Conselho de Segurança da ONU debate sobre cibersegurança
O assunto tem sido uma preocupação crescente evidenciada pela recente troca de opiniões sobre o assunto entre o presidente americano, Joe Biden, e seu homólogo russo, Vladimir Putin
O Conselho de Segurança da ONU realiza nesta terça-feira (29) sua primeira reunião pública formal sobre segurança cibernética, uma preocupação crescente evidenciada pela recente troca de opiniões sobre o assunto entre o presidente americano, Joe Biden, e seu homólogo russo, Vladimir Putin.
Em uma cúpula em Genebra, Biden estabeleceu limites para Putin, cujo país é frequentemente acusado de estar por trás do ataques de hackers. Nesse caso, os EUA definiram 16 entidades "intocáveis", desde o setor de energia até a distribuição de água.
“É uma lista de infraestruturas críticas que todos os países possuem”, sublinha um embaixador europeu especializado no assunto.
“Na primeira comissão da ONU (que trata de desarmamento), já concordamos em 2015, há seis anos, em nos abster de qualquer atividade cibernética maliciosa contra as infraestruturas críticas de cada Estado membro da ONU”, acrescentou, sob condição de anonimato.
O encontro, promovido pela Estônia, que preside atualmente o Conselho de Segurança e o país líder na luta contra a pirataria de computadores, será realizada virtualmente e em nível ministerial.
O Conselho de Segurança já debateu a questão no passado, mas informalmente, em público ou a portas fechadas.
- Abordagem mais inovadora -
“Não é uma área em que possamos esconder a cabeça (sob a terra) e dizer que ela não existe”, declarou um diplomata, também sob condição de anonimato.
“É uma questão nova e no Conselho de Segurança, como sempre, é difícil” colocar uma nova questão na mesa depois de 76 anos lidando com questões tradicionais de paz e segurança, acrescentou.
O vice-secretário-Geral da ONU para o Desarmamento, Izumi Nakamitsu, fará uma apresentação para abrir a sessão.
O objetivo da videoconferência, de acordo com a Estônia, é "contribuir para uma melhor compreensão dos riscos crescentes decorrentes de atividades maliciosas no ciberespaço e seu impacto na paz e segurança internacionais".
“Como o ciberespaço é um campo de dupla utilização, nos encontramos em uma situação complexa que não se assemelha a outras questões de segurança internacional”, analisou o mesmo embaixador europeu.
"Não é um tópico comum que pode caber na arena de controle de armas. Você não pode assinar um tratado e depois apenas verificá-lo. É preciso adotar uma abordagem mais inovadora", continuou, esperando que o debate ajude a delinear os caminhos para explorar.
Várias empresas norte-americanas, como o grupo SolarWinds IT, a rede de oleodutos Colonial Pipeline e a gigante mundial de carne JBS, foram recentemente visadas por ataques de 'ransomware', um programa que criptografa sistemas de computador e exige um resgate financeiro para desbloqueá-los.
A polícia federal dos EUA atribuiu esses ataques a hackers com base na Rússia.