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Nesta terça-feira (15) foi realizado um webinário para apresentar os primeiros resultados das pesquisas sobre o impacto do derramamento de petróleo no litoral de Pernambuco. O momento foi promovido pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE), transmitido através do YouTube da Secretaria do Meio Ambiente (Semas) e durou aproximadamente três horas.

A live foi aberta pelo professor e presidente da Facepe Fernando Jucá, que introduziu a pauta e os demais convidados. Estiveram presentes cientistas e pesquisadores, o secretário do Meio Ambiente José Bertotti; Djalma Paes, da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH); e Janice Trotte-Duhá, assessora de assuntos do oceano junto à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha do Brasil.

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Como principais pontos da discussão estiveram os editais FACEPE 22/2019, que ofereceu apoio emergencial para Estudos de Impactos e Mitigação da Contaminação por Petróleo no Litoral de Pernambuco; e o FAPESP/FACEPE 23/2019, que deu o mesmo apoio para estudos de Prevenção, Mitigação e Análise de risco da tragédia-crime. Juntos, os editais investiram R$ 5,4 milhões para as propostas de intervenção registradas.

Também foram discutidos as parcerias acadêmicas realizadas entre instituições local e de outros estados, como a união entre UFPE, UPE e URFPE com as universidades de Campinas, São Paulo e AGGEU/Fiocruz.

Trotte-Duhá, que esteve à frente da parceria com a Academia de Ciências Brasileiras e Marinha do Brasil, foi uma das primeiras convidadas a compartilhar os seus resultados, que foram parte do núcleo de causas e medidas preventivas referentes ao derramamento. Até hoje, os culpados pelo crime ambiental não foram reconhecidos e a Marinha encerrou o inquérito sem identificá-los.

“Nós tivemos mais de 70 mil homens na praia, presentes, e com isso pudemos oferecer uma ação benigna, mais de assistência cívico-social nesse aspecto. Realizamos em Salvador a Reunião de Crítica, em 12 de dezembro de 2019, onde pudemos fazer um levantamento preliminar sobre ações propositivas de médio e longo prazo”, disse a secretária.

Além dos webinários realizados, o órgão de operações também participou da chamada CNPq/MCTI 06/2020, o programa ‘Ciência do Mar’, e a aderiu com o incremento de R$ 2 milhões a fim de aumentar o número de propostas contempladas.

Paes, da CPRH, reviveu os momentos de aparição do óleo nas praias e comentou que o necessário não foi realizado à época. “Nossas praias amanheceram todas tomadas pelo óleo e nós não tínhamos nenhuma tecnologia, até porque não foi tomada nenhuma providência dos protocolos necessários para isso, mas mesmo assim nós enfrentamos. O Governo do Estado colocou helicópteros que detectavam essas manchas em alto mar, tivemos o apoio da população, principalmente de pescadores, porque eles sabiam e entendiam das consequências que isso poderia incorrer nas suas vidas, no seu ganha pão”, disse o presidente.

No âmbito de ações e resultados, segundo o gestor, foram removidos uma tonelada e 600 mil Kg de piche, levados a um aterro sanitário, destinação correta desse tipo de resíduo. Tudo foi monitorado pela agência, que rastreou 48 praias e oito estuários, de 13 municípios diferentes, vítimas do crime. 70% do litoral pernambucano foi atingido.

A professora Beatrice Padavani (UFPE) exibiu os resultados de avaliação do impacto do óleo no sítio PELD-Tamandaré, localizado na região sul de Pernambuco e que se estende da costa até o talude continental. Na área, há diversas unidades de conservação a nível federal.

Com os gráficos, 56 pesquisadores de 19 instituições mostraram os trabalhos para acompanhar a dinâmica espacial e temporal dos ecossistemas da localidade. A pesquisadora destaca o estuário de Rio Formoso, onde foi concluído que havia baixa contaminação, mesmo após a limpeza.

Já em Praia da Pedra, os cientistas detectaram contaminação moderada, apesar dos esforços para livrar o estuário do material contaminado. Como as regiões já eram monitoradas desde antes do vazamento, as equipes puderam fazer comparações, através de medições do hidrocarbonetos poliaromáticos (HPA), substância derivada do petróleo.

Para encerrar o webinário, Jesser Fidelis de Souza Filho, coordenador do Departamento de Oceanografia da UFPE, falou sobre as alterações notadas em comunidades biológicas. Segundo o doutor, as equipes acompanharam a influência do HPA nas estruturas de algumas espécies marinhas, especificamente recifais, com foco nas praias de Gaibu e no estuário de Rio Formoso.

“Nos ambientes recifais imersos, estamos acompanhando os locais onde as manchas chegaram e se fixaram às rochas, e estão lá até hoje. Temos mais de 300 fotos registrando ao longo do tempo como está o comportamento dessa estrutura. Temos, principalmente na região do Rio Formoso, coletas realizadas entre março e setembro de 2020 que estão em processamento”, disse o professor.

O geocientista também fala que, com relação às espécies de importância ecológica, há um caranguejo que habita recifes da nossa região que teve alterações estruturais após o contato com o material nocivo.

“Estudamos a influência da contaminação por HPA nas estruturas ou alterações morfológicas dessas espécies. Temos três coletas voltadas para o HPA, antes da chegada do óleo, e tinha, exatamente em Gaibu, 11 coletas antes da chegada do óleo. Dessas coletas, onde nós reunimos 20 indivíduos dessa espécie por mês, nunca nenhum apresentou manchas e alterações na carapaça. Um mês após a chegada do óleo, começamos a detectar imediatamente manchas e alterações como corrosões na carapaça, na parte dorsal, na parte interna e na parte ventral, além de malformações morfológicas. Consideramos o efeito agudo nessa espécie de recifes”, concluiu.

 

 

O Bom Dia SP desta segunda-feira (30) contou com um momento de emoção do repórter Esdras Pereira, que não conseguiu esconder a dificuldade em fazer a cobertura uma homenagem às vítimas da tragédia em Taguaí, no interior de São Paulo.

Ao entrar ao vivo para informar sobre a morte de mais uma vítima, o repórter se dirigiu a Rodrigo Bocardi, âncora do telejornal, com a voz embargada e caindo no choro. "É muito difícil ter o que falar, a gente acaba se emocionando", disse ele.

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Confira o vídeo

Rodrigo notou a emoção do colega de trabalho e assumiu a cobertura. "Realmente, é um momento difícil. O que a gente deseja é força para todo mundo".

O momento repercutiu nas redes sociais e diversos internautas comentaram sobre o assunto.

29 de novembro. É uma data que sempre ficará guardada. Quatro anos se passaram do acidente aéreo ocorrido em Medellín, na Colômbia, com o avião que levava jogadores, comissão técnica e direção da Chapecoense, além de jornalistas, para a primeira partida da decisão da Copa Sul-Americana de 2016, entre Atlético Nacional e Chapecoense. Naquela madrugada, 71 pessoas morreram. Apenas seis sobreviveram.

No sábado (28), na partida contra o Guarani, a equipe de Chapecó entrou em campo vestindo uniforme branco - com o objetivo de transmitir a ideia de paz - e com uma faixa em homenagem às famílias das vítimas, com dizeres sobre justiça e solidariedade. "Nunca esqueceremos. Quatro anos de saudades, todos juntos na busca por reparações e justiça! Solidariedade aos familiares das vítimas do acidente aéreo", dizia a faixa.

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A equipe também preparou, nas redes sociais, uma série de homenagens para este domingo (29), entre vídeos e mensagens especiais. Em um vídeo, o ex-goleiro Jakson Follmann, o ex-zagueiro Neto e o lateral Alan Ruschel (sobreviventes da tragédia) também prestam suas homenagens às vítimas do acidente.

Na região central das arquibancadas que ficam atrás do banco de reservas da Arena Condá, foi pintada uma estrela verde, que acompanhou uma mensagem nas redes sociais: "Eternizamos os nossos guerreiros no palco das suas maiores conquistas".

Jakson Follmann também usou suas mídias sociais para expressar seus sentimentos nesta data. O ex-goleiro ressaltou que segue se reconstruindo, apesar das dores emocionais e físicas: "Amigos que se foram permanecem vivos em minha memória."

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A mineradora Vale foi condenada pela Justiça do Trabalho de Minas Gerais a pagar R$ 250 mil em indenização por danos morais ao tio de uma das 270 vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho, ocorrido em janeiro do ano passado. O beneficiado alegou fortes laços afetivos com o sobrinho e um quadro de depressão, agravado pelo sentimento de culpa, desde sua morte.

 Na determinação tomada nesta quarta-feira (25), o juiz Osmar Rodrigues Brandão, da 5ª Vara do Trabalho de Betim, reforça a relação familiar diante da morte inesperada. “A família está desolada, muito abalada emocionalmente, sendo que a prova documental juntada neste ato demonstra que toda a família era muito unida. É fato que o desastre destruiu a harmonia dessa família, uma vez que o sobrinho era a alegria da família, estava sempre na casa dos avós, era o primeiro a chegar nas festas de aniversários, batizados, casamentos, alegrando a todos com suas brincadeiras, conforme comprovam as fotos anexas, razão pela qual a extensão dos danos causados foi indescritíveis”, frisou.

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A vítima prestava serviços por meio da empresa Preserves Penha Ltda., que também foi condenada a pagar de forma solidária R$ 12.500. Ambas as empresas não negaram os fatos.

O magistrado acrescenta que o Brasil revelou um "verdadeiro atestado de incompetência" diante da reincidência de rompimentos envolvendo mineradoras em Minas Gerais. “Falhou o Estado Brasileiro legislador - ao não elaborar leis mais duras para casos desse jaez, falhou o Estado Brasileiro executor - ao não executar/fiscalizar a atividade e determinar as medidas necessárias a impedir o evento. Conforme já ressaltado anteriormente, resta agora ao Estado-juiz o paliativo - com todo o sentimento de impotência diante de tamanha tragédia anunciada”, afirmou.

Na Índia, uma tentativa de reproduzir uma famosa cena de cinema acabou em tragédia. A noiva Shashikala, 20 anos, e o noivo Chandrashekara, 28, se afogaram e morreram após o condutor do bote em que faziam um ensaio fotográfico perder o controle do leme da embarcação. Ambos não sabiam nadar.

O incidente ocorreu no Rio Cauvery, no sul do país asiático, quando os noivos subiram na parte da frente do barco para ficarem abraçados e de braços abertos, como os personagens Rose e Jack, no filme "Titanic" (1997). De acordo com o canal de TV de Kattepura, local do acidente, o casal foi para a sessão de fotos sem avisar os pais, e o ensaio, com alusão ao vencedor de 11 Oscars, seria uma surpresa para os convidados da cerimônia. O casamento estava marcado para 22 de novembro.

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Além dos noivos, o fotógrafo também caiu na água no momento do incidente, mas foi salvo na sequência. Ainda segundo a imprensa local, a polícia vai investigar o caso. As autoridades afirmam que tripulação e passageiros não usavam coletes salva-vidas.

O sambista Neguinho da Beija-Flor perdeu um neto após um tiroteio em um baile funk, no Rio de Janeiro, no último domingo (18). Gabriel Ribeiro Marcondes, de 20 anos, estava no evento, no Morro da Bacia, distrito de Miguel Couto, quando outros participantes da festa trocaram tiros com a polícia. Além dele, outros dois homens morreram e um ficou ferido.

Em suas redes, Neguinho lamentou a morte do familiar a pediu justiça. "Pessoal, agradeço por todas as mensagens de conforto e carinho que estou recebendo de amigos e fãs, por conta da passagem do meu neto Gabriel. Peço desculpas aos amigos por não estar atendendo e nem retornando as ligações, mas estou cuidando da burocracia para o enterro, já que o meu filho PC não está condições de cuidar sozinho de tudo. É um momento muito difícil. A dor é enorme. Peço que orem para que o Gabriel siga um caminho de luz. E espero que a polícia e a justiça cumpram seu papel", postou.

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Segundo o UOL, policiais militares do Batalhão de Mesquita estavam em patrulhamento pelo bairro Ambaí, em Nova Iguaçu, quando receberam a denúncia sobre um evento não autorizado que estaria bloqueando uma rua. Ao portal, a PM carioca informou que foi recebida com tiros no local e houve apreensão de uma pistola calibre 9 mm, dois revólveres calibre 38, duas granadas, munições, uma réplica de fuzil, três rádios comunicadores e drogas.

Após o cessar dos tiros, quatro vítimas foram levadas para o Hospital Geral de Nova Iguaçu. O neto de Neguinho, Gabriel, já chegou sem vida ao local, bem como Matheus da Silva Gomes. Rogério Bezerra, 20, passou por uma cirurgia na barriga e está sob custódia. A terceira vítima fatal do tiroteio não foi identificada. 

Uma funcionária do supermercado Mix Atacarejo Mateus, em São Luís, Maranhão, morreu e outras oito pessoas ficaram feridas depois que gôndolas com produtos caíram, em efeito dominó, por cima deles. O fato aconteceu por volta das 20h desta última sexta-feira (2).

A vítima fatal, que trabalhava no local, foi identificada como Elane de Oliveira Rodrigues. Por meio de nota divulgada nas redes, o Grupo Mateus afirmou que está acompanhando de perto os trabalhos das equipes de resgate e "dando todo suporte solicitado para facilitar o trabalho das autoridades".

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O grupo aponta que, "diante de tamanha fatalidade, em respeito às famílias, colaboradores, clientes, e como forma de respeitar o luto compartilhado por todos nós, as lojas do Grupo Mateus estarão fechadas neste sábado (3).

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), compartilhou no Twitter a sua solidariedade com as vítimas e seus familiares, além de reconhecer o trabalho dos bombeiros, policiais e profissionais de saúde envolvidos na operação de resgate. 

Confira alguns vídeos da tragédia

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A enfermeira Jéssyca Alencar, de 27 anos morreu na última sexta-feira (18) após passar por uma lipoescultura no Hospital Unimed Primavera, em Teresina, no Piauí, cidade onde a vítima morava e trabalhava na Maternidade Dona Evangelina Rosa. 

O procedimento estético foi feito na quarta-feira (16). Segundo informações do site GP1, um amigo de Jéssyca, cuja identidade não foi revelada, conta que ela passou mal após a lipoescultura, procedimento cirúrgico/estético que retira gordura da região abdominal para colocar nos glúteos, tomou um suco e começou a passar mal. 

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Em seguida, ainda segundo o amigo da vítima, Jéssica teria passado por uma segunda cirurgia na quinta-feira (17). O marido dela, que é médico e estava em São Luiz, capital do Maranhão, foi até o hospital acompanhar a cirurgia, mas ela não resistiu e veio a óbito na sexta-feira (18). Nas redes sociais, o Conselho Regional de Enfermagem do Piauí lamentou a morte precoce de Jéssica, que já prestou muitos serviços à saúde no estado. 

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Em nota encaminhada ao site GP1, o Hospital Unimed Primavera preza pela segurança total dos pacientes e oferece toda a estrutura e profissionais necessários para o bom atendimento nos procedimentos e atendimentos realizados. Além disso, afirmou que não poderia repassar detalhes do procedimento realizado em Jéssyca Alencar. O LeiaJá tentou falar diretamente com o hospital, mas não conseguimos contato. Confira a nota na íntegra: 

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Pernambuco registrou, nesta quinta-feira (17), 757 novos casos da Covid-19, sendo 45 graves e 712 leves, que não precisaram de internamento hospitalar.  Também foram confirmados 21 óbitos, o que elevou para 7.954 vidas perdidas para a doença provocada pelo novo coronavírus.

Do total de mortes do informe, 11 (52%) ocorreram nos últimos três dias, sendo cinco nessa quarta-feira (16), quatro na terça (15) e duas na última segunda (14). Os outros 10 registros (48%) ocorreram entre os dias 15/05 e 13/09.

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O Estado já contabiliza 139.325 casos confirmados desde o começo da pandemia em meados de março, sendo 25.964 graves e 113.361 leves.

A tragédia do 11 de setembro completa 19 anos nesta sexta-feira (11). O atentado terrorista às torres gêmeas, do World Trade Center, em Nova Iorque, chocou o mundo e mudou completamente a vida dos americanos. 

Detalhes daquele dia, além dos novos protocolos de segurança adotados pelos Estados Unidos após o ataque que matou milhares de pessoas, são retratados em diversas produções cinematográficas.   

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Em filmes, séries ou documentários, o LeiaJá listou algumas dessas produções sobre o 11 de setembro, que estão disponíveis na Netflix e na Amazon Prime Vídeo, para você conferir nesta sexta-feira.

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E-mails obtidos pela UOL Esporte, e divulgados em reportagem nesta quarta-feira (9), revelam trocas de mensagens que comprovam que o Flamengo sabia dos riscos no Ninho do Urubu, em função da precariedade das instalações elétricas no local. O clube tinha parecer sobre a situação desde 11 de maio de 2018, nove meses antes do incêndio no alojamento do centro de treinamento, onde dez meninos das categorias de base morreram. A causa principal do incêndio foi um curto circuito em um dos aparelhos de ar-condicionado.

O e-mail com dados da vistoria interna nas instalações elétricas do CT é de Luiz Humberto Costa Tavares, gerente de administração do clube, para Marcelo Helman, diretor executivo de administração. As mensagens são internas, trocadas entre os então responsáveis cotidianos do centro. Além dos autos de infração da Prefeitura, já notificados, as mensagens também comentavam inconformidades nas instalações e destacaram situação grave. 

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Semanas antes, os problemas na parte elétrica foram verificados e um técnico de segurança do trabalho do clube foi chamado ao centro, no dia 10, para a emissão de um novo relatório técnico, enviado aos responsáveis no dia seguinte. Há registros das irregularidades, revelando gambiarras no quadro elétrico atrás dos contêineres, e necessidade imediata de manutenção.

"A avaliação foi realizada na presença do Sr Adilson, da empresa CBI, este indicado pelo Sr Luiz Humberto [Gerente de Administração do Flamengo], sendo comprovado as não-conformidades e suas gravidades. Conforme a avaliação do Sr Adilson e relatório anterior, a situação é de alta relevância e grande risco, ficando este de apresentar uma proposta ao Sr Luiz Humberto para atendimentos emergenciais de alguns pontos: quadro elétrico (poste ao lado do refeitório), disjuntores e fiação no jardim, quadro elétrico atrás do alojamento da base", alertou o relatório enviado pelo funcionário do departamento pessoal Wilson Ferreira ao gerente de administração do Flamengo, Luiz Humberto Costa Tavares, à gerente de recursos humanos Roberta Tannure e a um funcionário identificado como Douglas Silva Lins de Albuquerque em 11 de maio de 2018.

A conclusão parcial foi de que as irregularidades não seriam tratadas “no momento”, pois “conforme informação, o local será demolido e substituído por novas instalações até o final do ano de 2018, deixando claro que caso haja fiscalização e autuação o argumento mesmo que evidente não justifica a irregularidade, ficando a critério do órgão fiscalizador a penalidade ou intervenção". O plano do clube era mudar o CT de alojamento, deixando o então endereço para a construção de um estacionamento.

A 5ª Vara do Trabalho de Betim-MG condenou a Vale S.A. a indenizar em R$ 75.809 um trabalhador que sobreviveu ao rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. O empregado conseguiu escapar da lama fugindo por uma mata.

Na decisão, a juíza Renata Lopes Vale reconhece que o funcionário "foi exposto a situação de extremo perigo, com possibilidade de morte iminente, além de ver destruído o local de trabalho, com falecimento de colegas de trabalho no acidente". A tragédia completou um ano e sete meses em 25 de agosto.

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Testemunha ouvida no processo contou ter trabalhado com o autor da ação no dia do rompimento. Ele prestava serviço no setor de armazenamento de materiais elétricos, que ficava no segundo prédio próximo ao restaurante e foi coberto pelos rejeitos. A testemunha narrou que só não foi atingida porque saiu correndo e que viu o autor da ação fugindo pela mata, por um caminho de aproximadamente 500 metros, até o local onde ele se encontrava.

LeiaJá também: Brumadinho - O que restou depois da lama

O depoimento foi confirmado por uma segunda testemunha. Ela relatou estar do lado de fora do restaurante com o trabalhador quando escutaram um barulho de explosão. Eles correram pela mata em direção à subestação, localizada em ponto mais alto.

Para a juíza, a empresa não agiu de forma a prevenir as mais graves consequências do rompimento da barragem, como instalar o refeitório em local apropriado, não se comunicando diretamente com a área de trabalho. Ela identificou ainda que os treinamentos ministrados pela Vale não auxiliaram os empregados durante o ocorrido.

A Vale S.A. foi condenada a pagar R$ 100 mil por danos morais. A mineradora entrou com recurso e a Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região deu provimento parcial, reduzindo o valor para R$ 75.809.

"Não quero morrer no Líbano. Eles não vão mandar meu cadáver para minha família, vão nos jogar no mar." Hana, uma mulher bengali, de 30 anos, começou a chorar enquanto falava, explicando o que sentiu quando Beirute explodiu, no dia 4 de agosto, levando pelos ares metade da cidade, matando 150 pessoas e deixando 300 mil desabrigados - ela, inclusive.

Mãe de dois filhos, Hana deixou sua terra natal para fugir da pobreza. "Não fiz faculdade e não encontrava trabalho. Achava que aqui no Líbano conseguiria ganhar algum dinheiro para alimentar meus filhos, minha família." Ela veio para o Líbano com um contrato para fazer faxina em casas, mas sofreu com um sistema que a privava dos direitos mínimos, disse ela.

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Sua história é a mesma de milhares de pessoas que vivem no país. O Líbano tem aproximadamente 6,8 milhões de habitantes e quase 1,6 milhão de refugiados.

O país tem a maior população de refugiados per capita do mundo, segundo a ONU: um em cada seis habitantes. No total, o país abriga mais de 925 mil registrados, a maior parte (98%) chegou da Síria.

Vem sendo assim por anos. Os refugiados marcaram o país. A primeira onda em 1915, com a imigração armênia, fugindo do genocídio Otomano. À partir dos anos 1940 e 1950 os refugiados palestinos tomaram conta do país e seu acolhimento teve papel na guerra civil libanesa, entre 1975 e 1990.

Os refugiados no Líbano não têm status legal, o que significa que um quarto da população do país vive com acesso limitado a emprego remunerado, moradia, educação e saúde. Os refugiados precisam de uma autorização para trabalhar legalmente. Os que não a obtém costuma arranjar subempregos.

"Para onde vou agora, o que vou fazer? Até quando ainda vou dormir ao relento com meu filho?", pergunta Hana, relembrando seus primeiros pensamentos ao ouvir o estrondo da explosão. Ela agora vive com a família na escada do prédio onde era sua casa, esperando ajuda local e internacional para continuar viva.

"Estamos dormindo do lado de fora porque a construção pode desabar." Ela também disse que está recebendo água e comida dos voluntários que ajudam em Gemmayze e Mar Mikhael, as áreas mais afetadas pela explosão.

"Quem destruiu minha terra?", questiona o filho de Hana de 2 anos a todo momento. "Se você perguntar a ele qual é a sua terra, ele vai dizer que é o Líbano. Não sabe nada sobre Bangladesh, nasceu e foi criado nas ruas que agora estão em ruínas", explicou Hana.

Ela e sua família viviam com as mesmas dificuldades fundamentais que todos os libaneses sofrem, como cortes no abastecimento de água e de eletricidade, crise econômica e questões de segurança. Sete meses atrás, o contratante de Hana parou de pagar em dólares americanos, por causa da crise econômica pela qual o Líbano está passando.

Desde o fim do ano passado, ó país vinha passando por problemas: havia limitações para sacar dinheiro nos bancos e escassez de dólares. Em poucos meses, a libra libanesa perdeu 85% de seu valor. O Líbano importa cerca de 80% do que consome - e as importações são cotadas em dólar. Toda vez que há uma desvalorização da libra libanesa, os preços da comida sobem quase automaticamente.

Caminhando pelas ruas da cidade em ruínas, é possível se sentir dentro de um romance trágico. De um segundo para o próximo, os cidadãos de Beirute se viram juntando o que restava de suas memórias e pertences e atrás de parentes mortos.

Aluuel Biyar, do Sudão do Sul, por acaso estava no centro da explosão. Ela e sua família vieram para o Líbano em busca de refúgio, depois que a guerra civil do Sudão do Sul começou em 2013. Aluuel e a família estavam visitando amigos em Ashrafieh, uma área próxima à explosão.

"Não acredito que estou viva", foram as poucas palavras que Aluuel proferiu antes de cair no choro. "Eu estava sentada no sofá quando ouvimos a primeira explosão. Naquele momento, pensamos que era só um terremoto. Levei meu filho ao banheiro e ouvi a segunda explosão. Quando fugi do lugar onde estava, vi todos os cacos de vidro no sofá, a janela caída. Eu ainda estaria sentada lá se não fosse pelo meu filho".

Aluuel, que fugiu de seu país por causa da guerra, se viu em outro lugar sem segurança, bem ali onde esperava que sua nova cidade pudesse ser um pouco mais tranquila. "Não consigo descrever a sensação quando veio a explosão. Sinto que queria voltar para o Sudão do Sul, porque era mais seguro. Lá você sabe que as pessoas estão lutando com armas de fogo e evita sair de casa. O que aconteceu aqui é que a explosão atingiu todas as casas. Ninguém estava seguro!".

A história que levou à trágica explosão no porto de Beirute na terça-feira começou há mais de 6 anos, a 1.300 quilômetros da capital libanesa. O navio Rhosus, de bandeira moldava, deixou o porto de Batumi, na Geórgia, com 2.750 toneladas de nitrato de amônio a bordo. Nunca chegou a seu destino, Moçambique, onde a carga deveria ser vendida a uma fábrica de explosivos para uso civil.

A carga ficou estocada de maneira inapropriada em um armazém portuário. Inúmeras autoridades tentaram alertar para o risco. Reportagens da rede de TV Al-Jazira mostraram que autoridades portuárias escreveram ao menos seis cartas alertando sobre o perigo desde 2014.

No dia 4, o telhado do armazém pegou fogo e houve uma grande explosão, seguida por uma série de explosões menores que, segundo algumas testemunhas, soaram como fogos de artifício. Trinta segundos depois, houve uma explosão colossal, que soltou uma nuvem em forma de cogumelo para o ar.

Essa onda pôs no chão os edifícios próximos ao porto e provocou danos imensuráveis em grande parte do resto da capital, que abriga 2 milhões de pessoas.

Quando Aluuel voltou para casa, em Sin El Fil, ela descobriu que a explosão atingira a área com tanta força quanto à casa de sua amiga. Os vidros estavam estilhaçados, as portas, quebradas e os móveis, cobertos de cacos e sujeira. Ela ajudou a amiga a se mudar para sua casa e juntas limparam e consertaram tanto quanto puderam.

(TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O trigo está espalhado pelo chão, misturado às cinzas, escombros e cimento. A explosão do porto de Beirute afetou os maiores silos de armazenamento de cereais do Líbano, provocando o pânico entre a população pelo medo de escassez de pão.

A destruição do porto da capital libanesa limitou ainda mais o acesso à comida em um país que importa 85% de seus alimentos, como o trigo necessário para a produção de pão, um alimento imprescindível na dieta libanesa e que atualmente é vendido com preço subsidiado de 2.000 libras libanesas (1,20 euro) o pacote de 900 gramas.

"Quando vimos os silos, entramos em pânico", admite Ghasan Bu Habib, presidente da rede de padarias Wooden Bakery.

Quase 15.000 toneladas de trigo, milho e cevada armazenadas em silos antiquados, de mais de 50 anos, foram destruídos na gigantesca explosão, assim como uma fábrica de farinha que ficava ao lado.

Os libaneses temem que a destruição dos silos, com capacidade para armazenar 120.000 toneladas, acentue a escassez de trigo no Líbano, que já era grave pela profunda crise econômica no país.

As importações foram reduzidas nos últimos meses pela falta de liquidez e as restrições bancárias.

As atividades nos contêineres de cereais já havia diminuído 45% no primeiro semestre de 2020 na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com o Blominvest Bank, enquanto os preços aumentaram de maneira expressiva devido à desvalorização da libra libanesa.

"Já tínhamos dificuldades com a pouca farinha e trigo disponíveis", reconhece Ghasan Bu Habib. "As fábricas de farinha não tinham o trigo ou combustível necessários para funcionar", explica o presidente da Wooden Bakery: as 50 unidades da rede recebiam apenas dois terços da farinha necessária por dia.

Após a explosão, o medo tomou conta dos habitantes de Beirute e centenas de pessoas correram para uma padaria no bairro comercial de Hamra, onde compraram cinco pães ao invés de apenas um pelo temor de uma eventual escassez, afirma Haidar Mussaui, funcionário do estabelecimento.

"O pão é a única coisa que pode saciar os pobres, já que não podemos sentar para comer um bife com faca e garfo", lamenta.

Os gerentes da padaria tentaram acalmar os libaneses assegurando uma reserva de trigo suficiente para um mês e que novas importações devem chegar esta semana aos portos de de Trípoli (norte) e Saida (sul), menores que o de Beirute.

"Nada é comparável ao porto de Beirute, onde cargas de cereais desembarcavam as 24 horas do dia", recorda Musa Khury, empresário agrícola que administrou um armazém de cereais em Beirute entre 2014 e 2017.

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) também afirmou que teme "a curto prazo um problema de abastecimento de farinha".

"Já enfrentamos a Covid-19 e a crise econômica, agora esta catástrofe", lamenta Suha Zeaiter, diretora executiva do banco de alimentos libanês que organiza programas de distribuição de alimentos para as famílias pobres.

Um avião de pequeno porte caiu na noite dessa sexta-feira (15), quando se deslocava da cidade de Sobral, no Ceará, para Teresina, capital do Piauí. Ao bater no solo a aeronave explodiu e deixou quatro vítimas fatais, entre elas o piloto e um médico com Covid-19.

Pedro José Ferreira de Meneses era natural de Teresina, estava com a saúde delicada e por isso estava sendo transferido para um hospital particular em Teresina, onde vive sua família em traslado aéreo contratado por sua esposa.

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Após decolar de Sobral, onde Pedro estava internado com Covid-19, o avião caiu numa área de mata entre os sítios de Santa Tereza e o Meio do Topo, a cerca de 317 km da capital Fortaleza. Ambulâncias e uma UTI móvel foram deslocadas para o local, mas infelizmente não foi possível resgatar nenhuma das vítimas com vida.

O Mediterrâneo atravessa uma "tragédia" sem testemunhas, ofuscada pelo coronavírus, com cada vez mais migrantes que tentam entrar numa Europa que fecha seus portos e sem navios humanitários para resgatá-los, denunciam organizações internacionais e ONGs.

Quando a Europa se tornou o epicentro global da pandemia, apenas dois navios de resgate continuaram suas operações, mesmo depois que a Itália e Malta fecharam seus portos devido ao coronavírus no início de abril: o "Alan Kurdi" da ONG alemã Sea-Eye e o "Aita Mari", fretado por uma ONG basca.

Nas últimas semanas, houve poucos desembarques de migrantes, como alguns dias atrás, quando 79 pessoas atracaram na Itália, onde a questão migratória é delicada.

Na vizinha Malta, o primeiro-ministro Robert Abela está sob investigação após a morte de migrantes no mar. O Exército e as autoridades são acusados de não os terem ajudado.

Mas desde a semana passada, todas as operações de resgate foram interrompidas.

A guarda costeira italiana imobilizou O "Alan Kurdi" e o "Aita Mari" devido a problemas "técnicos". As ONGs denunciam uma manobra injustificada para "interromper suas missões de primeiros socorros".

- Partidas aumentam 290% -

"Se não houver resgate no mar e os países enrolarem para socorrer e desembarcar as pessoas, acabaremos com situações humanitárias bastante sérias", lamentou Vincent Cochetel, enviado especial para o Mediterrâneo central da Agência de Refugiados da ONU, que estima que o número de mortes na região desde janeiro seja de 179.

Uma situação particularmente delicada porque as partidas da costa da Líbia aumentaram 290%, ou seja, 6.629 tentativas entre janeiro e o final de abril, em comparação com o mesmo período do ano passado, e 156% da Tunísia, detalhou Cochetel.

"A existência ou não de navios no mar não influencia de maneira alguma as partidas; este período de coronavírus demonstrou isso para nós", apontou.

"Cerca de 75% dos migrantes na Líbia perdeu o emprego desde as medidas de confinamento, o que pode causar desespero", acrescentou.

Duas imobilizações de navios, "uma após a outra, levantam questões sobre o porquê", denunciou Sophie Beau, diretora-geral da SOS Mediterranean, uma ONG francesa que fretou o "Ocean Viking", um navio humanitário que, segundo ela, retornará ao mar "o mais rápido possível", apesar da "criminalização" das ONGs.

"É realmente dramático (...) e contradiz o direito marítimo internacional que insta o socorro a qualquer pessoa em perigo o mais rápido possível. Agora, como não há testemunhas, não sabemos a extensão da possível tragédia que está ocorrendo" no Mediterrâneo, protestou.

- "Naufrágios invisíveis" -

O Mediterrâneo central "continua sendo a rota de migração marítima mais perigosa do mundo e, no contexto atual, o risco de naufrágios invisíveis aumentou aos olhos da comunidade internacional", alertou a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

"O período é muito complexo. Acumulamos dificuldades", diz Beau. "Gestão da epidemia, fechamento de portos e fronteiras... E além dessas limitações, a falta de um mecanismo coordenado", resumiu, referindo-se ao acordo entre os países europeus de distribuir migrantes após o desembarque, esboçado no final 2019 em Malta, mas que ainda não se materializou.

Em uma carta conjunta enviada à Comissão Europeia e à qual a AFP teve acesso, os ministros do Interior da França, Itália, Espanha e Alemanha pedem um "mecanismo de solidariedade" para "busca e salvamento" no mar.

Explicam que "atualmente um punhado de Estados-membros carrega um fardo excessivo, o que ameaça causar disfunção em todo o sistema".

Na pendência de um hipotético acordo europeu, e na ausência de navios humanitários, 162 migrantes estão atualmente bloqueados no mar em dois barcos turísticos.

O e-Sports sofreu uma perda na madrugada desta quarta-feira (1º), o jogador de Free Fire, Thiago Henrique Fontes Gouveia, da equipe Vivo Keyd, morreu em um acidente de carro. O atleta fazia parte do time vice-campeão da Liga Brasileira de Free Fire 2020 e tinha apenas 21 anos.

Nas redes sociais, o perfil oficial da equipe lamentou o acidente. “É com profundo pesar e tristeza, o Vivo Keyd informa e lamenta o falecimento do nosso atleta de Free Fire, Thiago Henrique Fontes Gouveia. Thiago, faleceu nessa madrugada, 01 de Abril, em um acidente de carro. Todos os funcionários e atletas do clube transmitem os sentimentos à família e aos amigos. Desejamos paz, luz e conforto nesse momento tão difícil. Muito obrigado Thiago, por toda sua dedicação, talento e esforço’, disse a publicação.

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Há exatos 24 anos, no dia 2 de março de 1996, o Brasil perdia uma das bandas de mais sucesso no país, e fenômeno daquela década, Mamonas Assassinas. A notícia trágica do acidente de avião naquela manhã marcou milhões de pessoas.

No acidente faleceram Dinho, Bento Hinoto, Samuel Reoli, Sérgio Reoli e Júlio Rasec, o piloto e copiloto da aeronave. Nesta data, o LeiaJá resolveu listar algumas das músicas de maiores sucessos do grupo. Confira:

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Dirigentes e ex-diretores do Flamengo foram convocados, mas não compareceram nesta sexta-feira na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura o incêndio no CT Ninho do Urubu, que matou 10 jogadores das categorias de base e feriu outros três em 8 de fevereiro de 2019.

O Flamengo informa ter enviado o diretor jurídico Antonio Cesar Dias Panza e o advogado William de Oliveira como representantes do clube. Entre os intimados estavam o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello e o atual mandatário Rodolfo Landim. Nenhum dos dois apareceu.

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O presidente da CPI então ordenou a condução coercitiva dos dirigentes. O pedido ainda tem de ser protocolado para começar a valer. Landim, Bandeira de Melo e demais membros da diretoria envolvidos no inquérito deverão prestar depoimento na próxima sexta-feira. Se não comparecerem, oficiais de Justiça irão buscá-los em casa.

Além dos dirigentes, familiares de três das vítimas também foram convocados para a CPI. O pai de Pablo Henrique, Wedson Candido de Matos, compareceu como representante das vítimas. A família de Wedson e de outros seis jogadores ainda não fizeram acordo com o Flamengo.

Até agora, o clube rubro-negro indenizou três famílias. O clube ainda negocia com os familiares de Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Jorge Eduardo, Samuel Rosa e Pablo Herique. Com a proximidade da conclusão do inquérito policial que apura a responsabilidade pelo incêndio, a tendência é de que mais famílias acionem judicialmente o clube.

A tragédia no Ninho do Urubu, que vitimou 10 jovens das categorias de base do Flamengo há um ano e deixou outros três feridos, ainda não teve seu inquérito policial concluído e está longe de ter um desfecho na Justiça, seja na esfera cível ou criminal.

Em nota enviada ao Estado, o Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAEDEST/MPRJ) informou que o inquérito deve ser concluído neste mês de fevereiro. O MP do Rio também lembrou que, logo após o incêndio, em uma câmara de conciliação, tentou, junto com a Defensoria do Rio e o Ministério Público do Trabalho, um acordo com o Flamengo, mas o clube recusou a proposta extrajudicial.

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"O GAEDEST/MPRJ e a Defensoria Pública, desde o início, com o apoio do Ministério Público do Trabalho, propuseram ao clube o modelo de um Programa de Indenização (PI), nos moldes do PI 447 utilizado com sucesso no acidente com o avião da Air France. Tal PI possibilitaria ao Clube cumprir com todas as suas obrigações, conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de maneira rápida, eficiente e definitiva. O clube preferiu não aderir ao modelo do PI e tentar as negociações diretas com as famílias", disse um trecho do comunicado.

A investigação para apontar as causas e os culpados pelo incêndio começou logo após a tragédia e chegou a ter seu inquérito apresentado pelo delegado Márcio Petra, da 42.ª Delegacia de Polícia (Recreio dos Bandeirantes), em maio do ano passado. Ele indiciava oito pessoas, mas foi devolvido pelo MPRJ, que solicitou novas diligências. E, um ano depois do incêndio, ainda não foi concluído.

"Após primeira análise do conjunto de provas reunidas e audiências solicitadas pelas defesas dos indiciados, o Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor (Gaedest/MPRJ) determinou a realização de mais diligências investigatórias, tais como oitivas de representantes de órgãos técnicos de licenciamento e de engenharia", informou o MPRJ.

Em dezembro, o Ministério Público do Rio devolveu o inquérito pela segunda vez à Polícia Civil, pedindo, desta vez, que a CBF seja intimada para fornecimento de cópia e informações sobre o certificado de clube formador de atletas de base do futebol. O MP também solicitou que a Polícia Civil ouça Marco Polo Del Nero, presidente da CBF à época, e a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), que é signatária do certificado.

Segundo o órgão, devido "à complexidade da investigação, número de indiciados e variáveis jurídicas", ainda não é possível indicar ainda quantas pessoas serão indiciadas, tampouco sobre quais crimes deverão responder.

No Flamengo, o assunto sempre foi tratado de maneira muito reservada. No último sábado, o presidente Rodolfo Landim, o vice geral e jurídico, Rodrigo Dunshee, e o CEO Reinaldo Belotti responderam a questões previamente escolhidas pela assessoria rubro-negra e falaram sobre a tragédia à Fla TV, canal oficial do clube. "É uma situação que está sendo vista pela Polícia, pelas autoridades, pela Justiça. No dia que concluírem essa questão, tirarem as conclusões e apontarem as causas e eventuais culpados, aí o Flamengo vai se manifestar internamente", disse Rodrigo Dunshee.

INDENIZAÇÕES - Na esfera cível, apenas três famílias, além do pai de um dos garotos - que é separado da mãe - fecharam acordos de indenização com o Flamengo. Uma cláusula de confidencialidade impede que os valores sejam revelados.

É muito provável que, com o inquérito concluído, outras famílias devem buscar a Justiça contra o Flamengo. "Como a posição do Flamengo tem sido de intransigência para continuar as negociações e querer resolver de uma maneira amigável essa situação, tanto em nível coletivo quanto em nível individual, a única saída parece ser a judicialização do caso", disse ao Estado o defensor público do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Chow. Além de estar envolvido coletivamente no caso, a Defensoria também atua individualmente, representando a família de Samuel Rosa.

A primeira a acionar o clube carioca judicialmente foi Rosana Souza, mãe de Rykelmo Viana. Ela pede R$ 6,9 milhões na Justiça - R$ 3 milhões por danos morais e R$ 3,9 milhões de pensão. Além disso, quer que seja anulado o acordo do clube com o pai de Rykelmo, José Lopes Viana, de quem é divorciada. O próximo a processar o Flamengo será Cristiano Esmério, pai do ex-goleiro Christian. O advogado de Cristiano, Márcio Costa, confirmou ao Estado que irá ingressar nos próximos dias com a ação judicial. O valor pedido gira em torno de R$ 9 milhões, incluindo indenização e pensão, e foi calculado com base na carreira dos últimos goleiros revelados pelo time rubro-negro - Júlio César, Marcelo Lomba, Paulo Victor e César.

Em dezembro, o MPRJ e a Defensoria Pública do Rio conseguiram liminar junto à 1.ª Vara Cível da Barra da Tijuca determinando que o Flamengo pague R$ 10 mil mensais a cada uma das famílias dos mortos e dos feridos. Desde que houve o incêndio, o clube vinha fazendo depósitos "espontâneos" de R$ 5 mil a cada mês. "Era para que essas famílias pudessem ter tranquilidade de negociar um acordo com o Flamengo sem ter necessidade emergencial de caixa", justificou Dunshee nas explicações dadas via TV oficial do clube.

Um valor definitivo sobre a indenização a ser paga ainda será definido pela Justiça. Certo é que MPRJ, Defensoria Pública e Flamengo divergem frontalmente dos valores - que não são informados diretamente em números. Para o Flamengo, os valores sugeridos extrapolam o que o clube considera o adequado. "Chegamos a um valor com as famílias que nós consideramos que era muito alto e muito acima dos precedentes da Justiça brasileira", apontou Rodrigo Dunshee. "É a nossa oferta. A gente tem um limite".

Os outros 16 atletas que estavam no CT no dia do incêndio foram indenizados, inclusive os três feridos, Francisco Dyogo e Cauan Emanuel e Jhonata Ventura, este último que ainda se recupera das graves queimaduras sofridas pelo corpo e, por isso, não voltou aos treinos. Em janeiro, cinco dos 16 garotos feridos foram dispensados pelo Flamengo: Felipe Cardoso, João Victor Gasparín, Naydjel Calleb, Wendel Alves e Caike Duarte. O clube alega que a decisão foi tomada embasada em uma avaliação técnica.

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