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Cinquenta e cinco casos de graves violações à liberdade de expressão contra jornalistas e defensores dos direitos humanos - homicídios, tentativas de homicídio, ameaças e tortura - foram registrados no País ao longo de 2014, segundo levantamento da organização não-governamental Artigo 19, com sede no Reino Unido e representação brasileira. O número representa 15% de aumento em relação ao computado pela ONG em 2013.

Os casos compilados são de pessoas que sofreram violência por atividades ligadas diretamente à liberdade de expressão, como militantes de movimentos populares, lideranças comunitárias e sindicalistas que organizam protestos (34 vítimas, das 55) e jornalistas que fazem reportagens sobre condutas criminosas ou que emitem opiniões em editoriais (21).

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A principal violação foi a ameaça de morte: 28 registradas. Foram 15 assassinatos, sendo 12 de ativistas e três de comunicadores. Políticos e policiais são os principais suspeitos dos crimes; nas cidades rurais, os acusados são proprietários de terra.

O Sudeste foi apontado como a região com maior volume de casos, 17; cidades com até cem mil habitantes foram consideradas mais perigosas (32 crimes). Entre as áreas de atuação dos ativistas estão as da luta por terra e pelos direitos da comunidade LGBT.

A quantidade de violações sofridas por militantes dobrou de 2013 para 2014, o que pode ser explicado pelo recrudescimento da tensão no campo - os ativistas rurais foram os que mais sofreram em 2014 (dez homicídios).

O trabalho da ONG observa que as violações se deram de forma sistemática e têm como objetivo calar as vítimas. Aponta que a impunidade é regra e cobra do Estado brasileiro respostas aos casos relatados nominalmente, além da elaboração de políticas preventivas.

O relatório foi divulgado no domingo, 3, por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, e seus números foram passados nesta segunda-feira, 4, ao ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, em evento sobre o tema na Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

O ministro disse que informará a presidente Dilma Rousseff e que deve ser criado grupo de trabalho com entidades de jornalistas para que se aprimore a segurança no exercício da profissão. "É lamentável que em um país com uma democracia consolidada tenhamos profissionais de imprensa perdendo suas vidas", afirmou Silva.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse nesta sexta-feira que é importante manter a porta aberta para discussões com a Rússia sobre a Ucrânia, mas que o Ocidente precisa ser consistente na resposta a violações do direito internacional.

Depois de uma reunião com líderes empresariais da Alemanha nesta sexta-feira, Merkel salientou que "negociações são a melhor oportunidade para encontrar soluções". Mas afirmou que é importante que "violações do direito internacional não ocorram sem comentário ou efeito". Nações ocidentais se preparam para impor sanções se Moscou não recuar com relação à sua posição na Ucrânia.

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O chefe da Federação das Indústrias Alemãs, Ulrich Grillo, disse que "sanções não ajudariam as relações de negócios (entre Alemanha e Rússia) - sobretudo a confiança nessas relações - mas para mim, para nós, o direito internacional está acima de tudo". Fonte: Associated Press.

O Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA) entrou com uma ação civil pública contra a Vale, alegando violações a regras ambientais e de segurança do trabalho. Os procuradores pedem uma indenização de R$ 37,8 milhões à mineradora por dano moral coletivo.

Em comunicado, o MPT diz que investiga a Vale desde 2007 e já instaurou seis inquéritos civis para apurar denúncias de "irregularidades e acidentes de trabalho que resultaram na morte de cinco funcionários".

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Iniciada no fim do ano passado, a ação corre na 7ª Vara do Trabalho de São Luís. Os procuradores Anya Gadelha, Maurel Selares e Christiane Nogueira recomendaram o cumprimento de 38 obrigações e sugeriram a aplicação de multa diária de R$ 200 mil por medida desobedecida. "A empresa, ao longo dos anos em que está instalada no Maranhão, vem desrespeitando normas elementares de segurança e saúde no trabalho, construindo cenários macabros de acidentes de trabalho fatais que chocaram a sociedade maranhense", afirma Gadelha na nota.

Os procuradores citam o episódio em que sete trabalhadores que prestavam serviço para a Vale no Píer III do terminal portuário da Ponta da Madeira, em São Luís, foram atingidos por uma calha do transportador de minério, em abril de 2010. Segundo o MPT, dois morreram e os outros cinco sofreram lesões.

Em nota, a Vale informa que "já apresentou todos os argumentos e documentos que demonstram o cumprimento das normas de saúde e segurança do trabalho, bem como as boas práticas adotadas para eliminação de ocorrência de acidentes". A mineradora afirma que prioriza a saúde e segurança de seus funcionários e contratados.

As denúncias a violações de direitos humanos recebidas pelo Disque 100 aumentaram 77% em 2012 em relação ao ano passado. De acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira (10) pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em 2011 o serviço acolheu 87.764 denúncias. Este ano, esse número subiu para 155.336. O aumento se deu em todas as áreas atendidas, porém a que apresentou uma maior expansão foram as denúncias de violação a idosos, com avanço de 199%, passando de 7.160 registros em 2011 para 21.404 em 2012.

Depois dos idosos, o grupo LGBT teve o segundo maior aumento (197%), seguido da pessoa com deficiência (184%). A categoria criança e adolescente teve 59% de aumento das denúncias em 2012 e a população em situação de rua, 26% - o menor aumento de denúncias entre os grupos atendidos.

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Segundo a Secretaria, de janeiro a novembro de 2012, o Disque Direitos Humanos (Disque 100) realizou 234.839 atendimentos, dos quais 10.131 (4,3%) orientações e disseminação de informações; 155.336 (66,1%) denúncias; 68.651 (29,2%) repasses de informações à população sobre telefones e endereços de serviços de atendimento, proteção e responsabilização presentes nos Estados e municípios; e 715 (0,3%) de outras manifestações, como elogios, sugestões e solicitações.

Por região, a Secretaria avalia que os Estados do Norte apresentaram "importante crescimento das denúncias". Na comparação entre 2011 e 2012, houve "considerável aumento" para o Estado do Amapá (153%), Acre (129%) e Roraima (104%). O Distrito Federal (120%) e Mato Grosso do Sul (114%) também aparecem como unidades da Federação de destaque no aumento do uso do Disque 100 para denunciar casos de violação de direitos humanos.

Perfil de 2012

De acordo com o balanço, das 155.336 denúncias registradas este ano, 77,5% (120.344) são relacionadas a violações contra crianças e adolescentes; 13,8% (21.404) contra idosos; 4,8% (7.527) contra pessoas com deficiência; 1,8% (2.830) de violações cometidas contra a população LGBT; 0,3% (489) contra população em situação de rua. Os outros 1,8% (1.603), segundo a Secretaria, referem-se a denúncias de "outras populações em situação de vulnerabilidade acrescida de assuntos relacionados a direitos humanos, como quilombolas, indígenas, ciganos, violência policial, tortura, entre outros".

Contra crianças e adolescentes, as maiores violações registradas pela Disque 100 são a negligência, que mostra a ausência ou ineficiência no cuidado (com 68%), seguida de violência psicológica (49,2%), violência física (46,7%) e violência sexual (29,2%).

Em relação aos idosos, o serviço registrou 68,7% de violações por negligência, 59,3% de violência psicológica, 40,1% de abuso financeiro/econômico e violência patrimonial e 34% de violência física.

As violações registradas contra a população LGBT indicam que 93,2% são de violência psicológica, 82,7% discriminação, 36,2% violência física, 6,2% de negligência, 4,3% de violência sexual e 2,5% violência institucional. "Os dados para a população LGBT revelam que é a população com o maior registro de violações na categoria violência", destaca o documento.

A Secretaria explicou que as manifestações de violações de direitos humanos acolhidas pelo Disque 100 são examinadas e depois encaminhadas aos órgãos responsáveis para apuração e providências cabíveis. O Disque Direitos Humanos funciona 24 horas, todos os dias, inclusive fins de semana e feriados.

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