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A implantação do rádio digital no Brasil parece estar longe de uma solução. O Ministério das Comunicações pretende fazer, ainda neste ano, mais uma bateria de testes nas faixas de FM e de radiodifusão comunitária com o sistema digital, mas o início e a duração desse trabalho ainda não foram definidos.

Os primeiros testes com a tecnologia digital, feitos com os padrões DRM (europeu) e HD (norte-americano), não alcançaram resultados satisfatórios e a expectativa de definição de um desses modelos, até o fim do ano passado, foi frustrada.

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A digitalização das rádios brasileiras foi discutida nesta terça-feira (17) em audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado. O problema , segundo o ministério, é que, para que esses testes sejam feitos, as emissoras precisam atender a uma série de critérios e parâmetros, mas, até agora, as que se candidataram a participar do processo não se encaixam nos requisitos. As que reúnem as condições exigidas negam-se, porém, a colaborar.

Apesar das dificuldades, o Ministério das Comunicações espera obter melhores resultados com os novos testes e nega que esteja havendo boicote dos radiodifusores. Segundo o diretor de Acompanhamento de Avaliação do Ministério das Comunicações, Octavio Pierant, essa preocupação é saudável, razoável e natural, tendo em vista o resultado dos primeiros testes. "É natural que as emissoras, verificando que há problemas de cobertura, questionem ou fiquem em dúvida sobre os próximos passos a serem trilhados”, disse ele.

De acordo com Pieranti, muitos empresários questionam a real necessidade de um sistema de rádio digital. Entre as grandes preocupações dos radiodifusores está a cobertura que pode ser atingida. As empresas consideram a cobertura similar ou melhor que a oferecida hoje no padrão analógico a principal condição para a adoção de uma nova tecnologia.

Na audiência pública de hoje na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, que discutiu a digitalização das rádios no Brasil, os representantes das empresas cobraram também um modelo de negócios para a tecnologia digital no setor.

“Ainda não encontramos um modelo de negócios adequado para a radio digital. Até o momento, sabemos que o custo de implantação, que pode chegar a R$250 mil, é muito elevado, mas não sabemos se o radiodifusor, principalmente o da cidade pequena, vai ter condição de investir de modo a não quebrar. O principal desafio é fazer com que o radiodifusor tenha renda, tenha receita com a implantação do rádio digital”, disse o represente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), André Felipe Seixas.

Para o chefe de gabinete da Diretoria-Geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Braúlio Ribeiro, a adoção do modelo de rádio digital no Brasil ainda é uma dúvida.Ribeiro destacou que o rádio digital não pode ser apenas uma mudança na qualidade de áudio. “Isso é muito pouco para uma mudança tecnológica. Queremos ver implementados serviços diferenciados, como a possibilidade de transmissão de imagens junto com o áudio e informações complementares de textos. É isso que vai trazer incremento a serviço da população”, afirmou.

Bráulio Ribeiro ressaltou que a discussão não deve deixar de lado uma política industrial adequada. “De nada adianta ter uma super-rádio digital, se as pessoas não conseguirem comprar o receptor, que tem que ser vendido a custos baixos.”

Quase dez meses já se passaram após a entrega dos primeiros tablets a alunos da rede estadual de ensino de Pernambuco. O fato, nunca visto antes na história da educação pernambucana, chamou a atenção de estudantes e educadores. O foco é associar a tecnologia digital ao aprendizado dentro das salas de aula, atendendo a alunos dos 2º e 3º anos do ensino médio.

Só no ano passado, 156 mil aparelhos foram entregues, e a previsão da Secretaria de Educação do Estado (SEE) é que até o final deste mês, outros 114 mil sejam distribuídos. Todos os tablets possuem sistema operacional e softwares, com programas essenciais no âmbito da informática. Para o ambiente educacional, alguns programas são o LabCam (minilaboratório), e-reader (leitor de livro digital), ArtRage (editor gráfico multiplataforma, criado para simular desenhos e pinturas à mão) e Note Taker (executa a função de escrita manual), além do Educandus, que disponibiliza assuntos de dez componentes curriculares do ensino médio português, literatura, matemática, história, filosofia, geografia, biologia, química, física e artes).

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Após todo esse tempo de utilização dos aparelhos, a reportagem do Portal LeiaJá conversou com alguns estudantes e professores sobre o que mudou de fato com a chegada dos tablets nas aulas. Na Escola Técnica Estadual Cícero Dias/NAVE Recife, localizada no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul da capital pernambucana, a diretora Aldineide de Queiroz aprovou a inserção dos objetos tecnológicos nas aulas. “É uma nova tecnologia que passou a facilitar o aprendizado em sala de aula. Muitos professores utilizam os equipamentos e as aulas ficaram bem mais dinâmicas”, avalia.

Entretanto, não são todos os alunos que utilizam os tablets para o aprendizado dentro e fora da sala de aula. Alguns acabam navegando em sites de entretenimento, redes sociais, entre outros endereços eletrônicos, que, quando não acessados no momento certo, acabam prejudicando o rendimento da aula. “É certo que em uma vez ou outra um aluno vai usar o tablet para outros fins. Eu entendo, porque isso é normal na idade deles. Mas, a gente sempre busca orientar para que os tablets sejam usados adequadamente”, conta a diretora.

Os professores também passaram a ganhar tempo nas aulas. Antes, em encontro de 50 minutos, boa parte era perdida apenas para que os estudantes copiassem o que estava escrito no quadro. O tablet passou a agilizar esse processo, bem como os professores já levam a sala aulas prontas e digitalizadas. “No ano passado, assim que eles receberam os aparelhos, procurei extrair o máximo dessa euforia e passei sempre a utilizar os tablets. Peço que eles realizem pesquisas, copiem as aulas, estudem. É uma ferramenta muito importante”, destaca a professora de língua portuguesa da Cícero Dias, Verusca Bezerra.

Para o estudante do 3º ano, Felipe Henrique de Almeida, de 17 anos, as aulas passaram a ficar mais atraentes. “É bem melhor e fácil assistir aula. O professor chega, mostra um assunto, acessa a internet e contextualiza. A aula ficou bem mais interativa”, diz. “Nas aulas de biologia e matemática, por exemplo, a gente passava um bom tempo só para fazer os gráficos. Hoje em dia, tudo já está prontinho e nós só temos que exercitar”, complementa.

O jovem não apenas elogia a inserção da tecnologia ao ambiente escolar, como também critica alguns livros escolares. “Alguns livros não se adaptaram aos estudantes contemporâneos. Nós gostamos de coisas animadas, interativas, de vídeos, enfim. Tem muita coisa que o livro de papel não proporciona”, opina. Todavia, a professora faz um alerta sobre os programas que existem nos tablets. “O educandus, por exemplo, deve servir como base para estudo. Ele não é um material completo como os livros tradicionais”.

Para Luan Henrique Marcolino, 15, que também é do 3º ano, a rapidez é um dos fatores mais importantes após a chegada dos tablets. “Muita gente perdia muito tempo escrevendo, porque cada um tem um ritmo diferente. A visualização do conteúdo ficou bem melhor e passamos a resolver as questões com mais facilidade”, destaca Marcolino.

Mais tecnologia

Segundo a SEE, além da entrega dos tablets, o governo do estado investiu em outros programas relacionados à tecnologia. Um dos exemplos é o Professor-Autor, em que os docentes podem preparar aulas e enviar para a Secretaria.

O projeto 3D já está disponível nas salas de aula das 300 escolas monitoradas pelo Pacto pela Educação. Ele transforma objetos de aprendizagem já usados nas aulas, tais como tabela periódica ou mapa mundi, em imagens tridimensionais.

Ao todo, todos os projetos tecnológicos inseridos nas escolas estaduais são frutos de um investimento de R$ 9 milhões por parte do Governo de Pernambuco. Sobretudo, a distribuição dos tablets não está sendo feita de qualquer forma. De acordo com a SEE, ela ocorre no âmbito das normas do Programa Aluno Conectado. Os estudantes, para receber os aparelhos de forma gratuita, devem ter cursado os três anos do ensino médio em escolas de ensino da rede pública estadual de educação e não ter sido reprovados em nenhum dos anos do ensino médio.

Confira abaixo um vídeo com o depoimento do aluno Kennedy Lamartine Marques, de 16 anos. Ele também é do 3º ano da Escola Cícero Dias. 
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