Venda de tablets despenca 35% no 2º trimestre de 2015

Alta do dólar e perda de interesse do consumidor seriam motivos para queda

por Nathália Guimarães dom, 18/10/2015 - 08:00
Reprodução Até o final do ano, a IDC Brasil estima que 6,5 milhões de tablets sejam comercializados Reprodução

As vendas de tablets caíram 35% no 2º trimestre, para aproximadamente 1,2 milhão de unidades, na comparação com o mesmo período do ano passado, informou nesta semana a consultoria IDC Brasil, citando a alta do dólar e a perda de interesse do consumidor pelo produto como fatores para a baixa.

Entre os meses de abril e junho de 2015 foram vendidos 1.271 milhão de tablets no Brasil, sendo que aproximadamente 34 mil são notebooks com tela destacável, que são contabilizados nesta categoria. O volume representa uma queda de 35% na comparação com o mesmo período de 2014 e de 29% quando comparado ao primeiro trimestre de 2015.

Foram vendidos 401 mil tablets em abril, 421 mil em maio e 446 mil em junho. Com estes números, o mercado brasileiro representa 3% do total de vendas no mundo e encerra o 2º trimestre de 2015 na 8ª posição no ranking mundial. Em relação ao ticket médio, 68% dos produtos vendidos custam até R$ 500.

O analista de pesquisas da IDC Brasil, Pedro Hagge, avalia que o desempenho do mercado ficou aquém do esperado principalmente por conta da alta do dólar, que fez com que mais da metade das marcas que faziam negócios no mercado brasileiro deixassem o País.

“Os tablets são produtos totalmente dependentes da cotação da moeda americana. Empresas menores, que importavam seus produtos de olho no bom desempenho do mercado, que aconteceu entre 2013 e 2014, e que não têm estrutura física e nem fabricação local, não conseguem acompanhar a flutuação do dólar”, complementa.

Outro fator decisivo para o desempenho é a perda do interesse do consumidor por este tipo de dispositivo. Durante alguns anos, o tablet foi considerado a segunda tela, porém, a partir do momento que os smartphones de tela grande se popularizaram e ficaram mais baratos, houve uma canibalização no mercado.

“Podemos somar a isso o fato de que o tablet não é um aparelho fundamental, ou seja, se ele quebrar ou se o consumidor tiver uma experiência ruim com o produto, a chance dele abandonar o equipamento é muito grande", completa o analista.

Até o final do ano, a IDC Brasil estima que 6,5 milhões de tablets, contando os notebooks com tela destacável, sejam comercializados, volume que representa uma queda de 29% frente a 2014 - quando 9,5 milhões de aparelhos foram vendidos.

COMENTÁRIOS dos leitores