Liberdade de acesso à internet diminui no mundo
De acordo com o relatório anual, 58% das pessoas das nações pesquisadas vivem em um país onde internautas ou blogueiros já foram detidos
O acesso à internet registrou queda pelo quinto ano consecutivo, informa a ONG Freedom House (FH) em um relatório que destaca os retrocessos notáveis na Líbia, Ucrânia e França.
De acordo com o relatório anual da ONG, 58% das pessoas das nações pesquisadas vivem em um país onde internautas ou blogueiros foram detidos pelo compartilhamento de conteúdos sobre temas políticos, sociais ou religiosos.
A liberdade de expressão na internet recuou em 32 dos 65 países estudados pela ONG desde junho de 2014. "Retrocessos notáveis foram registrados na Líbia, França e, pelo segundo ano consecutivo, na Ucrânia, dentro do conflito territorial e de propaganda de guerra com a Rússia", destaca a FH.
"A posição da França caiu principalmente por causa das polêmicas políticas adotadas depois dos ataques terroristas contra o Charlie Hebdo em janeiro", explica a ONG, que classifica o país em nono lugar no grupo dos 18 Estados livres.
A Líbia, incluída entre os 28 países considerados parcialmente livres, retrocedeu desde junho de 2014 principalmente por causa da violência inquietante contra os blogueiros.
A nova tendência global detectada pela FH em 2015 é que os governos pressionam cada vez mais os indivíduos e o setor privado, por meio de grupos como Alphabet (ex-Google), Facebook ou Twitter, para que estes retirem conteúdos, ao invés de uma censura direta.
A China tem a pior nota da lista (88), na lanterna dos 19 países não livres, atrás de Síria e Irã (87 pontos). Cuba e Etiópia completam a lista dos cinco Estado com menos liberdade de acesso à internet. O país com maior liberdade de acesso é a Islândia (6 pontos), seguida por Estônia, Canadá, Alemanha, Austrália, Estados Unidos, Japão e Itália.