Especialistas discutem o uso da internet por crianças

Em evento realizado na Universidade da Amazônia (Unama), Defensoria Pública e profissionais de Psicologia alertam para o perigo do descontrole e da exposição excessiva na rede

sex, 25/08/2017 - 16:20
Ariela Motizuki/LeiaJáImagens Debate, na Unama, esclareceu o público sobre o uso da internet Ariela Motizuki/LeiaJáImagens

A Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE), em parceria com o Núcleo de Atendimento Especializado da Criança e do Adolescente (Naeca), e a Universidade da Amazônia (Unama) promoveram uma audiência pública, na quinta-feira (24), sobre os riscos do uso excessivo da internet por crianças e adolescentes. O evento debateu o tema "A hipervulnerabilidade de crianças e adolescentes diante dos riscos pelo uso da internet", no auditório David Mufarrej, no campus da Alcindo Cacela da Unama.

O encontro reuniu representantes de empresas de internet e telecomunicação, a Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) e o Ministério Público, além dos departamentos de Psicologia da Unama e Universidade Federal do Pará (UFPA), que debateram e responderam perguntas do público sobre questões que envolvem o consumo de internet por crianças e adolescentes. Também entraram na pauta os direitos do consumidores sobre produtos que envolvem tecnologia e internet e comportamentos que o consumo excessivo de tecnologias podem gerar na sociedade.

O defensor Carlos Eduardo Barros, coordenador do Núcleo de Atendimento especializado da Criança e do Adolescente (NAECA), enfatizou que a proposta da audiência é discutir as diversas facetas dos excessos do uso da tecnologia e de conteúdos na internet. "Vamos discutir também os problemas psicológicos que o excesso pode causar e deixar os pais em alerta sobre os conteúdos que essas crianças e adolescentes estão consumindo", comentou Carlos.

A audiência fez parte de um processo de parceria e análises de demandas dos cursos de Psicologia das instituições de ensino e da Defensoria Pública do Estado do Pará. “Desde março deste ano, o Núcleo de Defesa do Consumidor entrou em contato com o curso de Psicologia da Unama, e começamos a estreitar uma discussão sobre os efeitos da internet na criança e no adolescente e sobre o direito do consumidor”, explicou Márcio Valente, professor e coordenador do curso de psicologia da Unama. O coordenador de curso também enfatizou a importância de debater a questão do desenvolvimento da criança e o uso de tecnologias. “Os efeitos nocivos da internet exigem muitos cuidados. Por exemplo, as crianças de até dois anos de idade não podem fazer uso de celulares, justamente porque o uso excessivo pode gerar déficit de atenção e até o próprio comprometimento do desenvolvimento cerebral”, enfatizou.

O público teve a oportunidade de debater as questões. O pedagogo e professor Miguel Pedro Castro contou que irá levar a questão da vulnerabilidade das crianças apresentada para a escola em que leciona. “Duas palavras me chamaram a atenção para esse evento, o abusivo e o excessivo. A vulnerabilidade da criança e do adolescente é muito importante e deve ser debatida. Eu vou levar com certeza para a escola onde eu trabalho essa questão, e sobre o que devemos ficar atento no uso excessivo e abusivo da tecnologia”, disse.

Por Ariela Motizuki.

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