Qual a diferença entre tecnólogo e bacharel em TI?
Muitos jovens que estão terminando o ensino médio vão prestar vestibular nos próximos meses para ingressar na universidade. Alguns optaram por seguir carreira na área de Tecnologia da Informação, mas muitos ainda têm dúvidas se devem fazer um curso de graduação tecnológica ou bacharelado. Ambos são de nível superior. Mas a escolha por um ou outro vai depender do perfil do candidato, tempo que ele estabeleceu para se formar e recursos que possui para investir na sua formação.
A diferença entre um curso e outro é o tempo de duração e proposta de cada um. O curso tecnológico é mais focado na formação técnica, enquanto o bacharelado tem uma abrangência maior por preparar talentos com base cientifica, como por exemplo, cientistas da computação e engenheiros de software.
O curso de tecnólogo é mais direcionado para as pessoas que querem acessar mais rapidamente o mercado de trabalho, pois sua duração é de dois anos a dois anos e maio. Já o bacharelado dura entre quatro e cinco ano.
Por ser mais rápido, as pessoas confundem o curso tecnológico com o técnico do ensino médio. Porém, trata-se de uma formação de nível superior, com reconhecimento pelo Ministério de Educação (MEC).
Os alunos diplomados se tornam tecnólogos habilitados em uma das várias áreas aprovadas pelo MEC e ministradas por diversas faculdades do País como análise e desenvolvimento de sistemas, banco de dados, gestão de TI, redes de computadores, jogos digitais, segurança da informação e sistemas de telecomunicações.
Segundo o diretor acadêmico da faculdade de tecnologia Fiap, Wagner Sanchez, a principal diferença entre o tecnólogo e o bacharel é a formação mais rápida. Ele esclarece que os diplomados nessa área podem prosseguir depois, fazendo uma pós-graduação lato senso ou um MBA. .
Com essas características, Sanchez afirma que o curso tecnológico tem se tornado atrativo para jovens que querem chegar ao mercado de trabalho mais rapidamente. A Fiap forma cerca de 300 profissionais por ano, entre analistas de sistemas, especialistas em rede de computadores, bancos de dados e sistemas para internet.
"A procura por profissionais qualificados de TI no Brasil é tão grande que as empresas vêm aqui buscar esses talentos", conta o diretor da Fiap. Porém, ele aconselha que interessados avaliar os prós e contras de cada curso antes de fazer a escolha. "Essa é uma decisão, que às vezes, depende mais dos recursos financeiros da família".
Maurício Pimentel, diretor geral Faculdade de Tecnologia Bandeirantes (BandeTec), criada há dois anos e meio pelo grupo do colégio bandeirantes, afirma que a carga horária menor da graduação não torna o tecnólogo menos importante que o bacharel.
"Hoje a formação de tecnólogos é maior que a de bacharelados. Esse crescimento é porque os profissionais chegam mais rápido ao mercado de trabalho", informa Pimentel citando que se o Brasil quiser formar novos engenheiros de software para Copa do Mundo, não dará mais tempo.
Uma das vantagens do curso tecnológico, segundo, Eduardo Tambor, diretor de Planejamento e Estratégia da BandTec, é que o aluno tem mais foco na carreira, já que há menos matérias teóricas. No primeiro ano ele já começa a cursar as disciplinas profissionais. Por essa razão, inicia estágio cedo e logo no segundo semestre consegue oportunidade de emprego no mercado.
"Nosso índice de empregabilidade chega a 92%", conta o diretor da instituição, que acaba de formar sua primeira turma de tecnólogos com graduação em análise e desenvolvimento de sistemas, bancos de dados e redes de computadores.
Para que os talentos cheguem ao mercado de trabalho mais preparados, a BandTec incorporou ao seu currículo disciplina de inglês o Escritório de projetos, que dá oportunidade de os alunos vivenciarem situações práticas, como se já estivessem trabalhando numa empresa. Eles aprendem a lidar com prazos de entrega, negociação, orçamentos apertados para entrega de um software, por exemplo.
Perfil dos alunos
Os cursos tecnológicos são atualmente mais procurados por jovens que saíram do ensino médio e estão em busca do primeiro emprego. Mas também é buscado por profissionais que já fizeram uma faculdade e estão se reposicionado no mercado de trabalho.
As áreas que têm despertado mais interesse dos alunos são a de análise de desenvolvimento de sistemas e de banco de dados. Os formandos nessas áreas estão bastante valorizados por causa do aumento da mobilidade e Big Data. Esses talentos conseguem oportunidade de estágios para ganhar entre 1 mil reais e 2 mil reais. Depois de concluírem a faculdade, os salários variam entre 3,8 mil reais e 4,5 mil reais.
Pimentel observa que hoje os especialistas em banco de dados com experiência ganham cerca de 10 mil reais por mês. Ele afirma que esse talento está em alta no mercado por causa da necessidade que as companhias têm de lidar com grandes bases de dados e dar inteligência às informações.
Jovens talentos
Samara Freitas, de 20 anos, é uma das mais novas tecnológas do mercado, formada pela primeira turma da BandTec. Ela conta que antes de entrar na faculdade sabia que queria atuar na área de TI e chegou avaliar os cursos de bacharelado. Acabou se decidindo pelo de banco de dados do curso tecnológico.
Para ela, a grande vantagem foi conseguir ingressar com mais velocidade no mercado de trabalho. No primeiro semestre já estava estagiando e hoje é analista de business intelligence da Genesys. "Penso mais tarde em fazer uma pós-graduação", conta ela.
Outro que pensa como Samara é Gustavo Rodrigo, recém-formado em análise de desenvolvimento de sistemas. Ele trabalha atualmente para a Dev Partner, como analista de negócios e acha que fez a opção certa, já se planejando para cursar no próximo ano marketing digital.
Samara e Gustavo estão entre os três alunos da primeira turma do curso tecnológico da BandTec, que tiveram melhor desempenho durante os dois anos e meio de curso. Como premiação eles ganharam uma viagem para o Vale do Silício, nos Estados Unidos, onde tiveram a oportunidade visitar as universidades de Berkeley e Standford, além das empresas do setor de TI Zendesk, Qualcomm, Google e Mozilla.