Profissionais de TI podem estudar no exterior
Estão nos seus projetos dar um upgrade na sua carreira em 2013 com estudos fora do Brasil? Jovens talentos que estão fazendo graduação na área de tecnologia da informação ou profissionais que já atuam no mercado e fazem pós-graduação podem concorrer a uma bolsa para estudar no exterior pelo programa Ciências sem Fronteira (CsF). As inscrições para seleção para o próximo ano estão abertas.
O prazo das inscrições para bolsa em cursos de graduação sanduíche vai até 14 de janeiro. Já para os programas de doutorado o prazo encerra no dia 31 de janeiro de 2013.
O CsF foi criado pelo governo federal com o objetivo de promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, inovação e competitividade brasileira por meio do intercâmbio com universidades estrangeiras. Pela iniciativa, alunos de graduação e pós-graduação têm a oportunidade de fazer estágio no exterior e manter contato com sistemas educacionais de tecnologia avançados.
Em operação desde julho de 2011, o CsF tem a meta de financiar 101 mil bolsas até 2015 para estudantes e pesquisadores no País e exterior. Desse total, 75 mil bolsas serão concedidas pelo governo federal e 26 mil pela iniciativa privada. Balanço que acaba de ser divulgado pelo governo federal revela que em pouco mais de um ano foram beneficiados 21.418 mil bolsistas, entre os quais 1.185 são de cursos da área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
O programa beneficia alunos da graduação e pós-graduação de cursos considerados estratégicos para o desenvolvimento do Brasil. A área de TIC é uma das prioridades em razão do crescimento dessa indústria e carência por mão de obra especializada.
Dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), revelam que a escassez por profissionais capacitados é uma barreira para sustentar o crescimento do setor de TIC que registra taxas de expansão acima de 10% ao ano.
Esse é um negócio que movimenta 197 bilhões de dólares (em 2011) e tem um peso significativo na economia do País, tendo respondido por 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado.
O setor de TIC foi considerado pelo governo da presidente Dilma Rousseff uma das indústrias essenciais para a competitividade e produtividade da economia nacional. Pesquisa da IDC, contratada pela Brasscom, prevê que até 2015 o segmento continuará aquecido, registrando taxas de crescimento de 10% ao ano.
Atualmente, o setor emprega 1,2 milhão de profissionais. Entretanto, esse exército não é suficiente para atender as demanda da indústria. Estudos da Brasscom apontam que o País deverá fechar 2012 com um déficit de 115 mil especialistas em TI, ante 92 mil no ano passado.
Formação de novos cérebros
O CsF é uma das iniciativas do governo federal para tentar reverter esse quadro, com a formação de novos cérebros tanto para transmissão de conhecimento nas universidades quanto para atuar no mercado de trabalho, ajudando nos projetos de inovação da indústria. Existem outros programas como o Pronatec e Brasil Mais TI.
O programa é coordenado pelos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC). O apoio financeiro vem de instituições de fomento das duas pastas que são CNPq e Capes. Também é suportado pelas Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.
O CsF financia bolsas de estudos de graduação e doutorado sanduíche, que significa que o aluno pode fazer uma parte do curso no Brasil e outra no exterior. O programa beneficia ainda doutorado pleno, pós-doutorado, professor visitante especial e jovem talento que vão estudar fora do País.
De acordo com o balanço do CsF, os mais de 21 mil bolsistas atendidos pelo programa até agora estão espalhados por mais de 30 países, onde há instituições parceiras do projeto.
"Os bolsistas do CsF devem voltar e permanecer no País por, pelo menos, o mesmo período em que ficaram estudando no exterior com o nosso apoio. Com isso, devem contribuir com pesquisas em empresas e instituições brasileiras", informa o coordenador do CsF na Capes, Geraldo Nunes Sobrinho.
O governo brasileiro paga 100% dos custos dos pesquisadores no exterior. A bolsa inclui auxilio para deslocamento, moradia, plano de saúde. Confira aqui os valores que o CsF financia para cada curso no exterior
O programa também busca atrair pesquisadores estrangeiros que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os brasileiros em áreas consideradas estratégicas. A iniciativa dá ainda oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior.
Novas inscrições
O CsF lançou no mês passado as novas chamadas para graduação sanduíche para interessados em estudar na Austrália (G8/ATN), Alemanha, Canadá (CALDO/CBIE), Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria, Itália, Japão, Noruega, Portugal, Reino Unido e Suécia.
As inscrições vão até 14 de janeiro de 2013. Os bolsistas iniciarão suas atividades no exterior a partir de meados de 2013, caso realizem curso de idioma, ou, em setembro de 2013. Para saber detalhes sobre o tempo prévio ao início do semestre letivo para curso de idioma no exterior o candidato deverá observar o texto de cada chamada.
Para Austrália foi adicionada a chamada para o ATN, conheça mais sobre as Universidades Tecnológicas da Austrália clicando aqui. Para os Estados Unidos foram liberadas duas chamadas: uma para tecnólogos e outra para as Universidades e Instituições Comunitárias Historicamente Negras.
Foram reabertas as chamadas para Alemanha, Austrália-G8, Canadá-CALDO e CBIE, Coreia do Sul, Holanda e Reino Unido para entrada em setembro de 2013. Novos países entraram nestas demandas tais como: Espanha, França, Hungria, Japão, Suécia e Portugal.
As chamadas para novos países e as abertas em julho desse ano, as quais foram retificadas neste lançamento, trazem novos requisitos e cursos específicos de graduação os quais são os únicos elegíveis à concessão da bolsa.
Quem pode concorrer ao CsF
O candidato deve ter nacionalidade brasileira ou ser naturalizado. Precisa estar regularmente matriculado em instituição de ensino superior no Brasil em cursos relacionados às áreas prioritárias do programa e ter concluído 20% do currículo previsto para o curso no País.
Os interessados têm que ter sido classificado com nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com no mínimo 600 pontos. É exigido bom desempenho acadêmico.
De acordo com os requisitos, será dada preferência aos candidatos que foram agraciados com prêmios em olimpíadas científicas no País ou exterior. Também levam vantagem os que tenham tido ou estão usufruindo de bolsa de iniciação científica ou tecnológica do CNPq ou Capes.
Na listagem de cursos de graduação contemplados pelo programa, a área de TIC aparece com diversos cursos.