Desesperada e sem conter os gritos, a advogada Mysheva Freire Ferrão Martins não se conforma com a morte trágica do noivo Thiago Farias, que foi alvejado por quatro tiros de espingarda calibre 12 dentro de seu carro, no município de Águas Belas, no Agreste pernambucano, na segunda-feira (14). "É mentira, não posso acreditar no que aconteceu. Ele é o amor da minha vida", disse aos berros, durante o velório de Thiago.
Ela, que estava de casamento marcado para o próximo dia 1° de novembro com o promotor, pedia justiça. “Vão ter que pagar”, repetia, enquanto, era amparada pelos familiares. A advogada chegou a se debruçar sobre o caixão. Dezenas de amigos e parentes foram ao enterro de Thiago Farias, no Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife. Ninguém quis comentar sobre o caso.
##RECOMENDA##A Polícia Civil já enviou um pedido de prisão preventiva, nesta terça-feira (15), para o fazendeiro José Maria de Paula. Ele é o principal suspeito pela morte do Promotor de Justiça. De acordo com a polícia, o fazendeiro era um antigo propietário da casa onde o promotor Thiago Farias estava morando em Águas Belas. Eles acreditam que por causa de alguma briga por terras, ele tenha comedito o crime. José Maria de Paula está foragido.
Entenda o caso- O promotor Thiago Faria de Godoy Magalhães foi assassinado na manhã de segunda-feira (14), quando dirigia seu carro em direção ao trabalho na PE-300, entre Águas Belas e Itaíba. De acordo com a polícia, o carro do promotor foi seguido por outro veículo escuro, modelo Fiat Uno, e depois do primeiro disparo teria sido bloqueado. Os assassinos teriam, então, executado o promotor com vários tiros de espingarda 12.
No momento do crime, ele estava acompanhado de sua noiva, a advogada Mysheva Freire Ferrão Martins, que depois do primeiro disparo, saiu do carro com alguns arranhões e foi medicada em um hospital de Itaíba. Um parente de Mysheva Martins também estava no veículo e consegiu sair ileso. A identidade dele não foi revelada pela polícia.
Thiago Godoy foi aprovado no último concurso público para Promotor de Justiça de Pernambuco, em 2008. Ele era graduado em Direito na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, com especializações em Direito Privado. Além da vida jurista, ele era autor de livros voltados para prova da OAB e para concurso públicos diversos. O promotor também escreveu diversos artigos publicados em Revistas especializadas, e era professor de cursinhos para concursos.
*Com informações de Íris Garbuglio