Oito lições aprendidas pela TI com os Jogos Olímpicos

computerworldpor Nowdigital qua, 15/08/2012 - 09:10

Os Jogos Olímpicos de Londres acabaram no último domingo (12/8), com o Brasil levando para casa 17 medalhas, sendo três de ouro. O saldo foi um dos melhores do País. Para a área de tecnologia da informação (TI) o acontecimento gerou alguns desafios e lições foram aprendidas após o evento.

Veja abaixo oito lições que podem ajudar a companhia a melhorar os serviços no data center ou no monitoramento de rede. Tome nota e prepara-se para 2016.

1. Business Intelligence pode expor dados de novas formas

O QlikTech, software de business intelligence (BI) que transforma dados em conhecimento de negócios, revelou alguns fatos surpreendentes durante os jogos, mostrando, em tempo real, os 30 atletas mais populares.

É possível, rapidamente, identificar o motivo pelo qual Anthony Deighton, CTO da QlikTech, disse que o aplicativo ajudou os telespectadores a preverem quem poderia ganhar as medalhas de bronze, prata ou ouro. A lição é sobre dados de descoberta que um CIO pode não ter visto antes de usar resumos visuais rápidos. Ele diz que a convergência das redes sociais com inteligência de negócios capta o poder das multidões para apoiar decisões com velocidade.

2. Mantenha os olhos na rede durante as transmissões online

Mark Urban, especialista em segurança de rede da Blue Coat, empresa que fabrica aparelhos para cache de rede, diz que um funcionário assistindo a um fluxo de alta definição da Olimpíada pode consumir cerca de 30% de uma linha T1, de acordo com monitoramento da rede da própria empresa. Urban diz que há custos diretos para essa saturação de vídeo, a maioria delas relacionada com a gestão de rede para eventos ao vivo e gravados. Esse ano, diz, o número de visualizações do YouTube duplicou e somou 53 milhões.

3. Redes sociais podem derrubar serviços

Durante o evento em Londres, os fãs começaram a twittar sobre a corrida de bicicleta e congestionaram a rede. Na prova, comentaristas da BBC ficaram incapazes de narrar o avanço dos atletas. A culpa, segundo a emissora, foi do Olympic Broadcasting Service (OBS), que não conseguia enviar pela rede os dados coletados por pequenos GPS instalados em cada bicicleta para indicar a posição do ciclista ao longo do caminho.

Brian Jacobs, gerente de produto sênior da Ipswitch Network Management, diz que o problema poderia ter sido evitado usando software de gerenciamento de rede, que coloca um limite específico para a atividade em um determinado site (incluindo o Twitter). Para os CIOs, a lição é no sentido de assegurar que é preciso existir um plano de contingência para manter a rede funcionando.

4. Teste de estresse do website na nuvem

As simulações podem ajudar a prevenir desastres. Para o site London2012.com, do Comitê Organizador de Londres (LOC), usou-se um software de teste em nuvem para simular até 1 bilhão de pessoas acessando o site de diferentes localidades em todo o mundo. A solução CloudTest usa 17 servidores para percorrer um site e descobrir se ele vai sobreviver ao uso intenso de um evento.

Paul Bunnell, arquiteto-chefe do LOC, diz que a comissão recorreu à tecnologia para realizar testes durante eventos populares, como a final da prova dos 100 metros na natação.

5. Plano para implementações em massa e treinamento

Uma lição interessante deixada pelos Jogos é sobre como gerenciar um grande roll out. A Acer foi solicitada para fornecer a maior parte da infraestrutura de TI provendo servidores, laptops e dispositivos móveis.

Para preparar-se para os jogos, a empresa enviou 420 pessoas para Londres para instalar, testar e gerenciar os equipamentos de TI. Todd Olson, gerente do programa Acer nos Jogos Olímpicos de Londres, diz que sua equipe implementou a solução pela primeira vez em 2009 e treinou o time de LOC antes dos primeiros eventos. Ele diz que o maior desafio foi garantir que o LOC poderia reter os conhecimentos passados pela capacitação durante duas semanas agitadas.

6. Proteja dispositivos perdidos ou roubados

A Venafi, empresa de segurança, realizou um estudo e descobriu que havia um potencial de 67 mil telefones móveis que poderiam ser perdidos durante o período de duas semanas. Curiosamente, Gregory Webb, porta-voz da Venafi, diz que o conceito de segurança por perímetro para dispositivos móveis não funciona em um evento amplo como a Olimpíada.

É impossível conter smartphones em um sentido físico. Uma vez que muitos dos telefones perdidos serão corporativos, a única solução é criptografar os dados. Webb diz que a lição é proteger não apenas os terminais de rede [os servidores da empresa], mas os dados e como as informação são acessadas.

7. Evite scams em potencial

Grandes eventos produzem esforços de scam, e a Olimpíada não é exceção. Durante os Jogos, os participantes são, muitas vezes, apanhados na emoção da competição e podem ser vítimas de súbitas notícias ou anúncios falsos, como tweets sobre um criminoso ou links que levam a mais informações.

Ondrej Krehel, o oficial de segurança da informação do IDentity Theft 911, diz que ataques de engenharia social saltam durante grandes eventos. A lição para qualquer empresa é que os empregados podem ser mais suscetíveis a novas técnicas de invasão se eles estiverem distraídos.

8. Amplie a capacidade do data center

Antes de qualquer evento de alto nível, especialmente na magnitude de uma Olimpíada, certifique-se se data center pode lidar com o ataque. Neil Cresswell, diretor-gerente da empresa de gestão de infraestrutura Savvis, diz que a companhia planeja-se para os Jogos Olímpicos por 18 meses. Para Londres, adicionou um data center, para aumentar a capacidade para 1,1 megawatts na área de Londres West.

Além disso, geradores de combustível foram adquiridos por precaução, diz ele, caso houvesse algum problema de transporte de combustível. Finalmente, a Savvis limitou-se à manutenção não-crítica durante os Jogos.

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