Após 34 anos seguidos de horário de verão nas regiões centro-oeste, sudeste e sul do Brasil, o atual Presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), decretou que a alteração nos relógios não será adotada este ano. A decisão foi amada por muitos, e odiada por outros. Entre os que preferem o adiantar das horas, um dos maiores argumentos é a sensação de dias mais longos, onde as atividades parecem render mais.
Para o retificador Anderson Favaro, 32 anos, o horário de verão é sinônimo de mais tempo para a diversão. "Os dias na praia duram bem mais, pois demora para escurecer. Já na cidade, aquele happy hour com os amigos após o trabalho, com sol ainda, é bom demais", diverte-se.
##RECOMENDA##O principal objetivo do horário de verão era reduzir o consumo de energia. Já que havia luz solar por mais tempo, as lâmpadas ficariam ligadas por um período menor. Porém, muitos consumidores dizem que nunca perceberam uma redução significativa no consumo de energia, nem mesmo aqueles que preferem os "dias mais longos". "Notei pouca diferença nas contas de energia, mas acredito que mesmo com pouca redução no valor das contas, a medida deve ser aplicada, ainda mais em tempos de crise", argumenta Favaro.
Entre as pessoas que não gostam do horário de verão, a maior reclamação é de que a mudança, que dura aproximadamente 120 dias, só serve para bagunçar a rotina. A funcionária pública, Gislaine Nascimento, 46 anos, é uma das pessoas que não conseguia se acostumar com a mudança. "Tinha muita dificuldade em ajustar meu relógio biológico. Quando melhorava um pouco, o horário de verão acabava. Acho que não deveria ter mais", conta ela, que diz não perceber diferença alguma nas contas de energia elétrica. "Me pergunto se realmente há economia de energia com esta medida", complementa.
Para a funcionária pública, o horário de verão é uma ilusão, já que as atividades domésticas e profissionais são as mesmas independente do horário.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, nos últimos anos houve uma mudança no hábito de consumo de energia da população. Sendo assim, o período da tarde era quando a população mais consumia eletricidade. Considerando as mudanças, foram solicitados novos estudos sobre os impactos do horário de verão para o sistema elétrico. Os estudos indicaram que a mudança no horário deixou de produzir os resultados para os quais essa política pública foi formulada, perdendo a razão de ser aplicada sob o ponto de vista do setor elétrico.