A China quer enviar a Marte um veículo orientado à distância para explorar o planeta vermelho, em uma nova etapa do ambicioso programa espacial de Pequim, anunciou na sexta-feira um alto funcionário espacial chinês.
As autoridades aprovaram em janeiro a missão, declarou o diretor da Administração Espacial Nacional chinesa, Xu Dazhe, em uma coletiva de imprensa em Pequim. A operação deveria ser realizada por volta de 2020, explicou Xu, acrescentando que o prazo era "um desafio" mas que um êxito da tentativa significaria "um passo de gigante" nas capacidades espaciais do seu país.
"Nosso objetivo é entrar na órbita de Marte, aterrissar e pôr em movimento um robô, tudo em uma única missão, o que seria bastante difícil de realizar", afirmou. A China está investindo bilhões de iuanes em seu programa espacial e trabalhando para alcançar os Estados Unidos e a Europa.
Mas também quer competir com a Índia, que em setembro de 2014 se tornou o primeiro país da Ásia a alcançar Marte, com uma sonda de baixo custo que colocou em órbita em volta do planeta vermelho. Uma vez na superfície de Marte, segundo Xu, o robô chinês poderia estudar o solo, a atmosfera, e o meio ambiente do planeta, assim como procurar indícios de água.
"A pesquisa sobre esses temas é uma pesquisa sobre a própria humanidade e sobre as origens da vida", declarou. "Somente após o êxito desta missão, a China poderia afirmar que embarcou de verdade na exploração do espaço profundo", completou.
A China tem um ambicioso e multibilionário programa espacial militar que vê como um símbolo do progresso do país e do seu status global. Em 2013, Pequim conseguiu desembarcar na lua um robô chamado "Coelho de jade", que posteriormente apresentou problemas mecânicos. A China espera poder pousar por volta de 2018 sua sonda Chang'e-4 - cujo nome vem da deusa da lua na mitologia chinesa - no lado escuro do satélite natural da Terra.
Os Estados Unidos já enviaram dois veículos guiados à distância para Marte, e a antiga URSS e a Agência Espacial Europeia também realizaram missões no planeta vermelho. Em 2001, a China fracassou na sua primeira tentativa de por um satélite na órbita de Marte, quando o foguete russo que transportava o material falhou ao tentar sair da órbita terrestre.