Tópicos | transplante capilar

Queda de cabelos preocupa e gera muitas dúvidas no paciente quanto à causa, gravidade do problema e como tratar. Alguns graus de calvície são passíveis de tratamento clínico e cirúrgico simultaneamente. O procedimento, que tem sido buscado cada vez mais por homens e mulheres, deve ser feito por médico especialista no assunto. Para saber se há indicação do transplante é fundamental realizar uma consulta, exame e esclarecimento com o médico especialista.

O transplante capilar é uma cirurgia minimamente invasiva que pretende implementar folículos pilosos (estruturas localizadas na pele e de onde nascem os cabelos ou pelos) nas áreas onde não exista cabelo ou onde exista em uma menor densidade. Estes folículos são retirados das áreas onde existe cabelo, habitualmente da região da nuca e das partes laterais do couro cabeludo.

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“O transplante capilar é um procedimento extremamente seguro. Desenvolvi a técnica Preview Long Hair de transplante capilar sem raspagem da cabeça, sem curativo, com fio longo, para FUE (folicular unit extraction) ou FUT (follicular unit transplantion), com anestesia local pura ou com sedação, além de outras técnicas complementares que mostram resultados muito eficazes”, afirmou o Dr. Marcelo Pitchon, médico cirurgião, que opera em São Paulo e Minas Gerais, e é referência internacional no assunto.  

Mas nem todas as pessoas possuem indicação para efetuar um transplante capilar. É necessário que exista sempre uma avaliação prévia por parte de um médico dermatologista para que seja efetuado o diagnóstico definitivo e excluir algumas patologias que possuem contraindicação para o transplante capilar. Ou seja, o tratamento é recomendado a doentes que possuam as condições que permitam resultados duradouros. Isto porque algumas patologias comprometem os resultados esperados.

De um modo geral, é recomendada a doentes com as seguintes patologias: calvície masculina ou feminina e pessoas que perderam cabelo após uma queimadura ou ferimento no couro cabeludo. O pré-operatório é simples e requer apenas algumas análises ao sangue, como um hemograma, função renal, estudo da coagulação, entre outros. Não é preciso realizar jejum antes da realização da cirurgia. "Um atendimento personalizado desde a primeira consulta é fundamental”, alertou Pitchon.  

Uma das técnicas mais populares atualmente é a raspada. “Criei a técnica agora premiada, sem raspagem da cabeça pensando nas mulheres e nos homens que não querem ter suas cabeças raspadas para um transplante capilar. A técnica é super minuciosa, artesanal e o procedimento é feito com anestesia local. A colocação das unidades foliculares é realizada uma a uma e, para isso, trabalhamos com lupas de aumento. Utilizamos "micro punches", “micro agulhas” ou “micro lâminas”, que são instrumentos que possibilitam realizar micro incisões circulares ou lineares para extrair as unidades foliculares, que serão depois implantadas na área calva”, explicou Pitchon – o primeiro brasileiro ganhador em 2021 do maior prêmio científico mundial da cirurgia capilar, o Golden Follicle Award, prêmio anual da ISHRS. Antes do procedimento, o médico recomenda a realização do exame de tricoscopia e um planejamento completo.  

O transplante capilar sem raspagem da cabeça e com o uso de fios longos pode ter a duração de três a oito horas, não requer internação - e o paciente estará liberado para a maioria das atividades em 24hs. Segundo o médico, a maioria dos pacientes já apresenta uma diferença significativa quanto ao crescimento de fios após seis meses do transplante, mas o resultado final pode ser observado após de nove a 12 meses.

O tratamento e o tipo de técnica usada deve ser personalizado para as necessidades de cada paciente. Os resultados após o transplante capilar são “quase” definitivos, desde que se mantenha um acompanhamento e tratamento pós-operatório em consulta da dermatologista. E o processo de cicatrização fica completo ao fim de três ou quatro dias e não fica visível qualquer cicatriz linear.   

 

Um novo método para a realização de transplante capilar em homens deve chegar ao País no próximo mês e promete um procedimento mais preciso e sem cicatrizes. A novidade é a utilização de um robô, chamado Artas, que faz a remoção dos folículos capilares, grupos com dois a quatro fios de cabelos, sem a necessidade de cortes e com redução de até 20% no tempo do processo, que pode demorar entre seis e nove horas. Normalmente, o procedimento de retirada das unidades foliculares é manual e feito por oito a dez profissionais.

"Com o robô, nós removemos de forma mais rápida e mais precisa, porque ele tem um sistema de imagem que emite um laser guia que mostra para o aparelho a posição do cabelo e já colhe na posição (correta) com um número menor de danos foliculares", explica João Carlos Pereira, dermatologista especializado em Cosmiatria e Cirurgia Dermatológica e integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Por hora, o robô remove até 1 mil unidades foliculares e são necessárias 1,5 mil a 2 mil por procedimento.

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Pereira será um dos primeiros especialistas brasileiros a oferecer a técnica que utiliza o robô. Vice-presidente sênior da Restoration Robotics, empresa que produz o sistema robótico, Miguel Canales diz que o equipamento foi lançado em 2011 nos Estados Unidos e já é comercializado em 17 países. "O Brasil é o país mais recente e o primeiro da América Latina a adotar o robô."

Segundo Canales, a técnica feita com o Artas pode trazer uma série de vantagens para os pacientes brasileiros. "Com a introdução do Artas no Brasil, homens vão ter uma nova opção de ter um procedimento de transplante capilar menos invasivo, menos doloroso e sem uma cicatriz visível", afirma. O ponto negativo, segundo ele, é o preço, tendo em vista a tecnologia do equipamento. De acordo com a empresa que distribui o produto, a Advance Medical, o custo médio do tratamento é de R$ 30 mil.

Pereira, que já conhece a técnica, diz que o local da retirada dos enxertos capilares fica com furos de 1 milímetro que fecham em 48 horas. "Esse sistema do robô programa a distância entre as mudas que vão ser removidas para que não tire muito perto e não tenha uma falha de cabelos", completa. O dermatologista diz ainda que o robô minimiza o desgaste da equipe médica.

"Ele tem essa revolução porque consegue remover os cabelos por meio de um braço robótico controlado por um controle. É um trabalho cansativo e ele faz sem a fadiga manual e a variabilidade, pois repete o mesmo movimento inúmeras vezes precisamente."

Resultado

Após o procedimento, o paciente pode lavar o cabelo a partir do quinto dia. Entre 15 e 20 dias depois do transplante, todos os fios caem. "A raiz fica. A partir daí, começa a germinar um novo fio, que será definitivo. Os cabelos começam a apontar na pele três meses após o transplante", afirma Pereira.

Canales diz que a total transformação, quando os fios já estão mais longos, ocorre em menos de um ano. "Leva nove meses para o paciente ver o impacto estético completo do procedimento." O tempo é semelhante ao dos procedimentos utilizados atualmente.

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