Desde o início da manhã desta quarta-feira (22) cerca de cem técnicos administrativos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) bloqueiam a entrada do campus da universidade. Todas as vias de acesso estão fechadas para carros, mas os pedestres transitam normalmente. Cavaletes, pneus, pregos e cones foram colocados nas vias pelos servidores. Também há um espaço com bolas pretas e roxas e faixas em alusão ao movimento grevista. 

“O objetivo é mostrar a indignação com a contraproposta feita pelo Governo Federal de 15,8% parcelado em três vezes. Os servidores querem 22,8% de reajuste”, diz o coordenador de comunicação e imprensa do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais de Pernambuco (Sintufepe), Guilherme Costa Neto. Sobre o fechamento das vias, ele diz que “o direito de ir e vir está garantido. Estamos impedindo a passagem de automóveis e isso é uma resposta aos comentários que surgiram na mídia e na sociedade que as atividades seriam retomadas. A greve continua”.

A pesquisadora do CNPq, Simone Mendonça, é uma das que aguarda na fila para entrar no campus da UFPE desde o começo da manhã. “Eu não sou contra a greve, sou contra a forma violenta que eles estão fazendo esse protesto. Eu poderia deixar o meu carro e ir andando, mas se o veículo sofrer algum dano, o sindicato não vai pagar. É muita violência, eles colocaram grades e pregos e estão impedindo o nosso direito de ir e vir”.

Há pouco tempo, um homem que não quis revelar o nome e se declarou médico e professor da UFPE tentou furar o bloqueio e, de acordo com alguns técnicos, quase atropelou uma idosa. Ele pediu ajuda da polícia, mas os policiais informaram que os servidores estão no direito deles. O homem continua aguardando para entrar, pois informou que irá participar de uma banca avaliadora, o que, segundo ele, pode acabar não acontecendo.

O protesto continua e, de acordo com os técnicos, não tem hora para terminar. Nesta quinta-feira (23), às 10h, haverá nova assembleia, no auditório Jorge Lobo (Centro de Ciências da Saúde), para avaliação do quadro nacional e deliberação dos rumos do movimento.