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O mercado de câmbio doméstico inicia a última semana de julho com o dólar em leve alta ante o real no mercado à vista, alinhado aos ligeiros ganhos da moeda dos Estados Unidos frente a outras divisas de países emergentes e ligadas a commodities. Os agentes de câmbio atuam sob forte influência da rolagem de contratos cambiais na BM&FBovespa e também com expectativas pelo anúncio pelo Banco Central das condições para a futura rolagem do vencimento de swap de setembro, que totaliza 201.400 contratos, equivalentes a cerca de US$ 10,070 bilhões.

A agenda carregada da semana impõe cautela nos mercados financeiros. Entre os destaques estão a decisão de política monetária do Federal Reserve, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no segundo trimestre e o relatório oficial de emprego em junho (payroll). Outro fator que mantém os mercados na defensiva é a tensão no leste europeu, após a União Europeia (UE) estender as sanções impostas contra a Rússia e depois de os EUA mostrarem foguetes sendo disparados de território russo para a fronteira com a Ucrânia. Na Faixa de Gaza, Israel e Hamas passaram o fim de semana ensaiando um cessar-fogo, mas os ataques prosseguem na região, embora tenham diminuído após o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) clamar por um "imediato e incondicional cessar-fogo humanitário".

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Nos mercados acionários, os índices futuros das bolsas de Nova York operam perto da estabilidade nesta manhã, com investidores na defensiva diante da agenda carregada desta semana nos EUA. Na Europa, as principais praças acionárias tentam se firmar no terreno positivo, mas hesitam em meio à cautela nos eixos geopolíticos no leste ucraniano e na Faixa de Gaza. Por aqui, o Ibovespa Futuro aponta para uma abertura no positivo, em alta de 0,31%, aos 58.400 pontos.

Voltando ao âmbito doméstico, mais cedo o Banco Central publicou a Pesquisa Focus, na qual os analistas revisaram para baixa a estimativa de alta do IPCA neste ano, passando de 6,44% para 6,41%, e reduziram ainda mais a projeção de expansão do PIB em 2014, de 0,97% para 0,90%. Para o ano que vem, a mediana das estimativas para a inflação oficial subiu de 6,12% para 6,21%. Já as previsões para o PIB em 2015 e para a Selic neste e no próximo ano foram mantidas.

Entre os indicadores conhecidos nesta manhã, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M) subiu 0,80% em julho, desacelerando-se da alta de 1,25% registrada em junho. A taxa ficou dentro do intervalo das estimativas coletadas pelo AE Projeções, de 0,50% a 0,86%, mas acima da mediana, de 0,72%. Até julho, o INCC-M acumula altas de 5,56%% no ano e de 7,22% em 12 meses.

A decisão do Banco Central de continuar a rolagem do vencimento de US$ 8,9 bilhões em swap cambial, em 1º de novembro na próxima semana, se sobrepõe na abertura do câmbio à desvalorização generalizada de moedas ligadas a commodities em relação ao dólar no exterior devido à cautela com a China. Por isso, o dólar à vista abriu nesta sexta-feira (25) cotado em baixa, a R$ 2,190 (-0,64%) no balcão. Até 9h31, a moeda no balcão oscilou de R$ 2,1880 (-0,73%) a R$ 2,1940 (-0,45%).

No mercado futuro, no horário acima, o contrato de dólar para novembro de 2013 recuava a R$ 2,1920 (-0,77%). Esse vencimento já oscilou de R$ 2,1910 (-0,81%) a R$ 2,1965 (-0,57%), após abrir a sessão a R$ 2,1955 (-0,61%).

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Essa decisão do BC sobre a rolagem de swap, após a pressão feita pelo mercado sobre o dólar ontem, que chegou a subir acima de R$ 2,21 no contrato futuro para novembro de 2013, mostra que a autoridade monetária parece confortável com o dólar na faixa de R$ 2,20, nem muito acima nem muito abaixo desse patamar. "O BC deixou a impressão de que o nível de R$ 2,16 não lhe agrada", avaliou um experiente operador de tesouraria de um banco.

Mais tarde, o mercado deve reagir aos indicadores internos e dos Estados Unidos que serão divulgados, disse o estrategista-chefe do banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno. Segundo ele, olhando pelo cenário externo, o dólar teria potencial para subir ante o real. Mas a decisão do BC sobre a rolagem significa que o BC não vai mais retirar do mercado os cerca de US$ 6 bilhões em swap que deixaram de ser prorrogados nesta semana. A expectativa de continuidade dessa rolagem faz preço, afirmou.

Às 10h30, o Banco Central divulga os dados de conta corrente e de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no Brasil. De acordo com analistas consultados pelo AE Projeções AE, as contas externas deverão apresentar um déficit menos intenso em setembro em relação a agosto, influenciada principalmente pela melhora do superávit comercial do nono mês do ano. As estimativas de 26 instituições do mercado financeiro para as transações correntes vão de saldo negativo de US$ 1,200 bilhão a US$ 4,400 bilhões, com mediana atingindo um déficit de US$ 1,950 bilhão. Depois, a partir das 11h, o mercado vai se preparar para o leilão de linha semanal de até US$ 1 bilhão.

Em relação à continuação da rolagem de swap que vence em 1º de novembro, os leilões serão realizados de segunda a quarta-feira da próxima semana, nos dias 28, 29 e 30 de outubro. Hoje à noite, após o fechamento do mercado, o BC deve informar quais são as condições do primeiro leilão dos próximos três dias úteis, que será realizado na segunda-feira (28). Nesta semana, de terça (22) a quinta-feira (24), foram renovados cerca de US$ 3 bilhões do total de US$ 8,9 bilhões desse vencimento.

Já a agenda diária dos EUA prevê também para o mesmo horário a divulgação dos números sobre encomendas de bens duráveis e, mais tarde, o anúncio dos índices sentimento do consumidor, sobre as condições atuais e de expectativas referentes a outubro medidos pela Universidade de Michigan e os dados de estoques e de vendas no atacado em agosto.

No mercado interno, no fim da manhã, o Banco Central também faz a oferta de linha semanal. Serão feitos dois leilões de venda de dólares conjugados com leilões de recompra da moeda estrangeira, conhecido como linha, dentro da programação já prevista. Serão ofertados até US$ 1 bilhão distribuídos a critério do BC nas duas Operações. As propostas para o leilão "A" serão recebidas entre 11h15 e 11h20, para recompra em 04/02/2014. Para o leilão "B", com recompra em 03/06/2014, de 11h30 a 11h35. A taxa de câmbio a ser utilizada para a venda de dólares por parte do BC será a Ptax do boletim das 11h desta sexta-feira. Serão aceitas até três propostas por instituição, para cada leilão. As operações de venda serão liquidadas no dia 29 de outubro de 2013.

No exterior, a China continua mexendo com as expectativas dos investidores. O receio é que o aumento das taxas de juros no mercado financeiro provoque um aperto de liquidez e prejudique o crescimento econômico do país. Na Europa, foi confirmada a aceleração da economia inglesa e diminuiu a confiança empresarial na Alemanha. Em Nova York, às 9h23, o euro estava a US$ 1,3798, de US$ 1,3902 no fim da tarde de ontem. O dólar era cotado a 97,31 ienes, de 97,29 ienes na véspera. A moeda norte-americana subia ante o dólar australiano (+0,26%), o dólar canadense (+0,13%) , o peso chileno (+0,07%), a rupia indiana (+0,13%), o dólar neozelandês (+0,56%), o rublo russo (+0,22%) e o rand sul africano (+0,72%).

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