Afinal, o Facebook ultrapassou o Orkut ou não?

idgnowpor Nowdigital qui, 06/10/2011 - 09:20
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Para um instituto, o Orkut foi superado pelo Facebook no Brasil. Para outro, ele continua à frente – bem à frente – por possuir 11 milhões de usuários a mais. Embora os dados sejam bastante distintos, em um ponto há consenso: se a rede de Zuckerberg ainda não é a líder no País, ela em breve será.

A questão voltou à tona mês passado, quando o Ibope Nielsen confirmou que o Facebook atingira 30,9 milhões de usuários únicos em julho, mais, portanto, que os 29 milhões do Orkut. Uma semana depois, porém, seria a vez da comScore revelar seu estudo, divergindo do que já era tratado como certo: em agosto, a rede social da Google teve 35,7 milhões de usuários únicos, ante 24,5 milhões da rival.

Para Alex Banks, vice-presidente da comScore para a América Latina, a brutal diferença pode ser explicada pelas metodologias utilizadas. Ele afirmou não poder comentar o método utilizado pelo Ibope, mas destacou a presença de sua empresa no Brasil. “Monitoramos mais de 50 mil usuários, espalhados por todas as regiões, e a partir deles que construímos nossas estatísticas”. Trata-se de uma medição por painel, que elege certo número de pessoas a fim de representar o acesso à Internet como um todo.

O executivo acredita que em até nove meses a primeira colocação do setor passará para as mãos do Facebook – sua audiência triplicou em doze meses, enquanto que a do Orkut cresceu 20% - mas faz uma ressalva: “Nos próximos meses, incluiremos lan houses ao universo, e acredito que o Orkut se beneficiará disso”. Até agora, apenas o uso em casa ou no trabalho repercutia nos dados.

Aparentemente, o Ibope utiliza sistema parecido ao da comScore. “Nosso painel de pesquisa de audiência de internet (...) representa o comportamento e características demográficas do internauta brasileiro por meio de amostragem e projeções estatísticas”, afirmou, via e-mail, ao IDG Now!. O instituto monitora 22 mil internautas e afirma que seu modelo é utilizado em outros países, como Estados Unidos e Alemanha. Usuários de lan house não entram nas estatísticas, mas a empresa quer passar a considerá-los, tal qual a Nielsen já faz na França e na Austrália.

Visitas e cadastros
No mercado de mídias sociais, o Brasil pode ser comparado à Índia – lá, o Orkut era o mais usado até julho de 2010, quando foi ultrapassado pelo FB. No começo, quando o concorrente chegou, ele continuou crescendo; depois, manteve-se estável por alguns meses, para, só daí, começar a cair. Por aqui, deve-se ressaltar, nem a primeira etapa foi suplantada.

“O Facebook é a rede social global. Poucas existem além dela, e podem estar com os dias contados”, alerta Banks. Além disso, considerando que a atenção da companhia de Mountain View está voltada ao Google+ – o Brasil foi um dos países que melhor recebeu o novo site - é difícil apostar na sobrevivência de sua outra rede.

Outra questão importante é que as empresas contabilizam o número de usuários únicos, não a quantidade de cadastrados. De nada, afinal, servem milhões de internautas que, apesar de não terem apagados seus perfis, deixaram de acessar o site. O Orkut, por exemplo, estima possuir 43 milhões contas no País – bem menos do que sua audiência nos últimos meses. Quando a rede de Zuckerberg o ultrapassar em usuários únicos, será considerada a nova líder, independentemente de ter mais cadastrados ou não.

O próprio Facebook, há dois meses, disse ter 25 milhões de inscritos brasileiros. Aí a principal divergência entre os dois institutos aparece. A estimativa da comScore sugere que 500 mil usuários não acessam o portal apesar de terem uma conta. Para o Ibope, porém, 5,9 milhões visitaram a rede social em agosto, mesmo não possuindo um perfil.

“Contemplamos pessoas que navegaram no site Facebook, incluindo nas páginas públicas onde é possível o acesso de não usuários”, alega. Banks, por outro lado, acredita que o número de cadastrados deve ser semelhante ao de visitantes, pois pouco pode ser feito no site sem uma senha que libere a entrada.

O Orkut tem investido em uma tática curiosa para enfrentar o postulante à liderança: em vez de recursos inovadores, investe no marketing. Das últimas 20 atualizações no blog oficial, apenas uma tratava de novas funções (a aba conversas); as outras falavam de eventos transmitidos pela plataforma – entrevista com Emicida, show do Skank – comunidades – rugbt feminino, futebol – ou temas – dia mundial sem carro. Pelo visto, tem recorrido aos interesses culturais do brasileiro, em vez de pensar em suas necessidades. Dificilmente, tal proposta interromperá sua queda; nisso, mesmo o Ibope e a comScore devem concordar.

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