Ambientação com mercado é importante no curso superior
Na área de tecnologia, ter contato com ideias e desenvolver negócios pode ser o segredo do sucesso dos alunos
No ramo da tecnologia da informação não é raro conhecer histórias de pessoas que começaram seus projetos de empresa na faculdade. Alguns chegaram mesmo a abandonar o curso superior para realizar seus sonhos no ramo da tecnologia.
Bill Gates e Mark Zuckerberg são nomes de grandes profissionais de sucesso que não terminaram o curso superior, mas mesmo assim são famosos, ricos e influentes. Steve Jobs, falecido ano passado, é o nome maios icônico dessa lista. Ele estudou física, literatura e poesia na Reed College, em Portland (EUA), mas largou a faculdade depois de um semestre. Mas mesmo depois de abandonar formalmente a faculdade, ele continuou assistindo aulas, tanto para acompanhar amigos, quanto para ter lugar para dormir; além de frequentar um templo Hare Krishna para poder comer de graça toda semana. Depois Jobs foi para a Califórnia e dois anos depois ele fundou a Apple.
Várias dessas histórias reafirmam que não é preciso anos e anos de curso superior para se ter uma boa ideia ou criar algo que revolucione a vida das pessoas, porém ter um empurrão para o lado do empreendedorismo e criação de projetos durante ambiente acadêmico, pode ser muito produtivo e benéfico para os alunos.
Um grande exemplo disso é o Projetão, apresentação dos projetos da Disciplina de Desenvolvimento de Projetos dos cursos de orientados pelo professor Engenharia da Computação e Ciência da Computação do Centro de Informática (CIn) da UFPE Cristiano Coelho. Na última edição do programa, cinco projetos foram apresentados no último dia nove, envolvendo várias frentes. Nessa edição foram trabalhadas a geração de tutoriais, combate ao sedentarismo infantil, facilitação de compras por deficientes visuais e diminuição da evasão de alunos iniciantes em academias. “O Projetão é fundamental para o desenvolvimento dos profissionais de ciência e engenharia da computação, pois dessa forma eles despertam para os aspectos técnicos de gestão, trabalho em equipe, comunicação e proatividade” destaca Cristiano Coelho, professor da disciplina.
Alguns projetos construídos na disciplina já tem dado resultado. Segundo o professor Cristiano, dois trabalhos construídos no Projetão do CIn foram selecionados para passarem pelo processo de incubação do Porto Digital. Além disso, no mês de abril desse ano, a UBEE, empresa criada por um aluno do CIn com uma ideia pensada para a exposição de projetos foi selecionada para integrar a E-Bootcamp, evento mundial de startups que aconteceu durante os dias 10 e 15 de abril na Universidade de Stanford, no Vale do Silício, local que agrega diversos centros de tecnologia e empresas do ramo.
Segundo o último levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgado no ano passado, 17,3% dos empreendimentos criados em 2010 no Brasil foram desenvolvidos por esses jovens. Percentual que só fica atrás dos empresários entre 25 e 34 anos, que correspondem a 22% do total de novos negócios. Boa parte dessas novas empresas são provenientes de startups. Um mercado em expansão e passível de exploração por profissionais de ideias frescas e no início da carreira.
Também para estimular o empreendedorismo e a transformação de ideias em negócios ainda no ambiente acadêmico, a faculdade Estácio do Recife está desenvolvendo o projeto Startup Go, que visa à formação de startups. A ideia foi do professor do curso de Sistemas de Informação da instituição Felipe Pereira. “A ideia é reunir estudantes de áreas como informática, comunicação e administração para compartilhar ideias de negócios visando à criação de novas empresas na área de tecnologia”, comenta o professor. Para isso são realizadas reuniões periódicas em que os alunos do curso de Sistema de Informação e Mídias Digitais da faculdade possam apresentar suas ideias.
Durante esses encontros são formados grupos com estudantes que tenham interesse de negócios em comum e a partir daí o conhecimento teórico adquirido em sala de aula é colocado em prática na elaboração de um planejamento empresarial. “A formação de grupos com estudantes de diversas áreas contribui tanto para concepção da futura empresa (com ideias para os produtos e serviços a serem oferecidos) quanto na execução do mesmo. Para fortalecer os projetos, as equipes serão apoiadas por mentores, empresários e docentes com experiência de mercado, durante o desenvolvimento até o lançamento, ao longo de um semestre”, explica Felipe Pereira.
Alunos estão iniciando o projeto Restaurante City [http://www.restaurantecity.com.br/]. O site ainda está em fase experimental com avaliações e dicas dos restaurantes da cidade.