EUA multam Twitter por violação de dados confidenciais

Rede social é acusada de usar os números de telefone e endereços de e-mail fornecidos por seus usuários para aumentar a segurança de suas contas e de deixar os anunciantes usarem esses dados para monetizar

qui, 26/05/2022 - 07:12
Amy Osborne (Arquivo) Sede do Twitter, na cidade americana de San Francisco Amy Osborne

O Departamento de Justiça americano anunciou nesta quarta-feira (25) que o Twitter irá pagar uma multa de US$ 150 milhões para solucionar uma ação segundo a qual a plataforma facilitou a anunciantes o acesso a dados privados de seus usuários.

A Comissão Federal de Comércio (FTC, sigla em inglês) e o Departamento de Justiça acusaram o Twitter de usar os números de telefone e endereços de e-mail fornecidos por seus usuários para aumentar a segurança de suas contas e de deixar os anunciantes usarem esses dados para monetizar.

"O Twitter obteve dados de usuários com o pretexto de aproveitá-los para fins de segurança, mas acabou usando os mesmos para segmentar usuários com anúncios", disse a presidente da comissão, Lina Khan.

As informações pessoais que os usuários fornecem às empresas de tecnologia e como esses dados são usados são uma frente recorrente de conflito entre os reguladores e empresas poderosas, como Meta, Twitter e outras. Os confrontos em torno da privacidade resultam em processos ou acordos periódicos, mas os críticos pedem uma atualização exaustiva das normas nacionais sobre como são tratados os dados dos indivíduos no ambiente virtual.

Sem informar aos usuários, o Twitter permitiu que os anunciantes usassem suas informações pessoais para direcionar as propagandas, destacou a FTC, que trabalhou com promotores federais para abrir um processo contra a empresa de tecnologia.

Além de concordar com o pagamento de US$ 150 milhões, o Twitter irá implementar outras medidas, entre elas a avaliação periódica de seu programa de privacidade por um assessor independente, segundo o acordo. O pacto, que precisa da aprovação de um juiz, também exige que o Twitter informe a todos que ingressaram na plataforma antes do fim de 2019 sobre o acordo e as opções para proteger sua privacidade.

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