Na dúvida, procure um profissional

Vestibulandos que ainda não decidiram qual profissão seguir, recorrem a profissionais de psicologia e processos de acompanhamento

por Alexandra Gappo sab, 30/06/2012 - 11:41
Chico Peixoto/LeiaJáImagens Psicóloga aconselha os estudantes a colocarem na balança suas habilidades, gostos e a realização financeira futura Chico Peixoto/LeiaJáImagens

Na reta final para as inscrições de vários vestibulares em quase todo o país, muitos estudantes ainda se encontram no dilema de não saber em que curso de graduação apostar. A dúvida vem acompanhada de insegurança e ansiedade diante de um momento tão decisivo. 

As escolas tradicionais tem a preocupação de orientar e ambientar, desde cedo, os alunos sobre cada curso de ensino superior e cada profissão. A psicóloga do Colégio e Curso BJ, Ana Cleide Jucá, diz que a iniciativa de levar profissionais de diversas áreas às salas de aula para que o aluno tire suas dúvidas quanto à carreira foi uma necessidade vista nos estudantes do ensino médio. “A gente faz um trabalho de orientação profissional com todos os alunos. Caso algum deles precise, também temos conversas individuais e procuramos orienta-los”, afirma a também mestre em psicologia cognitiva. 

Ana Cleide ainda explica que o famoso teste vocacional, não deve ser aplicado em escolas e sim dentro de um processo psico-clínico. Mesmo assim ela argumenta que o teste segue um parâmetro estatístico, o que pode gerar resultados muito abrangentes e deixar o aluno ainda mais confuso. “O teste vocacional é um método que está sendo muito questionado, já que não leva em consideração o estudante como um individuo”, diz. 

De acordo com pesquisa realizada em 2011 pelo Portal Educacional, do Grupo Positivo de Ensino, na fase de inscrições para os principais vestibulares do país, 54% dos estudantes do 3º ano do ensino médio ainda não estavam decididos sobre qual carreira seguir. O resultado são jovens com dúvidas entre profissões totalmente distintas como engenharia e jornalismo ou medicina e gastronomia. “Toda essa indecisão está diretamente ligada ao fato do estudante ter um leque maior de carreiras a escolher”, afirma a psicóloga e psicanalista da Trajeto Consultoria, Sílvia Gusmão. 

Há 17 anos no campo da orientação profissional, a psicóloga trabalha com métodos de acompanhamentos diferenciados que tem trazido muitos estudantes a seu consultório. “Primeiramente conversamos com o aluno juntamente com os pais e depois traçamos um perfil profissional dele. Fazemos um acompanhamento, durante os nossos seis encontros, onde levamos em consideração as habilidades do indivíduo e o desejo dele”, explica Sílvia.  

Uma pesquisa realizada pela Trajeto Consultoria constatou que ainda são poucos os que procuram os serviços de orientação, seja os oferecidos pelos colégios ou realizados por profissionais especializados. Dos estudantes que procuram a “ajuda”, a maioria é incentivada pelos pais, que às vezes, tem medo de influenciar seus filhos ainda indecisos. Antônio Jorge Araújo, pai de Arthur, estudante do 2° ano do ensino médio, sugeriu ao filho que procurasse uma orientação profissional para ajuda-lo a esclarecer algumas dúvidas sobre as carreiras. “Percebi que Arthur ainda estava muito indeciso. Ele falava de administração, engenharia e até direito. Mas o processo clínico levou em consideração o que ele queria e gostava”. Arthur prestará vestibular para economia. 

A psicóloga Sílvia Gusmão explica que mesmo depois do resultado final, o aluno pode mudar de ideia e escolher outra graduação, mas ele sairá mais seguro para tomar melhor as decisões. O vestibulando Leo Aroucha, começou o ano de 2012 sem saber em que curso se inscrever no vestibular e com o incentivo de alguns amigos decidiu, por conta própria, procurar um acompanhamento. Junto com os pais e a psicóloga, Leo apontou suas preferências e seguirá a carreira de oceanógrafo. 

Sílvia aconselha os estudantes a colocarem na balança suas habilidades, gostos e a realização financeira futura, sem deixar de avaliar o mercado de trabalho para cada profissão. 

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