Tópicos | Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), define, nesta quarta-feira (20), em Brasília, a taxa básica de juros, a Selic. Na sexta reunião de 2023, a expectativa é que o órgão reduza a taxa dos atuais 13,25% ao ano para 12,75% ao ano. Esse deverá ser o segundo corte desde agosto, quando a autoridade monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário diante da forte queda da inflação nos últimos meses. 

Na ata desse último encontro, os membros do colegiado já previam cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões. Segundo o documento, o órgão avalia que esse será o ritmo adequado para manter a política monetária contracionista (juros que desestimulam a economia) necessária para controlar a inflação.  

##RECOMENDA##

Segundo a edição mais recente do Boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica realmente cairá 0,5 ponto percentual, embora algumas instituições projetem corte de até 0,75 ponto. A expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre o ano em 11,75% ao ano. 

Inflação 

Na ata da última reunião, o órgão também informou que a evolução do cenário econômico e a forte queda da inflação permitiram “acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária”. Após uma série de comunicados duros no início do ano, em que não descartava a possibilidade de elevar a Taxa Selic, o Copom mudou de tom por causa do comportamento dos preços. 

Apesar do recuo da inflação, o Copom informou que alguns preços ainda estão subindo ou caindo menos que o previsto. De acordo com o órgão, a autoridade monetária reduzirá os juros de forma conservadora. 

Com a forte desaceleração dos índices de preços nos últimos meses, as expectativas de inflação têm caído. Segundo o Focus, a estimativa de inflação para este ano passou de 4,93% para 4,86%. 

Em agosto, puxada por habitação e saúde, o IPCA ficou em 0,23%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de acelerar em relação a julho, o indicador ficou abaixo das previsões por causa da queda do preço dos alimentos. Com o resultado, o indicador acumulou alta de 3,23% no ano e de 4,61% nos últimos 12 meses. 

Para este ano, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC - definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) - é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior é 4,75%. Para 2024 e 2025, as metas são de 3% para os dois anos, com o mesmo intervalo de tolerância. 

No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de junho pelo Banco Central, a autoridade monetária reconhece a possibilidade de leve estouro da meta de inflação neste ano. No documento, a estimativa é que o IPCA atingirá 5% este ano. O próximo relatório será divulgado no fim de setembro. 

Taxa Selic 

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião. 

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.   

Ao reduzir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.   

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne nesta terça (1) e quarta-feira (2) de agosto, para deliberar sobre a taxa Selic. A expectativa é que haja um corte, após a Selic estar em 13,75% ao ano desde agosto de 2022. Os economistas do Boletim Focus, desta semana, mantiveram em 12% a estimativa para a taxa básica de juros ao fim de 2023, mas reduziram, pela segunda semana seguida, as projeções para a inflação, de 4,90% para 4,84%. 

Em consideração a projeção de 12% ao fim deste ano e as quatro reuniões do Copom que ainda irão ocorrer, o mercado já apura os custos a uma redução de 1,75 ponto percentual e com isso, cresce a expectativa de que 0,5 ponto seja cortado no encontro de agosto. Segundo o economista-chefe da Ryo Asset, Gabriel de Barros, "os núcleos de inflação ainda estão em patamar elevado e incompatível com a meta de inflação perseguida pelo Banco Central". 

##RECOMENDA##

Apesar da estimativa, as projeções para os próximos anos foram reduzidas em 2024, de 9,50% para 9,25%; em 2025, de 9% para 8,75% e em 2026, de 8,63% para 8,50%. Quanto à inflação projetada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), além do corte para 2023, o mercado também checou para baixo a estimativa para 2024, de 3,90% para 3,89%; para 2025 e 2026, estabilidade em 3,50% para os dois anos. 

Para o avanço econômico, a persistência das projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em 2,24% para 2023; em 1,30% para 2024 e, 1,90% para 2025. Já para 2026, a projeção diminuiu de 1,88% para 1,97%. Na transferência, com a queda juntada nos últimos meses, os economistas revisaram as projeções para os próximos anos, de R$4,97 para R$4,91 para 2023; de R$5,05 para R$5 em 2024; de R$5,12 para R$5,08 para 2025, e de R$5,20 para R$5,10 para 2026. 

 

O empresário Alberto Saraiva, dono da rede de fast food Habib’s, declarou que não apoiaria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) novamente, como o fez em campanhas passadas. Em entrevista ao portal UOL, Saraiva teceu elogios ao atual governo de esquerda, e avaliou positivamente a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “De zero a 10, é 10”, disse. 

Ele afirmou que o empresariado está do lado do ministro, e contente com a economia brasileira dos últimos meses. Apesar de reconhecer o trabalho “equilibrado” exercido pelo atual governo, Saraiva menciona o “trabalho conjunto” realizado pelo Congresso Nacional, Banco Central, entre outros órgãos. “Tem um pouco de sorte nisso, porque a situação dos outros países favorece o Brasil”, ponderou. 

##RECOMENDA##

Ainda sobre o governo, Saraiva analisa que o presidente Lula (PT), além de competente, contou com a sorte. "Teve um período meio complicado, mas quando assumiu agora está tendo sorte, as coisas estão favoráveis. E competência também", afirmou. Quando questionado sobre o apoio que fazia ao ex-presidente, comentou que não apoiaria novamente, havendo “500 coisas para justificar isso”, mas sem dar detalhes. 

Sobre economia, o empresário observa que as altas taxas de inflação atrapalharam, mas foram necessárias. A expectativa é de que a Selic seja corrigida para que os lucros aumentem a partir de agosto. Sobre a Nova Reforma Tributária, que deverá ser discutida, e modificada, em breve no Senado, ele avalia o conceito de forma positiva. 

 

A maioria dos brasileiros concorda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve pressionar o Banco Central (BC) a reduzir a taxa de juros, mas, em contrapartida, grande parte deles também acredita que a economia tende a piorar nos próximos três meses. Essas são as principais conclusões divulgadas nesse domingo (2), por pesquisa Datafolha.

Segundo o levantamento, a maior parte dos brasileiros segue a mesma opinião do Lula em relação à atual taxa de juros no Brasil, definida pelo Banco Central. Para 71% dos entrevistados, ela está mais alta do que deveria. Uma parcela de 17% acredita que ela está adequada, outros 5% defendem que ela está mais baixa do que deveria. A taxa dos que não souberam responder foi de 6%.

##RECOMENDA##

Desde que assumiu a Presidência, Lula tem feito duras críticas a política monetária conduzida pelo Banco Central e à gestão de Roberto Campos Neto. Para o presidente, não "tem explicação" a taxa básica de juros estar elevada. "O problema não é de banco independente. O problema é que este País tem uma cultura de juro alto", disse em fevereiro em discurso na cerimônia de posse do novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.

O levantamento ainda mostra que 80% dos brasileiros afirmam que Lula tem agido bem ao pressionar o Banco Central para diminuir a taxa de juros. Para 16%, ele tem agido mal. Os que não sabem somam 4%.

Mas a pesquisa Datafolha também mostra que houve crescimento no porcentual de brasileiros que afirmam acreditar em uma piora da economia do País nos próximos meses. Atualmente, 26% dos entrevistados tem essa impressão - há 3 meses, na rodada anterior feita em dezembro, esse valor era de 20%.

Houve também queda entre os entrevistados que contam com uma melhora da situação econômica brasileira: 46% nessa ultima rodada, três pontos porcentuais do patamar de dezembro, de 49%. A parcela de entrevistados que acredita que o País deve continuar como está é de 26%, ante 28% há 3 meses.

O levantamento Datafolha entrevistou 2.028 pessoas nos dias 29 e 30 de março. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos e a taxa de confiança da pesquisa é de 95%.

Na semana do 1º Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de 2023, o Boletim Focus mostrou a manutenção para as expectativas da taxa Selic no fim de 2023, 2024 e 2025, mas aumento para o encerramento de 2026.

A mediana para o fim de 2023 continuou em 12,50% ao ano, enquanto para o término 2024 ficou em 9,50%. Há quatro semanas, as estimativas eram de 12,25% e 9,00%, nessa ordem.

##RECOMENDA##

Considerando apenas as 78 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2023 permaneceu em 12,50%. Para o fim de 2024, variou de 9,38% para 9,75%, com 77 atualizações na última semana.

Para o fim de 2025, conforme o Boletim Focus, a mediana para a Selic permaneceu em 8,50%, contra 8,00% de quatro semanas antes. O boletim ainda trouxe a projeção para a Selic no fim de 2026, que avançou de 8,25% para 8,50%, de 8,00% há um mês.

No Copom de dezembro, o BC manteve pela terceira reunião consecutiva a taxa Selic em 13,75% ao ano. A autoridade monetária também reforçou o alerta fiscal, citando que há "elevada" incerteza sobre o futuro do arcabouço para as contas públicas.

Recentemente, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, contemporizou as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à autonomia do órgão, dizendo que "em muitas entrevistas as coisas são tiradas de contexto", mas defendeu a autonomia como redutora da volatilidade nos mercados.

O mercado financeiro reduziu a expectativa de inflação do país em 2022. No boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (12), o mercado espera que o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano em 5,79% frente aos 5,92% previstos na semana anterior. Para 2023, a pesquisa manteve a expectativa de inflação em 5,08%, a mesma prevista na semana passada.  

O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5%, para 2023 é de 3,25% e para 2024 é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. A previsão para o crescimento econômico do país também se manteve, em relação à pesquisa anterior. Segundo o Focus, o PIB brasileiro deve ser de 3,05% em 2022, enquanto em 2023, o crescimento previsto é de 0,75%, também o mesmo valor esperado na última pesquisa. O levantamento do Banco Central (BC) reúne semanalmente perspectivas dos principais indicadores econômicos calculados pelas maiores instituições do país.  

##RECOMENDA##

Após registrar alta há quatro semanas, a taxa de câmbio (relação entre moedas de dois países que resulta no preço de uma delas, medido em relação à outra) prevista para o dólar 2022 permaneceu em R$5,25, o mesmo valor projetado na semana anterior. Para 2023, o câmbio também permaneceu estável, no mesmo valor previsto para 2022. A Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, também permaneceu estável, em 13,75%. A Selic foi mantida no mesmo patamar pelo Copom (Comitê de Política Monetária) na última reunião, na semana passada. Para 2023, o mercado espera uma estabilidade da Selic, em 11,75%. 

 Veja as principais previsões desta semana:  

Alta do IPCA de 5,79% em 2022, frente 5,92% na semana anterior; 

Alta do IPCA de 5,08% em 2023, frente 5,08% na semana anterior; 

Selic em 11,75% no final de 2023, ante 11,75% na semana anterior; 

Crescimento do PIB em 2022 de 3,05%, ante 3,05% na semana anterior; 

Crescimento do PIB em 2023 de 0,75%, ante 0,75% na semana anterior; 

Taxa de câmbio de R$5,25 no final de 2022, contra R$5,25 na semana anterior; 

Taxa de câmbio de R$5,25 no final de 2023, contra R$5,25 na semana anterior; 

IPCA em 5,24% nos próximos 12 meses, frente a 5,28% uma semana antes. 

As condições macroeconômicas do Brasil podem exibir um quadro um pouco menos preocupante em uma eventual reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) do que se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer o pleito. É o que sugere estudo feito pelos analistas Flávio Conde e Cauê Ribeiro, da Levante Investimentos, antecipado ao Broadcast.

A taxa de inflação do Brasil pode ficar menor do que 5,00%, ou mais precisamente em 4,95%, como aponta o Focus no fim de 2023, caso Bolsonaro prossiga no cargo, e ser maior se Lula for o eleito.

##RECOMENDA##

Já a Selic pode cair dos atuais 13,75% ao ano para 11,25% no término de 2023 se o atual governo continuar comandando o País, ao passo que em um suposto governo petista a taxa de juros estimada é de 12,40%. Respectivamente, os analistas veem o resultado primário deficitário em 0,50% do Produto Interno Bruto (PIB) no final do ano que vem (R$ 50 bilhões).

Para o crescimento econômico no fim de 2023, a Levante calcula que a projeção de 0,59% no boletim Focus pode ser superada tanto se Bolsonaro permanecer no cargo como se Lula conquistar o pleito, mesmo se houver recessão nos Estados Unidos e na Europa.

A projeção para a taxa Selic no fim de 2022 continuou pela 9ª semana seguida em 13,75% no Boletim Focus, seu atual patamar, com a sinalização do Banco Central de que o ciclo de alta de juros pode ter se encerrado no Comitê de Política Monetária (Copom) de agosto. Há um mês, o porcentual já era de 13,75%. Da mesma forma, a mediana para a Selic no final de 2023 permaneceu em 11,00%, de 10,75% quatro semanas antes.

Considerando apenas as 75 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para o juro básico no fim deste ano também seguiu em 13,75%. Para o término de 2023, as 74 revisões feitas nos últimos cinco dias úteis não alteraram a mediana de 11,00%.

##RECOMENDA##

No Copom deste mês, a Selic subiu 0,50 ponto porcentual, de 13,25% para 13,75%, e o colegiado disse que vai avaliar a necessidade de uma alta adicional, de 0,25pp, em setembro.

"O Comitê avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião. O Copom enfatiza que seguirá vigilante e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas", afirmou o colegiado.

Na ata, o BC acrescentou que avalia que a estratégia exigida para trazer a inflação para o "redor da meta" no horizonte relevante considera o aumento definido para 13,75% em agosto e a manutenção da taxa em território bastante contracionista por um período longo.

Conforme o Boletim Focus, a previsão para a Selic no fim de 2024 continuou em 8,00%, mesmo porcentual de um mês atrás. Já a mediana para o fim de 2025 foi mantida em 7,50%, repetindo a taxa de quatro semanas antes.

Com a elevação da taxa básica de juros, a Selic, anunciada nessa quarta-feira (8) pelo Banco Central, de 7,75% para 9,25% ao ano, o cálculo do rendimento da poupança volta para a regra antiga.

A nova taxa básica também afeta financiamentos imobiliários e a correção do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

##RECOMENDA##

Taxa Referencial

Isso acontece porque a Taxa Referencial (TR), que estava zerada, vai subir com o aumento da taxa Selic.

A TR é calculada pelo Banco Central a partir dos juros das Letras do Tesouro Nacional (LTN), que variam seguindo a Selic.

A Taxa Referencial é usada como indexador para a correção das aplicações da caderneta de poupança, das prestações dos empréstimos do Sistema Financeiro da Habitação e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

No caso do FGTS, a correção do saldo é a TR mais 3%. E nos empréstimos para a compra da casa própria, a taxa corrige as prestações.

Segundo o diretor Executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional de Executivos (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, a estimativa é que a TR fique em torno de 0,05%. Oliveira lembrou que quando a Selic estava em 9,25% ao ano, em julho de 2017, a TR chegou a 0,0623%. Mas só será possível conhecer a nova taxa quando o Banco Central divulgar o cálculo mensal da TR referente a dezembro.

“A TR não vai subir para um patamar que inviabilize o pagamento das prestações do financiamento imobiliário porque estará em um percentual baixo”, disse.

Poupança

De acordo com a legislação, quanto a Selic é igual ou inferior a 8,5% ao ano, a remuneração dos depósitos de poupança é composta pela TR mais 70% da taxa Selic mensalizada.

Com a Selic acima de 8,5% ao ano, a poupança volta a render TR mais 0,5% ao mês (6,17% ao ano).

Segundo simulação da Anefac, com uma aplicação no valor de R$ 10 mil pelo prazo de 12 meses, o investidor acumula rendimento de R$ 680, totalizando R$ 10.680 ao final desse período.

De acordo com a Anefac, a poupança ganha em rendimentos dos fundos de renda fixa, principalmente nas aplicações de baixo valor, porque há cobrança de taxas de administração mais altas. Nos investimentos em poupança, não há cobrança de taxa de administração.

“Assim, a caderneta de poupança vai continuar sendo uma excelente opção de investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano”, explica a Anefac.

Inflação

Apesar do aumento do rendimento, a poupança ainda perde para a inflação. A expectativa de analistas de mercado é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) fique acima 10%.

Mas não é só a poupança que perde para a inflação. “Com inflação acima de 10% no ano, todos os investimentos de renda fixa, variável, poupança, CDB perdem para inflação. Mas o Banco Central sinalizou que vai continuar subindo a Selic. À medida que as taxas vão subindo, os investimentos tendem a voltar a ganhar da inflação”, disse Oliveira.

Copom

Em comunicado após a reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou que “o ciclo de aperto monetário [aumento da Selic]” deve avançar “significativamente em território contracionista”, ou seja, com mais altas de juros. “O Comitê irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas [de inflação]”.

“Para a próxima reunião, o comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude (1,5 ponto percentual)”, informou o comitê.

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a taxa básica da economia no fim de 2021 em 9,25%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Os analistas ouvidos semanalmente pelo Banco Central também continuaram com a estimativa de 11,25% para o fim de 2022. Há um mês, as medianas eram de 9,25% e 11,00%, respectivamente.

Considerando apenas as 88 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para a Selic no fim de 2021 também permaneceu em 9,25%. Já para 2022, a mediana passou de 11,75% para 11,25%, considerando as 87 atualizações dos últimos cinco dias úteis.

##RECOMENDA##

De acordo com pesquisa do AE Projeções, o mercado está em linha com o "plano de voo" do Banco Central (BC) para a reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom). De 51 instituições pesquisadas, todas preveem mais um aumento de 1,50 ponto porcentual na Selic, a 9,25%. Para o fim do ciclo de aperto monetário, 27 de 46 instituições preveem juros em 11,75% ou mais. Outras 19 esperam Selic terminal entre 10,0% e 11,50%.

No Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, a estimativa para a taxa Selic no fim de 2023 passou de 7,75% para 8,00%, ante 7,50% há quatro semanas. Para 2024, ficou em 7,00%, mesmo patamar de um mês atrás.

O ciclo de alta da taxa Selic, iniciado em março, deve atrasar a retomada do investimento produtivo no Brasil. Com as empresas saindo de crises consecutivas desde 2015, muitas delas vão preferir preservar o caixa até que o cenário esteja mais claro, do ponto de vista monetário, fiscal ou político. Além disso, o custo de capital está maior. Na média, subiu de 7,7%, em dezembro de 2021, para 10,59% em agosto deste ano, segundo o Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec-Fipe).

Na semana passada, por exemplo, a Arezzo informou que o momento não é adequado para fazer novas emissões de dívida. Com a alta de juros, a empresa deve priorizar o crescimento orgânico e manter o "caixa como rei". O presidente da companhia, Alexandre Birman, diz que, com a alta dos juros, a alavancagem financeira, que nunca foi premissa da companhia, torna-se ainda menos atrativa.

##RECOMENDA##

"Conceito de ‘cash is king’ (o caixa é o rei) se torna fundamental no cenário de juros que vamos entrar", diz. A empresa pagou as últimas aquisições com caixa próprio e tem bancado de maneira orgânica a expansão das lojas e do e-commerce, cujas vendas cresceram 36% no terceiro trimestre.

Cautela

Segundo Carlos Antonio Rocca, coordenador do Cemec-Fipe, apesar de o custo da dívida ainda ser baixo comparado ao dos últimos anos, o momento não é adequado para fazer expansões. Hoje, a taxa de investimento no País está em 18,2%, depois de ter batido em 15% no 2.º trimestre de 2022. "A incerteza é um conteúdo de risco que não dá para medir", afirma.

Rocca destaca que, com a redução da capacidade ociosa (em torno de 85%), as empresas já teriam dificuldade de atender o mercado caso tivessem de aumentar a produção.

Com incertezas sobre vendas, empresários refazem planos

O aumento da taxa Selic e do custo da dívida veio num momento em que a confiança do empresariado estava em recuperação por causa do avanço da vacinação, afirma o gerente de análise econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Azevedo. Ele ressalta que a escalada dos juros é mais um componente para o desestímulo aos investimentos.

O presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, por exemplo, esperava um cenário diferente para o segundo trimestre do ano. Com a pandemia mais controlada e o comércio sem restrições, a expectativa era de um varejo aquecido. "Esperávamos economia mais pujante; encontramos inflação e juros altos", afirma.

A empresa se preparou para um cenário mais positivo e acabou vendo seus estoques subirem de 70 para 100 dias. Esse revés fez a companhia aumentar as provisões - dinheiro destinado a possíveis perdas e inadimplência. A expectativa é escoar os produtos na Black Friday. Para essa data, a companhia aposta em produtos premium para atingir um público que teve a renda menos corroída pela inflação.

Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) José Ricardo Roriz Coelho, as perspectivas para a demanda interna são incertas. Segundo ele, no ano passado houve uma euforia e uma falsa impressão de que a demanda estava voltando - efeito do auxílio emergencial. "Hoje, estamos na situação de que a inflação retirou 10% da renda das pessoas, o desemprego continua alto, e não há competitividade para exportar", diz Coelho, que comanda a Associação Brasileira da Indústria de Plástico (Abiplast).

Neste momento, diz o executivo, as empresas estão em período de definir o orçamento para 2022. Mas as incertezas têm atrapalhado decisões futuras. "Qualquer investimento, hoje, está entre 30% e 40% mais caro. Dólar, insumo e custo de capital, tudo subiu. Muitas empresas estão esperando até meados do ano que vem para decidir sobre novos investimentos", afirma Coelho.

Durante apresentação do balanço do terceiro trimestre, o presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, também destacou os efeitos do aumento da Selic na economia. Para ele, as condições de crédito no atacado dependem do mercado de capitais, tanto via emissões de ações, quanto de renda fixa. Com a alta dos juros, no entanto, as emissões ficam menos atraentes para as empresas.

Segundo dados do Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec-Fipe), o custo de dívida das empresas já aumentou sensivelmente. Para as grandes companhias, subiu de 6,88%, em dezembro de 2020, para 9,67% em agosto passado; entre as médias, de 11,12% para 14,15%; e, para as pequenas, de 11,91% para 16,31%. O crédito bancário, com recursos livres, foi o que teve maior avanço no período, de cerca de 11% para 16%.

Gargalo

Além da alta dos juros, outros fatores têm pesado para desestimular a retomada de investimentos, segundo Marcelo Azevedo, da CNI. Ele explica que o aumento do preço de insumos, como a energia elétrica, e a falta de uma série de matérias-primas têm sido um gargalo dentro das empresas. Há cinco trimestres esse fator vem sendo apontado como o maior problema para as empresas, segundo a Sondagem Industrial feita pela entidade. Até então, a carga tributária sempre aparecia em primeiro lugar entre os maiores problemas relatados pelos empresários.

Outro fator, destaca o executivo da CNI, é que muitas empresas financiam o investimento com recursos próprios. Mas o fato de elas estarem saindo de crises consecutivas deixou o caixa mais apertado em alguns setores. Tudo isso acaba influenciando no planejamento e na decisão de tirar um projeto do papel.

Na opinião do presidente da Trevisan Escola de Negócios, Vandyck Silveira, para um empresário investir em plantas, equipamentos e tecnologia, precisa ter um retorno superior ao custo de capital. "Não vamos passar mais uma década perdida, mas um milênio", afirma.

Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2021, em 8,25%, segundo o Relatório de Mercado Focus. Há um mês, estava em 8,00%. Já a estimativa para o fim de 2022 subiu de 8,50% para 8,75%, ante 8,00% de um mês antes.

Considerando apenas as 38 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para a Selic no fim de 2021 permaneceu em 8,25%. Já para 2022, a mediana continuou em 9,00%, considerando as 37 atualizações dos últimos cinco dias úteis.

##RECOMENDA##

A estimativa para a taxa Selic no fim de 2023 baixou de 6,75% para 6,50%, mesmo número de há quatro semanas. Para 2024, seguiu em 6,50%, como há um mês.

Em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) subiu pela quinta vez consecutiva a Selic e manteve o ritmo ao elevá-la em 1,00 ponto porcentual, para 6,25% ao ano. Ao mesmo tempo, o colegiado sinalizou um novo aumento de mesma magnitude para a próxima reunião, nos dias 26 e 27 de outubro.

Segundo o comitê, a manutenção do atual ritmo associada ao aumento da magnitude do ciclo para patamar significativamente contracionista "é a estratégia mais apropriada para assegurar a convergência da inflação para as metas de 2022 e 2023". Além disso, em declarações recentes, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou que o Copom avalia que o nível final dos juros básicos da economia são mais importantes do que o ritmo para alcançar o cumprimento da meta. Campos Neto sinalizou ainda que o BC segue "olhando para 2022".

Após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de setembro, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2021, em 8,25%, segundo o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira. Há um mês, estava em 7,50%. Da mesma forma, a projeção para o fim de 2022 continuou em 8,50% ao ano, ante 7,50% de um mês antes.

Considerando apenas as 49 respostas nos últimos cinco dias úteis, a projeção para a Selic no fim de 2021 continuou em 8,25%. Para 2022, também foram feitas 49 atualizações nos últimos cinco dias, mas a estimativa seguiu em 8,50%.

##RECOMENDA##

A estimativa para a taxa Selic no fim de 2023 permaneceu em 6,75%, de 6,50% há quatro semanas. Para 2024, seguiu em 6,50%, como há um mês.

Na semana passada, o Copom subiu pela quinta vez consecutiva a Selic e manteve o ritmo ao elevá-la em 1,00 ponto porcentual, para 6,25% ao ano. Ao mesmo tempo, o colegiado sinalizou um novo aumento de mesma magnitude para a próxima reunião, nos dias 26 e 27 de outubro. Na avaliação do comitê, esse ritmo é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante (que inclui 2022 e, em menor grau, 2023) e também para avaliar o estado da economia e o grau de persistência dos choques sobre a inflação.

Na última semana, o Comitê de Política Monetária (COPOM), órgão do Banco Central, realizou mais uma reunião que define a porcentagem da taxa básica de juros do Brasil, a Selic. Anteriormente a taxa estava em 4,25% ao ano e agora se encontra em 5,25%. Assim, abre-se a discussão sobre como a taxa de juros impacta o cenário brasileiro e quem são os beneficiados no processo e quem sofre negativamente com a alta da Selic.

De acordo com Nilza Aparecida dos Santos, professora de economia e gestão financeira na Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec) em Cotia, a taxa básica de juros é utilizada como um instrumento de política econômica e sua elevação tende a reduzir a inflação. “A Selic serve de base para as demais taxas de juros da economia e, portanto, impacta o bolso do brasileiro encarecendo o crédito, desestimulando consumo, investimento, desacelerando a atividade econômica e podendo aumentar o índice de desemprego”, explica a especialista.

##RECOMENDA##

Em contrapartida, a elevação da taxa de juros tem a sua parcela de favorecidos. “Os bancos podem ser beneficiados por juros mais altos, visto que a rentabilidade da renda fixa se torna mais atrativa”. Nilza completa dizendo que, por outro lado, a elevação da Selic desestimula o consumo, e consequentemente os investimentos em produção, além de setores como varejo e construção civil, que podem ser prejudicados pelo aumento do custo dos financiamentos.

Todo esse processo faz parte da balança econômica do país, que segundo a especialista, tem o COPOM como principal agente influenciador e visa o cumprimento da meta da inflação. Nesse sentido, a população pode seguir alguns passos para evitar os gastos e economizar dinheiro. “A lógica mais comum quando a taxa Selic começa a subir é evitar os investimentos de maior risco. O ideal é estudar as oportunidades do mercado e apostar em uma carteira diversificada e com liquidez”, indica.

Educação financeira na internet

É possível encontrar uma vasta opção de conteúdo didático sobre educação financeira na internet, mas dentre as opções, aquela que mais se destaca, é o canal no YouTube da jornalista e especialista em finanças pessoais, Nathalia Arcuri, “Me Poupe!”. Nele, são postados vídeos sobre como funcionam as diferentes opções de investimentos em bancos digitais, e como qualquer pessoa pode encontrar em si uma oportunidade para fazer renda extra.

No mesmo sentido de Nathalia Arcuri, outro canal que também chama atenção da massa investidora brasileira, é “O Primo Rico”, comandada por Thiago Nigro, que passou a ter contato com mercado financeiro há sete anos e adquiriu bagagem suficiente para alcançar a liberdade financeira. Com ele, podem ser encontrados vídeos que abordam temas financeiros de forma didática, desde investimentos de baixo risco, até mercado de ações na bolsa de valores.

Me Poupe: https://www.youtube.com/channel/UC8mDF5mWNGE-Kpfcvnn0bUg

O Primo Rico: https://www.youtube.com/channel/UCT4nDeU5pv1XIGySbSK-GgA

 

 

A Bolsa brasileira, B3, cedeu ontem e fechou em queda de 0,66%, aos 122.202,47 pontos após a conclusão de que a política de juros do Banco Central ainda está muito aquém da inflação e corre contra o tempo para manter o IPCA na meta em 2022. A percepção veio com a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que sinalizou um novo aumento de 1 ponto porcentual para a Selic em setembro.

No câmbio, o real foi favorecido pela expectativa de elevação da taxa básica de juros brasileira e o dólar caiu 0,96%, cotado a R$ 5,1967, mesmo em meio à crise política e ao desfile de blindados da Marinha em Brasília. Para Nathan Blanche, sócio da Tendências Consultoria Integrada, a reação do câmbio é um indicativo de que o risco de ruptura institucional é pequeno aos olhos do mercado. "O fracasso e a vergonha da invasão das Forças Armadas, por ordem do presidente da República, à Praça dos Três Poderes levaram a essa sinalização", diz.

##RECOMENDA##

O mercado permanece, contudo, ainda receoso com o risco fiscal, o que impede uma apreciação da moeda brasileira e traz volatilidade à taxa de câmbio. "Caminhamos para um fim de ano desafiador, sem espaço para surpresa positiva no crescimento da economia capaz de melhorar a relação dívida/PIB, e com essa tendência do governo ao populismo", afirma o economista da Integral Group, Daniel Miraglia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na última semana o cenário econômico brasileiro apresentou volatilidade, quando o dólar foi cotado abaixo dos R$ 5, o que não acontecia desde junho de 2020, quando  estava avaliado em aproximadamente R$ 4,9. Entretanto, ao longo da pandemia de Covid-19, a moeda americana registrou picos de alta, como em maio de 2020, quando estava próximo dos R$ 5,8. 

De acordo com Nilza Aparecida dos Santos, professora de economia e gestão financeira na Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec) em Cotia, existe uma lógica quando se trata de valorização e desvalorização da moeda brasileira. Uma vez que o Brasil adotou o regime de taxa de câmbio flutuante, para que o real venha a ficar mais valorizado, vai depender de como está a entrada e saída da moeda estrangeira do país. “Quanto maior a taxa de câmbio, mais desvalorizada é a nossa moeda [real], o que favorece as exportações. Quanto mais valorizada, mais favorecida são as importações”, explica a especialista.

##RECOMENDA##

Desta forma, as exportações e importações passam a ter papel fundamental dentro do sistema de câmbio no país. Segundo Nilza, o real também é afetado pelo cenário econômico do exterior, visto que o Brasil depende do investimento estrangeiro para captar dólares. “Assim como no cenário externo, o interno também interfere na composição de risco que o país oferece e, em momentos de turbulência, os investidores tendem a tirar recursos de países emergentes e investir em mercados considerados mais seguros”. A professora completa explicando que, se temos menos dólares circulando, a tendência é de desvalorização cambial, e assim, um aumento da taxa de câmbio.

Fatores como este podem ser considerados como índices para uma possível projeção de como estará o mercado econômico brasileiro, ainda que seja um apontamento pouco objetivo. De acordo com Nilza, a volatilidade da taxa de câmbio ainda é alta, mas existem indicadores relacionados à política fiscal (orçamento 2021), a avanços no sentido das reformas (tributárias/administrativas) necessárias e à vacinação que segue no país (mesmo em ritmo lento), que sinalizam uma melhora na avaliação de risco do Brasil no cenário externo.

Diante deste cenário o Brasil também possui a taxa de juros básica (Selic),  a taxa básica de juros da economia, que se encontra em 4,25% ao ano, o que contem a inflação, mas por outro lado, desestimula consumo e investimento. “Dessa forma, os juros mais altos são mais atrativos para os investidores que acabam por mandar mais dólares para o país. A queda do dólar contribui para conter a inflação, visto que as importações se tornam mais baratas. Mas o desestímulo ao consumo e ao investimento podem levar à retração da economia que dava sinais de crescimento”. Nilza completa dizendo que esse encolhimento econômico consequentemente pode trazer mais desemprego.

Quando se tratam de prognósticos, inúmeros fatores devem ser levados em consideração, uma vez que o preço das moedas sofre impacto das taxas de juros de cada país, junto a questões políticas e outros fundamentos macroeconômicos. “O valor da taxa de câmbio depende do valor do dólar e do real e do cenário econômico de cada país. E ainda temos uma pandemia que torna qualquer prognóstico ainda mais complicado”. A professora de economia avalia que dificilmente a taxa de câmbio possa um dia voltar ao patamar de R$ 2, por exemplo, mas na economia tudo é dinâmico e pode mudar a qualquer momento. “Depende das ações dos agentes que compõem o sistema econômico”.

 

 

Em regra, quando a taxa básica de juros do País sobe, os investimentos em renda fixa ganham mais atratividade. Mas, apesar de o Banco Central (BC) ter aumentado a Selic pela terceira vez consecutiva, os analistas afirmam que o ambiente ainda não é favorável para o investidor de renda fixa, já que a inflação está acelerada. Por isso, eles dizem que os melhores investimentos continuam sendo em renda variável, como ações na Bolsa, ancorados na expectativa de um forte aquecimento da economia no segundo semestre com a aceleração da vacinação.

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou ontem a Selic em 0,75 ponto porcentual. Com isso, a taxa básica de juros passou a ser de 4,25% ao ano - o maior patamar desde março de 2020. Já a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), chegou a 0,83% em maio e acumula alta de 8,06% nos últimos 12 meses e de 3,22% nos cinco primeiros meses deste ano, segundo o IBGE.

##RECOMENDA##

"Por mais que a gente esteja entrando num ciclo de alta de juros, é o mesmo patamar do início de 2020, ainda baixo se olharmos para nossa história. Abre-se espaço para que o investidor seja ativo em renda variável", disse o analista da Guide Investimento Henrique Esteter.

Entre as apostas dos analistas de corretoras de investimento, estão bancos e exportadoras de commodities, que vêm tendo bom desempenho desde o início de 2021 e tendem a permanecer assim até o fim do ano. Agora, os olhos também estão voltados para setores fortemente afetados pela pandemia, como turismo e varejo de vestuário, porque há espaço para forte recuperação no segundo semestre. Os setores elétrico e de construção civil estão sendo tratados com mais cautela.

"Quando os juros começam a subir, empresas ligadas ao consumo normalmente têm performance mais fraca, porque os consumidores tendem a poupar mais. Só que essas empresas ficaram com o preço em Bolsa tão defasado, por causa da pandemia, que o mercado está olhando com bons olhos no momento", disse Esteter.

Para a analista da MyCap Julia Monteiro, além dos setores de consumo e varejo, que segundo ela vão se beneficiar da extensão do auxílio emergencial e da maior mobilidade para lojas físicas, tudo o que for relacionado a viagens tem potencial positivo. Por isso, ela aposta não só em companhias aéreas como em empresas de aluguel de carro e concessionárias de rodovias.

Por mais que não haja consenso se a crise hídrica vai atingir os investidores de companhias expostas ao setor elétrico, essa pauta está no radar. Esteter recomenda ficar de olho principalmente nas companhias geradoras de energia com maior exposição ao Sudeste - região onde o nível dos reservatórios é crítica.

A renda fixa, porém, não deixa de ter sua importância para a diversificação do portfólio do investidor. Um ponto forte desse tipo de investimento é a liquidez, necessária em momentos de imprevistos, em que o investidor precisa resgatar o dinheiro.

"Não existe uma regra que diga que é sempre bom ter determinado tipo de investimento na carteira, por exemplo. A questão é que há ativos que estão bem em um determinado momento, e outros que não", disse Fábio Gallo, professor de Finanças da FGV-SP.

A recomendação de Rodrigo Beresca, analista da Ativa Investimentos, para os investidores mais conservadores é apostar nos títulos pós-fixados de longo prazo. Esses títulos são corrigidos por algum indexador, que pode ser a Selic, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário, a taxa de juros cobrada nos empréstimos entre bancos) ou o IPCA, o índice oficial de inflação do País, que está em alta.

"Títulos pós-fixados no curto prazo ainda apanham. O mais interessante é o investidor manter por mais tempo os atrelados ao CDI ou fazer aportes em títulos que tenham correção pelo IPCA", explicou. Veja o que o analista diz sobre diferentes tipos de investimento:

Poupança

É a menos atrativa da lista de ativos disponíveis no mercado. O ponto positivo é que não há incidência de Imposto de Renda (IR) na hora do resgate. Mas, mesmo assim, ela acaba não sendo atrativa por causa da baixa rentabilidade. Não tem garantido nem a devolução do que o investidor perde com a com a inflação.

CDB

No curto prazo, o CDB (Certificado de Depósito Bancário) pós-fixado atrelado ao CDI não é uma opção interessante, mas no médio e longo prazos (acima de 18 meses), sim. Os atrelados ao IPCA também são interessantes, porque vão corrigir o retorno pela inflação e ainda dar um cupom de juros, gerando um ganho real nessa aplicação.

LCI e LCA

A vantagem desses instrumentos (Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito do Agronegócio) é a isenção do IR, portanto, há um retorno maior do que aplicando em outro ativo que não tenha essa opção, como é o caso do CDB. A lógica para as letras é a mesma: mais atrativo se for no longo prazo porque, com a previsão de novos aumentos para a Selic nos próximos meses, o investidor terá mais chance de embolsar um ganho real (acima da inflação).

Fundos DI

Têm retorno baseado no CDI, que segue a Selic. Em momentos de alta dos juros, tendem a ser uma opção interessante. Mas é cobrada uma taxa de administração, o que diminui o ganho final.

Tesouro Direto

Os títulos pós-fixados como a LFT (Tesouro Selic) ou as NTN-B (atreladas à inflação) são os mais interessantes no momento. Os prefixados não são interessantes, por ora.

Fundos imobiliários. Os juros baixos tendem a ser desfavoráveis ao mercado imobiliário e seus respectivos fundos, que podem ser medidos pelo Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix). Mas o setor anda aquecido e pode ser uma boa alternativa.

Fundos multimercado

São considerados uma porta de entrada para investimentos de maior risco, pois misturam renda fixa com renda variável no mesmo pote e podem se beneficiar tanto de produtos pós-fixados quanto dos atrelados ao IPCA.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na última quarta-feira (17), o Comitê de Política Monetária (Copom) subiu a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, de 2% para 2,75%. De acordo com analistas, a estimativa era um aumento de 0,5%. A projeção é de que a taxa se estabeleça em 4,5% no final do ano, e em 5,5% em 2022. A elevação não acontecia desde julho de 2015, quando subiu de 13,75%, para 14,25%.

O Copom é um órgão do Banco Central (BC) que se reúne a cada 45 dias para definir o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). Vários fatores são colocados em pauta para que a decisão seja tomada. Por conta disto, o Banco Central divulga um relatório sobre a inflação, que conta com uma análise do cenário econômico e traz perspectivas de como a definição da taxa pode influenciar nos próximos meses.

##RECOMENDA##

A Selic exerce pressão sobre os preços de compra e venda no mercado, e assim conduz parte da economia no país. Em 2016, o Banco Central estabeleceu que a Selic que ficasse em 14,25%, mas, no decorrer dos anos, até outubro de 2020, foi registrado uma das maiores quedas da taxa, quando se estabeleceu em 2%. A pandemia também foi um dos agravantes para o resultado final da taxa.

Para investidores, a alta da taxa é vantajosa. A Selic rege a rentabilidade monetária do cidadão que decide investir em renda fixa, seja na poupança ou em algumas aplicações específicas de Certificado de Depósito Bancário (CDB) em bancos digitais e corretora de valores. A nova regra da poupança propõe que o dinheiro que for aplicado terá rentabilidade mensal de 70% da Selic, desde que a taxa esteja abaixo de 8,5% ao ano.

Enquanto os economistas e o mercado se animam com as perspectivas de crescimento em 2021 da economia global - que deve ser impulsionada pela atividade nos Estados Unidos -, no Brasil, o movimento é inverso. Por aqui, os problemas de gestão na economia e na saúde, além dos constantes ruídos políticos, detonaram uma crise de confiança que ameaça o PIB e pressiona o Banco Central a elevar a taxa básica de juros, a Selic. Nem a alta das commodities no mercado internacional, que tradicionalmente impulsiona o País, terá capacidade de salvar 2021, segundo economistas.

"A situação é muito complicada. A economia está voltando à recessão e, não obstante o desemprego e a baixa ocupação da capacidade instalada, a inflação está acima do centro da meta. E o ponto mais importante: estamos vendo uma combinação de inépcia, ignorância e irresponsabilidade na frente sanitária, o que deixa o Brasil muito fora do mundo", diz o economista Eduardo Giannetti.

##RECOMENDA##

O cenário, que já não era animador no começo do ano, hoje é de deterioração completa: o real é uma das moedas que mais perderam valor no ano (atrás apenas das de Cuba e da Líbia, onde a desvalorização foi deliberada), a inflação no acumulado de 12 meses se aproxima do teto da meta e o PIB deve retroceder no segundo trimestre - há um risco também no primeiro trimestre.

Para o ano, o mercado estima um crescimento na economia entre 3% e 4%. Na prática, isso significa uma estagnação, dado que o carrego estatístico (quando a base de comparação - o resultado médio do PIB em 2020 - é baixa, mas o ponto de partida é elevado por conta da recuperação no último semestre do ano) é de 3,6%. O Itaú, por exemplo, projeta 3,8% - até semana passada, porém, estimava 4%. Para a economia global, o banco alterou, no mês passado, a projeção de 6,6% para 6,9%.

Na visão do economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani, o episódio da Petrobrás foi o catalisador dessa crise de confiança que desestabilizou a economia. Ao anunciar que tiraria Roberto Castello Branco do comando da estatal, o presidente Jair Bolsonaro consolidou no mercado a impressão de que o governo não tem agenda. "Nos últimos dois anos, houve desconfiança, que crescia em alguns momentos. Ali (quando Bolsonaro anunciou a saída de Castello Branco), isso se consolidou", diz Padovani.

Ao lado de uma pandemia descontrolada e do colapso do sistema de saúde, o episódio colaborou para que o câmbio descolasse ainda mais. Pelos fundamentos macroeconômicos do País e pela situação da economia internacional, o dólar deveria estar entre R$ 4,50 e R$ 5,00, segundo Padovani. Mas na segunda-feira fechou a R$ 5,64.

"Houve uma crise de confiança que bateu no câmbio, desancorou as expectativas e mudou a precificação do juro. O resultado é que o Banco Central deve ter de antecipar todo o plano (de elevar a Selic, para segurar a pressão inflacionária). Quando você olha para o mercado financeiro, tem um pessimismo gigante. Esse impacto de confiança bate no PIB", diz Padovani.

O pessimismo com o Brasil é mais claro, de acordo com os analistas, quando se observa a relação entre o preço das commodities e o câmbio. Em situações normais, uma alta das commodities como a que vem ocorrendo faria a moeda do Brasil - importante produtor global de commodities agrícolas e minerais - se valorizar. "Essa questão cambial revela a falta de rumo, de perspectiva, de seriedade de orientação política", acrescenta Giannetti.

Barril

Para Silvia Matos, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), a situação econômica, política e sanitária do País é a de um "barril de pólvora", e a fraqueza econômica, ao lado da inflação acelerada, coloca o Banco Central diante de uma decisão difícil: "Apesar de ser óbvia a elevação do juro, não é uma decisão fácil, porque o BC vê que a atividade está fraca e que a política monetária (com a alta da Selic) deixará de estimular a economia."

A consultora econômica Zeina Latif, porém, destaca que a elevação da Selic - o mercado financeiro projeta alta de 2% para 2,5% ao ano - pode não ser suficiente para acalmar o mercado e segurar as pressões inflacionárias decorrentes, sobretudo, da desvalorização do real. "O câmbio está assim porque a economia não cresce, porque não tem vacina e porque não tem perspectiva de ajuste fiscal. Como se não bastasse, toda hora tem um evento novo, uma hora é a Petrobrás, outra é o presidente enfraquecendo a PEC Emergencial. O governo está sem rumo."

Zeina acrescenta que o fato de o ex-presidente Lula ter se tornado elegível - independentemente de a decisão estar correta ou não juridicamente - exacerba fraquezas do Judiciário. "Isso não sai barato para investidores. A visão do Brasil no exterior está muito abalada, e reputação é difícil de se reconquistar." A economista vê um risco de o Brasil entrar em um ciclo longo de estagflação. Panorama pode ser ainda pior: de recessão com inflação, segundo Giannetti.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A pandemia do coronavírus (Covid-19) prejudicou diversos setores comerciais, e o mercado imobiliário também sentiu o impacto da crise sanitária, que está prestes a completar um ano. No início de 2020, muitos economistas apontavam o crescimento na venda de residências no Brasil, mas o surto do novo vírus fez com 86% dos clientes adiasse os planos de comprar ou alugar uma casa, como aponta a pesquisa do grupo Grupo Zap Viva Real, que entrevistou mais de 3 mil pessoas em regiões metropolitanas.

Para lidar com a crise, a empresa imobiliária Bossa Nova Sotheby’s International Realty investiu em ferramentas tecnológicas que possibilitou aos colaboradores acessar o sistema de informação dos clientes e produtos de qualquer lugar. "Antes da pandemia, já trabalhávamos com a assinatura digital de contratos, e isso já nos permitiu ter mais um facilitador na hora de fechar os negócios", comenta o CEO da companhia, Marcello Romero, 43 anos, de São Paulo.

##RECOMENDA##

A empresa também concentrou o marketing nas plataformas digitais, com vídeos, e tours virtuais dos imóveis, pois, desta maneira, o catálogo fica visível e livra os clientes do risco de contaminação. Além disso, para lidar com o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), a companhia precisou realizar negociações entre locador e locatário para estabelecer um valor que seja viável para ambas as partes. "Temos auxiliado nossos clientes, principalmente nos imóveis onde temos administração da locação, visto que, na medida que chega o período de renovação, essa conversa vem à tona para que a negociação seja feita", destaca Romero.

Em 2021, a taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), que são os juros básicos da economia, foi mantida em 2% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). O valor é o mais baixo dos últimos 20 anos. De acordo com o economista e gestor imobiliário Ricardo Paulo, isso possibilita aos bancos oferecerem taxas baixas nos financiamentos de casas e apartamentos. "Isso também auxilia as construtoras nos empreendimentos, já que as taxas são mais acessíveis para a população de alta e baixa renda", indica.

Segundo o economista, o baixo valor da taxa Selic também contribui para que investidores internacionais cheguem ao Brasil. Outro ponto, é que os construtores e as imobiliárias realizam promoções constantes para reduzir o estoque de imóveis, que foi acumulado nos anos anteriores. "Este ano será muito bom para a venda e compra de imóveis, principalmente para investidores, que poderão adquiri-los para colocarem em locação", prevê Paulo.

O gestor imobiliário alerta que os proprietários devem entender que 2021 não é um ano ideal para realizar reajuste dos alugueis. "O IGP-M, no meu ponto de vista, não corresponde com a realidade vivida na pandemia até agora. É preciso conversar e entender que os salários da grande maioria do povo brasileiro não sofreram reajustes nem de 5%, então, não é cabível reajustar os aluguéis em 24%", calcula.

Paulo acredita que o mercado imobiliário terá um grande crescimento, caso boa parte da população receba a vacina do coronavírus até junho de 2021, mas o cenário ainda é de incerteza. "Uma boa parte da população aproveitou o recebimento dos salários para tentar segurar as contas. Como foram obrigados a ficarem em casa, aproveitaram para poupar e agora pretendem realizar seus sonhados investimentos na casa própria, seja para investimentos ou para uma nova moradia", finaliza.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando