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Um homem do estado de Massachusetts, nos Estados Unidos, está processando a Uber em US$ 63 milhões (aproximadamente R$ 340 milhões, na cotação atual) depois que ficou paralisado permanentemente após um acidente de carro em que se envolveu enquanto usava o serviço. 

William Good pediu um Uber para voltar para casa em abril de 2021. Na corrida, o motorista colidiu com um carro estacionado. Em uma ação movida na terça-feira (25), Good alega negligência em nome da Uber e diz que a empresa é responsável por seus ferimentos e por conduzir "práticas comerciais inseguras", disse seu advogado à NBC Boston. 

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O processo também acusa a Uber de falhar "em rastrear, contratar e supervisionar adequadamente seu motorista, resultando em ferimentos graves e que mudaram a vida de Good, que agora é tetraplégico", informou a Associated Press. 

A advogada de Good, Victoria Santoro Mair, da Sweeney Merrigan Law, escreveu em um comunicado à imprensa que, durante sua viagem, Good sentiu o motorista do Uber desviar antes de bater o carro e que ele pediu a Good, que estava paralisado, para se levantar repetidamente e depois o mudou de lugar. 

Mair também teria dito que o motorista do Uber havia sido contratado mesmo tendo um "longo histórico de direção e retreinamento prévio do motorista". 

“Luto diariamente com o conhecimento de que esse funcionário do Uber foi contratado como motorista profissional – a última coisa que ele deveria ter sido contratado para fazer”, disse à imprensa. Um porta-voz da Uber disse ao The Boston Globe que a empresa não poderia comentar sobre litígios pendentes. 

A polícia civil do Espírito Santo cumpriu, nessa quinta (24),  o mandado de prisão em aberto de C.B.O., de 39 anos, suspeito de liderar uma quadrilha de traficantes que agia em Santa Maria de Jetibá. Ele é tetraplégico e utilizava aplicativos de conversa e um monitor com câmeras de segurança para controlar o tráfico. O suspeito foi detido no bairro Vale dos Reis, em Cariacica.

De acordo com o titular da DP, delegado Fabrício Lucindo, nos últimos dez meses, mais de 30 suspeitos, que fazem parte do grupo liderado por C.B.O., foram presos pelo crime de tráfico de entorpecentes.

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“Segundo as investigações, o detido fornece as drogas, encaminha suspeitos da Grande Vitória para trazê-las para o município e aluga imóveis para abrigar traficantes. Além disso, paga advogados para aqueles que são presos pela Polícia, ou seja, com certeza é o mentor intelectual de pequenos traficantes que agiam no município”, afirmou Lucindo.

O investigado se escondia cercado por muros altos e vigiado por câmeras de vídeo monitoramento. “Mesmo com a limitação e o fato de estar preso constantemente em cima de uma cama, ele controlava todo o tráfico. O suspeito ficou tetraplégico depois de tentarem assassiná-lo, em 2014. A motivação está relacionada ao tráfico de entorpecentes. Ele foi atingido por diversos disparos de arma de fogo e conseguiu sobreviver”, explicou o delegado.

O responsável pelas investigações acrescentou que C.B.O. utiliza as redes sociais de conversa para controlar o grupo e a contabilidade do tráfico. “Além da apreensão de muito material entorpecente e prisões, conseguimos bloquear várias contas bancárias usadas pelo grupo. Devido ao estado de saúde do preso, foi necessária a ajuda de uma ambulância para conduzi-lo para a unidade prisional”, disse o delegado.

C.B.O. tem passagens por tráfico de entorpecentes. Ele foi indiciado pelos crimes de tráfico de drogas, associação ao tráfico e conduzido para o Centro de Triagem de Viana (CTV).

Um francês de 28 anos, tetraplégico há quatro anos, conseguiu caminhar e mexer os braços usando um exoesqueleto controlado pelo seu cérebro. Embora considerada promissora, a tecnologia ainda é experimental e precisa passar por muitos aprimoramentos para ser aplicada clinicamente, ressaltaram os cientistas franceses responsáveis.

Foi um longo caminho até que o paciente Thibault conseguisse movimentar os membros. A tecnologia, que alia um exoesqueleto a um sistema de sensores cerebrais, começou a ser desenvolvida há dez anos.

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Na pesquisa, dois dispositivos foram implantados na cabeça do paciente, entre o cérebro e a pele, abrangendo a região que controla a sensação e a função motora. Cada dispositivo continha 64 eletrodos que coletavam sinais cerebrais e os transmitiam a um algoritmo de decodificação. O sistema traduzia sinais do cérebro nos movimentos em que o paciente pensava e enviava seus comandos ao exoesqueleto.

Por 24 meses, o paciente realizou, com a ajuda de um avatar virtual, várias tarefas mentais para treinar o algoritmo a entender seus pensamentos e aumentar o número de movimentos que poderia fazer. Após os treinos, o paciente começou a exercer a mesma tarefa de usar seus pensamentos para movimentar o exoesqueleto. O feito foi publicado anteontem na revista científica Lancet Neurology.

Segundo Alim-Louis Benabid, professor da Universidade de Grenoble (França) e um dos autores do estudo, tecnologias anteriores usavam sensores invasivos no cérebro, que podem ser mais perigosos e param de funcionar frequentemente. "É o primeiro sistema cérebro-computador semi-invasivo e sem fio desenvolvido para ativar os quatro membros."

Há cerca de quatro anos, o francês Thibault caiu de uma altura de 15 metros. O acidente resultou em uma lesão na medula espinhal que o deixou paralisado e o obrigou, durante os dois primeiros anos, a viver no hospital. Em 2017, decidiu participar da investigação sobre o exoesqueleto da Clinatec (centro francês de biomedicina).

Repercussão

Autores do estudo e outros especialistas reconhecem que, apesar de inovadora, a técnica ainda está longe de ser facilmente aplicada a todos os pacientes. Segundo Tom Shakespeare, professor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, a pesquisa representa "um avanço bem-vindo e animador", mas está muito longe de ser uma possibilidade clínica utilizável. "Mesmo que sejam viáveis, restrições de custo significam que opções de alta tecnologia nunca estarão disponíveis para a maioria das pessoas com lesões na medula."

Para o neurologista e neurofisiologista Marcel Simis, responsável pelo laboratório de neuromodulação do Instituto de Medicina Física e Reabilitação da Universidade de São Paulo (USP), o estudo mostra importante avanço no campo do exoesqueleto controlado pelo cérebro, mas a dificuldade é transformar sinais cerebrais em comandos para movimentos complexos. "As principais tecnologias em estudo geralmente permitem comandos mais simples. Para atividades como caminhar, o movimento é mais complexo."

Outra questão a ser aprimorada é a necessidade de o exoesqueleto estar suspenso no teto para que o paciente consiga suportar o peso de toda a estrutura. Os cientistas já estão debruçados sobre isso. Outros três pacientes começaram a usar o novo sistema e o próximo objetivo é buscar uma solução que permita que a pessoa caminhe e mantenha o equilíbrio por conta própria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um homem com os quatro membros paralisados há seis anos conseguiu realizar movimentos com as mãos e os pulsos com a ajuda de uma técnica inédita: um sistema médico capaz de registrar os sinais cerebrais do paciente - por meio de um chip implantado no cérebro - e convertê-los em funções motoras complexas.

O novo sistema, batizado de Neurolife, foi descrito em um artigo publicado nesta quarta-feira (13) na revista científica Nature. O equipamento foi desenvolvido por médicos e neurocientistas da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos.

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O paciente tetraplégico é Ian Burkhart, um americano de 24 anos que perdeu os movimentos das pernas e braços depois de um acidente de mergulho que causou danos na parte superior de sua coluna vertebral.

A paralisia envolve a ruptura das vias pelas quais passam os sinais enviados entre o cérebro e os músculos. De acordo com o artigo, com o novo sistema - um "atalho neural" que reconectou o cérebro diretamente aos músculos do paciente -, Burkhart conseguiu restabelecer diversos movimentos e executar tarefas como utilizar um cartão de crédito, atender um telefone e tocar uma guitarra de videogame.

Segundo os autores do estudo, coordenado por Chad Bouton, Nick Annetta e Ali Rezai, é a primeira vez que um indivíduo com paralisia consegue realizar movimentos tão complexos com o uso de sinais enviados por seu córtex motor.

"Mostramos pela primeira vez que um paciente tetraplégico é capaz de aprimorar seu nível de funcionamento motor e de movimentos das mãos", disse Rezai.

Segundo ele, Burkhart já havia participado da demonstração de uma tecnologia de "atalho neural" em junho de 2014, quando conseguiu abrir e fechar a mão apenas pensando no gesto. Agora, no entanto, os movimentos realizados são bem mais complexos.

"É incrível ver o que ele conseguiu fazer. Ian conseguiu pegar uma garrafa, derramar seu conteúdo em uma jarra e colocar a garrafa de novo no lugar. Depois ele pegou um mexedor e o utilizou para misturar o conteúdo da jarra e guardar o mexedor. Ele está controlando cada passo da tarefa", disse Annetta.

A tecnologia usada no Neurolife combina algoritmos que aprendem a decodificar a atividade cerebral do paciente e uma manga de estimulação muscular de alta definição, que traduz os impulsos neurais do cérebro e transmite novos sinais ao membro paralisado.

Em abril de 2014, em uma cirurgia de três horas, Rezai implantou um chip eletrônico no córtex motor do cérebro de Burkhart. A partir daí, os cientistas trabalharam para descobrir a sequência correta de eletrodos do chip a ser estimulada para que o paciente pudesse mover mãos e dedos de forma funcional.

Depois disso, ao longo de 15 meses, Burkhart passou por três sessões semanais utilizando uma manga com eletrodos para estimular seu antebraço e reconstruir seus músculos atrofiados de forma que eles pudessem responder aos estímulos elétricos.

"Na última década, aprendemos como decifrar sinais cerebrais de pacientes completamente paralisados. Agora, pela primeira vez, esses sinais estão sendo transformados em movimento. Nossos resultados mostram que sinais registrados a partir do cérebro podem ser reencaminhados para contornar um dano na coluna vertebral, permitindo a restauração dos movimentos", disse Bouton.

Burkhart afirmou que decidiu participar do estudo porque tinha vontade de ajudar outros pacientes com comprometimento da coluna vertebral. "Eu só achei que era minha obrigação com a sociedade. Se alguém mais tiver uma oportunidade para fazer isso em outro lugar do mundo, eu torceria para que eles conseguissem beneficiar todo mundo no futuro", afirmou.

"Esperamos que essa tecnologia evolua para um sistema sem-fio conectando os sinais do cérebro e os pensamentos ao mundo exterior, para aprimorar a função motora e a qualidade de vida das pessoas com deficiências. Um dos nossos objetivos principais é que isso esteja disponível o mais rápido possível para que os pacientes possam usar em casa", disse Rezai.

Cadeira robótica

No início de março, uma equipe de neurologistas liderada pelo brasileiro Miguel Nicolelis, da Universidade Duke (Estados Unidos), conseguiu fazer com que dois macacos controlassem uma cadeira de rodas robótica usando apenas a mente, por meio de eletrodos implantados no cérebro.

Quando os animais "pensavam" em se mover em direção a um recipiente com uvas, computadores traduziam sua atividade cerebral em operações da cadeira robótica, em tempo real, permitindo que eles se movessem em direção ao objetivo.

O dispositivo usado no experimento foi o último desenvolvimento da tecnologia de interface cérebro-máquina (ICM), estudada há anos pela equipe de Nicolelis.

Diversos grupos de pesquisa já desenvolveram ICM's que permitem aos primatas usar sua atividade do córtex cerebral para controlar membros artificiais. Mas o experimento com a cadeira de rodas robótica foi o primeiro a demonstrar que é possível utilizar apenas a atividade cerebral para "navegar" por um espaço com ajuda de uma ICM.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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No programa Vencer desta semana, o jornalista James Alcides conversa com Bruno Vianna, que ficou tetraplégico após ter sofrido um grave acidente de moto. Estudante de assistência social, Ele conta como encarou a mudança de vida e superou as limitações impostas pela deficiência.

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"Sempre fui uma pessoa muito ativa: surfei, andava de skate, corria de bicicleta, até que sofri o acidente com 29 anos. Eu estava no auge da minha vida social e, de um dia pro outro, fiquei tetraplégico. O impacto da mudança é muito forte. Quando o médico falou que eu iria ficar numa cadeira de rodas foi um choque muito grande, mas eu acho que nada na vida é por acaso e, se eu estou nessa condição, hoje é porque Deus quis. Sinceramente, não sei como seria se eu voltasse a andar", resumiu Bruno.

Esta edição do Programa ainda traz o quadro "inPerfeitas", que desta vez aborda o fetiche por pessoas com deficiência, denominado "Devoteísmo".

O Vencer é apresentado por James Alcides e é exibido toda semana no Portal LeiaJá.

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