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Diversas autoridades políticas de Pernambuco, a exemplo do governador do Estado, João Lyra Neto, estiveram presentes na sessão especial do espetáculo Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, realizada nesta sexta-feira (11). Para a ocasião, que marcou o início da 47º temporada da peça inspirada na história de Jesus, a imprensa e estudantes de escolas públicas estaduais também foram convidados.

Governador de Pernambuco há uma semana, após a renúncia de Eduardo Campos, João Lyra se mostrou contente por poder prestigiar a noite de abertura do espetáculo. “Ele não só enaltece o nosso turismo, mas fundamentalmente engrandece a nossa cultura, fazendo com que Nova Jerusalém e Pernambuco sejam vistos pelo mundo inteiro. Eu fico muito feliz de estar aqui como governador do Estado e participando da primeira encenação de 2014. Parabenizo todos aqueles que fazem isso acontecer”, afirmou o governador, para em seguida cumprimentar algumas pessoas que estavam no teatro.

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O secretário de Cultura, Marcelo Canuto, ressaltou a importância deste evento para o calendário cultural de Pernambuco. “O espetáculo é um marco na agenda turística do Estado. Por este motivo, conta com o apoio do Governo de Pernambuco, através da Empetur”, declarou Canuto, acompanhado da esposa e de Severino Pessoa, presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artísticos de Pernambuco (Fundarpe).

Para Aguinaldo Fenelon, procurador-geral e representante do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a montagem leva uma mensagem especial ao público. “É uma peça que traz uma ideia muito importante, e as pessoas devem entender e compreendê-la. O crime, a maldade e o ódio não compensam de forma alguma. Todo ano me impressiono com esse trabalho e só quem vem sabe do que estou falando”, comenta Aguinaldo.

Evandro Avelar, nomeado secretário das Cidades de Pernambuco por João Lyra, também fez parte da comitiva do Governo do Estado que foi conferir em primeira mão o espetáculo. “Quem é pernambucano se orgulha e qualquer brasileiro deveria conhecer. É uma satisfação muito grande estar aqui hoje”, disse Evandro.

Foram mais de sete anos à frente do Governo de Estado e, consequentemente, das políticas públicas implantas em Pernambuco. No âmbito da Cultura, o ex-governador Eduardo Campos, ao longo dos seus dois mandatos (2007-2011 e 2012-2014) trouxe avanços significativos, a exemplo da implantação no calendário de eventos do Festival Pernambuco Nação Cultural, da ampliação do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), e da criação de uma secretaria específica para o setor, a Secretaria de Cultura (Secult), em 2011. Por outro lado, algumas mazelas envolvendo a gestão cultural em Pernambuco não foram sanadas, a exemplo do abandono de alguns equipamentos culturais, como o Museu de Imagem e Som de Pernambuco (MISPE), do atraso crônico na divulgação dos resultados do Funcultura e da demora na adesão pernambucana ao Sistema Nacional de Cultura (SNC).

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Mudanças na gestão da Cultura

De acordo com a Secretaria de Cultura, em 2007, quando Eduardo Campos assumiu o Governo do Estado, a instituição responsável pela elaboração e gestão das políticas culturais do Estado era a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), que até 2011 estava vinculada à Secretaria de Educação e sob a presidência de Luciana Azevedo. Ainda em 2007, Ariano Suassuna foi nomeado secretário especial de Cultura de Pernambuco, cargo vinculado ao gabinete do governador e sem responsabilidade de gestão cultural.

Em 2011, início do segundo mandato de Eduardo Campos, foi criada a Secretaria de Cultura, entidade que passou a centralizar e responder pelas políticas culturais de Pernambuco, incluindo a Fundarpe, e contou com Fernando Duarte como o primeiro secretário. Mas desde outubro do ano passado, Marcelo Canuto é o gestor da pasta. Em relação à Fundarpe, Severino Pessoa passou a responder pela presidência do órgão público em 2011, após uma investigação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que afastou Luciana Azevedo do cargo.

Segundo a Secretaria de Cultura, desde 2007 o princípio da gestão cultural no Estado tem sido difundir e fomentar todos os setores artístico-culturais pernambucanos, com foco na valorização da cultura popular, incluindo as manifestações dos povos tradicionais, como os quilombolas e os indígenas. E, para que isso se concretize, o orçamento estadual para a Cultura tem sido ampliado. Em 2007, o orçamento destinado foi de R$ 46 milhões, e para 2014 há uma previsão orçamentária na ordem de R$ 133 milhões. 

Funcultura Independente

Criado em 2003, o Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura foi uma das iniciativas públicas que mais teve avanços significativos durante a gestão de Eduardo Campos. Até 2007, primeiro ano da gestão socialista no Estado, o Fundo contemplava todas as linguagens artísticas e tinha um orçamento de, em média, R$ 4 milhões ao ano. A partir do primeiro ano de Eduardo Campos como governador, o orçamento subiu para R$ 8,1 milhões e hoje conta com R$ 33,5 milhões de caixa, dos quais R$ 11,5 milhões são destinados ao Funcultura Audiovisual – também criado em 2007 e voltado para o fomento do cinema pernambucano.

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Em linhas gerais, de 2007 até 2013, foram investidos R$ 142,1 milhões e contemplados 1863 projetos culturais. No final de 2013, o ex-governador sancionou a Lei 15.225/2013 que assegura um montante mínimo de recursos para o Funcultura de R$ 33,5 milhões (sendo R$ 11,5 milhões para o Audiovisual e R$ 22 milhões para as outras linguagens). Mas apesar de tantos avanços, uma atitude recorrente por parte do Funcultura e que tem prejudicado o cronograma dos projetos proponentes é o anúncio, com meses de atraso, do resultado das iniciativas contempladas pelo fundo. Segundo a assessoria do fundo estadual, a Fundarpe repassou 46% dos R$ 33,5 milhões destinados aos projetos aprovados no ano passado.

Festival Pernambuco Nação Cultural 

Criado em 2008, o Festival Pernambuco Nação Cultural (FPNC) é um momento de culminância das diversas ações e políticas culturais do Estado. Além dos shows de atrações nacionais e locais, o evento congrega mostras de todas as linguagens artísticas, como cinema, teatro, dança, circo, fotografia e artesanato, entre outras, além de encontros de cultura popular e de povos tradicionais, oficinas e seminários. De 2007 a 2011, a média era de cinco edições por ano.

A partir do início do segundo mandato de Eduardo Campos e com as mudanças na gestão das políticas culturais do Estado, o festival passou a ter uma média de dez edições anuais - com destaque para o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), que passou a integrar o FPNC - e a percorrer todas as regiões pernambucanas. Neste ano, a caravana do Pernambuco Nação Cultural começou na Mata Norte, com ações em Goiana e mais dez cidades da região, e a programação segue até o próximo dia 13 de abril.

Concursos e premiações

Consequência direta do FPNC, o Concurso de Fotografia Pernambuco Nação Cultural já teve sete edições. O prêmio é de R$ 5 mil para cada vencedor e as fotos circulam em exposição nas edições do Festival Pernambuco Nação Cultural. O objetivo é dar visibilidade aos fotógrafos profissionais e amadores do Estado.   

o Prêmio Pernambuco de Literatura, que em 2014 completou duas edições, foi criado com o objetivo de fomentar a produção literária em todas as macrorregiões do estado. Além das publicações dos títulos vencedores pela Companhia Editora de Pernambuco, os vencedores de cada macrorregião levam um prêmio no valor de R$ 5 mil. Há ainda um prêmio especial de R$ 15 mil para um dos cinco vencedores. 

Equipamentos Culturais de Pernambuco

De acordo com a Secretaria de Cultura, a rede de equipamentos culturais da Secult/Fundarpe em funcionamento é composta pelo Cinema São Luiz, a Casa da Cultura Luiz Gonzaga, o Museu da Imagem e do Som, o Museu do Estado de Pernambuco, o Museu de Arte Contemporânea, o Teatro Arraial, a Torre Malakoff, o Museu de Arte Sacra de Pernambuco, a Estação Cultural Senador José Ermírio de Moraes, o Museu do Barro de Caruaru, o Espaço Pasárgada, o Museu Regional de Olinda (Mureo) e o Cine Teatro Guarany (Triunfo). 

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Na lista de reformas e melhorias nos equipamentos culturais de Pernambuco durante a gestão de Eduardo campos, destaque para o Cinema São Luiz, adquirido e restaurado pelo Governo do Estado e que está com um processo licitatório em andamento para compra de um novo sistema de som e projeção digital. Além disso, há a promessa por parte da Secretaria de Cultura de entregar dois novos equipamentos para a população: o Centro Cultural Miguel Arraes e a Estação Central Capiba (Museu do Trem).

No entanto, um exemplo de espaço público importante para a cultura pernambucana e que está fechado há muitos anos é o Museu da Imagem e do Som de Pernambuco (MISPE), que desde 2007 não está acessível à população. O casarão do início do século 19, que fica na Rua da Aurora, no centro do Recife, está abandonado e o acervo do museu abrigado na Casa da Cultura. A diretoria de gestão de equipamentos da Fundarpe informou à imprensa, em agosto do ano passado, que a obra estava em curso e que o prazo de entrega seria em 2014. Atualmente, o acervo do museu - que conta com mais de seis mil peças - está disponível apenas para pesquisadores.

Sistema Nacional de Cultura

No dia 22 de novembro do ano passado o governador de Pernambuco Eduardo Campos anunciou a adesão do Estado ao Sistema Nacional de Cultura (SNC), após boatos de que a Secretaria de Cultura seria extinta. Mas o LeiaJá publicou uma matéria no dia 18 de fevereiro deste ano explicando que, na verdade, ainda falta muito para que a terra dos altos coqueiros faça parte do SNC. Além da publicação do acordo de cooperação entre o Governo do Estado e o Ministério de Cultura (MinC) no Diário Oficial da União, que só aconteceu no último dia 26 de fevereiro, é necessário que o Estado tenha um órgão gestor (Secretaria de Cultura), um fundo de cultura (Funcultura), prepare um Plano Estadual de Cultura com duração de dez anos e tenha um Conselho de Política Cultural com 50% de participação da sociedade civil.

A partir o anúncio no Diário Oficial da União, Pernambuco terá dois anos para estruturar o Plano Estadual de Cultura e reformular o Conselho Estadual de Cultura, as duas pendências que faltam para a inserção completa no sistema. A Secretaria de Cultura chegou a anunciar que a a nova composição do Conselho Estadual de Cultura está em fase de conclusão e que o projeto de lei seguiria para a Assembleia Legislativa até o final de fevereiro passado, mas até o momento não há informações sobre o assunto. Em relação ao Plano Estadual de Trabalho, a Secult/PE informa que está recompondo sua Comissão Interna de Trabalho para cumprir a agenda de reuniões, fóruns e validação com a sociedade civil. No entanto, prazos não foram divulgados.

Em entrevista concedida ao LeiaJá e publicada no último dia 3 de fevereiro, Canuto não poupou críticas ao SNC. “Eu acho que é um avanço, mas ainda tem muita incerteza. Primeiro, qual é o valor que vai ter para o Sistema? Falou-se em R$ 170 milhões para todos os Estados brasileiros, mas só o Funcultura tem R$ 33 milhões. O SNC é legal, mas na execução faltou pedra para fazer. Política cultural não tem jeito, tem que ter orçamento”, afirmou o secretário.

A partir desta quinta-feira (13), Pernambuco recebe a segunda edição do Encontro Nacional de Gestores de Fomento e Incentivo à Cultura. O evento, que segue até sábado (15), está sendo organizado pela Representação Regional Nordeste do Ministério da Cultura (RRNE/MinC) e conta com a presença de Américo Córdula, secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura (SPC/MinC). O encontro acontece na sede da RRNE/MinC, no Bairro do Recife.

Nesta sexta (14), às 14h, o deputado federal Pedro Eugênio apresenta um relatório sobre o Projeto de Lei 1.139/2007, legislação que trata do Procultura e que substituirá a atual Lei Rouanet, responsável pelo financiamento a projetos culturais em todo o país. Participam do debate o secretário de Cultura de Pernambuco, Marcelo Canuto, o presidente da Fundarpe, Severino Pessoa e o ex-secretário de Articulação do Minc e ex-secretário de Cultura do Recife, João Roberto Peixe. 

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De acordo com Américo Córdula, o Encontro Nacional de Gestores será é uma oportunidade para debater as estratégias da Secretaria de Políticas Culturais do MinC neste ano. “É uma expectativa muito grande, pois muitos possuem suas leis de incentivo. Nas na verdade é o Fundo Nacional de Cultura que sustenta todo o Sistema Nacional de Cultura (SNC), cabendo ao MinC discutir e esclarecer como será a transferência desses recursos para os demais órgãos federados”, afirma o gestor.

Serviço

Encontro Nacional de Gestores de Fomento e Incentivo à Cultura

Até sábado (15) 

RRNE/MinC (Rua do Bom Jesus, 227/237 - Bairro do Recife)

(81) 3117 8439

*Com informações da assessoria

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A Secretaria de Cultura de Pernambuco e a Fundarpe anunciaram, nesta sexta-feira (28), o edital do Funcultura para o próximo ano. Iniciada com mais de uma hora de atraso, a cerimônia aconteceu no Cinema São Luiz, no bairro da Boa Vista, área central do Recife, com a presença de artistas e produtores. Entre as novidades anunciadas estão a primeira edição do Funcultura Regionalizado, cujo edital deve sair em fevereiro, e a diminuição da burocracia exigida para a apresentação dos projetos.

O valor do incentivo é o mesmo do último edital e soma R$ 33,5 milhões, sendo R$ 22 milhões para o Funcultura Independente e R$ 11,5 milhões para o Audiovisual. "A intenção da gente é fazer com que esses recursos incentivem todos os produtores que os estão pleiteando", afirmou o secretário de Cultura Fernando Duarte. O gestor também afirmou que é necessário se começar a estudar para mensurar o impacto que o Funcultura tem tido na produção artística pernambucana.

Segundo os envolvidos, este edital tem como prioridade agilizar o processo de inscrição, análise e divulgação do resultado, que habitualmente ocorre com muito atraso. Para isso, foram revistas exigências burocráticas e reduzidos os documentos necessários para a apresentação dos projetos. "Fiquem atentos ao edital, porque há muitas mudanças", avisa o poeta Meca Moreno, representante da sociedade civil na Comissão Deliberativa do Funcultura. Não houve, porém, nenhuma mudança na Comissão, que continua com o mesmo número de integrantes, a mesma configuração e mesma agenda de encontros.

Érica Rocha, também da Comissão Deliberativa, afirmou que há uma medição estatística de quais são os erros mais comuns na apresentação dos projetos, causando sua desclassificação. "Temos um problema de exclusão de projetos na primeira fase por conta de questões burocráticas", disse, completando: "Ressaltamos e demos destaques aos principais motivos de exclusão" para que as pessoas não os cometam.

Fernando Duarte afirmou que há um esforço no sentido de garantir que os projetos sejam realizados no mesmo ano da sua aprovação, por isso a tentativa de garantir os prazos. O resultado do Funcultura 2012/2013 deve sair em maio. Severino Pessoa, presidente da Fundarpe, explicou que apenas o Funcultura equivale a 25% de todo o orçamento estadual voltado à cultura, e que outros Estados estão procurando conhecer a experiência pernambucana para aplicá-la. 

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Regionalizado

Os gestores anunciaram que, em 2013, será realizada a primeira edição do Funcultura Regionalizado, com o intuito de atingir todas as 12 microrregiões do Estado. Ainda não há maiores detalhes sobre a realização do edital, que deve ser publicado em fevereiro, mas há a garantia de que ele terá pelo menos R$ 3 milhões. Com a iniciativa, os projetos de cada região competem apenas entre si, e não haverá a separação por linhas de ação ou área de atuação. Produtores culturais poderão inscrever seus projetos nos dois editais.


Audiovisual

A área de áudiovisual também vem com mudanças importantes. As categorias Difusão e Formação e Pesquisa foram separadas, e a última agora agrega a área da preservação, passando a se chamar Formação, Pesquisa e Preservação. Destaca-se também a criação da linha de incentivo Revelando Pernambucos, que "Vai contemplar no mínimo um projeto em cada uma das doze microrregioes do Estado", como explica Carla Francine, coordenadora da área de audiovisual da Secretaria de Cultura.

A categoria Ary Severo, que contempla roteiros para filmes, inclui uma nova modalidade, destinada a incentivar roteiros para curtas-metragens. Os roteiros devem ser de cineastas novatos, que nunca tiveram filmes incentivados por fundos ou leis de incentivo cultural.

Para inscrever um projeto no Funcultura, é necessário ser um produtor cultural cadastrado na Fundarpe e ter seu cadastro atualizado. O prazo para se inscrever ou atualizar o cadastro é o dia 11 de janeiro para o edital Audiovisual e o dia 15 de fevereiro para o Funcultura Independente.

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