Dois jogos em três meses e um custo de R$ 985 mil. Este foi o saldo – negativo - da passagem do volante Magrão pelo Náutico. O jogador de 34 anos chegou em junho ao Timbu, começou jogando em apenas duas partidas e viveu boa parte do tempo no Departamento Médico. Para tentar diminuir o prejuízo, a diretoria alvirrubra fez um acordo e dispensou o atleta, que vai continuar recebendo do clube.

Serão 16 parcelas de R$ 40 mil, que no total resultarão ao Náutico R$ 640 mil. Somando aos R$ 345 mil que ele recebeu de salário em três meses, este valor chega a quase R$ 1 milhão. Só que poderia ser pior. A multa contratual do atleta girava em torno de R$ 2 milhões e 700 mil, e se não fosse feito este acordo, este valor poderia chegar a R$ 4 milhões.

Além de Magrão, o também volante Rodrigo Souto vai continuar recebendo do Timbu, mesmo vestindo a camisa de outro clube. O agora jogador do Figueirense terá 50% de seu salário pago pelo Náutico e o restante pelo clube catarinense.

O lateral-direito Oziel e o esquerdo Eltinho também fizeram acordos com a diretoria alvirrubra, mas com valores mais baixos. Ainda existe a possibilidade de outros jogadores deixaram o Náutico

A torcida do Náutico não viu, mas contra o Serra Talhada, o volante Rodrigo Souto fez sua melhor partida vestindo a camisa alvirrubra. Para muitos cronistas esportivos e até para o técnico Silas, foi um dos principais jogadores na vitória do Timbu por 2x0. Ele mesmo reconheceu que esteve bem, mas garantiu que ainda não está em plena forma.

“Esse foi o meu melhor jogo e quero crescer ainda mais. Estou buscando o meu melhor. Estava bastante quente e senti um pouco no final. Venho melhorando a cada partida, mas ainda não estou 100%. Vou chegar lá”, afirmou o volante.

A sequência de jogos é um fator importante para a evolução de Rodrigo Souto.  Porém, as seguidas partidas foram ruins para o Náutico, que perdeu mais do que venceu. “Uma série de derrotas incomoda, mas estamos felizes com a partida contra o Serra Talhada. Atuamos bem e nos portamos bem também. Poderíamos até ter feito mais. Criamos várias oportunidades”, analisou.

Nesta semana, o Náutico vai ter dois duelos decisivos. Primeiro contra o CRAC-GO, quinta-feira, nos Aflitos. Depois o Santa Cruz, domingo, no Arruda. E como todos estão falando pelas bandas da Rosa e Silva, o foco está na Copa do Brasil. “Nosso principal jogo agora é o CRAC. Temos que correr atrás do resultado. Nosso foco é o CRAC, vamos para cima deles com todo respeito, mas temos que buscar a classificação”, disse Rodrigo Souto.

No treino da tarde desta quarta-feira (27), o técnico Vágner Mancini escalou Rodrigo Souto no time titular, ao lado de Martinez e Elicarlos. Porém, o primeiro foi bastante sincero e admitiu que ainda não sabe se tem condições totais de jogo. “Eu me senti bem no coletivo, mas ainda não sei se aguento os 90 minutos”, admite. “A partida vai ser corrida. Se a gente sair perdendo, vai ter que correr mais. Se começarmos ganhando, já muda a situação e corremos menos”, analisa.

Condições físicas à parte, Souto garante que vontade não falta. “Eu quero jogar, só não sei se aguento. Mas um clássico seria o ideal para pegar ritmo”, diz. Sobre seu último encontro com o Santa Cruz, em 2011, quando ainda defendia o São Paulo, e marcou um gol contra em partida válida pela Copa do Brasil, Souto releva a sua falha. “Essa é minha última lembrança do Santa. O pessoal ainda brinca comigo na rua, mas já é passado”, conta.

Aos 30 anos, Rodrigo Souto tem no currículo importantes títulos e passagens por grandes clubes do futebol brasileiro. Apresentado oficialmente pelo Náutico, nesta segunda (25), na sala de imprensa dos Aflitos, o volante falou sobre a experiência que teve no Japão e porque escolheu o Alvirrubro.

“Apareceram algumas outras oportunidades fora do país, mas o Náutico abriu as portas para voltar ao Brasil. Isso fez a diferença. Então quero me empenhar, trabalhar muito e retribuir esse carinho”, afirmou Rodrigo Souto.

Considerado como uma das principais contratações da temporada, o atleta chega para somar tecnicamente ao elenco. “Rodrigo foi contratado na nossa busca de qualificar o grupo e oferecer ainda mais opções para o treinador. Tem um currículo extenso, experiência e qualidade”, explicou o superintendente de futebol do Náutico, Daniel Freitas.

Mesmo sem jogar desde o fim do ano passado, pouco mais de dois meses, Rodrigo Souto espera estar à disposição o mais rápido possível. “Não é o problema essa parte física, pois a vontade de estar dentro de campo é grande. Claro que isso influencia, mas quero jogar o mais rápido”, disse o jogador, que pode ficar regularizado até a próxima sexta (01).