Aplicativo detecta overdose e alerta médicos ou família

Aplicativo identificou corretamente cerca de 96% das overdoses em que a respiração parou por 10 segundos ou menos

por Nathália Guimarães sex, 11/01/2019 - 09:52
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Cientistas da Universidade de Washington criaram um aplicativo que dá a um smartphone a capacidade de detectar uma overdose e alertar outras pessoas serviços de emergência ou familiares do usuário.

Chamado Second Chances, o software ainda está em desenvolvimento, mas os pesquisadores esperam que ele seja aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), órgão que regulamenta medicamentos nos EUA, para, eventualmente, ser comercializado.

Os cientistas explicam que quando as pessoas sofrem uma overdose sua respiração muda em um padrão específico e previsível. O aplicativo usa a tecnologia de sonar para detectar essas mudanças e alertar um amigo, parente ou médico que pode fornecer medicamentos para reversão do quadro crítico.

O aplicativo não utiliza câmeras ou microfones para identificar uma overdose, em vez disso funciona enviando silenciosas ondas sonoras para o tronco das pessoas a até um metro de distância. Em seguida, ele monitora os sinais que são refletidos de volta, porque eles mudam quando os padrões respiratórios ficam alterados.

A parte complicada, segundo os cientistas, foi ensinar o algoritmo a reconhecer quais padrões correspondiam a uma overdose. Para fazer isso, a equipe testou o aplicativo com 194 voluntários de um centro de consumo de droga assistido em Vancouver, no Canadá.

Na clínica de Vancouver, os participantes injetaram opióides sob supervisão da equipe médica e os que apresentaram overdose foram ressuscitados. O aplicativo, instalado em um Galaxy S4, identificou corretamente cerca de 96% das overdoses em que a respiração parou por 10 segundos ou menos.

Também foi capaz de detectar 87% das vezes em que a respiração diminuiu significativamente e previu corretamente 19 das 20 overdoses simuladas. O aplicativo não deve ser executado o tempo todo em segundo plano no celular.

Em vez disso, a ideia é que as pessoas que usam opiáceos liguem o aparelho nos minutos antes da injeção e desligue-o assim que ficar claro que estão em segurança. Agora, a equipe de cientistas está trabalhando para melhorar a interface do usuário e tornar o algoritmo mais sensível.

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