitem esperar mais provas para que o acordo tenha validade.

Preso desde outubro de 2016, em Curitiba, Palocci foi condenado em junho a 12 anos e 2 meses de prisão e é alvo de outras investigações. Na semana passada, o ex-ministro prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro, e afirmou que Emílio Odebrecht fez um "pacto de sangue" com Lula que envolvia um pacote de propinas de R$ 300 milhões. Na quarta-feira passada, também em depoimento a Moro, Lula rebateu Palocci, chamando-o de "simulador". O ex-presidente negou todas as acusações e disse que o ex-ministro mentiu para conseguir benefícios.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Educação anunciou hoje o aumento de 7% do repasse dos recursos do salário-educação para municípios, estados e Distrito Federal em relação a 2016. No ano passado, o repasse foi R$ 11,71 bilhões e deve chegar a R$ 12,53 bilhões este ano, segundo informações do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O salário-educação é uma contribuição social recolhida de todas as empresas e entidades vinculadas ao Regime Geral da Previdência Social. Após a arrecadação, feita pela Receita Federal, cabe ao FNDE repartir os recursos. Do valor arrecadado, 90% vai para a cota estadual/municipal (2/3) e para a cota federal (1/3), e 10% devem serem utilizados pela autarquia em programas e ações voltados à educação básica.

##RECOMENDA##

“O salário-educação é uma das principais fontes de recursos para a manutenção e desenvolvimento do ensino no país, ao lado do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb)”, disse o presidente do FNDE, Silvio Pinheiro.

A distribuição dos recursos é feita com base no número de matrículas no ensino básico. A cota correspondente aos estados e municípios é depositada mensalmente nas contas das secretarias de educação. A cota federal é administrada pelo FNDE para reforçar o financiamento da educação básica. O objetivo é reduzir os desníveis socioeducacionais entre municípios e estados.

Paralelamente à busca de recurso judicial para manter a fórmula de reajuste nas tarifas propostas para este ano, com aumento no bilhete único mensal e nas tarifas integradas com trens e metrô, a gestão João Doria (PSDB) negocia com as empresas do setor de transporte da capital um atraso programado nos repasses pelos serviços prestados. A Prefeitura precisa de R$ 3,3 bilhões para manter a operação da frota neste ano.

A estratégia é mudar a data de pagamento das empresas. Em vez de remunerar os empresários cinco dias após a prestação dos serviços, o pagamento seria feito nove dias após a data. Ou seja: se a empresa transportou 1 mil pessoas no dia 1.º, só receberá a passagem delas no dia 9.

##RECOMENDA##

No caso do chamado sistema local, que reúne os lotações que fazem a ligação entre os bairros, a mudança foi feita em contratos emergenciais publicados no Diário Oficial do dia 4. No sistema estrutural, das linhas que fazem a ligação dos bairros com o centro da cidade, as publicações foram feitas nesta quarta-feira, 11.

Esse tipo de estratégia de atrasar repasses já foi adotada no ano passado pela gestão Fernando Haddad (PT). Ao longo do ano, o então secretário de Transportes, Jilmar Tatto, chegou a atrasar os pagamentos em 10 dias. A Prefeitura herdou, ainda, uma dívida de R$ 281 milhões deixada pelo antecessor.

Recuso

Nesta quarta-feira, a gestão Doria informou que entraria como parte interessada na ação que vem barrando os aumentos. O entendimento da Prefeitura é que a forma encontrada para o reajuste deste ano prejudica a menor parcela possível de passageiros das linhas. A manutenção da tarifa básica a R$ 3,80 foi uma das principais promessas da campanha que levou o prefeito Doria a vencer as eleições no primeiro turno. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Fifa alertou que "as condições não estão dadas" para que a entidade libere quase US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 320 milhões) para a CBF investir no futebol. O fundo que deveria ajudar as regiões mais pobres do País a erguer centros de treinamentos e financiar o futebol feminino havia sido uma promessa da Fifa como parte do legado da Copa do Mundo de 2014.

Ao Estadão.com, porém, a entidade máxima do futebol confirmou que, pelo menos por enquanto, não existem planos de liberar os recursos. Em dezembro, uma delegação da CBF chegou a viajar a Zurique para apresentar à Fifa os projetos sociais que estariam sendo desenvolvidos, além de negociar como garantir acesso aos recursos. Mas não conseguiram convencer os cartolas na Suíça de que existem condições de averiguar como o dinheiro seria destinado. "As condições não estão dadas", justificou a entidade, por meio de seu departamento de imprensa.

##RECOMENDA##

Uma reunião do Conselho da Fifa em Zurique está programada para ocorrer na próxima semana, uma vez mais com representantes da CBF e da Conmebol. Mas não existe nenhum ponto na agenda estabelecido para tratar do dinheiro.

O Estadão.com apurou que existem dois obstáculos para a liberação do dinheiro. O primeiro deles se refere à situação de Marco Polo Del Nero, presidente da CBF e indiciado nos Estados Unidos por corrupção.

A Fifa ainda precisa se defender nos tribunais americanos e, diante dessa situação, advogados aconselharam a entidade a romper relações financeiras com qualquer pessoa implicada na investigação. Repassar US$ 100 milhões para a entidade comandada por Del Nero, portanto, poderia ter consequências negativas para a Fifa no caso que ainda vai levar diversos cartolas aos tribunais em Nova York neste ano. Outro argumento que também pesa é o fato de a CBF ainda não ter concluído suas reformas internas.

Dos US$ 100 milhões inicialmente prometidos, o Estadão.com apurou que apenas cerca de US$ 8 milhões (R$ 26 milhões) chegaram até o Brasil. Em dezembro de 2015, a CBF argumentou à reportagem que a culpa pela demora na liberação dos recursos era da Fifa.

"Segundo a Fifa, tendo em vista os acontecimentos recentes, a entidade está totalmente dedicada na revisão de seus processos de compliance financeiro", indicou a CBF na ocasião.

Naquele momento, na capital do Tocantins, Palmas, um terreno de 40 mil metros quadrados havia sido comprado. A promessa era de que, até o final de 2015, as obras começariam para criar um centro de treinamento financiado pela Fifa, o que nunca ocorreu.

A federação beneficiada era uma velha aliada da CBF. Seu presidente, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), foi um dos políticos que recebeu doações da CBF para sua campanha ao Senado.

Quintanilha, que preside a federação estadual há mais de 20 anos, chegou a ter um inquérito aberto contra ele no STF, com relatórios do Ministério Público apontando que, ao lado do irmão, ele foi suspeito de um montar um esquema de desvio e favorecimento de empreiteiras com recursos de emendas. O esquema, descoberto em 2000, teria a participação de empreiteiras e atingiu 80 obras. Uma das empresas, a Forma, era suspeita de ganhar licitações, sem realizar as obras. Ela, então, contratava outra empreiteira e distribuía os lucros.

Balanço divulgado nesta quarta-feira, 14, pelo Ministério da Saúde mostra que 151 municípios ainda não informaram por que não aderiram ao Sistema de Prontuário Eletrônico. Todos correm o risco de ter suspensos os repasses feitos pela pasta para financiar atividades na assistência básica de saúde.

Lançado há dois meses, o programa de prontuário eletrônico pretende que todas as unidades básicas de saúde do País passem a funcionar de forma integrada, por meio do uso de sistemas informatizados. A ideia é que todas informações do pacientes fiquem em um banco, o que permitiria aos profissionais ter acesso a todos histórico, sintomas, exames realizados, remédios usados.

##RECOMENDA##

A ideia não é nova. Há pelo menos 15 anos o ministério anuncia investimentos e iniciativas para integrar as informações.

A iniciativa anunciada pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros há dois meses teve como ponto de partida a oferta de um sistema, o e-Sus AB. Cidades tiveram dois meses para informar se adotariam o sistema, se já dispõem de um programa próprio ou de se não têm condições técnicas e operacionais para, neste momento, integrar a rede. De acordo com Barros, a maior parte dos municípios já apresentou informação.

"O prazo foi prorrogado. Não é nossa intenção suspender recursos. Queremos sim ter acesso a informação sobre as razões que levam as prefeituras a não adotar os sistemas", disse Barros.

Numa próxima etapa, com base na análise das justificativas dos municípios que não adotaram os sistemas, o Ministério lançará estratégias para superar essas dificuldades. Entre as medidas estão a aquisição de equipamentos, capacitação de pessoal e ações para melhorar a conectividade da rede.

Com mais confederações para dividir o "bolo" dos recursos da lei Agnelo/Piva, muitas entidades devem perder o status no próximo ciclo olímpico por causa da campanha abaixo da expectativa do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio. Enquanto modalidades como a natação e basquete deixaram a desejar, outras, como canoagem e ginástica, mostraram que podem subir degraus.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) determina ao final de todo ano qual é a expectativa de valor que terá para repassar às confederações. Os recursos são oriundos de uma parte dos 1,7% da renda bruta das loterias federais que o COB recebe. Em 2015, por exemplo, o montante foi R$ 244,7 milhões.

##RECOMENDA##

Assim, as modalidades entram em faixas diferentes de importância, de acordo com critérios definidos para a distribuição. Um deles é ter obtido um desempenho igual ou melhor que o esperado. Pela campanha no Rio, modalidades importantes devem perder espaço e outras, que entraram no programa olímpico, como surfe, skate, caratê, escalada, beisebol e softbol, vão passar a receber verba.

"Vai haver uma reanálise e possivelmente elas vão trocar de posição. Essas divisões das modalidades são vivas", explicou Marcus Vinicius Freire, diretor-executivo de esportes do COB.

Após receber investimentos na casa de R$ 1,4 bilhão nos últimos quatro anos e ficar abaixo da meta de conquistar pelo menos o décimo lugar no quadro geral de medalhas, o COB considerou "extraordinária" a participação do Time Brasil nos Jogos do Rio. O País encerrou a competição com 19 medalhas e o 12º lugar na soma total de pódios - empatado com a Holanda - e em 13º na classificação geral, que tem como critério de desempate o maior número de ouros. Em Londres-2012, o Brasil havia conquistado duas medalhas a menos.

O baixo crescimento - de cerca de 10% - não pode ser creditado à falta de investimentos nos últimos quatro anos. No total, o COB recebeu cerca de R$ 700 milhões em repasses através da Lei Agnelo-Piva, e o montante dobrou com a injeção de recursos de patrocinadores privados. No ciclo olímpico anterior, entre os Jogos de Pequim e Londres, o orçamento da entidade foi 50% inferior - o COB recebera R$ 390 milhões em leis de incentivo e praticamente o mesmo valor em patrocínios.

A Justiça decidiu manter a proibição de repasses de verbas públicas para o Comitê Organizador Rio 2016. O desembargador federal Ferreira Neves, no plantão judicial do Tribunal Regional Federal 2a Região (TRF2) manteve ontem (15) a liminar da primeira instância da Justiça Federal.

A União e a prefeitura estão proibidas de repassar dinheiro para o comitê até que seja dada ampla publicidade a todas as receitas e despesas, bem como que sejam fornecidos dados ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as receitas e gastos do evento. Quem descumprir a decisão está sujeito a uma multa pessoal diária de R$ 100 mil.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Segundo a Justiça, “o Comitê Rio 2016 sustentou que já estaria dando a devida publicidade das suas contas, balanços, contratos e demonstrações financeiras, inclusive através da sua página na internet. Além disso, o comitê afirmou que a manutenção da liminar causaria a paralisação das suas atividades e comprometeria a conclusão dos Jogos Olímpicos”.

A liminar foi concedida a partir de um pedido do MPF para que o Comitê Rio 2016 desse publicidade aos seus gastos.

Ao comentar as liberações de ministros do governo Temer para suas bases eleitorais, conforme matéria do jornal O Estado de S. Paulo divulgada nesta segunda-feira (25), o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, rejeitou qualquer relação dos convênios com as eleições municipais ou o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Geddel diz que o principal motivo são as emendas parlamentares, cujas regras mais recentes determinam que parte delas tenham execução obrigatória.

"A relação das liberações é com as emendas impositivas aprovadas pelo Congresso", garantiu. O chamado Orçamento impositivo, na prática, impede que o governo congele o desembolso de emendas, mas há brechas que permitem que o governo não seja obrigado a executar as demandas parlamentares.

##RECOMENDA##

A justificativa do Turismo é semelhante à do governo. A pasta afirmou que seu Orçamento "é formado majoritariamente por emendas parlamentares". Sobre a concentração da liberação em Santa Catarina, disse que 70% dos recursos para o Estado vêm de emendas e que "Estados que entendem o turismo como um setor estratégico para o desenvolvimento econômico priorizam a pasta no encaminhamento e esforço de liberação de recursos". Também informou que não há nenhum representante do Estado em cargo-chave na pasta no período do levantamento.

Em nota, a assessoria de Gilberto Kassab disse que "o fato de o Estado de São Paulo receber o maior porcentual em relação ao total dos recursos se deve apenas e tão somente ao fato de possuir a maior capacidade instalada - 24% do total de institutos do Ministério". Além disso, informou que "o Estado concentra a maioria dos centros de pesquisa e universidades e dos trabalhos científicos como os esforços contra o zika e as doenças transmitidas pelo Aedes".

Kassab declarou ainda que "em São Paulo está localizado o maior investimento do setor, o programa Sírius, um acelerador de partículas de última geração, usado na análise estrutural dos mais diversos materiais, orçado em R$ 1,75 bilhão, cuja previsão é ser concluído em 2018".

O Ministério do Esporte declarou que a pasta realiza convênios com todos os Estados. Transportes, por meio de nota, informou que grande parte da execução orçamentária é via convênios com Estados e municípios e que a liberação de verbas para Alagoas obedeceu a datas estabelecidas antes da posse do ministro.

Contingenciamento

O Ministério da Integração Nacional declarou que o governo Dilma contingenciou muitos recursos da principal obra da pasta, a transposição do Rio São Francisco, e, com a posse de Temer, estabeleceu-se como prioridade a entrega dos canais até dezembro, o que elevou os repasses.

A Codevasf informou que os valores liberados entre maio e julho são referentes a emendas apresentadas em 2015, avaliadas na gestão anterior. O Ministério do Desenvolvimento Social não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No primeiro ano em que a legislação eleitoral instituiu um teto de gastos para as campanhas, o presidente em exercício Michel Temer abasteceu o caixa das prefeituras com cerca de R$ 2 bilhões em convênios liberados em pouco menos de dois meses. Levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, com base em dados da Controladoria-Geral da União, mostra que os valores foram transferidos a 2.448 municípios e se destinaram a 5.213 obras.

Alguns ministros aproveitaram a liberação para fazer agrados às bases políticas. Pastas como Transportes, Esporte, Desenvolvimento Social Agrário e Ciência e Tecnologia concentraram repasses nos Estados dos respectivos titulares.

##RECOMENDA##

O valor das liberações é equivalente a dois terços do que a presidente afastada Dilma Rousseff transferiu para administrações municipais entre janeiro e o início de maio: R$ 2,9 bilhões. Nos 133 dias em que foi a titular do cargo neste ano, a petista repassou R$ 21,8 mil, em média, diariamente, a 2.413 municípios. Temer, em 51 dias, transferiu, em média, R$ 38,1 mil por dia.

Os dados se referem a até 2 de julho, quando a legislação eleitoral impõe restrições aos repasses.

O reforço no caixa ajuda a acelerar e concluir obras que podem ser vitrines para prefeitos que disputarão a reeleição ou seus candidatos em um ano em que as campanhas tendem a receber menos recursos. O Supremo Tribunal Federal vedou o financiamento de empresas às campanhas, e a reforma eleitoral aprovada no Congresso no ano passado instituiu, pela primeira vez, um teto de gastos.

Eleições

Com 1.024 prefeitos eleitos em 2012, o PMDB, partido de Temer, tem o maior número de prefeituras do País e espera crescer neste ano. Como a base de Temer engloba a maior parte dos partidos, os convênios acabam por beneficiar prefeitos da coalizão nacional. Depois do PMDB, a legenda que mais elegeu prefeitos em 2012 foi o principal aliado, o PSDB, com 702 eleitos.

O PT, maior partido da oposição, foi o terceiro, com 635. Depois vêm outros aliados no plano nacional: PSD (497), PP (469) e PSB (442).

Os dados apontam ainda que ministros do governo Temer aproveitaram o aumento das liberações para fazer agrados às suas bases. O ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) repassou 37,4% das verbas ao Estado de São Paulo, por onde pretende se eleger senador em 2018. Kassab é presidente licenciado do PSD.

O ministro dos Transportes, Maurício Quintela Lessa (PR), transferiu 36,8% para Alagoas. Ele é presidente do partido no Estado. Osmar Terra (Desenvolvimento Social e Agrário) liberou 16,5% para o Rio Grande do Sul, onde é primeiro-vice-presidente do diretório regional do PMDB. Leonardo Picciani (Esporte) repassou 12% para o Rio. Seu pai, Jorge Picciani, é presidente do PMDB fluminense e da Assembleia Legislativa.

Secretarias e órgãos

O levantamento dos repasses a municípios mostra que, em alguns ministérios, o colégio eleitoral do titular da pasta não é determinante para as liberações, mas, sim, a influência política de lideranças regionais.

No Ministério da Integração Nacional, por exemplo, o maior repasse vai para regiões de influência dos nomeados que comandam secretarias e órgãos vinculados à pasta. O Pará, Estado de origem do ministro Helder Barbalho (PMDB), filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), recebeu só R$ 1,1 milhão de um total de R$ 185,5 milhões do ministério.

Já o Rio Grande do Norte, Estado do ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB), recebeu quase 70% dos recursos do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs). Dos R$ 8,7 milhões, R$ 6 milhões foram para a barragem de Oiticica. Ex-ministro de Dilma e de Temer, Alves teve influência na indicação do comando do Dnocs nas duas gestões.

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) teve seus repasses no governo Temer distribuídos predominantemente a dois Estados. Foram R$ 7,1 milhões (34,6%) para prefeituras do Piauí e R$ 6,1 milhões (29,7%) para o Maranhão. Sua área de atuação, contudo, também abrange Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco e Sergipe. A concentração é explicada pelas influências do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e do ex-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA).

A Secretaria de Infraestrutura Hídrica, vinculada à pasta, teve praticamente 80% de seus recursos na era Temer distribuídos entre três Estados. Dos R$ 98,2 milhões liberados, Alagoas ficou com 33,4% (R$ 32,8 milhões), Ceará com 30,5% (R$ 30 milhões) e Paraíba com 15,7% (R$ 15,5 milhões). De Alagoas e Ceará vêm duas das principais lideranças do PMDB nacional, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o líder da bancada na Casa, Eunício Oliveira (CE). A concentração de recursos advém, segundo fontes, da influência de ambos.

Outro caso é o Ministério do Turismo. Dos R$ 91,6 milhões liberados no período, Santa Catarina foi o Estado que mais recebeu recursos: R$ 11,2 milhões (12,2%). A justificativa é que o Estado controla a pasta desde a era petista e manteve o controle no governo Temer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Questionado pela reportagem sobre o teor da delação de Nelson Mello, o advogado do Grupo Hypermarcas, José Luís Oliveira Lima, não se manifestou.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou qualquer tipo de recebimento de vantagens indevidas. Em nota, Renan reiterou nunca ter recebido "vantagens de quem quer que seja".

##RECOMENDA##

"É de zero a chance de se encontrar recursos sem origem justificada do senador", diz a nota enviada pelo presidente do Senado.

Procurada, a assessoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR) solicitou que a reportagem procurasse seu advogado. O Estado entrou em contato com Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, mas ele não respondeu às ligações da reportagem.

O senador Eduardo Braga (PMDB), por meio de sua assessoria, informou não conhecer ou manter qualquer tipo de relação com os lobistas Lúcio Funaro e Milton Lyra. O senador informou nunca ter recebido valores da Hypermarcas ou de seu ex-diretor Nelson Mello.

--> Delação cita propina de R$ 30 milhões a Renan, Jucá e Eduardo Braga

Acesso

O advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira, que representa Lúcio Funaro, disse que não comentaria o caso porque não teve acesso à delação.

Milton Lyra e sua defesa não foram localizados ontem.

O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), citado por Mello como próximo a Funaro, afirmou que desconhece completamente o assunto da delação premiada do ex-diretor do Grupo Hypermarcas.

Indagado sobre o motivo da citação, o presidente afastado da Câmara dos Deputados disse não ter "qualquer relação com esse assunto" e desmentiu as afirmações do delator.

Procurado, o advogado Luiz Francisco Carvalho, que defende Nelson Mello, não respondeu às ligações da reportagem.

Apesar de o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) cobrar explicações em até dez dias sobre repasses e pagamentos relativos à Linha 4-Amarela da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), o governador Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta sexta,6, que o Estado não tem dívidas com a empresa. "Não houve nenhum prejuízo ao Metrô. Zero, zero, zero. O Estado não tem nenhuma dívida com o Metrô", disse Alckmin.

O pedido, feito hoje, acontece após o governo paulista deixar de repassar à estatal valores da compensação tarifária para quitar obrigações contratuais com a concessionária, um total de R$ 332,7 milhões. "O governo do Estado investiu, só no meu mandado, desde 2011, R$ 13 bilhões e vamos investir este ano mais R$ 3 bilhões. Não há prejuízo", resumiu o governador a jornalistas durante visita a Ribeirão Preto (SP).

##RECOMENDA##

Merenda

Indagado sobre outro tema polêmico de seu governo, as denúncias de irregularidades na merenda escolar nas escolas públicas, o governador voltou a defender as investigações e afirmou, após ser questionado algumas vezes, ser favorável à apuração pela Assembleia Legislativa. Deputados de oposição tentam, sem sucesso - já que o governo tem a maioria no parlamento paulista - protocolar o pedido de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia para investigar as denúncias de superfaturamento na merenda investigadas pelo Ministério Público e pela polícia. "Assembleia Legislativa é outro poder, mas somos favoráveis (à investigação)".

Ainda sobre a alimentação nas escolas, Alckmin revelou que pretende fazer uma consulta aos alunos de estabelecimentos públicos de ensino que estudam em tempo integral, se em vez de dois lanches diários estariam dispostos a se alimentar com um almoço. "Aluno que fica meio período, tem lanche. Mas temos 50 mil alunos em tempo integral e vamos fazer uma consulta se preferem almoço. Vamos comprar a marmita e entregar", disse. "Quem quiser, vamos trocar os dois lanches e fazer refeição. Não temos cozinha nas escolas, então a gente faria a licitação e entregaria (a refeição)".

Já tratando o vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) como "presidente", o governador paulista voltou a se posicionar contrariamente à indicação de nomes do PSDB para um novo governo, caso a presidente Dilma Rousseff (PT) seja afastada. No entanto, Alckmin admitiu que o partido deve colaborar, caso seja chamado por Temer a indicar nomes para o ministério. "Vamos apoiar, o governo pode contar conosco e terá todo apoio para reformas. Tenho defendido que o PSDB não indique ninguém. Mas se o presidente (Temer) precisar, vamos fazer indicações", concluiu.

O Ministério da Educação (MEC) revogou nesta segunda-feira (1º) medida que restringia os repasses do Fundo de Financiamento Estudantil às instituições de ensino privadas. Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o governo volta a repassar, uma vez por mês, até 100% dos recursos às instituições.

O Fies oferece a estudantes financiamento de cursos em instituições privadas de ensino. Pelo programa, o MEC paga as instituições com títulos do Tesouro. Em datas especificadas pelo FNDE, as instituições podem optar por resgatar os títulos para pagar tributos ou, como o valor dos títulos pode ser maior do que os impostos, podem ainda solicitar a recompra de títulos excedentes pelo governo. O valor pago é depositado em conta criada para tal.

##RECOMENDA##

No final de 2014, uma portaria determinou que a recompra não poderia exceder o valor previsto do repasse no mês seguinte. Por conta disso, em novembro de 2015, as instituições receberam 60% e, em dezembro, 80% do valor esperado.

Uma nova portaria, que revoga a limitação, foi publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União. Agora, o FNDE pode recomprar 100% dos títulos das instituições, o que será feito em 12 vezes este ano, conforme cronograma disponível às entidades mantenedoras.

"Com a publicação da portaria, as instituições de ensino podem planejar o fluxo de caixa sabendo o quanto de recurso o MEC vai disponibilizar no período", diz o diretor executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES), Sólon Caldas. "A publicação é muito importante para o sistema e demostra que o ministro [Aloizio Mercadante] está sensível à importância da parceria privada para oferecer financiamento àqueles que precisam para acessar o ensino superior".

De acordo com o MEC, para este ano, a previsão para o orçamento do Fies é R$ 18,7 bilhões. Atualmente, mais de 2,1 milhões de estudantes participam do programa. Na primeira seleção do ano, foram ofertadas 250 mil vagas no programa. A previsão para o segundo semestre é que cerca de 60 mil vagas sejam ofertadas.

As três universidades estaduais paulistas - USP, Unicamp e Unesp - tiveram um contingenciamento de R$ 233 milhões no orçamento de 2016, na comparação com o inicialmente previsto para este ano. Em meio à crise econômica do País, a queda na estimativa de recursos das instituições segue a previsão de desaceleração de arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) - principal fonte de financiamento do ensino superior público paulista.

As instituições recebem uma parcela fixa de 9,57% do tributo, dividida de forma proporcional. De janeiro a novembro do ano passado, último período disponível, o ICMS já acumula queda real de 4,7%. A previsão para este ano está em decreto publicado na semana passada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB), que reduziu em cerca de R$ 7 bilhões o orçamento total do Estado.

##RECOMENDA##

Em cenário de crise financeira desde 2014, as três instituições não definiram os detalhes para adequar os gastos. Em 2015 também houve contingenciamento, de R$ 224 milhões em valores atualizados.

O bloqueio atual não é considerado um corte e, por estar atrelado automaticamente ao ICMS, pode variar de acordo com o comportamento da arrecadação. Para 2016, o orçamento das três instituições caiu 2,2%. Passou de R$ 10,54 bilhões, previstos no texto finalizado de 2015, para R$ 10,31 bilhões, de acordo com o decreto de contingenciamento publicado no dia 15 de janeiro.

O maior impacto será sentido pela USP, que teve redução de R$ 146 milhões na previsão orçamentária deste ano - queda de 3%. A universidade - que fica com a maior parcela do ICMS - deverá trabalhar agora com orçamento de R$ 5,11 bilhões, em vez de R$ 5,26 bilhões anteriormente previstos.

Segundo a reitoria, a adequação de gastos e investimentos com o novo orçamento ainda é analisada pela Administração Central. O último balanço indica que a USP chegou a novembro de 2015 com um déficit de R$ 988 milhões - os gastos foram cobertos pelas reservas da universidade. Em novembro, a folha salarial representava 102% do valor repassado pelo Tesouro Estadual.

De acordo com o professor de Economia da USP Adalberto Fischmann, que preside a Comissão de Orçamento e Patrimônio da instituição, a revisão era esperada, levando em consideração o comportamento da economia, o que dificultará a situação. "Não estava confortável e já tínhamos déficit projetado (para 2016). Agora, teremos de priorizar as áreas que não podem ser cortadas", diz ele. O orçamento da USP de 2016 foi finalizado no ano passado prevendo um déficit de R$ 543 milhões.

Outras estaduais

Unicamp e Unesp não projetaram déficit nos planos orçamentários deste ano. A nova previsão de queda deve tirar da Unicamp R$ 54 milhões (queda de 2%). O orçamento da instituição agora é de R$ 2,66 bilhões, ante R$ 2,74 bilhões no início do ano. A estadual comprometeu até novembro 96% do repasse do Estado com pagamento de salários.

Em nota, a universidade informou que o indicativo de que haverá queda de arrecadação "será objeto de consideração nas revisões orçamentárias que a Unicamp realiza periodicamente". A instituição ainda ressaltou que o porcentual do ICMS que cabe à instituição continua o mesmo.

A Unesp terá R$ 32,6 milhões a menos do que o previsto antes. Seu orçamento passa de R$ 2,53 bilhões para R$ 2,50 bilhões (queda de 1%). Em nota, a universidade ressalta que o contingenciamento é menor do que o do ano passado e corresponde apenas a 1,4% do total. "A universidade deverá contingenciar despesas de investimento e custeio ao longo do exercício", afirmou a nota. "A Unesp, como em 2015, buscará operacionalizar este contingenciamento, preservando as atividades essenciais da universidade". Na Unesp, o comprometimento com salário está em 99%.

As contas de 2015 das três universidades ainda não estão fechadas. Até novembro, elas receberam, juntas, R$ 7,92 bilhões de recursos do Tesouro, vindos do ICMS. O comportamento do imposto costuma ser melhor em dezembro, mas levando em conta até o mês anterior, os recursos são 14% menores do que a previsão inicial do orçamento de 2015. A esses valores, as universidades ainda somam recursos próprios e verbas transferidas pelo governo federal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-governador Eduardo Campos ainda em 2013 quando ensaiava disputar a presidência da República defendia uma máxima de que o Brasil e Pernambuco precisavam "ganhar 2013" pra pensar em 2014. Isso significava, na ótica de Eduardo, que os governos precisariam entregar obras, serviços e ações ao povo antes de discutir política e eleição.

O ambiente de 2015 foi de extrema penúria para os entes federados por conta da queda sucessiva e abrupta dos repasses federais. O estado de Pernambuco e a cidade do Recife sofreram na pele a escassez de recursos. Para se ter uma ideia, o governo do estado esperava receber apenas em 2015 cerca de R$ 2 bilhões de repasses do governo federal, mas na prática o valor repassado foi inferior a 10%, inviabilizando uma série de ações que poderiam manter o estado de uma forma saneada.

O governador Paulo Câmara tomou uma medida arrojada ao decidir modificar o calendário da folha de pagamentos. Antes era no final do mês corrente, e passou a ser no início do mês subsequente. Mas visando minimizar o impacto da medida drástica, o governador teve a sensibilidade de antecipar 50% do décimo terceiro salário dos servidores para que eles pudessem se adaptar à nova situação.

Diante de um cenário caótico onde vários governos estaduais estão chegando a parcelar a folha de pagamento, concluir 2015 sem atrasar o salário já é uma tremenda vitória para o governo de Pernambuco, que ontem ganhou um reforço significativo para honrar um compromisso tão importante. Foi finalizado o leilão da folha estadual, cujo vencedor foi o Bradesco que arrematou a folha salarial do estado por quase R$ 700 milhões. Com esse dinheiro pode se considerar que o governador Paulo Câmara terminará 2015 sem atrasar salários ou parcelar folhas.

O prefeito do Recife Geraldo Julio enfrentou problemas bastante parecidos com os de Paulo Câmara, porque a receita esperada pelos repasses federais não foi alcançada, sendo necessária uma rearrumação no orçamento de 2015 a ponto de manter os serviços essenciais em andamento satisfatório. Geraldo Julio anunciou ontem também que pagará num período de 28 dias três folhas salariais, a primeira no próximo dia 30, a segunda no dia 7 de dezembro e a terceira no dia 28 de dezembro. Serão injetados na economia local cerca de R$ 450 milhões em apenas um mês, o que pode contribuir para manter a economia aquecida.

Diante de um cenário de tantas incertezas e grandes dificuldades, a prefeitura do Recife e o governo de Pernambuco podem considerar que "venceram 2015", porque dos males que poderiam recair sobre a capital pernambucana e o nosso estado, os menores aconteceram. É natural que existam alguns gargalos a serem resolvidos com fornecedores, mas só em não deixar de pagar o funcionalismo público o prefeito Geraldo Julio e o governador Paulo Câmara conseguiram superar 2015 em condições aceitáveis. O grande desafio da dupla socialista será vencer 2016, que se projeta muito mais desafiador e complicado que o ano corrente.

Liberados - A bancada governista na Câmara dos Deputados foi liberada pelo Palácio do Planalto para votar pela derrubada do veto da presidente Dilma Rousseff à Proposta de Emenda à Constituição que estende ao funcionalismo público municipal, estadual e federal o direito de se aposentar aos 75 anos, benefício até então exclusivo do Poder Judiciário. Com a proposta do senador José Serra (PSDB/SP), apenas a União economizará por ano cerca de R$ 1,4 bilhão.

Renúncia - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem a renúncia do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Hoje o Conselho de Ética da Câmara analisará o pedido de cassação de Cunha por quebra de decoro parlamentar por ter dito em seu depoimento na CPI da Petrobras que não tinha dinheiro no exterior, e depois foi descoberta uma conta na Suíça em seu nome.

Suspensão - O presidente eleito da Argentina Maurício Macri defendeu ontem a suspensão da Venezuela do Mercosul por abusos de direitos cometidos pelo presidente Nicolás Maduro. Macri invocou a cláusula democrática para poder fazer parte do grupo econômico e acredita que poderá retirar a Venezuela do rol dos países que formam o Mercosul.

Arnaldo Maciel - Faleceu ontem no Recife o ex-deputado federal e ex-prefeito de Belo Jardim Arnaldo Maciel, que foi deputado constituinte. Maciel faleceu aos 92 anos e deixa como legado o tradicional cartório de imóveis na Rua Siqueira Campos que leva seu nome. O sepultamento do ex-deputado será no cemitério Morada da Paz, em Paulista.

RÁPIDAS

Líder - O deputado federal Daniel Coelho, que exerce seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados, poderá ser indicado como líder da bancada do PSDB na Câmara no ano que vem. Caso seja escolhido, Daniel conseguirá uma excelente tribuna para disputar a prefeitura do Recife.

Agenda - O governador Paulo Câmara receberá toda a delegação do Santa Cruz, que conquistou o acesso para a Série A no último sábado, no Palácio do Campo das Princesas hoje a partir das 9 horas da manhã. Torcedor do clube, o governador já havia recebido o elenco e a diretoria em maio após a conquista do título estadual.

Inocente quer saber - João Paulo perdeu o senso do ridículo ao divulgar um vídeo cantando um frevo que viralizou nas redes sociais? 

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando