Pandemia: excesso de redes sociais pode ser prejudicial
Profissional orienta a dividir o tempo com outras tarefas e a não expor assuntos pessoais na internet
Por conta do isolamento social causado pelo coronavírus (Covid-19), as redes sociais se tornaram uma das principais fontes de entretenimento. De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Kantar, que recolheu dados de mais de 25 mil pessoas, Facebook, WhatsApp e Instagram tiveram um crescimento de 40% no período de 14 a 24 de março.
Com a intensidade do uso das redes sociais, as pessoas estão perdendo a capacidade de se comunicar fisicamente, segundo a psicóloga Kelly Laia. "Você já vivenciou uma situação em que, um amigo desviou a atenção durante uma conversa presencial por alguns segundos para visualizar uma notificação de rede social? Quando isso ocorre, perde-se a oportunidade de estabelecer contato com o outro", diz.
De acordo com a psicóloga, o uso descontrolado das mídias sociais tem contribuído para doenças psicológicas, pois ao mesmo tempo que a internet diminui a solidão, a exposição intensiva de informações pode causar depressão e ansiedade. "Durante a pandemia, as pessoas estão utilizando as redes para comentar a crise, compartilhar suas experiências e buscar por informações que nem sempre são verídicas. Isso gera medo, estresse desnecessário e angústia, prejudicando aqueles que são fragilizados emocionalmente", explica.
Para um uso saudável da internet, a psicóloga orienta as pessoas a reduzirem o uso das redes sociais e dividir o tempo com outras tarefas, como leituras, ouvir músicas ou praticar atividades físicas. Ela também destaca que nem tudo que é publicado nas redes sociais é verídico, orientando as pessoas a buscarem por fontes de informações confiáveis. "Outra dica, é não expor assuntos pessoais nas redes. Busque por alguém de sua confiança para desabafar, mesmo que por meio digital, porém em contato privado. Se possível, procure um profissional e faça psicoterapia", finaliza.